“É pavê ou pacumê?”
Essa entre outras piadas são os típicos trocadilhos estúpidos que toda família precisa ouvir. Se você nunca escutou, eu diria que é um privilégio.
Com uma família naturalmente grande, eu não nasci com a sorte de poder passar os almoços de domingo sem ouvir uma piada sem graça, afinal, em toda família típica do Fim do Mundo o domingo é o “Dia Sagrado em que as Avós Preparam Frango e Feijoada para Todos Comerem Depois de Petiscar Torresmo”.
E em todo domingo a atração é aquele tio esquisito, que brinca com todos os sobrinhos e deixa um clima de “vou rir para não deixá-lo triste” no ar. E que orgulho eu tenho de dizer, meu amigo, que na minha família eu não tenho um tio assim.
Justamente porque esse tio é meu pai. Isso me torna, nada mais, nada menos, a sucessora do cargo de Tio Sem Graça.
É hereditário: minha função nesse mundo é justamente deixar as pessoas constrangidas com tentativas de piadas totalmente sem graça.
Alguns exemplos originais são: “Qual o filme que fala sobre brindes? As Aventuras de Timtim.”; “Alice através do Espelho é um filme cheio de reflexões.” e “Qual é o melhor remédio? RIRvotril.”. Essas são algumas das pérolas que eu coleciono caso um dia eu precise envergonhar meus futuros sobrinhos.
Eu já ouvi minha mãe muitas vezes falar que eu tenho um péssimo gosto para piadas, exatamente como o meu pai. Eu não me ofendo, pois, no final das contas, é uma honra ter a oportunidade de, futuramente, ser a Tia do Pavê.
Como disse minha mãe, após ler esse texto: “Deus dá asas justamente para quem não sabe voar.”.

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