“Observadores de Pôr-do-Sol” é a denominação que eu dei às pessoas que dedicam seu tempo para admirar esse fenômeno.
O Pôr-do-Sol acabou se tornando uma coisa simples, já que pode ser vista por qualquer pessoa, todo dia. Mas eu garanto que esse é o acontecimento mais belo nesse planeta (ou melhor dizendo, Sistema Solar).
O Pôr-do-Sol não se trata apenas do escurecer, mas do fim de um novo dia. Uma despedida gloriosa a um dia de vitórias, ou uma despedida tranquila para um dia de derrotas.
Afinal, existe maior conhecedor do que o Sol?
O Sol presenciou literalmente o começo do mundo, o erguer das civilizações e desenvolvimento das sociedades. Ele inclusive nos viu nascer e aprender. Nos encheu de calor e energia.
Admirar o Pôr-do-Sol também se trata de um processo de aceitação, pois é inegável que nada nesse mundo dura para sempre. Tudo e todos com quem vivemos um dia irá deixar de viver, e, irrefutavelmente, cair no esquecimento com o passar das gerações.
Querendo ou não, mesmo que nos esforcemos para sermos um grande marco na história, seremos esquecidos, inclusive as criaturas que compartilham essa vivência conosco.
E do mesmo se trata o Pôr-do-Sol, pois, concordemos, o mesmo Sol que nos dá vida será o mesmo a levar consigo parte do universo daqui a milhões de anos. É como se admirássemos no céu o causador de toda a insignificância do mundo.
Mas, mesmo quando partimos, parte nossa ainda está no Sol. E eu acredito que esse fenômeno é justamente uma despedida para tudo que um dia já viveu, mas eventualmente partiu. Por isso é tão extraordinário. E isso não é estúpido, é estupendo.
É por isso que devemos ser como o Astro: ser brilhantes e quentes, para que, na nossa despedida, o céu prepare um grande espetáculo de luzes e cores, para que possamos por fim descansar.
No fim das contas, todos veremos nosso último Pôr de Sol, mas, no fundo, sabemos que amanhã o Sol nasce mais brilhante.
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