Lisa prendeu a respiração quando olhou o outro aparecer na cozinha, como se não quisesse nada. Seguindo em linha reta, passou pela amiga dela e se acomodou perto demais da morena. Ela esperou que a outra não arriscasse em qualquer pergunta que envolvesse a presença do outro em seu apartamento.
-Você poderia fazer isso por mim? -A felicidade começou a surgir no rosto alheio, e fez os mais velhos sorrirem por isso.
-Sim. Se você me prometer que, pelo menos, a casa ainda estará lá quando eu voltar. -Juan estava alcançando em seu bolso traseiro as chaves de sua casa.
-Meu deus! Eu não acredito que você vai me confiar sua mansão. -Marie se aproximou do casal de amigos e com ambas as mãos recolheu a chave, como se fosse uma preciosidade dos céus.
-Eu não deveria? -Com os olhos estreitos o jovem rapaz a provocou.
-Sim, eu vou cuidar de tudo direitinho, não se preocupe. -Se apressou para responder ao outro.
A mulher fora da conversa, apenas observava tudo com diversão. E então ela se lembrou de algo e após dizer um "espere aqui" se levantou apressada e correu para o seu quarto.
-Então você e a Lisa... -Com uma fina sugestão, Marie colheu uma expressão de divertimento do outro.
-O que tem? -O entortar dos lábios de Juan, fez a menor o encarar de forma séria, duvidando.
-Estão ficando? -Estava lançada a principal dúvida da outra.
Com um pouco de suspense o outro levantou a sobrancelha e maneou a cabeça para o lado, como se analisando o que se passava entre ele e a menina que a poucos minutos atrás se atracava em beijos e partia para preliminares. "Ficando", servia.
-Pode se dizer isso. -Ele sorriu para o sorriso cúmplice de Marie.
-Eu te daria um tapinha no bumbum e diria "bom garoto", se não tivesse demorado tanto. -O sorriso sumiu por um instante do rosto do garoto, para então uma gargalhada surgir.
-Sai de mim. -Ele se virou para o filtro na pia e pegou um dos copos ali perto para se servir de água.
-Eu não estou... -A frase de Marie foi interrompida por Lisa que apareceu ao seu lado.
-Tchanram! - Lisa carregava junto de seu sorriso amplo, um embrulho grande e prateado.
-O que é isso? -A garota de cabelos esverdeados segurou o presente enquanto olhava para a amiga, uma grande interrogação nos olhos.
-Seu presente ué. E é algo que você sutilmente, deixou explicito em minha cara que queria. -A contradição na frase da garota fez Juan rir de costas para as duas.
-Nossa. -Com calma Marie abriu o presente e seu rosto se iluminou com surpresa.
-E então? -Lisa estava ansiosa e nervosa, o que chamou a atenção de Juan ao se virar para olha-las. Ele sorriu para o rosto brilhando da morena.
-É lindo. -Ao levantar a peruca loira, Marie sentiu que poderia chorar. -Eu acho que meu coração derreteu. Obrigada amiga. -Se levantando em um pulo, abraçou a mais velha.
A garota de cabelos verdes guardou seu presente com o maior cuidado e o abraçou de encontro ao corpo, uma lágrima solitária desceu por sua bochecha e limpou a garganta. Secou rapidamente a bochecha molhada e voou para a sala.
-Eu preciso fazer uma festa para poder desfilar essa cabeleira loura. -Com animação Marie falou para os amigos que a seguia.
-Arrasa amiga. -Lisa estava satisfeita que sua amiga aceitara com felicidade seu presente. -Vai precisar de ajuda para organizar tudo antes de hoje a noite?
-Bem, a casa desse ser mandado pelos anjos, já é meio que um ateliê de festas. -Marie seguiu para a porta e esperou a outra abrir. -Então se quiser me ajudar, passe lá depois que terminarem o chá de bebê daqui. -Com uma corrida a garota saiu pelo corredor do apartamento, deixando o casal para trás com timidez e vergonha.
-Me devolve o presente! -Com pressa a menina foi até o corredor exclamando, mas viu a outra já começar a entrar no elevador no fim da passarela.
-Nunca! -Conseguiram escutar uma risada divertida ao longe.
***
-Bem eu tenho sobremesa.
Com felicidade, a morena se levantou da mesa foi até a geladeira e de lá voltou com uma vasilha cheia de morangos. Observou o outro atacar um morango com gosto, o sorriso sedutor dele a fez puxar o ar pelos lábios. Ela saiu de perto indo até uma pequena estante, onde havia várias bebidas e entre elas um vinho foi resgatado.
-Devo dizer, você sabe cozinhar muito bem. -Juan tinha abraçado a vasilha de morangos, enquanto era servido de vinho e o saboreou com gosto.
-Sim? Obrigada. -Ela sentiu seu rosto esquentar com o elogio e sorrindo tentou pegar um morango.
O outro apenas se afastou junto da vasilha, e com travessura a olhou, também sorrindo. Juan esperou que ela entrasse em sua brincadeira, se divertindo com o olhar que ela lhe direcionou, perdida em suas ações.
-O que é isso? -Ela riu na frase e então levantou uma sobrancelha.
Lisa riu para o outro e se perguntou o que ele estava fazendo. Vê-lo se deliciar da fruta vermelha a fez ficar hipnotizada, os lábios úmidos dele sorriram para ela, o que a fez respirar fundo mais uma vez. Com um sorriso preso pelos dentes, ela tentou se aproximar do outro, mas em um movimento rápido ele estava de pé. Caminhando tranquilamente para longe dela, para fora da cozinha.
-Okay, pode levar os morangos, eu fico com o vinho. -Lisa observou com um sorriso enorme na face o outro voltar de costas para ela e lhe lançar por cima do ombro um olhar estreito.
-Podemos dividir. -Um sorriso surgiu quando ele se virou para ela e se apoiou na parede.
-Hum, quem sabe. -Ela se ergueu e com sua taça e a garrafa da bebida, passou pelo outro. Um olhar por baixo dos cílios, fez Juan quase morder o próprio dedo ao invés da fruta em sua mão.
Ela se sentiu ser seguida quando se sentou no sofá e com um olhar de esguelha viu ele se acomodar com os morangos no colo, os pés na mesa de centro. Riu observando ele se sentir em casa e também se encostou no sofá.
-Quer um pouco? -Com um gole, a mais nova serviu-se e depois ergueu a mão para Juan.
Lisa trocou a taça pelos morangos e suspirou satisfeita. Se apoiou no encosto do sofá, por entre os braços do outro e aproveitou o momento. Era muito interessante como eles tinham chegado até aquele exato momento. Uma jovem, que por uma situação complicada na universidade, se escondeu com o rapaz ao seu lado que fora gentil e lhe acolheu por um tempo. Eles podem dizer que mesmo se não houvesse o interesse amoroso, eles ainda continuariam bons amigos.
-Você voltou a falar com o Zack? -Com um olhar rápido para o outro que experimentava o vinho sem pressa, ela percebeu como os olhos se arregalaram por um segundo.
-Falei. E devo dizer que ele foi um idiota, mas o perdoei. -Ele voltou seus pensamentos para o amigo e com uma mão puxou a outra para mais perto de seu corpo.
-Hum. Isso é bom. -Com prazer, a mulher encostou a cabeça no ombro alheio e puxou a taça da mão dele para tomar o último gole.
Ela observou como o outro ficara pensativo por um tempo, e então ela não conseguiu evitar de ficar curiosa sobre o que corria pela mente dele. Mas deixou que pensasse, e se focou na face bela. Ele estava bastante expressivo, olhando um ponto qualquer na sala e a forma como ele mordia seu lábio fazia seu maxilar saltar sob a pele.
-Eu queria saber como aquele garoto planeja conquistar aquela menina, se nem a mim ele conta a verdade. -Com a leve distração, Lisa passeou os olhos até os lábios e franziu o cenho.
A morena analisou a situação, e se deu conta de que a festa ocorreria em menos de umas dez horas, mas seria o suficiente para muitas pessoas desmarcarem e reagendarem compromissos para comparecer. Era claro que Marie era uma das pessoas mais populares do colégio dela, e podia dizer que até fora dele também. Então era provável que muitas pessoas quisessem ir, incluindo Zack e a garota que ele é apaixonado.
-Se ele... -A mulher começou tentando formular uma frase coerente e então respirou fundo, lançando um ar frio no pescoço alheio. -Bem, ele poderia levar ela a sua casa hoje, não? Seria um passo para a aproximação. -Com um pouco de afastamento, ela pôde voltar a ser mais racional.
Juan perdido dentro dos olhos claros, analisou a frase da menor. Concluiu como Zack se fechava por costume de ficar só, mas poderia ser uma oportunidade de mudar algumas manias dele.
-Levar ela até a festa... Bem, pode ser. Ele tirou a carteira de motorista a pouco tempo atrás, mas ele sabe dirigir muito bem. -Com graça o outro concordou com a ideia simples e genial dela.
-Então! Manda uma mensagem para ele. -Com um sorriso ele se levantou e foi até a cadeira onde havia deixado sua jaqueta e pegou seu celular. Depois de esperarem dois minutos o outro respondeu:
"Não".
-É por isso que eu tinha desistido de mandar textão para o Zack. -O jovem rapaz mostrou para a morena ao seu lado, a fazendo rir alto.
-Que teimoso! Será que se pagar... -Com um sorriso ela apontou para o celular e o outro enrugou a testa.
-Você acha mesmo que vou pagar um marmanjo? -Com graça a menina lhe deu um empurrão, o que levou o rapaz a prender o braço em sua cintura para se segurar.
-Olha só, não fale assim de seu amigo. E você cobra quando eles começarem a namorar. -Se acomodando no abraço, observou ele mandar a mensagem e com ansiedade esperou o amigo do outro responder:
"Certo".
-Malandro. -Com um sussurro final, ela viu o outro colocar o celular em cima da mesa de centro e então se voltar para ela.
-Você é uma boa fada madrinha, parabéns. -Lisa disse rindo. Com uma sobrancelha erguida o outro a puxou pela cintura, até que seus torços estivessem grudados em um abraço de lado.
-Sabe, você está fazendo graça agora, mas esqueceu que deixou uma coisa incompleta hoje mais cedo. -A voz do outro levou embora a respiração da jovem.
Ele se aproximou com os lábios até a bochecha dela, fazendo uma carícia leve, mas era como fogo, o que a fez cerrar os olhos. Com beijos quentes, ele desceu até o pescoço claro e se aproximou do queixo com uma mordida leve. Era um passeio sem rumo, com voltas de carinho por sua pele.
Lisa suspirou quando ele deixou um leve selar em seus lábios, doces dos morangos e instigantes do vinho. Mais outro despejar leve e então ele curvou a cabeça para o lado, encontrando os lábios com desejo. Com o fervor, levou a língua até os lábios carnudos, a fazendo abri-los e então gemer ao sentir a língua se encontrar com a sua. Era uma sensação sem igual, ainda mais quando ele acariciava o céu de sua boca, em um tipo diferente de cócegas.
Não notará antes que fora parar no colo alheio, apenas quando sentiu as mãos que antes estavam em seu rosto, lhe arrepiarem deliciosamente pela trajetória entre seus braços desnudos até sua cintura coberta pelo vestido. Com desejo Juan puxou a garota para mais perto, e recolheu o prazer que a pressão lhe proporcionou. Sem pressa ele deslizou sua mão para a lateral da coxa feminina e escorregou o vestido até que sua mão alcançasse a pele quente, fervente e deliciosa.
A menor se segurou nos braços quentes dele, tentando não perder o equilíbrio, ou derreter a qualquer momento. O toque em sua cintura por baixo do vestido, foi o suficiente para ela desviar dos lábios incansáveis, buscando ar. Sentiu o aperto em sua bunda, junto do tesão, em uma onda que a fez rebolar no colo alheio.
-Juan. -O suspiro acompanhou o nome do outro, coberto de desejo e ansiedade.
-Vamos para cama.
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