Miguel respirou fundo antes de falar mas mesmo sério parecia bastante preocupado.
— Vamos para o trono, suas companheiras também podem vir.
— Certo. Vamos Azel e Joana. — disse Lyle.
Enquanto isso na plateia.
— O que achou deste belíssimo desenrolar meu caro Assis. — disse Shakespeare.
— Sera meu próximo livro, um garoto acusado pelos céus. — respondeu Machado de Assis.
— Me daria a honra de ser seu co-autor? — indagou Shakespeare.
— A honra sera minha, sera uma divina comédia. — Respondeu Assis.
Lyle, Azel e Joana seguiram Miguel, Rafael e Gabriel até uma enorme escadaria espiral com prateleira de livros a sua volta.
— Wow, vocês realmente gostam de livros! — Exclamou Azel.
— Aqui temos os mais importantes escritos da humanidade e dos céus. — respondeu Gabriel. — A chamamos de Alexandria.
— É realmente linda, mas só de ver essa escada já estou cansada. — respondeu Azel.
— Não se preocupe senhorita Azel a magia de Gabriel nos dará uma atalho. — disse Miguel.
— Vamos! — respondeu Gabriel.
Gabriel usou sua magia de teleporte para ir ao topo. Lá estava um grande trono feito de ouro vazio iluminado pelo sol que entrava pelas janelas.
— Essa sua magia é bem interessante. — disse Azel.
— É bem útil mas tem um limite de uso já que o custo magico é bem alto. — respondeu Gabriel.
Mesmo que Azel conversasse descontraída Joana havia percebido que Lyle estava diferente.
— Lyle tem algo de errado? — indagou Joana confusa.
— Aquele é o trono do velho...
— Velho? — perguntou Joana.
— Senhorita Joana este é o trono de Deus. — disse Miguel.
— Mas porque ele está vazio?
Rafael que até o momento estava calado decidiu falar.
— Deus está morto. — disse Rafael.
Todos na sala se assustaram menos Miguel e Gabriel.
— Oque? — gritou Joana.
— Não fale besteiras Rafael. — disse Miguel. — Não sabemos onde ele esta, não é certo que esteja morto.
— Porém nem mesmo eu fui capaz de encontra-lo. — disse Gabriel.
Lyle que estava quieto até o momento chamou Azel e disse algo em seu ouvido, mas logo após andou até o trono vazio.
— Ele não esta morto. — disse Lyle. — se estivesse, toda a criação já teria ruído.
— Olhe isto. — respondeu Miguel.
Miguel tentou colocar a mão no trono mas foi falho. Havia uma barreira que queimou sua mão.
— Está barreira foi colocada por alguém, por isso também acredito que ele esteja vivo.
— A quanto tempo? — indagou Lyle.
— Uma semana — respondeu Miguel.
Lyle olhou para os arcanjos presentes ali com determinação nos olhos.
— Então me digam quem me chamou aqui?
— Fui eu! — Exclamou Rafael.
— Por que mandou Joana? — indagou Lyle. — Gabriel seria muito mais rapido.
— Se um arcanjo fosse visto no purgatório poderia trazer suspeitas.
— Suspeitas? — indagou Azel.
Rafael respirou fundo e olhou com seriedade para Miguel antes de falar.
— De alguns seres que se denominam A Cúpula.
— Descobrimos sua existência a mais o menos um mês. — disse Miguel.
— Já ouvi esse nome em algum lugar mas não me lembro onde. — respondeu Lyle confuso.
— Sabemos que são sete mas só temos informações sobre dois integrantes. — disse Gabriel.
— Quem são? — indagou Joana.
— A gula e seu espectro que ainda é desconhecido.
Lyle, Azel e Joana se olharam entre sí nesse momento.
— Já entendi, então querem que eu seja um cão do céu. — disse Lyle olhando Miguel nos olhos. — o que eu ganharia com isso?
— L-Lyle o que você se tornou? Um mercenário?. — disse Rafael.
— Haha, Sim — respondeu Azel.
— A poucos minutos eu seria executado por erro de vocês se não provasse minha inocência. Não me venha falar sobre justiça Rafael. — disse Lyle.
Todos seguiram em silêncio até que Joana quebrou aquele clima tenso.
— Mas o que você poderia querer Lyle?
— Você.
— O-oque?
Todos na sala estavam confusos mas Gabriel e Azel não acharam que aquela ideia era ruim.
— Hahaha, ok Lyle ela sera sua se derrotar a Gula. — disse Gabriel.
— E-ei vocês estão me vendendo? — respondeu Joana.
— Não faça acordos assim Gabriel! — exclamou Rafael.
— Lyle e Joana são bem próximos e a Gula é um forte inimigo, qual o problema? — disse Gabriel.
— Bom... nenhum... — respondeu Rafael.
— Então o acordo está feito, dou minha palavra que assim sera feito. — disse Miguel.
Miguel transpassava imponência com os raios de sol batendo em seu corpo ao dizer isto, Lyle tinha certeza que ele não quebraria sua palavra.
— Partiremos amanhã. — disse Lyle.
— Mas Joana vai ficar! — exclamou Rafael.
Miguel e Gabriel olharam Rafael confusos com sua atitude.
— O que disse? — respondeu Lyle.
— Se Joana for com você quem garante que você não irá fugir sem combater a Gula?
Lyle se aproximou de Rafael e o olhos fixamente nos olhos.
— Sei que você nunca gostou de mim mas é bom que tenha em mente que não vou deixar alguém importante para trás de novo.
— Você é apenas um humano escolhido não tem o direito de se opor a um arcanjo!
— Se Joana não partir comigo amanhã eu vou te caçar. — disse Lyle apontando sua pistola para o queixo de Rafael.
Azel já estava preparada para materializar sua foice e Joana estava tão nervosa que não sabia o que falar enquanto Miguel apenas observava.
— Ora ora, vamos se acalmar. — disse Gabriel. — Ela vai com você Lyle.
— Sairemos amanhã cedo. — respondeu Lyle abaixando sua arma.
Lyle, Azel e Joana saíram da sala deixando os arcanjos para trás.
— Maldito humano por que você o protege tanto Gabriel? — disse Rafael arrumando sua roupa.
— Um humano convocado vivo ao paraíso e que conquistou o coração de Joana D'arc. — respondeu Gabriel. — Você quer motivos maiores?
— Gabriel não protegeu Lyle. Ele protegeu você. — disse Miguel.
— O-oque? — respondeu Rafael.
— Ele não é mais uma criança fraca, lembre-se disso Rafael. — disse Miguel.
Lyle, Azel e Joana voltaram até o salão do castelo onde o assassinato havia acontecido.
— Ainda tem manchas de sangue. — disse Azel.
— Preciso investigar algo. — disse Lyle olhando a mancha de sangue. — Vejo vocês duas mais tarde.
Lyle saiu correndo em direção ao Jardim.
— Ele esta diferente. — disse Azel colocando a mão no queixo.
— Ele parece mais sério que o de costume. — disse Joana.
— Enfim não vale a pena pensar nisso, vamos comer algo. — respondeu Azel.
Enquanto andava pelos corredores do Jardim olhando ao redor Lyle se depara com o fantasma ancião saindo de uma parede.
— Olá mestre Lyle!
— Oi ancião, estou um pouco ocupado agora.
— Mas é algo urgente, estou te procurando desde cedo.
— Sou todo ouvidos ancião.
— Mais cedo estava procurando alguém para assustar quando vi uma figura dizer "Hoje a noite mataremos o espectro da morte."
— Obrigado ancião, minhas suspeitas estavam certas. — disse Lyle correndo de volta para o castelo.
— Boa sorte mestre Lyle...
Enquanto isso Azel e Joana estavam na cozinha procurando algo para comer.
— E-Ei azel é errado pegarmos comida assim. — disse Joana nervosa.
— Hehe é apenas um pequeno assalto a geladeira, não faz mal. — respondeu Azel.
— Mas me diz algo Azel, o que o Lyle te disse no ouvido naquela hora?
— Chega pertinho aqui.
— Certo — respondeu Joana se aproximando.
— Ele me disse "Não confiem em nada, nem anjos ou arcanjos. O céu é nosso inimigo."
Comments (0)
See all