— Deixei um pouco de comida para você esquentar no micro-ondas. — papai sai pela porta dos fundos e vai pegar um plantão. Fazem mais ou menos três minutos que chegamos da casa de vovó. Ainda são quinze para as onze, por isso decido tomar um banho.
A água quente sobre meu corpo tem uma sensação libertadora enquanto lava o suor de todas as danças que tive com Luna e Caio. Aperto a esponja entre as mãos e encosto minha cabeça no box. O sono começou a chegar, pequenas ondas se movimentando para trás e para frente. Termino de me lavar a passos rápidos e rapidamente estou deitado na cama apenas de pijamas.
Coloco meu celular para carregar e o apoio num criado próximo da cama. Só então vejo que tenho algumas mensagens não lidas. Não tive a oportunidade de checar meu telefone na casa dos meus avós.
hugo: vc tinha razão. já estou quase na metade do livro.
hugo: queria saber se nossa próxima aula pode ser nessa sexta. ainda me deve um sorvete, certo?
hugo: caralhoo!! eu simplesmente precisava desse livro, já quero ler todos os próximos.
hugo: já mencionei que te acho genial? pois é. vc deve estar ocupado. sinto muito por mandar muitas mensagens, só queria conversar com alguém.
hugo: eu menti. n queria conversar com 'alguém'. queria conversar com vc apenas. boa noite...
Estou encarando as mensagens há dez minutos e ainda não sei o que responder. Comecei a rir, porque isso tudo é muito bom. Hugo quer me ver, certo? Isso prova que Luna e papai podem estar certos. Talvez ele tenha sentido o mesmo que eu.
uri: foi mal, reunião de família. estava uma bagunça. e então, não disse que era uma saga maravilhosa? respeite a minha história, garoto do 'vc tem apenas 16 anos'. ah, só pra constar, tbm estava empolgado para falar com vc.
Me arrependo do que escrevi no momento em que a mensagem é enviada, mas não a apago. Estou começando a pensar que, mesmo sendo bom com as palavras em alguns momentos, nunca encontrarei a maneira certa de conversar com Hugo. Porque o simples fato de ter qualquer interação com ele me deixa sem palavras.
Ele está offline, então deixo o celular de lado e me deito, encarando o teto branco na escuridão parcial. Meus olhos começam a pesar e sinto que estou prestes a me entregar ao sono quando o bip de mensagens entregas toca. Pego o telefone imediatamente.
hugo: haha quem é vivo sempre aparece.
hugo: e vc não falou nada sobre sexta, dá pra vc?
Meu sono foi levado embora e sinto a energia partir da minha cabeça até as pontas dos pés. Coloco o travesseiro para cima e me sento, escorado na cama com o celular, ainda no carregador, em minhas mãos.
uri: sexta tá ótimo pra mim. prometo que tomaremos sorvete dessa vez.
hugo: top. agora tenho algo com o que ficar ansioso. Vou tentar terminar o livro até lá, assim podemos pegar o segundo.
uri: te deixo ansioso? sim, mas não se apresse. ler com calma ajuda a entender melhor tudo.
hugo: tem razão, ler com calma ajuda a entender melhor. vc devia tentar, porque é lógico que o que me deixou ansioso foi lamber um sorvete de limão e não vc. ou deveria ficar ansioso para te lamber tbm?
Meu coração começa a bater mais rápido. No começo da mensagem achei que estava levando uma bronca, mas é descaradamente uma cantada. Hugo está dando em cima de mim, o que eu deveria fazer?
uri: vamos manter isso nos sorvetes de limão, se bem que eu prefiro misto de chocolate e creme.
Foi o que eu respondi, porque sou um idiota. Patético, sim, um perdedor. É assim que me sinto. O garoto por quem eu aparentemente tenho uma queda está abrindo uma brecha e eu simplesmente dei pra trás. Em alguns momentos, me odeio. Mas não me sentia corajoso o suficiente para dizer o que eu realmente queria. Ainda não.
hugo: claro haha. como vc quiser. vou dormir agora, boa noite, Uri.
Ele deve ter ficado sem graça por eu não ter mantido o flerte. Parece que dei um fora nele. Bem, eu dei um fora nele, mas não realmente dei um FORA nele. Caramba, por que isso tem que ser tão complicado? Por que eu estou tornando isso tão complicado? Penso em algo para replicar, mas Hugo está offline novamente.
Coloco o travesseiro na posição original novamente e me deito com o celular na frente do rosto. Reparo que Hugo tem uma foto de perfil e clico nela para ampliar. É assim que o calor volta novamente e preciso sacudir a gola da minha blusa do pijama. Hugo está parado em uma ponte baixa, o rio e o horizonte se estendendo atrás dele. E, algo que me deixa totalmente desorientado, ele está sem camisa, apenas com um short azul bem justo. Completamente justo, a ponto de parecer que está apertando muito lá embaixo.
Leva apenas uma questão de segundos para que eu esteja duro como uma pedra. Maldito Hugo. Lembro de como ele me tocou pela tarde e começo a desabotoar minha camisa enquanto esfrego uma perna na outra, minha calça está começando a ficar úmida com o suor. Resolvo tirá-la também. Além de desconectar o celular do carregador.
Estou aqui, encarando a foto dele, e usando nada mais que uma cueca que parece muito pequena para me conter agora. Saio da sua foto e volto a ler as mensagens, ainda não o respondi. Só então me dou conta de que foi um grande erro. "ou deveria ficar ansioso para te lamber tbm?".
Passo o celular para a mão esquerda e começo a tocar meu pescoço com a direita. Clico novamente na foto de Hugo. Estou ainda mais duro agora. Levo meus dedos a boca, molho apenas um pouco e contorno dentro e fora da minha orelha, arrepios disparam em um lado do meu corpo. Volto minha mão para o pescoço e a desço, passando pelo peito, tórax e abdômen, até enfiá-la dentro da minha cueca.
Deixo o celular de lado e levo minha outra mão a cicatriz. Faço os mesmos movimentos que Hugo fez durante a tarde, enquanto começo a deslizar a mão na minha cueca para cima e para baixo, até que simplesmente meu pênis salta para fora. Puxo um pouco a cueca para baixo e continuo me movimentando. A mão na cicatriz em sincronia com a mão que me masturba. Molho um pouco os dedos e umedeço meu pescoço e meu pau. Imagens de Hugo invadem minha mente. Ele sussurrando no meu ouvido, em pé na minha frente. Sua calça completamente justa e ele falando sobre lambidas. Imagino ele abrindo as pernas enquanto estou parado sobre ele. Ele joga os braços ao redor do meu pescoço e me beija, enquanto eu entro nele, suavemente de início e cada vez mais feroz depois.
Preciso de Hugo. É esse o pensamento que cruza minha mente enquanto continuo me tocando com cada vez mais força e velocidade. Gemidos acabam subindo sem minha permissão e fico feliz de estar sozinho. Imagino como seria Hugo gemendo meu nome, pedindo para que eu o torne meu. Para que eu seja dele. Meus músculos tremem de prazer. Não aguentarei muito mais tempo agora. Acabo fazendo algo inesperado. Continuo me masturbando com a mão direita e pego o celular novamente. Sem pensar duas vezes, ligo pra Hugo. Ele atende em questão de segundos.
— Uri, está tudo bem? — seu tom de voz soa abafado e sonolento. O que me deixa ainda mais excitado. — O que está acontecendo? — droga. Não sei se foi uma boa ideia ou não, a voz de Hugo me faz pirar e acabo arfando descontroladamente.
— Eu só queria... ah! ... dizer... ummn... Boa noite! — desligo a ligação e em questão de segundos acabo explodindo. Meu sêmen cobrindo todo o meu corpo. Ainda arfando como se tivesse corrido uma maratona, meus lençóis estão completamente molhados de suor. Encaro o teto por alguns minutos e depois decido que um outro banho não seria uma má ideia.
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