— Devo usar o vestido azul ou o vermelho? — Luna estende dois vestidos curtos e com decotes enormes. — Talvez eu deva usar uma calça e aquele top preto. — Ela murmura para si mesma.
Caio e eu estamos sentados na cama de Luna, observando todos os quadros de suas bandas favorita, indo de ídolos do K-pop até bandas nacionais não reconhecidas. O quarto faz jus a personalidade da dona. As paredes amarelas, decoradas precisamente, são intimidadoras e parecem estar zombando de nós dois.
— Lu, gostaríamos de chegar na festa hoje. Já são 20:25. — Caio diz e eu me remexo com ansiedade ao seu lado. — O azul me parece muito bom. — ele acrescenta.
— Ótimo. Vou usá-lo então. — ela entra no seu banheiro com o vestido e alguns minutos depois, longos minutos, está de volta ao quarto. Linda e pronta para a festa.
— Uau. Você parece ótima. — Caio diz.
— Eu estou ótima, irmãozinho. — Luna diz sorrindo e aperta o nariz de Caio entre seus dedos, o que o deixa extremamente incomodado. Depois ela se afasta e passa as mãos pelo vestido, antes de cruzar os braços filosoficamente. — Queria que Amanda pudesse ir também. Mas, já estou feliz o bastante por Hugo ter lembrado de nós. Hora da festa, garotos. Não se segurem. — ela está radiante e sua pele brilha sob a luz dourada. Cheia de vida. Luna está cheia de vida. Caio sorri para ela. Afável e tranquilo, como um lago de águas paradas. Estou feliz como nunca quando tia Anna nos deixa na entrada do restaurante.
— Vocês vieram. — Hugo nos salda da entrada, usando um terno justo e imponente. Logo me amaldiçoo por estar de sandálias, bermuda e camiseta por baixo de uma blusa havaiana aberta. Ele disse que não era nada formal! — Estão lindos. — ele sorri para todos nós primeiro e depois seus olhos se fixam apenas em mim. Reviso novamente Luna e Caio. Luna está impecável no vestido azul e Caio está maravilhoso com uma calça jeans, uma blusa branca de manga comprida e um sobretudo fino, da cor cinza, envolvendo tudo. Seus cabelos soltos estão selvagens essa noite. E, mesmo que ele não esteja com suas roupas formais, ele ainda está lindo e pronto para se encaixar. Acabo desejando ter sido mais cuidadoso. Hugo ainda me encara intensamente e parece perceber o que se passa.
— Okay, irmãozinho, preciso de uma bebida. — Luna diz e Hugo tenta dizer algo, possivelmente se oferecer para pegar, mas Luna interrompe. — Não esquenta, Hugo. Eu mesma me encarrego disso. Vai ser apenas um suco ou refrigerante, de qualquer forma. Não se preocupe. Continue cuidando do nosso Urizinho. — Ela pisca para ele e sai de braços dados com Caio.
— Você disse que não era nada formal! — não consigo controlar o tom da minha voz enquanto meus olhos percorrem o local e vejo todas as pessoas em ternos, vestidos e outras roupas não muito casuais.
Ele sorri para mim. Ainda estamos na entrada. Há um segurança abaixo de onde estamos, encarando indiferente a noite que se estende e recebendo convidados. Um lindo casal asiático passa por nós e cumprimentam Hugo com muita intimidade, então ele se desvia de mim por alguns minutos. Vejo que eles também estão em roupas formais e meu estômago embrulha, ainda mais quando a mulher se vira para mim e sorri. A pena está estampada no seu rosto. É quase palpável. Como se dissesse: sei que você foi corajoso o suficiente para vir até a porta usando isso, mas, no seu lugar, jamais me atreveria a entrar. Sorrio de uma maneira bagunçada e ela assente. Logo os dois se juntam ao amontoado de pessoas dentro do restaurante. Música começa tocar, música clássica e mais alguns sons que soam como canção fúnebre. Estou começando me arrepender de ter vindo. É uma festa de celebração de negócios e não uma reunião de amigos.
— Me desculpe, Uri. Eu achei que seria apenas um jantar ou uma festa normal. — seus olhos realmente carregam pesar, mas não ligo. Não é ele que está vestido com cores tão vibrantes que, no meio de todas essas pessoas, acaba parecendo um palhaço. Me sinto um maldito palhaço. — Mas, de qualquer forma, você ainda é a pessoa mais linda de toda essa festa. E está ótimo. Helena concordou.
— Helena? — a confusão acaba me afastando da autodepreciação.
— A mulher que estava aqui ao pouco, mãe de Raissa. — ele diz. — Ela te achou lindo também.
— Pareceu que ela sentia pena de mim, se quer que eu seja sincero. — digo amargamente, me lembrando de Raissa e de tudo o que ela representou até agora.
— Não é isso. Conheço Raissa desde que somos crianças e todos acharam que terminaríamos juntos um dia. Tivemos um namoro de jardim de infância. Mas é isso. Raissa falou sobre a gente para ela. Sobre você. O garoto novo na cidade por quem estou apaixonado. — ele arregala os olhos depois das últimas palavras saírem da sua boca. Depois se recupera e continua. — Helena queria saber se era você, então eu disse que sim. — por isso o olhar e o meneio de cabeça. Agora que entendi tudo me sinto mais tranquilo com como me pareço, e o fato de Hugo ter me dito que sou a pessoa mais linda da festa, ao menos para ele, também ajuda bastante.
— Você está apaixonado por mim? — pergunto enquanto junto confiança para encarar o salão a nossa frente.
— Não deveria? — ele sorri e passa a mão pelo meu cabelo, chegando até a minha bochecha e fazendo círculos leves. A sensação é divina. Suspiro um pouco e olho no fundo dos seus olhos. Um mar da cor do mel, prestes a me engolir. A cor de uma tempestade e, por um momento, nunca quis ser atingido com tanta força.
Passo os olhos pelos convidados novamente e logo localizo Luna e Caio, conversando com um casal bem apessoado e alegre. Reconheço a mulher da última vez que passei por aqui. São os pais de Hugo.
— Você se importaria de se atrasar para a celebração dos seus pais? — pergunto. Me desviando de sua última pergunta.
— Eu pagaria por isso. — ele diz e me encara intensamente.
— Então, junte-se a mim, meu amado. Te mostrarei que as estrelas não são meras luzes no escuro. São explosões. — Faço um gesto de recepção, como um garçom, e depois sorrio inclinando a cabeça. Seguro sua mão na minha e o puxo para longe de toda aquela solenidade e tranquilidade. Essa não é uma noite serena. Desde que Hugo me tocou pela manhã, explodir é tudo o que eu quero e não vou esperar mais.
Andamos um pouco e logo estamos na parede lateral do restaurante, um lugar apertado entre becos. Mas não me incomodo, não planejo deixar nenhum maldito centímetro entre nós.
— Você me perguntou se deveria me amar. Se deveria estar apaixonado por mim. — digo e me aproximo dele, o pressionando contra a parede, depois passando meu braço ao seu redor, segurando a parte inferior da sua coluna e o encaixando em mim. Tudo parece absolutamente certo. Nossos corações são tambores saltitando sem qualquer ritmo. Freneticamente. Selvagemente. Hugo me ofereceu uma canção no chalé. Eu quem ditarei uma melodia essa noite então. — Quer saber qual a minha resposta? — a intensidade, o calor na minha voz, poderia derreter uma geleira.
— S-sim. — Hugo diz. É um dos raros momentos em que ele está sem palavras. Ele me disse que lutava para se controlar cada vez que estava comigo, mas isso não é nem perto de como eu me sinto. Como se fosse entrar em erupção. Como se fosse um cometa em colisão. Toda a espera e a reserva acabaram. Somos apenas nós dois e a noite. E não vamos reluzir, vamos queimar.
Seguro sua coluna mais forte, o pressionando ainda mais e consigo senti-lo endurecendo contra mim. Sua respiração atrapalhada, quase ofegante. Levanto a outra mão e a encaixo entre sua orelha e sua bochecha. Respiramos juntos antes de eu dizer.
— Essa é minha maldita resposta. — E o beijo. Diretamente nos lábios.
É calmo no início, enquanto nos acostumamos um com o outro, e então nos familiarizamos e sinto o gosto de Hugo escorrer para a minha boca. Quero mais. E mais. E mais. Ele perde a postura passiva e pressiona as mãos na minha bochecha também, então a leva para explorar meu corpo. Sinto os arrepios conforme sua mão dispara e o aperto ainda mais e o beijo mais forte e nunca terei o suficiente dele. Interrompo o beijo e me afasto um pouco, tomando ar novamente.
— Bela resposta. — Hugo diz e nós dois rimos. — Mas acho que ainda não está clara o suficiente. Pode repeti-la? — ele sorri maliciosamente e vejo seus cabelos e roupas desgrenhados. Acho que nenhum de nós parece muito formal a essa altura.
— Vezes o suficiente até que você entenda. — digo e me inclino para ele novamente, mas logo Hugo me pega nos seus braços e me gira. Estou contra a parede agora e ele quem parece voraz. O que não é um problema. Sinto o calor de todos os infernos essa noite.
Nossos beijos continuam e continuam, seus lábios deslizam contra os meus, depois se encaixam novamente e sua língua entra e sai quando quer. Estamos ambos duros e todos os toques enviam ondas de prazer imensa. Hugo começa gemer a uma altura e sinto o seu descontrole, sinto o pulsando contra a minha barriga.
— Você não sabe o quanto ansiei por um mínimo toque seu. — ele diz. — O quanto te imaginei. — estamos respirando novamente e sorrindo bobamente um para o outro.
— A espera acabou, Go. Todos os meus toques são seus agora. Eu sou seu. — digo e logo estamos entrelaçados novamente.
Agarro a bunda de Hugo e a aperto enquanto pressionamos nossas excitações uma contra a outra e esfregamos. É uma loucura. Puro delírio e me entrego completamente. Quando ele agarra minha bunda também, leva os lábios a minha orelha e desce até meu pescoço, bem na cicatriz, é minha vez de gemer. Nada controlado.
Continuamos descobrindo o caminho um para o outro. Coloco o contra a parede novamente e começo a lamber seu pescoço e subir para beijá-lo. Ele aperta meu pau e me olha maldosamente, me sinto cada vez melhor quando me atiro contra sua mão e me movimento sob a bermuda. Apenas a bermuda agora. A cueca já não me contém mais. Observo a ereção empurrando a calça do seu terno e isso só me excita ainda mais. Voltamos a nos beijar e a mão de Hugo continua. Precisa e gostosa. Decido retribuir o gesto e logo nós dois estamos arfando e ansiando por mais. Queria poder ter e dar tudo aqui de uma vez. Mas, uma parte muito pequena do meu cérebro, registra que ainda precisamos voltar para a festa. Me afasto.
— Precisamos voltar para a festa. — digo. Meu corpo tremendo. Ajeito meu cabelo e minha roupa, completamente amarrotada. — Mas espero que minha resposta tenha sido clara o suficiente agora.
— Você terá que repeti-la por toda a eternidade, Uri. Jamais compreenderei. — ele sorri gentilmente e parece muito feliz depois de ajeitar suas próprias roupas, ainda um pouco duro. Desvio o olhar, porque senão não vou conseguir parar de beijá-lo e senti-lo.
— Vamos? — estendo a mão e ele a aperta enquanto caminhamos de novo para o salão do restaurante. Quando atravessamos a entrada, não hesito, e a mão de Hugo me dá ainda mais confiança para seguir. Não importa como eu me pareça essa noite. Eu o tenho. Tenho tudo o que preciso.
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