Em um longínquo passado, havia um profundo e vazio lugar, onde nada existia, nem vida ou tempo, apenas a imensidão do obscuro vácuo. Porém, em um momento tudo se iniciou, e de um ponto de luz daquele escuro espaço surgiu uma bela e poderosa criatura, de pele clara, olhos cinzas, pequenos seios e cabelos policromo, o nome dela era Iris.
Quem era ela, ou de onde vinha era um grande mistério. Tudo sobre ela anterior ao surgimento naquele lugar era completamente desconhecido, e o que se sabe é o que houve posteriormente ao sair daquela luz. Quando ali emergiu, o corpo dela conduzia um poder imensurável, o rosto, os braços, o cabelo, por tudo fluía uma energia incrível. Através deste poder, ela criou tudo que passou a existir naquele local, e chamou o que havia feito de Yggvoredo.
Para realizar tal feito, ela novamente invocou, da sombra, a luz que a havia levado até aquele lugar, e dela fez surgir a água, o fogo, o vento, assim como o céu e a terra. Porém, ela ainda olhava em volta e sentia que faltava algo. Então, a criatura ofereceu um sacrifício ao que tinha criado e, ao cair de uma gota de sangue no chão, fez surgir os diversos seres que passaram a existir. A fim de proteger tudo o que havia feito, ela criou os Namuh, três grupos de indivíduos poderosos, para viver nos três continentes daquele mundo, cuidando de tudo que havia sido gerado, e para estes seres Iris tornou-se uma divindade.
O primeiro Namuh que criou foi a Musa, o nome dela era Sergra, e ela foi feita a partir de um pequeno galho de uma árvore. Iris a enviou para viver em Dragsil, o continente das grandes ilhas. A esta criatura ela deu um dom chamado de Sangrya, que permitia a ela entender e intensificar ou aliviar os sentimentos e emoções que todas as criaturas que ali viviam poderiam vir a vivenciar. Este controle era realizado através da flor, localizada no topo da cabeça da musa, e era ligada aos nervos emocionais. Ela também possuía galhos presos no ombro, e um pequeno fruto entre os seios, ambos resquícios de sua origem.
Um dos outros Namuh foram os Neradives, feitos pela deusa a partir de um pequeno conjunto de cristais roxos. Eles foram enviados por Iris para viver em Haulleaud, uma terra extremamente montanhosa. Ela também lhes deu um dom chamado de Ogham, que os permitia ter visões sobre quaisquer lugares, e em qualquer época: passado, presente, ou futuro. Devido ao desgaste gerado por este tipo de habilidade, cada um dos neradives foi abençoado apenas com a capacidade de contemplar um único período. Eles eram identificados através de uma marca, normalmente localizada na testa, que os dividia de acordo com os momentos que poderiam ver: sol para aqueles que viam o passado, eclipse para os que viam o presente, e lua para os que viam o futuro. Além da marca e do tom de pele arroxeado, os neradives possuíam cotovelos pontudos, e runas escritas pelo corpo - que surgiam depois de uma visão como forma de registro do que tinha visto.
O último dos Namuh foram os Elfos, criaturas enormes e de orelhas pontudas. Foram feitos pela deusa a partir dos raios de luz que iluminavam Yggvoredo. Ela os enviou para viver em Illyllon, o maior dos continentes, e que abrigava o grande território gélido do norte. Iris abençoou os elfos com o dom da magia elemental. Eles podiam manipular os elementos daquele mundo livremente, desde que o corpo deles os permitisse conduzir a energia necessária para isso.
Como prova do vínculo existente entre eles, assim como fez para a musa - com a rosa - e com os neradives - com a marca na testa, Iris deu a cada um dos oito elfos que criou - os primários (Drustanus, Wyrde, Milrem, Lasont, Hanelle, Darkon, Anelinne e Dasol) - uma marca especial, que provava a eles, e as futuras criaturas que viriam a existir, o vínculo eterno que possuíam. Essas marcas se tornaram um grande motivo de orgulho para os elfos, compartilhadas entre as gerações, como elo entre o passado e o futuro.
Após criar tudo, assim como quando surgiu, em um clarão misterioso Iris desapareceu, não sendo novamente mais vista por ninguém que ali vivia, e deixando para trás toda a Yggvoredo, polvorosa e em caos. Em consequência, diante do desespero das criaturas com a ausência da deusa, Sergra - a musa - se retraiu nos próprios sentimentos e se transformou em uma semente, e dela então, no meio de Dragsil, surgiu uma grande árvore, que passou a dar origem a novas musas. Cada uma que surgia, diferente de Sergra, passava a compreender e aliviar ou intensificar apenas um único sentimento.
E assim é como contam os povos que lá vivem sobre a criação de Yggvoredo, o mundo pacifico em que surgiram e que vivem até hoje. Onde existem diversas criaturas mágicas, com os mais variados tipos de habilidade, vivendo em harmonia, e que deste mesmo modo permaneceu, até então…
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