Theo olhou para baixo, suas mãos ainda abafando os ouvidos de Kai, e soltou um risinho da face ruborizada que viu.
— O mestre Leandro. – Theo disse ao soltar Kai.
— O-oh, o alto, de óculos? E-Ele é muito gentil. Uma vez na biblioteca eu estava carregando uma pilha de livros e ele me ajudou, e eu nem sou aluno da Colosso.
— Sim! Ele também já me ajudou a escapar do professor Heitor uma vez! Mestre Leandro é muito gente boa!
— Não sei, eu não confio muito-
Sam avistou uma garota conversando animadamente com outros alunos. Seus cachos cor de areia estavam soltos em desarranjo, ela provavelmente esteve caçando na floresta de novo. Sem querer Sam deixou seus olhos correrem para as coxas expostas.
— Entaão? – Theo localizou o foco de interesse da prima.
— Nele! – A voz da Sam quebrou, e ela estava mais vermelha que um morango, era a primeira vez que Theo a via assim desconcertada.
Leandro bateu duas palmas, e um projetor 3D começou a rodar imagens, quase cenas, de um tempo antigo.
No princípio da Era Arcana da Humanidade…
É sabido que antes das grandes civilizações, ou seja, antes das grandes guerras, os homens viviam uma vida simples, difícil, mas todos os frutos de seu trabalho eram seus, pro seu próprio sustento, e para usar como aprouvessem.
Foi nessa época de harmonia que “o Portal” apareceu. Segundo as tabuletas antigas, o portal podia ser visto desde as planícies do leste, quanto nos desertos do norte, e das cordilheiras do oeste. Mas ninguém podia ver as criaturas que dela surgiram.
Todos os tipos de seres astrais, dragões, aliens, humanoides com rostos de águias, chacais, leões, mais tarde seriam tratados como divindades, ou como surto de um delírio coletivo devido à contaminação da água, mas naquele momento eram completamente invisíveis aos seres terrenos.
Com o tempo haviam tantas criaturas entre os seres humanos que as linhas de mana que emanavam de seus corpos astrais se aderiram aos humanos, e com o tempo, eles podiam ver, e temer, os seres astrais.
No princípio houve medo, mas logo humanos e seres astrais passaram a criar vínculos, e as criaturas ensinaram os humanos como usar a mana ao seu redor para facilitar nas tarefas cotidianas, desde o plantio, a construção, o transporte.
Os seres astrais revelaram os segredos da magia arcana sem nunca pedir nada em troca. Eles simplesmente apreciavam observar a curiosidade, o prazer da descoberta se revelar nos rostos daqueles seres tão frágeis.
— Uau! Olha só a hora! Estou atrasada para aula de Melodia! – A voz dela quebrou e ela saiu apressada.
— M-mas Sam, ainda não é... – Kai foi atrás da amiga, sem entender o que tinha acontecido.
Um sorriso maroto logo se instalou no rosto do Theo. Ele teria que dar atenção a esse novo evento. Da sua mochila, ele tirou um pequeno caderno, com capa de couro. Na página que ele abriu estava uma lista de prioridades, e ele adicionou mais um item:
Enquanto caminhava e escrevia – não recomendado – Theo quase trombou com outra pessoa em seu caminho. Ao levantar o olhar para a pessoa em seu caminho, ele rapidamente guardou o livro, e cumprimentou o professor.
— Muito obrigada pela chance de ser seu aprendiz! Prometo que não vou decepcioná-lo!
— Eu sei que não. – O professor Leandro respondeu, sua voz mansa e olhos languidos fixados no Theo. — Vamos até minha sala.
Como o sol se punha, as sombras projetadas pelos vitrais da catedral pareciam mãos prontas para puxarem seus pés, Theo desviou o olhar.
— Por que você me escolheu? – Theo perguntou nervoso, tentando puxar assunto. – Eu não me lembro de outros aprendizes seus.
— Você será o primeiro. E sabe por que? – Leandro olhou fixamente para ele, procurando por algo.
Theo deu de ombros, ele não sabia.
— Porque você é um dos alunos mais talentosos que eu já vi.
A surpresa evidente no rosto de Theo não era o que Leandro estava procurando, mas sim a pose orgulhosa que apareceu logo em seguida.
— E te deixar à mercê de magos tão antiquados seria um desperdício de um potencial imenso.
Ao chegarem na sala, o professor ofereceu chá e biscoitos doces, que Theo foi logo aceitando, isso o fazia lembrar de casa.
— Eu vejo muito de mim em você. – Professor Leandro interrompeu os pensamentos do garoto. — A criatividade, a curiosidade, o desejo de mudar o status quo.
Theo estava sentado em uma das poltronas e Leandro que ainda estava de pé colocou uma mão sobre um de seus ombros, seu olhar cravado no Theo.
— E juntos, Theo, nós poderemos acabar com a doença no ensino da magia. – Se a voz do professor tinha agora uma cadência diferente, Theo não saberia dizer.
— O que isso quer dizer?
— Você já ouviu falar do Plano Astral? – Leandro sentou-se na poltrona em frente ao Theo.
— Sim. Meu tio me contou que o Plano foi selado pelos magos da Elite Kenaz…
— Mas você sabe o por quê do selo?
Theo se lembrava vagamente de seu tio contando a história, ficar parado e ouvindo nunca foi o forte dele.
Leandro bateu duas palmas, e um projetor 3D começou a rodar imagens, quase cenas, de um tempo antigo.
No princípio da Era Arcana da Humanidade…
É sabido que antes das grandes civilizações, ou seja, antes das grandes guerras, os homens viviam uma vida simples, difícil, mas todos os frutos de seu trabalho eram seus, pro seu próprio sustento, e para usar como aprouvessem.
Foi nessa época de harmonia que “o Portal” apareceu. Segundo as tabuletas antigas, o portal podia ser visto desde as planícies do leste, quanto nos desertos do norte, e das cordilheiras do oeste. Mas ninguém podia ver as criaturas que dela surgiram.
Todos os tipos de seres astrais, dragões, aliens, humanoides com rostos de águias, chacais, leões, mais tarde seriam tratados como divindades, ou como surto de um delírio coletivo devido à contaminação da água, mas naquele momento eram completamente invisíveis aos seres terrenos.
Com o tempo haviam tantas criaturas entre os seres humanos que as linhas de mana que emanavam de seus corpos astrais se aderiram aos humanos, e com o tempo, eles podiam ver, e temer, os seres astrais.
No princípio houve medo, mas logo humanos e seres astrais passaram a criar vínculos, e as criaturas ensinaram os humanos como usar a mana ao seu redor para facilitar nas tarefas cotidianas, desde o plantio, a construção, o transporte.
Os seres astrais revelaram os segredos da magia arcana sem nunca pedir nada em troca. Eles simplesmente apreciavam observar a curiosidade, o prazer da descoberta se revelar nos rostos daqueles seres tão frágeis.
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