Romeu correu para um prédio destruído durante a explosão, algumas pedras caíram e quase atingiram o jogo, em um ato rápido, ele segurou uma corda e evitou que uma pedra despencasse.
Nesse momento, Julius e Bartolomeu, atacaram o esqueleto que apresentou sinais de cansaço. Aos poucos, o monstro recuava e chegava perto de Romeu.
— Eu não vou aguentar por muito tempo! — gritou Romeu, com as mãos doloridas por causa do peso da pedra. — Rápido.
— Julius, sabe que o papai vai te matar, né? — perguntou Bartolomeu desviando de um ataque do esqueleto.
— Eu sei. Por isso tenho que fazer bonito. — correndo em direção à uma parede pequena, correndo e pulando em cima do esqueleto o chutando para o local onde estava Romeu. — Olha só!
No auge da dor, Romeu soltou a corda e a pedra gigante esmagou o esqueleto. Uma intensa nevoa cobriu o local e apenas o grito dos saldados feridos eram escutados. Ainda com medo, os moradores saíram de suas casas e quando viram o esqueleto morto iniciaram uma celebração.
Preocupado, Celdo, correu na direção dos filhos e verificou se estavam todos bem. Claro, que a corda da vida quebrou para o lado de Julius.
Romeu saltou a corda e a pedra gigante esmagou o esqueleto. O local fica coberto de fumaça. Aos poucos as pessoas saem de suas casas e começam a celebrar. O Rei Nilo e Celdo se aproximam.
— O que vocês estavam pensando.
— Calma, Celdo. São apenas jovens. — interveio o Rei Nilo que voltou sua atenção para os saldados feridos.
— Desculpa, pai. Vimos a explosão e corremos pra cá. — Julius tentou se justificar, mas o pai não conseguia entender.
— Pai. O meu irmão fez um grande trabalho hoje. — falou Bartolomeu colocando a espada no chão.
— Eu sei disso. — abraçando Julius e o beijando na testa. — Eu sei disso. Uma semana de castigo.
— Paiii!! — reclamou Julius.
— Bartolomeu, leve o Julius para casa, por favor. Romeu, venha comigo. Precisamos resolver esse problema. — ordenou Celdo, olhando para a pedra gigante e toda destruição que a caveira causou.
— Vamos, mano.
— Isso é muito injusto, eu derroto a criatura das trevas e ainda levo castigo. Você sai com suas roupas íntimas, todo desgrenhado, e é considerado o herói da noite. Isso é muita injustiça!!!! — indo embora com Bartolomeu.
Uma caveira causou uma confusão enorme em Framon, imagina as outras "armas" que Cen enviaria para sua vingança. No castelo, o Rei e Celdo, fizeram uma reunião para decidir qual seria a melhor abordagem para um mal tão poderoso quanto Cen.
— Ele está aqui, Celdo. Eu sinto isso. — de uma forma triste, Rei Nilo, falou sobre a aparição de Cen.
— Eu sei. Agora precisamos contar com a ajuda dela. — ressaltou Celdo, olhando pela janela para o sol que nascia no horizonte.
— Tem certeza? Ela passou por mal bocados da última vez.
— Infelizmente, meu caro Rei, é a nossa única saída. Vou falar com ela. Com licença, meu rei. — reverenciando Nilo e saindo da sala.
— Que Deus nos ajude. — pensou Rei Nilo, sendo surpreendido pelo príncipe Mitty, o seu único herdeiro.
— Nossa! — exclamou Nilo quase tropeçando em um balde. — Quem colocou isso aqui?
— Voltou cedo hoje. — soltou o Rei de forma irônica.
— Olá, papai, como está o senhor?
— Melhor que você. Melhor que você.
Irado. Essa palavra poderia definir o estado de espírito do Feiticeiro Cen. Ele quase destruiu o seu castelo, após a derrota do esqueleto. Quem sofreu as consequências foi o pobre Klaudo. O ódio aumentava o poder de Cen, que a cada dia, crescia mais e mais.
— Malditos! — gritou Cen soltando fumaça do nariz. — Eu vou acabar com eles.
— Calma, mestre.
— Aaaah!!! — usando os poderes e jogando Klaudo contra a parede. — Eu estou calma!!! — afirmou o feiticeiro, enquanto, trovões caiam fora do castelo.
— Perdão. — choramingou Klaudo, deitado no chão e cobrindo o rosto.
— Então, quer dizer que esses pivetes derrotaram o meu esqueleto? — perguntou Cen, andando até a bola de cristal e a ativando. — O que o orgulho papai faria se descobrisse o segredo de seu filho? Ah, Celdo, aqui se faz, aqui se paga. — rindo alto.
Mais uma noite se passou, mais uma noite sem dormir. Isso estava virando uma rotina na vida de Julius. Seu coração parecia dividido entre o amor por Romeu e a lealdade para com sua família. Lágrimas escorreram de seus olhos e sua única companhia era a luz da lua que entrava pela janela.
No Centro de Treinamento, Romeu, também pensava em Julius e, assim como o amado, sabia que a situação podia se complicar.
No dia seguinte, Julius, recebeu a visita de suas melhores amigas: Cássia e Clarissa. Eles conversaram sobre vários assuntos e decidiram tomar banho no lago. Apesar do castigo, ele conseguiu convencer a mãe a deixá-lo ir.
Devido aos costumes de Framon, as meninas precisaram usar trajes masculinos para se banharem no rio. Para Julius, suas sensações pelas amigas não passavam de carinho e admiração. Ele não conseguia ficar apaixonado por elas.
— Tua mãe é a melhor de todas. — comentou Cássia entrando na água.
— E o teu irmão o mais lindo. — emendou Clarissa mergulhando para esconder a vergonha.
— O mais lindo, o mais forte, o mais esperto, o mais habilidoso. Meu pai também exalta essas qualidades do Bartolomeu. — soltou Julius, aparentemente, chateado por causa das qualidades de Bartolomeu.
— Credo, Julius. Deveria ser mais legal com ele. — aconselhou Cássia. — Afinal, se Clarissa casar com ele, nós seremos família.
— sou até por demais. Acredita que ontem o vilarejo foi atacado por um esqueleto enorme e quem levou os louros por matá-lo foi o Bartolomeu, acredita?
— Ele é forte mesmo. — suspirou Clarissa, da forma mais apaixonada que possa existir, algo que tirou Julius do sério.
—Eu tive a ideia para matar o monstro e no fim quem recebeu a recompensa foi ele. — mergulhando na água, ficando submerso apenas alguns segundo e emergindo.
— Deram ouro pra ele? — perguntou Clarissa.
— Eu quis dizer reconhecimento. — explicou Julius, tirando alguns tufos de cabelo que caíram sob seus olhos.
Uma voz conhecida chamou a atenção do grupo. Era Romeu, ele pegou uma folga do Centro de Batalha e resolveu visitar o grande amigo. Como ainda teria algum trabalho para fazer, Romeu não quis entrar na água, mas ficou conversando com os amigos.
Chateado por causa de toda a confusão, Julius, achou melhor cortar a conversa com Romeu. Ele saiu do rio, vestiu as roupas e foi para casa. Clarissa e Cássia ficaram sem entender a atitude do amigo, porém, pediram licença de Romeu e seguiram Julius.
Romeu ficou sozinho, ouvindo o balançar da água, a brisa da tarde bateu em seu rosto, no coração, apenas a tristeza se fazia presente. Ele havia passado dos limites com Julius e se arrependeu da atitude.
Do nada, uma mulher idosa apareceu e assustou Romeu. Ele conhecia os moradores de Framon e nunca viu a tal senhora na vida. Com a fala mansa, a tal mulher se apresentou como Elfânia. Ela vestia uma túnica preta, seu nariz era pontiagudo e seus cabelos brancos.
— Coração partido? — perguntou Elfânia para Romeu.
— Estou bem. Não se preocupe. — desconversou Romeu, ainda nervoso e com seus pensamentos voltados para Julius.
— Pode me dar um pouco de sua água?
— Claro. — pegando o cantil e oferecendo a mulher. — Pode ficar.
—Obrigada, meu jovem. Só tome cuidado. Ás vezes, a gente precisa lutar mais do que esperamos, principalmente, por um grande amor. — alertou a senhora. — Pegue. — entregando para Romeu um amuleto feito com pedra de jade.
— O que é isso? — questionou Romeu analisando o objeto.
— O talismã do amor. Ele brilha se a gente entregar nas mãos da pessoa que está destinada a ser nosso verdadeiro amor.
— Verdade? — olhando novamente para o objeto, ainda sem acreditar nas palavras da senhora. — Mas... — Romeu ficou sem palavras ao perceber que Elfânia não se encontrava mais ali.
Atrás de um arbusto, Elfânia, ria do jovem Romeu analisando o talismã do amor. Uma nuvem cinza começou a cobrir o corpo da mulher e Cen apareceu no seu lugar. O feiticeiro continua rindo da inocência de Romeu e, isso, era apenas o primeiro passo de seu plano contra Framon.
— Essa foi fácil. Eu poderia te destruir por ter ajudado a matar minha caveira, entretanto, quero destruir a família do Celdo. — desaparecendo em uma nuvem de fumaça.
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