O coração do jovem bateu forte. No fundo, Romeu, sabia que Celdo estava metido naquela história, porém, a honra de um guerreiro é tudo. Com uma carta assinada pelo Rei Nilo, Romeu, teria que encarar a missão.
— Isso é coisa do meu pai. Mas, como soldado do Rei, você precisa ir, ou....
— Eu sei. — Romeu soltou, ainda lendo a carta escrita pelo Rei Nilo.
— Eu não sei nem o que te dizer. Essa situação é complicada demais, Romeu. — Bartolomeu lamentou com uma voz rouca.
— Preciso falar com Julius. Ele precisa esperar por mim.
— Meu pai não vai deixar. O Julius está trancado no sótão.
— Por favor. — Romeu pegou no ombro de Bartolomeu, que não resistia aos olhos tristes do melhor amigo. — Em nome da nossa amizade. Eu imploro. — ficando de joelhos no chão.
— Cruzes, Romeu. Porque você não se engraçou com a Catherine.
Servindo de pombo correio. Bartolomeu contou tudo sobre a viagem de Romeu para o irmão. Ao saber da notícia, Julius, ficou desolado, afinal, o seu grande amor partiria para longe. O jovem tinha apenas algumas horas para falar com Romeu, antes do navio zarpar.
Bartolomeu contou sobre a viagem de Romeu, Julius ficou desolado, seu grande amor viajaria para longe. Ele fez greve de fome e o ato assustou sua mãe. O jovem tinha apenas algumas horas para falar com Romeu antes do navio zarpar.
Sem forças para chorar. Julius precisou ser prático e criou uma rota de fuga para encontrar o seu amor. Ele quebrou uma das janelas do sótão e precisou escalar as paredes. A única coisa que o jovem não contava era com a mãe que o aguardava no jardim.
— Julius...
— Uma vez eu ouvi alguém falar que o amor de vocês era impossível. — disse Julius, apelando para o bom coração de Malody.
— O quê? — ela perguntou assustada, temendo que o filho tivesse descoberto um segredo do passado.
— Sim. Eu sei que você casou com 15 anos. E o papai 17. Mamãe. Não existe amor errado. Por favor. Nunca lhe pedi nada. Por favor.
— Filho. — Malody ficou reflexiva por um tempo. — Ok. Vá. Rápido.
Sem pensar duas vezes, Julius, pegou um cavalo e correu para o porto da cidade. Neste momento, Romeu, já estava dentro do navio. Ele rezava para ver Julius, pelo menos, uma última vez. O capitão deu a ordem e a embarcação saiu do porto de Framon.
— É isso. — pensou Romeu, andando até a proa do navio. — Adeus, meu amor!
Desesperado. Essa é a definição para Julius Mazzaro, que chegou ao centro da cidade e recebeu as más notícias de Bartolomeu. O jovem não se deu por vencido e correu para a praia. De longe, ele avistou a embarcação de Romeu.
— Romeuuuu! — gritou Julius, apertando as rédeas para o cavalo correr mais rápido. — Maldição.
Triste por ter a certeza que nunca mais veria Julius, Romeu, observava o porto de Framon ficando cada vez mais longe. Quando, um dos marinheiros observou alguém na praia correndo em cima de um cavalo branco.
— Não acredito. — Romeu disse, pegando a luneta e sorrindo ao ver Julius.
— O rapaz é rápido. — observou o capitão, que estava ao lado de Romeu.
— Capitão. — falou Romeu, entregando a luneta para o marinheiro.
— Sim, Romeu.
— Infelizmente, não os acompanharei nessa jornada. Peço dispensa, hoje! — anunciou Romeu, antes de jogar-se no mar.
Foram 15 minutos nadando no mar, porém, para Romeu, a distância não significava nada. Na praia, Julius, o esperava, aos prantos, pois, sabia que aquilo era o início de uma nova vida, já que o pai nunca o aceitaria.
— Você está maluco? — perguntou Julius, ajudando Romeu a sair da água.
— Eu te amo. — foi a única coisa que Romeu conseguiu falar, pois estava sem fôlego.
Os dois estavam molhados. Os cabelos de Julius, ricocheteiam, o pôr do sol e faziam os olhos de Romeu ficarem pequenos. Eles se aproximaram, Julius, pegou no peito de Romeu e sentiu uma batida frenética.
— Eu te amo, Julius Mazzaro. — Romeu declarou-se beijando o amado.
A cena chocou algumas pessoas que passavam na praia, mas eles nem ligaram. A partir daquele momento, o amor seria a única lei para os dois. Mesmo isso sendo um fim na relação entre Julius e Celdo.
Com a ajuda de Clarissa e Cássia, Romeu conseguiu um abrigo até o dia do baile. Ele e Julius viajariam para Costa Estrela para realizarem o seu sonho de ser um casal. No meio tempo, Julius, agiu da maneira mais natural possível.
Trancado em seu quarto, como parte do castigo de Celdo, Julius, escolheu algumas roupas e objetos pessoais para levar. Com todo carinho, o jovem guardou uma pintura de sua família, apesar de toda dor, ele ainda amava a todos, incluindo, Celdo.
O grande dia chegou, ou melhor dizendo, noite. A realeza de Framon vestiu suas melhores roupas e desfilou no tapete da entrada do palácio. Só que uma cena chamou a atenção dos convidados, a guarda-real, estava fortemente armada, uma vez que o feiticeiro Cen poderia mandar uma de suas criaturas.
Na carruagem, Julius ficou frente a frente com o pai. Ele não escondia a insatisfação de estar indo ao baile, porém, Celdo só baixaria a guarda durante o baile, logo, o melhor momento para fugir.
Antes de descerem da carruagem, a família Mazzaro foi anunciada pelos lacaios. A hipocrisia deixou o estômago de Julius embrulhado, pois o pai o puxou e deu um forte abraço, mas, dessa vez, com um sorriso no rosto.
— Julius, meu filho, coloque um sorriso nesse rosto. — pediu Malody, enquanto abraçava o filho.
Antes de entrarem no castelo para o baile. Malody puxou Julius para um canto reservado e garantiu que sentia orgulho da trajetória do filho. No fundo, Julius, queria contar a verdade para mãe e dizer adeus da maneira adequada.
— Filho. — pegando um colar e colocando na mão de Julius. — Esse colar tem poderes mágicos. Eu sempre o usei em momentos difíceis. Quando estiver desesperado, coloque-o em contato com a lua e peça ajuda da mãe natureza.
— Mãe?
— Dias difíceis podem chegar. Quero você preparado. — tocando no rosto do filho e sorrindo.
Sabe a garota mais invejada do baile? Foi a Catherine. Ela recebeu um convite de Mitty e a química entre os dois fluiu de forma natural. Já Bartolomeu convidou Clarissa, que nutria uma paixão escondida pelo irmão do melhor amigo.
— Queridos e queridas! — Rei Nilo chamou a atenção dos convidados. — Hoje. É dia de celebrar. A primavera chegou, isso significa mais comida em nossas mesas. A prosperidade bate às portas de Framon e...
Um raio atrapalha o discurso do Rei Nilo. Em seguida, uma forte ventania assusta a todos os convidados. Aos poucos, uma fumaça verde vai entrando no salão.
— Vocês são patéticos. — disse Cen aparecendo no meio do salão para a surpresa de todos.
Os guardas entraram em posição de defesa, mas não tiveram chance contra Cen. O feiticeiro levantou as mãos, proferiu algumas palavras e imagens começaram a aparecer nas paredes do castelo. Era um beijo entre Romeu e Julius.
— Celdo, nos encontramos novamente! — gritou Cen, fazendo Celdo levitar. — Gostou da surpresinha do teu filho mais novo? Adorei ajudar a família.
Os convidados ficaram chocados com a cena. O filho de Celdo Mazzaro, um desviado. Mitty olhou com desprezo para Julius. Celdo ficou com ódio de Cen, afinal, ele era um homem respeitado em Framon, e aquilo poderia manchar sua reputação de perfeito.
— Ignis! — gritou Cen, fazendo uma enorme labareda de fogo consumir parte do salão do castelo.
Pessoas desesperadas começaram a correr para todos os lados, de repente, a cena do beijo foi esquecida e todos buscavam uma forma de escapar dali.
Usando seus poderes, Cen, levitou Celdo, Melody e Rei Nilo, que seriam peças fundamentais para o seu plano de vingança contra Framon. Bartolomeu tentou segurar a mãe, porém, foi em vão.
— Pai! — gritou Julius abraçando o pai que levitava.
— Julius. Fuja. Saía daqui. Pegue os seus irmãos. Salve sua vida. — pediu Celdo, voando mais alto.
— Nãão! — Julius caiu em cima de uma mesa, que amorteceu a queda.
De repente, várias criaturas começaram a atacar os convidados. Romeu conseguiu entrar e encontrou Julius. Eles lutaram contra os monstros que pareciam esqueletos, mas claramente, estavam em desvantagem.
Para desmoralizar ainda mais a realeza de Framon. Cen os fez assistir ao castelo ser destruído pelas caveiras. Os poucos soldados que sobraram, lutavam bravamente contra as caveiras.
No meio da confusão, Bartolomeu, conseguiu chegar perto do pai, porém, Cen, criou uma barreira invisível que o impedia de ajudá-lo. O feiticeiro nem percebeu, pois parecia hipnotizado assistindo ao massacre.
— Escuta, Bartolomeu. — Celdo chamou a atenção do filho, que não sabia o que fazer. — Você é o homem da situação agora. Leve seus irmãos e o príncipe Mitty para um lugar seguro, e procurem ajuda no colar...
— Esse? — perguntou Julius mostrando o colar para o pai. — Esse que tem poderes mágicos?
— Esse mesmo, meu filho...
— Criaturas das trevas! — ordenou Cen apontando para Julius, Bartolomeu e Romeu. — Peguem essas crianças!!!
— Lembrem-se, a mãe natureza vai ajudar vocês. A mãe natureza vai ajudar vocês. — repetiu Malody, chorando, pois temia pela vida dos filhos.
Todos saíram do castelo correndo. Eles pegaram uma carruagem abandonada e foram para os limites da cidade. Cen subiu na torre do castelo e lançou uma forte magia que cobriu todo o reino de Framon. Em todos os lugares, as pessoas eram paralisadas.
Por pouco, o grupo formado por Julius, Romeu, Bartolomeu, Catherine, Príncipe Mitty e Clarissa, escaparam do feitiço. Eles pararam para os cavalos descansarem e buscavam uma maneira de compreender o que acabara de acontecer.
— Quem diabos é aquele homem? Bartolomeu, você precisa fazer algo. — Mitty falou, respirando fundo e tomando cerveja de seu cantil.
— O que vamos fazer? — perguntou Julius com as pernas trêmulas.
— Bartolomeu. — Catherine pegou no braço do irmão, ainda em choque.
— Precisamos de um plano, Bartolomeu. — garantiu, Romeu, segurando as rédeas dos cavalos.
— Estou assustada. — Clarissa disse, antes de começar a chorar.
— O que vamos fazer, irmão?! — Julius pegou no ombro de Bartolomeu.
— Eu, eu, eu não sei. — soltou o jovem, deixando uma lágrima escorrer em sua bochecha.
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