O papel do líder é primordial em épocas de guerras. Ele é o responsável por manter o elo mais forte entre seus liderados e os objetivos a serem alcançados. Naquela manhã nublada, Bartolomeu resolveu conversar com o príncipe Mitty, afinal, haviam alguns assuntos pendentes que precisavam ser resolvidos.
— Mitty. Podemos conversar?
— Claro, amigo. — respondeu Mitty tomando água do cantil. — Sente-se. — apontando para uma pedra.
— Ok. — Bartolomeu suspirou fundo e sentou-se na pedra. — É o seguinte. Sei que você não concorda muito com a situação do Romeu e do meu irmão, mas, por favor, peço que, pelo bem da equipe, tente se controlar ao fazer seus comentários. Eles estão dando um duro danado também.
— Olha. Eu, realmente, não concordo e deixo a minha posição bem clara. Não se preocupe, eles não ficando no meu caminho. — falou Mitty, deixando Bartolomeu preocupado.
— Vamos lá. Sei que você é uma pessoa do bem...
— Ser do bem não quer dizer que eu tenha que fechar meus olhos. Eles podem viver em Costa Estrela. Tem muitas pessoas iguais a eles lá. — sugeriu Mitty, ainda cego pelo preconceito, lembrando do único lugar que o amor de Romeu e Julius é aceito.
— Entendi. — disse Bartolomeu levantando-se. — Vamos partir em breve, com licença.
Existe uma linha tênue entre o bem e mal, mas, quando existem várias verdades orbitando juntas, como definir aquela que é correta? Certamente, Mitty, não era uma pessoa ruim do coração, porém, o medo do desconhecido o fazia agir de maneira imatura. Quem adorou a personalidade do príncipe de Framon foi Cen, que se aproveitou das fraquezas do jovem.
— Hum. — soltou Cen, enquanto, observava Mitty através de sua bola de cristal. — Quer dizer que existe uma ovelha negra no grupo de amigos? Bom, quero saber até quando essa paz vai reinar! — rindo alto e assustando aldo que estava ao seu lado.
— O que pretende fazer? — questionou o monstrinho tentando ver a bola de cristal nas pontas dos pés, mas, mesmo assim, não alcançava a mesa.
— Eu não preciso destruir os super amigos. Eles mesmos farão isso por mim. Só vou usar uma poção. — pegando um pote de lama negra e jogando no caldeirão. — E esperar eles se destruírem.
Catherine acordou com os chamados de Bartolomeu. Ainda sonolenta, a filha de Celdo desejou um café da manhã reforçado e ficou surpresa quando uma mesa apareceu na sua frente. Desesperada, ela chamou os seus amigos que ficaram surpresos com o banquete.
Pão quentinho, bolos, sucos, café e frutas. Realmente, a mesa estava farta e eles ficaram se olhando com medo de ser uma investida de Cen. O primeiro a se aproximar foi Bartolomeu. Ele analisou todos os itens, pois acreditava que aquilo poderia ser uma ilusão.
Com a mão direita, Bartolomeu pegou uma maçã e levou até a boca. Ele contou até três e deu uma mordida caprichada. O grupo ficou esperando algum tipo de efeito, porém, nada aconteceu. Na verdade, aquela foi a maçã mais saborosa que Bartolomeu provou na vida.
Intrigada, a filha mais nova de Celdo Mazzaro abriu o livro de encantos que ganhou da avó e fez uma pesquisa rápida. Ela encontrou um capítulo que falava mais sobre os poderes de uma Feiticeira Branca.
— Alguns desejos meus podem se tornar realidade! — exclamou a moça chamando a atenção dos amigos, enquanto lia algumas passagens do livro de encantos.
Ela pediu mais alguns minutos para ler um pouco do material. Já o grupo não perdeu tempo e se "jogou" naquela mesa cheia de delícias. Mitty fez para si, um enorme sanduíche de geleia de amoras, enquanto Bartolomeu preferiu provar o bolo de nozes.
— Quem diria! — soltou Julius com a boca melada de mirtilo, após comer umas frutinhas. — Fome não vamos passar.
Com a barriga cheia, eles decidiram ficar mais um tempo no acampamento improvisado, pois Catherine queria compreender melhor os seus poderes. Inspirada pela amiga, Clarissa decidiu praticar mais. Bartolomeu aproveitou a brisa fresca para dormir. Já Mitty se distanciou dos amigos para lançar umas flechas.
Por causa dos mirtilos, Julius resolveu se banhar no rio, localizado a alguns metros do acampamento. Romeu não perdeu tempo e foi atrás do amado. De longe, o príncipe de Framon acompanhou os dois e ficou em posição de lançamento.
— Agora sou obrigado a aguentar esses imorais. — baixando o arco e soltando a flecha no chão. — Espero que eles fujam para bem longe mesmo. Mariquinhas. — desmaiando.
Quando a nossa guarda está baixa, o inimigo aproveita para atacar. Cen usou um pó do sono em Mitty que caiu como uma pedra no chão. Em seguida, o feiticeiro pegou o cantil do príncipe e encheu-o com uma lama negra.
— Espero que isso ajude a vossa alteza. — falou o monstro de forma irônica e desaparecendo em uma nuvem de fumaça.
Sem duvidar dos planos malignos de Cen. Um casal apaixonado se banhava no riacho que cortava a floresta de Framon. A água batia na cintura de Julius, ele mergulhou e sentiu o frio cobrindo o seu corpo.
Para Romeu, a melhor parte do dia era quando estava na companhia de Julius. Eles passavam a maior parte do tempo imaginando uma vida em Costa Estrela.
— Estamos indo contra tantas coisas. A minha família. A tua. E agora esse feiticeiro. Parece um pesadelo. — lamentou Julius, pensando nos obstáculos que eles enfrentariam.
— Estamos juntos, meu amor. — Romeu se aproximou, tocou o rosto de Julius e o beijou, mas, com medo, o filho de Celdo se afastou.
— Romeu, o que é isso me cutucando? — ficando vermelho e se afastando de Romeu.
— Desculpa. — Romeu sorriu sem graça, mas não escondeu os seus sentimentos. — Não posso evitar. Você faz isso comigo. Você quer pegar? — por causa da pergunta, Romeu levou um jato de água no rosto.
Com a força da água, Romeu foi parar em cima de uma árvore. Aparentemente, os poderes dos jovens estavam crescendo. A força física de Julius causou uma onda que lançou Romeu para longe.
— Nossa!!! — Julius ficou impressionado com a força que empregou na brincadeira e olhou preocupado atrás de Romeu. Romeu?! Romeu?
— Aqui. — acenando para Julius de cima de uma árvore. — Que demais. Faz de novo. Para testar os seus poderes, Romeu ficou em pé em cima da árvore, se apoiando nos galhos mais firmes e pulou na direção de Julius. O impulso foi tão grande, que o rapaz caiu do outro lado do riacho.
— Nossos poderes estão ficando mais fortes! — gritou Julius, enquanto Romeu corria na direção dele. — Você pulou uns sete metros!
— Quase isso. — afirmou Romeu animado, se aproximando de Julius e o beijando, mas, dessa vez, sem pressa ou pudores.
— Olha. — Julius disse dando um soquinho no ombro de Romeu. — Posso te mandar pra cima de uma árvore novamente.
O clima de romance foi atrapalhado por causa de uma forte explosão. Algo que virou rotina nesse relacionamento. Os dois vestiram suas roupas de uma maneira desajeitada e correram para averiguar a situação.
No acampamento provisório, uma fumaça verde cobriu tudo. Romeu não conseguia enxergar nada, mas decidiu investigar o que causou aquela explosão, enquanto, Julius, corria para pegar suas espadas.
De repente, apareceram Bartolomeu e Clarisse que treinavam em uma clareira. Eles, também, não faziam ideia do que estava de fato acontecendo no acampamento. O grupo temia um ataque de Cen, o que não era o caso.
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