Por um tempo, o grupo esqueceu dos problemas. Eles ficaram deitados na areia, observando a beleza das estrelas. Para Bartolomeu, aquele era um sino que Deus olhava por eles. Romeu e Julius acreditavam na força do universo. Clarissa ficou com vontade de voar naquela noite linda. Catherine sentiu-se em sintonia com aquela maravilha. E o Príncipe de Framon, sorriu pela primeira vez em muito tempo. Sim. A esperança encheu o coração dos aventureiros e venceu o desespero.

Pela manhã, Clarissa sentiu algo em seu rosto. Ao abrir os olhos, a jovem reparou que havia dormido na areia da praia. Um pássaro pousou ao seu lado e a assustou.

— AAAAHHHHHHH!!! Xô! Xô! — gritou a jovem que no susto fez a areia da praia flutuar.

— O quê?! — Catherine acordou toda descabelada.

— Calma! — pediu Julius, acordando, ficando em pé e derrubando Romeu que dormia ao seu lado.

— Patéticos. — pensou Mitty, sendo o único acordado, colocando mais lenha na fogueira para preparar um chá quente.

Sem ter muita opção, eles caíram na gargalhada. O medo era grande, mas não impedia o sorriso dos jovens. Eles decidiram aproveitar a praia antes de continuar a jornada. Brincaram, riram e pescaram alguns peixes para o almoço.

Visando pensar nas decisões do futuro, Julius, procurou um lugar tranquilo. Ele sentou em uma pedra próxima ao mar. O cheiro característico do mar entrou em suas narinas.

Romeu levou um copo de café para o amado. Eles ficaram sentados por quase um hora, apenas observando as ondas quebrando na areia.

— E pensar que a nossa vida em Costa Estrela vai ser assim. — comentou Romeu, quebrando o silêncio.

— Vou adorar. — Julius garantiu, encostando a cabeça no ombro de Romeu.

— A gente pode abrir uma loja de pesca. Que tal? — perguntou Romeu, aproveitando a proximidade com Julius e fechando os seus olhos.

— Olha. Vamos usar como última alternativa. — brincou Julius, levantando a cabeça e beijando Romeu.

Nada melhor do que um peixe para curtir um dia na praia. Catherine conseguiu fazer um banquete com os peixes pescados naquele dia. O único que não se juntou ao grupo foi Mitty, ele estava em transe.

No castelo de Cen, as coisas começaram a esquentar. O feiticeiro não se conformou em ter perdido mais um monstro. Quem sofreu as consequências da fúria do feiticeiro foi Lin, já que Klaudo havia sumido e não respondia aos chamados do chefe.

— Preciso acelerar o poder que está dentro do príncipe. — avisou Cen, olhando para o caldeirão e adicionando alguns ingredientes macabros.

— O senhor alcançará seus objetivos. — Lin falou para agradar o feiticeiro.

— Vá atrás de Klaudo. Ele precisa cuidar do meu sono! — mandou Cen, sem olhar para Lin.

Após treinar algumas bolas de energia na praia, Catherine voltou para o acampamento. No caminho, ela viu um vulto e juntou coragem para investigar. Com uma bola de energia nas mãos, a irmã de Julius encontrou a criatura.

Catherine caminhava despreocupada na praia quando viu um vulto. A jovem se assustou, mas juntou coragem para investigar. Ela deixou uma bola de magia preparada em suas mãos.

— Por favor. Não me machuque. Estou aqui para ajudar. — implorou Klaudo, ajoelhado e com as mãos para cima.

— AAAAHHH!!! — Catherine gritou e jogou a bola de energia no monstro que voou longe. — Pessoal!!!

Todos correram para ajudar Catherine. Eles ficaram surpresos quando viram Klaudo, que tinha a aparência de um sapo, ou seja, uma marca registrada das criaturas de Cen.

Com medo, o monstro se encolheu em um canto e ficou esperando um ataque dos jovens, porém, isso não aconteceu, porque Julius ficou na sua frente e impediu uma nova bola de energia de Catherine.

— Espera. — pediu Julius com os braços abertos de costas para Klaudo. — Gente, ele me ajudou na última vila. Ele disse como matar o monstro.

— Sim, sim. — Klaudo disse ficando escondido atrás de Julius, segurando nas pernas do jovem. — Calma, amiguinho. — Julius virou e abaixou perto de Klaudo. — Ninguém vai te machucar. Como você se chama?

— Me chamo Klaudo. Era servo de Cen, mas...


— Maldito! — gritou Mitty lançando uma flecha na direção de Klaudo, mas Clarissa consegue mudar o rumo dela e o monstrinho escapa de uma morte certa.

— Ele está do nosso lado. — garantiu Julius, segurando Klaudo no colo como se fosse uma criança. Do nada, o monstro dá a língua para o príncipe que, chateado, volta para a área das tendas.

Outra reunião extraordinária. A pauta da vez? Klaudo e sua permanência no grupo. Julius fez um discurso sobre a importância de ter aliados, afinal, o inimigo do meu inimigo é o meu amigo.

O medo era de Klaudo fosse um espião do feiticeiro, mas, eles acreditavam que aquilo não fazia o estilo dele. Afinal, os monstros de Cen costumavam ser assustadores e agressivos.


— Vamos experimentar, que tal? — perguntou Bartolomeu.

— Acho válido. — concordou Clarissa, que sentiu uma boa energia de Klaudo.

— Ele conhece as fraquezas de Cen. — afirmou Romeu, achando a adição de Klaudo uma boa ideia.

— Para garantir, vou fazer uma poção da verdade. — Catherine avisou, antes de entrar em sua tenda para preparar a poção.

— Vamos falar o Klaudo. — disse Julius indo em direção ao monstro.

Sim. Klaudo trocou de lado e pela primeira vez deseja fazer algo certo. E, como o Romeu falou, ele conhecia todos os pontos fracos de Cen. Eles continuaram a caminhada e de uma hora para outra, a areia fofa deu lugar ao gelo.

A fogueira virou uma prioridade para o acampamento deles. Através da mágica e com a ajuda de Klaudo, Catherine criou roupas especiais que suportavam o frio extremo da região.

Naquela noite, Mitty ficou responsável por catar madeira para a fogueira. Ele pegou um machado e partiu para a floresta.

Das sombras, uma fumaça verde ia colorindo a neve branca. Como se tivesse vida própria, a névoa cercou Mitty que caiu de joelhos no chão. Aos poucos, os olhos de Mitty mudaram de cor, saindo do azul para o vermelho sangue.

— Mate todos. Agora. E traga o traidor do Klaudo para o mestre Cen. — ordenou a voz, tomando conta do corpo de Mitty.

— Nããããããoooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!! — gritou o príncipe, perdendo a consciência.