Dragões, Druidas e Drows
Poucos dias depois de Gaia terminar a magia de terraformagem, enquanto ela recuperava suas energias, um novo ser entrou em sua nova floresta, uma criatura ainda maior do que a árvore criada a partir do Ent Elemental, com poder tão grande quanto seu tamanho, causando pânico em todos os Teranos, que correram até sua rainha, ainda esgotada. Aquele era um representante dos Dragões Elementais de Vento, mandado para descobrir a fonte da magia cujo poder superou o “Limiar do Despertar”, que era como os dragões costumavam chamar o nível de poder equivalente a alguém com a T9 completa hoje em dia, consequentemente superar esse limiar é o que é chamado de Tier 10 atualmente. Gaia explicou tudo, deixando o dragão surpreso, já que desde a aparição do Dragão Titã nada havia superado esse limiar, e já estavam preocupados que um outro ser titânico poderia ter despertado. Após se acalmar o Dragão explicou a Gaia sobre o que aconteceu durante a Primeira Grande Guerra, e que desde o aparecimento do Dragão Titã, o Império dos Dragões haviam chegado em um acordo de que nunca mais iriam realizar magias daquele nível de poder, pois em sua concepção, os continentes liberariam as criaturas titânicas como resposta. Gaia argumentou que diferente do que aconteceu naquela ocasião, ela utilizou seus poderes para criar algo novo, ao invés de causar destruição em massa, e talvez por isso não houve uma repercussão por parte do Continente Verde. De qualquer maneira, o Dragão avisou Gaia a não realizar mais magias que superam o “Limiar do Despertar”, e que se ela o fizer, o Império irá a neutralizar. Antes de partir de volta às montanhas do norte, ele revelou sobre os continentes, os diferentes tipos de elementos mágicos, e alertou sobre a grande variação de poder que existe entre as criaturas deste mundo.
Após tantas revelações, Gaia temeu que outras criaturas pudessem entrar e ameaçar seu povo novamente, então manteve toda a raça Terana próxima a grande árvore, e depois de recuperar suas energias, foi aos poucos criando a famosa Muralha de Ents ao redor de sua floresta, para garantir que todas as fronteiras estariam protegidas o tempo todo, e como não poderia mais utilizar os poderes da Tier 10, ele sempre se manteve próximo ao limiar imposto pelos dragões. Finalmente após 5 anos ela terminou de levantar sua muralha viva, e por uma geração inteira todos os Teranos permaneceram dentro de sua floresta, desfrutando de uma vida sem preocupações. Mas, com uma nova geração sendo formada seria natural que a curiosidade de conhecer o mundo externo começasse a crescer, diferente de seus antecessores que vivam sendo caçados por criaturas selvagens, os jovens daquela época conheciam apenas calmaria. Com o número de pessoas desejando explorar o outro lado da muralha crescendo, Gaia não tinha escolha a não ser abrir as bordas de seu reino, porém antes ela reuniu seus estudantes de magia e criou um grupo especializado em utilizar magias de cura e interação com a flora, os chamando de Druidas. Sua função principal era desbravar as terras primeiro, ganhar conhecimento, e então guiar outros de maneira segura, caso precisem combater criaturas selvagens, irão utilizar da própria floresta como aliada, causando o mínimo de dano colateral possível. Os primeiros Druidas partiram da Árvore de Gaia em 1635.
No ano seguinte os Druidas retornaram com um relatório não muito favorável, no noroeste a Floresta Morta quase não possui flora, enfraquecendo bastante o poder dos Teranos, as pouquíssimas criaturas que vivem lá somando com a paisagem monocromática e sem vida, fazem a região um péssimo lugar para explorar. A região ao nordeste é um extremo contraste; fauna variada, flora rica e colorida, abundância de energia elemental, porém alguns de seus habitantes possuem poder muito superior ao dos Druidas, e mesmo sendo poucos é o suficiente para preocupar Gaia. A Floresta Cruzada no sul era famosa por sua extrema dificuldade de exploração por causa do terreno traiçoeiro e variado, a boa notícia era que os Druidas tinham muitas opções para suas magias, mas as criaturas selvagens eram bem melhores adaptadas. A melhor opção para uma exploração segura era ao leste, com uma sequência de bosques abertos e com fauna de Tier baixa pouco agressiva, porém o mais importante, e a pior opção, estava ao oeste, a Floresta Negra, lar dos Drows. Essa próxima parte é um pouco especulativa criada retrocedendo alguns eventos.
Os Druidas acreditaram que haviam conseguido passar despercebidos pelos Drows, uma raça de elfos guerreiros, agressivos, e bastante territoriais, priorizando as magias de combate do elemento Vento, sobre as de interação com a natureza, mas hoje é mais aceito que na verdade os Drows deixaram eles entrarem e saírem de sua floresta provavelmente para os seguirem de volta a sua origem. De qualquer forma, ao ficar sabendo da natureza de seus vizinhos, Gaia proibiu a passagem para o oeste também colocando os ents da muralha daquela fronteira em alerta, enquanto isso, para agradar e tranquilizar os jovens Teranos, ela pediu aos seus Druidas que criassem um treinamento preliminar para aqueles que queriam explorar o mundo exterior, e somente com aprovação de cada tutor é que poderiam fazer parte de um dos grupos de viajantes. Assim, em 1637 Gaia abriu pela primeira vez as fronteiras de sua floresta para que seus moradores pudessem entrar e sair de uma maneira mais livre. Nos anos seguintes, os Tutores começaram a reportar a Gaia um problema recorrente nos jovens Teranos que começaram o treinamento para se tornarem Druidas; a falta de disciplina, que consequentemente atrapalha também os viajantes que estavam encarregados de proteger durante as explorações. Para resolver este problema, eles recomendaram à rainha uma idade máxima permitida para começar o treinamento, além de também o tornar mais rígido. Um outro problema também chegou até os ouvidos de Gaia; vários dos Druidas menos experientes ou mais fracos que exploravam a Floresta Cruzada, ou continuavam mapeando o norte, estavam desaparecendo de forma misteriosa, e as investigações sugeriam que não eram criaturas selvagens as culpadas. Provavelmente convencida pelos seus anciões, Gaia decidiu tentar algo diferente, uma resposta ofensiva para ambos os problemas.
Após muitos anos de planejamento, em 1640 foi criado o lendário templo de Inis Mona, uma escola onde as crianças Teranas, de até 10 anos, mais promissoras eram mandadas para serem treinadas em um regime fechado por Druidas Anciões, e a própria Gaia, pelos próximos 10 anos estudando tudo o que era conhecido sobre magias não relacionadas a combates, e conhecimentos gerais, depois, passam por mais 10 anos de treinamento rígido para se tornarem defensores dos Teranos além do alcance de Gaia. Essa é a informação geral que foi dada pela rainha futuramente em trocas culturais com outras raças, o que de fato acontece em Inis Mona é segredo absoluto, mas realmente os Druidas formados nela são altamente respeitados pelo seu conhecimento e poder mágico. Quando eles finalmente entraram em ação, descobriram o que havia acontecido com os outros Druidas anos atrás; os Drows tinham os capturado, muito provavelmente para obter informações sobre o povo Terano, já que pouco tempo depois começaram a surgir vários relatos de agrupamentos de soldados avançando em direção a Grande Muralha de Ents. Os Druidas de Inis Mona tentaram lidar com eles antes mesmo de chegarem perto de sua terra natal, e se mostraram capazes de enfrentar dezenas de inimigos em combates prolongados, utilizando principalmente de ataques surpresas, armadilhas, voltando a floresta contra eles, e quando precisavam recarregar suas energias, abusavam da habilidade natural da raça Terana de camuflagem e fotossíntese.
Acredita-se que os anciões de Inis Mona queriam aproveitar para testar o poder de seus Druidas, e por isso Gaia não fez o que para época era o mais esperado, recuar todo mundo e deixar o inimigo chocar contra a Grande Muralha de Ents até aceitarem a derrota. O mais curioso é que essa não foi a única ação fora de sua personalidade por parte da rainha, ela também deu como tarefa aos outros Teranos explorando outras partes do continente, buscarem especificamente sinais de outras raças inteligentes, e se possível procurar uma maneira de se aproximar delas pacificamente. Até hoje os historiadores não conseguem dizer com certeza o que a levou tomar essa ação, muitos dizem que seria apenas lógico procurar aliados quando um inimigo está te ameaçando, mas a Grande Muralha de Ents foi feita para segurar criaturas de Tier 9, outros dizem que ver uma outra sociedade avançada motivou Gaia a conhecer mais sobre seus possíveis vizinhos, se fosse o caso aquela seria a primeira e única vez na história, até mesmo procura de recursos não era um problema, já que os Teranos são praticamente auto-sustentáveis em sua floresta. Os poucos que abandonaram sua terra natal e falam mais abertamente sobre os segredos dela, dizem que existem rumores dentro da própria cultura Terana, que Gaia possivelmente sabia o que estava por vir em um futuro próximo, e estava começando a se preparar. O problema dessa teoria é que, com exceção do Poço de Urd, local onde o rei dos Aasgardianos, Odin Aesir, disse ter tido uma visão sobre o futuro de sua raça, e isso é apenas baseado na palavra dele, nenhuma outra magia na história possibilitou prever acontecimentos futuros. Mas considerando o que aconteceu nos anos seguintes, a possibilidade de Gaia saber de algo que ainda estava por vir, se tornou extremamente improvável, ao invés de impossível.
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