A Guerra dos Oni
Após conquistar toda a parte central do Continente Preto, Yami passou 5 anos fortalecendo suas fronteiras, melhorando seu exército, e educando seu filho com os ensinamentos básicos da cultura Phanton, depois desse período a imperatriz voltou a mover suas forças para o Leste, a procura dos Onis restantes. A melhor passagem para a parte oriental se dá através de uma pequena brecha na Cordilheira Fumeria, a única outra opção é pelo Manguezal Sombrio, mas por causa do terreno e fauna local era logisticamente inviável, mas a primeira opção também não é tão mais fácil, o Matagal Inundado é a primeira região após a cordilheira, e seu terreno também é de difícil locomoção, mas as criaturas que vivem lá são bem mais fracas. Demorou apenas 1 semana para chegar até o outro lado do matagal, onde Yami se deparou com o maior lago do continente, cujas águas são de um tom de azul muito escuro, quase chegando ao preto, por isso foi nomeado de Kuromizu-ko, “Lago da Água Preta”. Até aquele momento, os Phantons nunca precisaram construir barcos, então não tinham como avançar, já que para contornar o lago teriam que passar ou pelo manguezal ou pelo Pântano Cáustico, que é exatamente o que o nome sugere.
Naquele momento Yami caiu em uma armadilha, dezenas de centenas de criaturas selvagens avançaram sobre os Phantons vindos do manguezal, os empurrando para o sul, ao tentarem recuar de volta a cordilheira, um outro exército de criaturas selvagens bloqueou a passagem para o oeste, prendendo Katsumoto e seus soldados entre o lago, o Pântano Cáustico, e um enxame de criaturas que claramente estavam sendo controladas pelos Onis, dado as modificações em seus corpos. Mesmo com suas magias de necromancia e invocação, Yami iria se esgotar antes de derrotar todos os inimigos, então ela mandou alguns mensageiros tentarem passar escondidos e avisar Hito em Necrópolis, dos 5 enviados, 3 conseguiram retornar a cidade-estado. Após ficar sabendo sobre tudo, o Imperador Regente mandou a segunda divisão do exército que já havia sido preparada para uma possível situação como essa, mas ele mesmo permaneceu na cidade a ordens da Imperatriz, que não queria deixar seu filho órfão caso algo acontecesse a ela. A segunda divisão do exército também caiu em uma outra armadilha, os Oni haviam ido até os Yokai da Grande Floresta Emaranhada após Yami ter invadido a região, oferecendo a eles o poder para reconquistar seu lar em troca de lutarem por eles, e os Yokai aceitaram. A passagem da Cordilheira Fumeira estava bloqueada, os Phantons sofreram várias perdas durante as batalhas na floresta, e foram forçados a recuar, mas novamente um mensageiro conseguiu se esgueirar e alcançar Yami.
A imperatriz conseguiu manter seus soldados vivos graças ao seu poder bruto, enquanto Hito aos poucos ia derrotando os Yokai com suas táticas de combate inteligentes, mas mesmo assim o encontro de ambos os lados permaneceu algo distante, até surgir um aliado inesperado. Yami e seus soldados estavam dispostos a se sacrificarem para evitar ainda mais gastos de recursos do império na tentativa de chegarem até eles, assim como dita a cultura Phanton; “as necessidades do todo superam as necessidades de poucos”, mas antes disso acontecer, um terceiro exército entra em cena, também composto de soldados híbridos claramente artificiais, porém de forma muito mais orgânica e lógica do que o trabalho conhecido dos Onis. Essa nova força se mostrou superior aos atacantes de Yami, dizimando as criaturas selvagem ao mesmo tempo que protegeram os Phantons, após a batalha o líder deles, um ser com cabeça de grifo, tronco humanoide ligado pela cintura em um corpo de cavalo, protegido com uma armadura de placas feito de um metal preto, braços fortes com garras de três dedos, patas traseiras com garras semelhantes a uma besta, e um longo par de asas de penas pretas saindo do tronco, foi até Yami. Ele explicou que naquele momento haviam 4 Altos Onis, a segunda categoria mais poderosa dessa raça, brigando pelo controle da parte leste do continente, divididos em 2 lados, os que estavam atormentando os Phantons eram todos de um mesmo lado, e ele foi mandado pelos 2 do outro lado. O híbrido também disse que seus mestres estavam oferecendo uma aliança, já que estavam perdendo a guerra. A Imperatriz Katsumoto odiou a ideia de se aliar a um Oni, mas viu a aliança como um investimento a longo prazo, em um primeiro momento ela ajudaria os mestres do híbrido a derrotarem uma vez por todas os outros Onis, enquanto aprenderia tudo que pudesse sobre eles, cobrindo seus planos com o manto de uma aliança, e assim que baixarem a guarda, ela iria sair das sombras e extinguir toda aquela raça. Foi então que os Phantons entraram de vez na Guerra dos Onis em 1615.
A situação da guerra era; o lado inimigo aos Phantons, chamados de Kurochi no Oni (Onis do Sangue Preto), estavam ganhando graças à maior quantidade de seu exército, o centro de suas operações é a torre localizada na Península das Taboas Brilhantes, ao norte do lago Kuromizu, por outro lado, os Oni aliados a Grande Raça Sombria eram os Murasachi no Oni (Onis do Sangue Roxo), que utilizam a Torre de Vigia na Charneca Estéril para realizarem seus experimentos. Estes Onis são muito mais metódicos, preferindo gastar mais tempo estudando e aperfeiçoando seus métodos de criação de híbridos, o que resulta em seres melhores, mas enquanto conseguem completar 1, os Onis Kurochi criam 10. O líder do exército dos Murasachi deixou vários de seus soldados sob o controle de Yami para que ela pudesse retomar a Grande Floresta Emaranhada, unir novamente sua forças, e se preparar para os próximos conflitos, quando ela retornou, Hito já havia reconquistado a maior parte floresta, restando apenas a barreira na brecha da cordilheira. De volta em Necrópolis, a imperatriz explicou tudo aos seus conselheiros e líderes militares para então começarem a preparar com cuidado o plano que ela havia criado. Os Onis Murasachi se comunicavam com os Phantons através de mensagens carregadas por aves, mas ao invés de revelar a localização da capital, Yami deu a eles a posição do posto avançado que havia começado a construir próximo ao Lago Congelado, cuja principal função era detectar qualquer tipo de invasão pelos inimigos das fronteiras leste. Desde então as raças aliadas se comunicavam constantemente, planejando vários ataques contra seu inimigo.
A disputa foi muito mais sobre táticas do que combates diretos, cada ação tomada por um dos lados era respondida pelo outro, como por exemplo a batalha do Manguezal Sombrio, onde um grande batalhão Phanton fingiu tentar atravessar a região para contornar o lago e chegar até a Península das Taboas Brilhantes, os Kurochi no Oni enviaram seu exército de híbridos grotescos adaptados para serem mais efetivos naquele terreno, para destruir o batalhão, mas um outro grupo de soldados haviam provocado diversas criaturas selvagens as atraído ao encontro dos híbridos. Além de diminuir bastante o contingente inimigo, essa missão também abriu espaço para a construção de uma trilha segura. Mais tarde na guerra, os Murasachi no Oni construíram um portal mágico pelo qual soldados Phantons conseguiram viajar rapidamente da antiga cidade dos Orcs Pretos, agora uma fortaleza do império de Yami, até uma mini torre dos Onis Murasachi na fronteira oeste do Platô Negro. Ao tentar realizar um ataque pelas Colinas Pantanosas, os Phantons e híbridos aliados estavam ganhando vantagem sobre as hordas desconfiguradas inimigas, que começaram a fugir, o comandante daquela divisão Phanton decidiu perseguir, porém foi levado até uma passagem estreita entre as colinas, onde teve quase todos os seus soldados mortos por unidades inimigas que estavam esperando no terreno elevado. Por 3 anos a guerra continuou.
Em 1618, os Murasachi no Oni conseguiram criar seus primeiros híbridos aquáticos, o que possibilitou o ataque final. Phantons não precisam respirar, mas não conseguiam lutar efetivamente debaixo d’água, por isso invadir a torre dos Kurochi no Oni pelo lado do lago não era possível, já que era habitado por criaturas selvagens, mas agora contavam com os híbridos aliados para os proteger e limpar o caminho. Yami uniu seu exército com os dos Onis do Sangue Roxo e pessoalmente liderou um cerco na península, os Onis do Sangue Preto mandaram suas criações mais poderosas para combater os invasores, e principalmente derrotar a líder deles, enquanto prestavam atenção na batalha ao norte, a segunda divisão Phanton invadiu pelo sul, escalando a estrutura a partir do lago. O objetivo deles não era matar os Onis, já que o poder deles era muito superior, mas sim danificar a torre o máximo possível e fazer as tropas deles recuarem para defender a estrutura, abrindo caminho para o exército principal invadir junto de Yami. O plano deu certo, sem nenhuma de suas criações grotescas para os defender, os Oni ficaram encurralados no topo de sua torre, sem outra opção eles tiveram que liberar seu poder e lutarem com suas próprias mãos, mas a Imperatriz Katsumoto recuou todos os soldados e mais uma vez enfrentou os irmãos sozinha. Os que presenciaram contam como sua líder se tornou uma com as sombras, demonstrou controle emocional perfeito enquanto realizava várias magias em sequência, e superou o poder bruto dos Onis com sua habilidade marcial impecável. No fim, Yami saiu vitoriosa, mas aquela batalha drenou quase toda a sua energia, a deixando vulnerável para o que aconteceu logo depois.
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