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Noite após Noite

Primeiro Movimento (parte 3)

Primeiro Movimento (parte 3)

Oct 22, 2022

                _ Cemitério de noite... Eu pago pau.

                _ Você divide o quarto com uma morta-viva Nick! – Repreendeu Faith em tom jocoso.

                _ Apartamento Faith! Apartamento! Aliás, eu durmo na sala.

                _ Você entendeu...

                _ Além disso... Você não parece um cadáver.

                _ Obrigada... Vou encarar isso como um elogio.

                _ O que é dessa vez?

                _ Caçar uns homens para o senhor Simons. – Respondeu Faith dizendo tais palavras mais a si mesma como tentando justificar o que estava prestes a fazer.

                Nicholas não respondeu de imediato.

                _ Você fala isso de uma maneira muito normal... – Respondeu finalmente. 

                _ Ainda tem mais medo do cemitério a noite?

                _ Não é medo... É receio. Bem diferente!

                _ Ah claro! Muito diferente!

                Apesar do pouco tempo de convivência Faith gostava de conversar com Nicholas, para um mortal ele era bem legal com ela. Eles riam, faziam piadas um com o outro... Faith poderia considera-lo como um amigo, se ela tivesse amigos...

                _ Chegamos... – Disse Nicholas estacionando o carro e desligando o motor e os faróis. – O cemitério é logo ali. Vou esperar você aqui.

                _ Você tem medo mesmo hein? – Provocou Faith pegando o canivete no porta-luvas e saindo do carro.

                _ Não regenero igual a você não viu! – Respondeu ele. – Prefiro evitar tomar um tiro, ou sei lá o que mais.

                _ Sei... – Respondeu Faith ainda em tom provocativo. Mas, ela sabia que as preocupações de Nicholas eram reais. Pois, ele era apenas um humano, não tinha força e resistência sobrenatural, muito menos, poderes sobrenaturais! Um tiro que muitas vezes era trivial para Faith, para ele poderia ser extremamente letal.

                Nicholas apagou as luzes internas do taxi e ficou aguardando na rua deserta do cemitério. Faith deu uma última olhada na foto do alvo, foto que Simons havia enviado para seu celular há poucos instantes.

                Ela caminhou até a entrada do cemitério e passou pelos portões de grade que estavam entreabertos. O som de seus passos era perceptível devido ao silêncio que estava todo o local, ainda mais ela que usava um coturno de salto em uma perna e aquela prótese na outra, que também soava como um salto alto.

                Uma das muitas habilidades de Faith era a furtividade sobrenatural e assim que entrou no cemitério ela a ativou. Com este poder ativo, ela era capaz de esgueirar-se sem ser percebida de uma maneira que parecia que ela estava invisível. E sua destreza elevada permitia minimizar os sons de seus passos, que ficaram quase inaudíveis.

                A luz da lua iluminava um pouco o escuro cemitério. Faith caminhava por entre os túmulos em busca do seu alvo, sua única arma: Um canivete de lâmina retrátil bem afiado.

                “Vozes!”

                Faith pôde ouvir algumas vozes distantes e furtivamente ela seguiu estas vozes que a levaram até um mausoléu onde era possível ver uma luz bruxuleante em seu interior.

                Espiando o interior do mausoléu ela pôde ver quatro pessoas conversando aos sussurros, havia símbolos e objetos de misticismo no chão, um dos homens, aparentando ter quase trinta anos, vestia terno (o alvo) e outras três pessoas que vestiam mantos negros.

                O lugar era pequeno e com uma única saída. Faith poderia até entrar usando sua furtividade sobrenatural, mas, assim que atacasse um deles ela seria exposta e teria de lutar sem o benefício do ataque surpresa. E ela sabia que não seria fácil lutar naquele lugar quando não se tem uma perna de verdade!

                Faith observou por alguns instantes e eles realmente estavam negociando alguma coisa. Documentos que informavam uma lista completa de todos os vampiros da cidade. O pagamento não seria em dinheiro, mas, um acordo que ela não conseguiu descobrir o que era, pois, eles não falavam dos termos abertamente, sempre usando palavras vagas indicando que os termos já tinham sido negociados anteriormente.

                Sim. Eram traidores e perigosos. Certamente essa lista seria para algum tipo de caçada. Não seria um assassinato propriamente dito... Ou seria? Faith continuava a procurar justificativas para o que planejava fazer. Mas, além de tudo, ela se concentrava em não desapontar Simons que confiara nela para tal demanda.

                Entre as habilidades de Faith, ela podia transformar seu sangue em um tipo de veneno capaz de enfraquecer ou até mesmo ferir e matar suas presas. Com a própria faca, Faith cortou a palma de sua mão embebendo a lâmina com seu sangue virulento. Esgueirou-se pelas sombras até estar bem próximo ao seu alvo.

                Como uma serpente Faith aplicou o bote fatal. Com sua mão esquerda ainda embebida em sangue ela cobriu a boca do vampiro e passou a faca cortando profundamente a garganta do mesmo. O sangue espirrou em um jato enquanto o vampiro tentava se desvencilhar, os outros homens se assustaram com o surgimento daquela mulher em sua reunião secreta.

                Dois deles sacaram revolveres e o terceiro começou a entoar algumas palavras estranhas.

                O vampiro caiu no chão incapacitado pelo ataque debilitante.

                _ Quem é você? – Gritou um dos homens.

                _ Quem te mandou aqui? – Gritou outro.

                _ Silêncio! – Disse Faith ativando outro de seu poder.

Faith partiu para cima do que estava à sua direita. Em um movimento rápido ela cravou com força sua faca no peito dele que em uma tentativa desesperada de sobreviver começou a atirar. Mas, Faith já havia se precavido, segurando o braço do homem há uma distância que seria impossível de ser atingida pelos disparos.

                “O som dos tiros poderia atrair pessoas indesejadas!” – Pensou Faith ao perceber que o som dos tiros e até mesmo dos gritos dos homens foram totalmente abafados pelo seu poder que eliminava qualquer ruído gerado em uma área. Mais uma benção de sua furtividade sobrenatural.

                Desesperado o outro homem que estava armado, disparou três vezes contra Faith, dois ele errou o terceiro a atingiu pelas costas. Apesar de ser bem resistente a danos como aqueles, Faith sentiu a dor e o impacto do tiro. Sem muito pensar, Faith arremessou a faca que cravou na garganta do homem com a arma e ele caiu para o lado agonizando enquanto sangrava até a morte.

                O outro homem, mesmo com sua voz silenciada, jogou um pó branco sobre Faith e sorriu vitoriosamente.

                Faith achou estranho, mas, protegeu os olhos do pó fétido, sentiu um leve formigamento correndo pelo seu corpo, porém, foi apenas isso... Ela descobriu os olhos e encarou o último homem que desfez seu sorriso em uma expressão de terror.

                Sem dar tempo de reação. Faith saltou sobre o homem e começou a socar o rosto dele com toda a sua força. Apesar de não ter um porte físico avantajado, seus poderes vampíricos lhe concediam força suficiente para que ela pudesse desacordar o homem com o segundo golpe dos muitos que se sucederam.

                Em poucos segundos todos os inimigos estavam incapacitados ou mortos. Faith observou a cena por alguns instantes pensando no que acabara de fazer, mas, seus pensamentos agora davam lugar à fome! Usar todas aquelas habilidades, poderes e regenerar o tiro recebido deixou Faith faminta. A fome vampírica sobrepujava qualquer traço de humanidade ou arrependimento que Faith pudesse naquele momento. Era um sentimento que assustava ela própria.

Por sorte ela teria um tempinho antes de ligar para o Regente e para seu senhor.

                Dos três humanos, apenas um estava vivo, Faith drenou parte de seu sangue, lambeu o ferimento, deixado por suas presas, que magicamente desapareceu e por fim torceu seu pescoço executando-o. O que ela queria mesmo era o sangue do vampiro... Seu criador já tinha lhe contato que o sangue vampírico era o melhor e que ela deveria evitar beber dele para não acabar se tornando um alvo dos próprios vampiros. Mas, ali... Naquele mausoléu... Ninguém iria ver...  Ela poderia ao menos uma vez experimentar.

                Faith então drenou o sangue do vampiro até o ultimo gole. Ela nunca tinha tomado um sangue tão bom em sua vida, um sangue tão forte! Ela não conseguiu simplesmente experimentar, drenou até que o corpo do vampiro se desfez em seus braços. Um gosto de quero mais invadiu seu consciente, uma mistura de prazer que ela não podia descrever no momento. Estava realizada, em êxtase!

                “Não posso me esquecer de minha missão!” – Pensou Faith ao se lembrar de Simons.

                Ela logo tomou o telefone e ligou para o Regente.

                _ Alô! Boa noite. – Não fora o Regente que atendeu e sim uma mulher.

                _ Q... Quem fala? – Perguntou Faith desconfiada, pois, não conhecia aquela voz.

                _ Quem fala? O que deseja? – Perguntou a mulher também desconfiada.

                _ Eu me chamo Faith... Hoje cedo falei com o regen... Com o dono desse telefone e ele... Ele disse que qualquer coisa poderia ligar...

                _ Ah! Você é a novata não é? – A voz da mulher pareceu mais amigável. – Senhorita Faith não é isso?

                _ Isso... Faith. Pronuncia-se Fate, mas, se escreve Faith.

                _ Não tivemos a oportunidade de nos conhecermos, me chamo Lindsey qualquer situação a ser reportada deve ser passada a mim.

                _ Sim senhora...

                _ Senhorita.

                _ Desculpa... – Faith não sabia se devia ou não falar com essa tal de Lindsey. Mas, decidiu arriscar.

                _ Então. O que posso ajudar?

                _ Bom... Tenho um problema... Eu... Matei uns caras aqui no cemitério...

                _ Como é? – A voz de Lindsey demonstrou alarde.

                _ Calma! Expressei mal... Eram praticantes de Voodoo... Tinha um vampiro com eles.

                _ Quem era?

                _ Não conheço...

                _ O que estava fazendo no cemitério essa hora senhorita Faith?

                _ Estava me alimentando e vi uma movimentação estranha...

                _ Alimenta-se de cadáveres? – Perguntou Lindsey desconfiada.

                _ Não! Era um cara que conheci no bairro... Mas, isso não importa! Importa?

                _ Não senhorita Faith.

                _ Bom... Eu peguei uns documentos. Acho que são confidenciais. – Faith olhava o envelope lacrado, ela achou mais prudente não verificar o conteúdo.

                _ Você o matou? Falo do tal membro.

                _ Ele e esses feiticeiros me atacaram... Tive de me defender...

                _ Fique onde está.

                _ Sim senhorita Lindsey... Estou no... – Antes de passar sua posição a ligação foi finalizada.

                Faith não sabia se as coisas estavam indo de acordo com os planos de seu senhor. Ela temia que o Regente não ficasse contente ao saber que em seu primeiro dia oficial na cidade ela tinha matado um membro... O que era terminantemente proibido nos termos que ela assinou com sangue há poucas horas atrás.

                Aproximadamente meia hora depois, Faith ouviu o som de carros e passos em direção ao mausoléu decidiu que não era bom ser encontrada ali, por isso ativou novamente sua furtividade sobrenatural e saiu esgueirando-se pelas sombras.

                _ Faith! – Chamou uma voz feminina. Voz que Faith reconheceu como da mulher que estava na reunião com o Regente.

                A voz vinha de um dos carros, o mais luxuoso deles. Faith aproximou-se e desfez sua furtividade sobrenatural.

                _ Sim? – Respondeu Faith olhando pelo vidro fumê do veículo, tentando, sem sucesso, identificar os passageiros.

                O vidro abaixou-se e ela pôde ver a mulher, agora sem o manto ela podia ver que era uma mulher de trinta e poucos anos, com cabelos longos e lisos, magra e por detrás das lentes do óculos de grau, tinha olhos em um exótico tom violeta. Ela estendeu a mão para que Faith a entregasse a pasta com os documentos.

                _ Será entregue ao Regente. Não se preocupe. – Disse a mulher ao perceber o receio de Faith em entregar os documentos. 

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