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Noite após Noite

Antes Disso... (parte 3)

Antes Disso... (parte 3)

Oct 22, 2022

                – Não... longe disso! Não queria ofender! Me desculpa, Faith!

                – Tudo bem. – Faith sorriu de forma acanhada ao ver que Nicholas parecia realmente arrependido do comentário.

                – Vamos então. – Nicholas estendeu a mão para Faith, para poder ajudá-la a subir.

                Faith pensou em dizer alguma coisa, como dizer que não precisava de ajuda para subir uma simples escada, mas o rosto gentil de Nicholas indicava que, assim como o senhor Simons havia indicado, era para ele ajudá-la em tudo quanto fosse possível. Então Faith aceitou a ajuda e juntos começaram a subir as escadas.

                – É estranho sabe... – Disse Nicholas em voz baixa, quando estavam no segundo andar.

                – O que? – Perguntou Faith.

                – Sua pele... fria...

                Faith sabia como deixar sua pele quente como a dos mortais. Mas ela não costumava fazer isso a menos que precisasse esconder sua identidade sobrenatural, o que não era o caso. Ela aprendeu a fazer o seu sangue circular, aprendeu a simular respiração e consegue até mesmo verter lágrimas se esforçasse para tal.

                Nicholas apoiava Faith pelos braços e ambos subiam as escadas em passos lentos.

                 – Tem algum problema? – questionou Faith.

                – Não... só é estranho... diferente eu diria.

                – Costumo ser diferente.

                – Percebe-se.

                – Como assim?

                No terceiro andar, à porta do apartamento 302, um homem estava de pé, seus olhos vermelhos e aparência indicavam que estava drogado, ou ao menos bêbado.

                – Fala, Nick! – disse ele com a voz arrastada. – Namorada, é?

                – E aí, Smith. – respondeu Nicholas em tom cordial. – Não é minha namorada não... Mas vamos dividir o apartamento.

                – Sei... – Smith sorriu mostrando seus dentes amarelados pelo cigarro. – Ela é gatinha.

                – Dá bola não, Faith... – sussurrou Nicholas. – Ele sempre tá assim doidão.

                – Cabelo legal moça. – comentou Smith.

                – Obrigada... – respondeu Faith, evitando iniciar algum tipo de conversa.

                – Como se chama? – perguntou Smith se aproximando e estendendo a mão para cumprimentá-la. – Me chamo Smith!

                – Faith... Escreve-se Faith, mas se pronuncia Fate. – Faith por sua vez, não estendeu sua mão para aceitar o cumprimento.

                – Ah, só... Nome legal. – disse Smith novamente sorrindo com seus dentes amarelos. – Aqui... o Nick, é chegado! Qualquer coisa que precisar é só pedir.

                – Pode deixar... eu vou me lembrar disso. – respondeu Faith de forma cordial.

                – Se precisar de algo para cheirar... fumar... injetar... qualquer coisa... – continuou Smith apresentando suas mercadorias.

                – Eu não cheiro mais... parei. – respondeu Faith, sorrindo. – Vamos Nick? – disse Faith em tom divertido para Nicholas, indicando que ela queria sair dali o quanto antes.

                – Ah, sim! Claro! – respondeu Nicholas surpreso por Faith tê-lo chamado pelo apelido. – A gente já vai, Smith... Até mais!

                – Falou aí, Nick! Falou aí, Faith!

                Faith e Nicholas continuaram a subir para o quarto andar.

                – Nick? – disse Faith quando se afastaram do apartamento 302.

                – O que?

                – É seu apelido? Você e Smith são amigos?

                – Conhecidos... todo mundo aqui me chama assim.

                – Posso te chamar de Nick? Nicholas é um nome meio feio sabe... – disse Faith sorrindo.

                – Pode... até prefiro.

                Faith sabia que usuários de drogas eram “presas fáceis”. Não as melhores presas, mas fáceis. Ou seja, se a situação ficasse difícil, ela poderia apelar para um drogado qualquer. Querendo ou não, tendo uma perna a menos ou não, Faith era uma moça bonita. Era fácil seduzir rapazes desavisados e se alimentar deles. Isso foi uma das coisas que aprendeu rápido como vampira, usar os sentimentos humanos ao seu favor.

                – Faith! – disse Nicholas cortando os pensamentos de Faith.

                – Diga.

                – Possui algum apelido?

                – Que eu goste que me chamem... nenhum. – respondeu Faith não querendo render assuntos de apelidos. – Faith já é um apelido, se parar para pensar.

                 Enfim chegaram ao apartamento 401 no último andar. Faith sentia-se incomodada com o fato de ter de viver ali e ter de subir e descer todas aquelas escadas todos os dias. Mas Simons queria assim, então ela se conformava em aceitar as ordens e torcer para que aquilo não durasse por muito tempo. Talvez, ela conseguindo algum trabalho, poderia até alugar um apartamento em um prédio melhorzinho.

                Nicholas destrancou a porta para que eles entrassem. O apartamento era bem simples e pequeno. Uma sala com dois sofás, uma mesinha de madeira no centro, um pequeno rack com uma televisão e um pequeno armário com algumas vidraçarias simples. A cozinha era praticamente junta à sala com apenas um balcão para separar os dois cômodos. Nela havia uma geladeira velha cheia de adesivos, um fogão com quatro bocas, uma pia com um armário onde pudessem guardar a louça e uma mesinha com um micro-ondas que era a única coisa que parecia ser nova naquele lugar. Faith se recordou que há muito tempo não sabe o que é usar uma cozinha, afinal, sua dieta não necessitava de cozimento.

                – O banheiro fica ali. – disse Nicholas apontando para uma porta fechada à direita. – E ali fica o seu quarto. – agora ele apontava para outra porta à esquerda.

                Não havia outros cômodos no apartamento.

                – Você vai dormir onde? – perguntou Faith enquanto se dirigia para o quarto.

                – Na sala mesmo né... foi o que sobrou...

                A porta do quarto estava trancada e Faith percebeu que uma das chaves que Simons lhe deu a abria. Ao abrir a porta ela se deparou com um quarto bem simples com uma cama de solteiro, uma escrivaninha com uma cadeira acolchoada e um notebook aparentemente novo. O guarda-roupa que tinha um grande espelho em uma de suas portas. Também havia um carpete que cobria todo o chão. Faith reparou que as janelas, além de cortinas grossas e escuras, ainda tinham os vidros pintados com tinta preta.

                Faith abriu as janelas para ver a vista e, como já era de se esperar, não era muita coisa. Havia uma escada de incêndio que levava até um beco escuro e por entre os prédios só era possível ver um pouco das luzes multicoloridas de Chicago no horizonte.

                O notebook, certamente mais um presente de Simons, era um modelo simples, mas era um bom computador – e felizmente tinha acesso à internet! No guarda-roupa havia algumas roupas básicas, um vestido muito bonito e alguns calçados. Faith foi olhando as peças de roupas com desdém, pois não tinha nada ali que ela costumasse usar. O vestido pelo menos ela gostou. Era longo e preto, decotado nas costas e na frente, cortado na lateral direita. Faith o colocou sobre seu corpo e ficou diante do espelho imaginando uma oportunidade para usá-lo.

                – Faith! – chamou Nicholas da sala. – Se não for precisar de mim, eu já vou dormir, beleza?

                – Tudo bem, Nick!

                – Preciso acordar cedo para trabalhar.

                – Trabalhar? – disse Faith agora na sala.

                Nicholas estava se arrumando como podia no sofá de três lugares. Ele tirou de algum lugar um travesseiro e um cobertor.

                – Sim trabalhar. As pessoas fazem isso, Faith.

                – Mas pensei que trabalhasse para o senhor Simons...

                – Sim, trabalho para ele. Mas preciso de uma renda extra, sabe?

                – Por quê? O senhor Simons te paga mal?

                – Paga o que eu ganharia em um mês bom como taxista. – respondeu Nicholas sentado no sofá enquanto comia comida chinesa de caixinha que fora aquecida no micro-ondas.

                – Quer dobrar o salário? Pra que? Comprar um carro novo ou algo assim?

                – Umas paradas aí... – desconversou Nicholas.

                – Segredo? – insistia Faith tentando descobrir o que poderia ser.

                – Prefiro que ninguém saiba. Nesse ramo de vampiros, quanto mais você manter a discrição é melhor.

                – Entendi... Eu não conheço muito desse “ramo de vampiros”.

                – Tá me zoando, né?

                – No Canadá não tinha uma sociedade vampírica como Simons estava falando.

                – Quer dizer que não conhece muitos vampiros?

                – Uns poucos... Você conhece muitos?

                – Conhecer não... Mas sei de alguns que são vampiros.

                – Como descobriu?

                – Simons.

                – Ele deve conhecer todo mundo da cidade não é mesmo?

                – Uma coisa engraçada é que depois que você descobre quem é vampiro, você começa a reparar nas peculiaridades de cada um e você fica com aquela cara de “como não tinha suspeitado antes?”

                – Eu que o diga...

                Faith e Nicholas ficaram conversando por mais alguns minutos, mas logo Faith reparou na cara de sono em Nicholas e decidiu deixá-lo dormir. Ela foi para seu quarto, ligou o notebook e começou a fazer o download de alguns programas que ela costumava usar. Simons havia pensado em tudo, e em uma das gavetas da escrivaninha tinha um bom headset. Faith o pegou, plugou no notebook e pôs uma de suas bandas favoritas para tocar. Enquanto instalava os programas via os sites de notícias de Chicago para começar a se inteirar dos assuntos de sua nova morada e claro, redes sociais! Por mais que não fosse indicado, Faith mantinha uma rede social onde postava fotos de vez em quando. Não tinha muitos seguidores e os poucos que tinha ela não tinha contato, somente o mínimo para não levantar suspeitas.

                Curiosa, Faith procurou por alguma atualização sua nos últimos meses – vai que ela encontrasse algo que revelasse um pouco de como ela acabou em Chicago – mas acabou constatando que não tinha postagens neste meio tempo. Suas caixas de mensagens estavam desatualizadas.

                Faith foi até a janela e tirou algumas fotos da vista – até que alguma ficasse ao menos aceitável para uma foto de celular à noite – e colocou em uma de suas redes sociais com a legenda: Kinder Dieser Stadt.

                 “É... Agora é esperar para ver o que vai acontecer amanhã!”

                Já era por volta das três da manhã quando Faith decidiu ir se deitar, mas antes decidiu por tomar um bom banho. Procurou no guarda-roupa se tinha alguma roupa para dormir e só encontrou um pijama de algodão.

                “Sério isso?” – Faith achou graça ao ver a peça de roupa. Normalmente ela prefere lingeries como baby-dolls. – “Preciso urgentemente rever esse guarda-roupa.”

                Era o que tinha para aquela noite. Faith colocou o pijama debaixo do braço e foi para o banheiro. Ao passar pela sala, constatou que Nicholas já dormia.

                Apesar de pequeno, o banheiro tinha uma banheira. Faith começou a encher a banheira de água quente, retirou as roupas e a prótese e deitou-se antes mesmo da banheira estar totalmente cheia.

                Enquanto a banheira enchia, Faith se ensaboava e refletia em tudo o que tinha acontecido naquela noite.

                “O que aconteceu comigo?” – Faith não conseguia entender como se envolveu em uma briga, e porque alguém tentava lhe matar. Ela não caçava confusão com ninguém, sempre evitou outros vampiros, por que ser agredida assim?

                “O que estou fazendo em Chicago?”

“Será que há algum motivo especial para ela estar ali naquela cidade?”

“Será que estar naquela cidade tem algo a ver com ela ter sido encontrada às margens do Rio Chicago quase sem vida?”

                “O que aconteceu com minha memória?” – por mais que se esforçasse, Faith não conseguia se lembrar dos últimos meses. – “Vampiros são imunes a doenças... Será que foi algum poder sobrenatural?”

                “Simons...”

Faith tentava entender quem era o tal Simons. Ela nunca tinha se sentido assim antes. Nunca diante de um vampiro ela se sentiu tão segura a ponto de confiar inteiramente em um desconhecido. Faith, nos poucos minutos de conversa que teve, começou a ter certa admiração por Simons. Por diversas vezes ela se pegava pensando nele e em como ele a estava ajudando.

                “Tantas perguntas!”

Faith afundou sua cabeça na água. Não estava em seus planos lavar o cabelo hoje, mas ela realmente não conseguia lidar com tantas perguntas. 

                “Vou confiar no senhor Simons. É a única pessoa que sei que posso confiar...”

                “O Nick parece ser gente boa também... E foi o senhor Simons que o indicou...”

                Após um longo banho, Faith foi se deitar. A noite que teria a seguir seria longa e com muitos afazeres. Entrou para o quarto, trancou a porta, fechou as janelas e cortinas e ainda tentando relaxar e limpar sua mente de tantas dúvidas, acabou adormecendo rapidamente.

                Na noite seguinte, Faith levantou-se por volta das sete horas. Vestiu-se com suas roupas da noite anterior, pois tinha planos de comprar roupas novas ainda hoje.

                – Nick! – disse ela ao entrar na sala.

                – Oi, Faith! Já de pé? – Nicholas estava saindo do banho, ainda estava sem camisa. Vestia uma bermuda, chinelos e estava terminando de se secar.

                – Preciso comprar roupas e ir ao cabelereiro.

                – Eu te levo. Me dá um minuto para me trocar. – respondeu Nicholas agilizando o processo de secar.

                Enquanto Nicholas se trocava, Faith olhava em seu smartphone o endereço de lojas de roupas que estariam abertas à noite. Por sorte Chicago parecia ser uma cidade que funcionava 24 horas e encontrou várias opções.

                Em poucos minutos já estavam no táxi. Faith indicou algumas lojas e perguntou a opinião de Nicholas, já que ele conhecia mais a cidade. Ele, por sua vez, respondeu que dependia muito do que ela queria comprar, mas Faith não sabia explicar direito o que ela queria, então foram passando nas lojas uma a uma. 

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