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Noite após Noite

Noite de Caça (parte 3)

Noite de Caça (parte 3)

Oct 27, 2022

                Enquanto verificava ao redor do galpão. Faith ouviu o som de um carro se aproximando lentamente. Ainda utilizando de sua furtividade sobrenatural, Faith se escondeu atrás de uma pilha de pallets próxima e decidiu espiar para ver o que acontecia.

                O carro preto modelo SUV aproximava-se lentamente com os faróis baixos e parou bem diante da porta dupla. Ainda com os faróis e o motor ligados, três homens desceram do carro em silêncio. Dois deles estavam armados com fuzis e o terceiro, que estava no banco de trás trazia consigo uma maleta. Faith o reconheceu como o vampiro traidor informado pelo senhor Simons. O vampiro usava um bonito terno, tinha os cabelos pretos bem penteados e apesar de a noite, estava de óculos escuros. Ao pisar no chão fez parecer que ele não gostou de molhar seus sapatos meticulosamente bem lustrados.

                “Dois humanos armados e um vampiro...”

                O vampiro fez um gesto com a mão indicando que um de seus comparsas fosse até a porta.

                “Preciso entrar...”

                Faith observava um dos homens armados caminhando em direção à porta iluminada pelos faróis do carro, mas, ela também procurava um meio de entrar no galpão.

                “Os guardas? Onde estão?” – Foi então que Faith percebeu que não conseguia mais notar a presença dos guardas. – “Será que estes homens subornaram os guardas?”.

                O homem bateu à porta do galpão.

                “Uma porta lateral!” – Enquanto pensava em como entrar sem ser percebida, afinal, nem sua furtividade sobrenatural poderia evitar que eles a vissem abrindo aquela porta de todo o tamanho! Faith viu uma porta lateral. Uma pequena porta que ela julgou poder arrombar com facilidade. Esgueirando-se com cuidado para não ser vista ou ouvida, Faith foi em direção à porta, enquanto os homens da SUV entravam no galpão.

                Era uma porta simples, mas, a fechadura parecia ser de boa qualidade.

                “Se tivesse trago o pé-de-cabra seria mais rápido.”

                Faith se abaixou próxima à fechadura para poder analisa-la melhor...

                “Tetra chave! Que merda!”

                Certamente não seria rápido arrombar uma fechadura daquelas. Precisava encontrar outro caminho. Faith olhou rapidamente ao seu redor, procurando um jeito de entrar no galpão e foi então que viu um conjunto de containers empilhados bem próximos à parede dos fundos do galpão.

                “Se eu subir neles, posso alcançar a janela.”

                Faith, ainda se escondendo, foi até os containers e por sua sorte seria fácil subi-los por causa de uma espécie de escada que cada um deles tinha em sua lateral. Não ter uma perna fazia tarefas simples como escalar um container algo desafiador para Faith. Ainda mais com sua prótese que não era nada indicada para escaladas.

                Do alto do segundo container, Faith poderia alcançar a janela. Não sem realizar um salto de uns poucos metros.

                “Nem estou acreditando que vou ter de fazer isso...” – Faith pensava contra o tempo o melhor e mais rápido método de adentrar o galpão da reunião, eliminar todos os envolvidos e pegar os documentos. Mas, no momento seu plano ainda estava na parte de COMO ENTRAR.

                De cima dos containers olhando através da janela suja de poeira e pela ação do tempo, Faith podia observar que as luzes estavam acesas no interior do galpão, mas, dali de onde estava não conseguia ver quantas pessoas estavam em seu interior. Os contêineres no interior do galpão bloqueavam boa parte da visão.

                Faith aproximou o máximo que podia da beirada do container para se aproximar do galpão, mas, se ela realmente quisesse chegar à janela, teria de saltar ou inventar algo como uma ponte ou qualquer coisa assim.

                “Só tem um jeito...”

                Faith decidiu-se por saltar pela janela. Era um plano simples, tão simples que ela julgou como idiota. Sua ideia consistia em ativar seu poder de abafar os sons e saltar pela janela. Se tudo desse certo ela não se machucaria tanto e conseguiria entrar e cair em um lugar escondido por detrás daqueles containers.

                Faith pensou em tomar distância para o salto, mas, desistiu da ideia. Afinal, ela não conseguia correr com aquela prótese e logo não iria adiantar de nada. Ela teria de acertar de primeira! Utilizando seus poderes vampíricos, Faith fortaleceu sua resistência física para resistir ao máximo de ferimentos possíveis que poderiam ser gerados em sua entrada.

                “Vamos Faith... Nem é tão distante assim! Você consegue!”

                Faith fez uma contagem regressiva mentalmente e forçando o peso de seu corpo sobre a perna esquerda saltou o mais longe que podia com o intuito de atingir a janela de vidro. No ar, Faith protegeu o rosto com o braço e para sua sorte ela conseguiu atingir o alvo que era a janela e o vidro da mesma espatifou-se em incontáveis pedaços que caíram cintilando refletindo a luz interior. Faith bateu com força ao cair de costas sobre um container e antes que conseguisse reagir ela foi jogada ao chão caindo junto com os estilhaços do vidro da janela.

                Graças ao seu poder... Nenhum som foi gerado.

                Gemendo de dor, Faith começou a se levantar, enquanto verificava se não tinha se machucado mais do que ela imaginava.

                “Merda!”

                Faith se levantou, e sacudiu os poucos cacos de vidro que estavam presos em seu cabelo e em sua roupa. Seu corpo tinha pequenos cortes superficiais, nada de grave pelo menos. Sua meia e luvas estavam todas rasgadas.

                “Menos mal.” – Pensou Faith já que ela costumava rasgar suas meias-calças para completar seu visual, então sua entrada não foi tão ruim quanto pareceu. – “Poderia ter sido pior.”

                _ Para que tantas armas meu caro? – Perguntou o homem sentado em uma cadeira que certamente havia sido posta ali apenas para ele. Este homem era na verdade outro vampiro, Faith não o reconheceu de imediato, mas, era o homem das fotos que Simons havia lhe enviado. Um homem aparentando vinte e poucos anos, negro, cabelos bem curtos, um cavanhaque muito bem feito e vestia um terno branco. De pé ao seu lado uma mulher, também vampira, vestindo couro, muito bonita, de pele morena, cabelos pretos, longos e lisos e em coldres presos em suas coxas duas pistolas de grosso calibre.

                _ Nunca se sabe com quem se está lidando... – Respondeu o homem que acabará de entrar no galpão. – Podemos pular essa parte e irmos direto aos negócios.

                _ Mas é claro... – Respondeu o homem de branco. – Está com o dinheiro?

                O outro homem levantou uma maleta. Indicando que o dinheiro estava ali.

                _ E minha encomenda? – Questionou.

                O homem de branco fez um gesto com a cabeça para a mulher e ela foi até um ponto onde Faith não conseguia ver de seu esconderijo e voltou com um envelope grande.

                _ Fico me perguntando como você teve acesso a estes documentos... – Disse o homem enquanto abria e fechava a maleta para mostrar os muitos dólares em seu interior.

                _ Contatos meu caro. Eu mesmo não me envolvo com o Regente.

                _ Então há mais gente interessada em ver a ruína do senhor Regente... Ninguém é líder para sempre não é mesmo?

                _ Eu apenas faço negócios... O mundo gira em torno de dinheiro. Se alguém quer pagar por aquilo que eu posso conseguir... Porque não fazer negócios?

                _ Mas, não tem medo de ser descoberto?

                _ Conheço muitos podres dos membros dessa cidade.

                _ E iria utiliza-los para negociar com o Regente?

                _ Não vou precisar negociar com ele... Até ele chegar a mim muitos cairão. Muitos poderosos, diga-se de passagem... Enquanto eles não caírem eu não cairei.

                _ Confiante você... – O homem sorriu enquanto entregava a maleta para a mulher e tomava o envelope em suas mãos.

                _ Tenho minhas garantias... Mas, mais confiante é você em busca de informações contra o Regente. Planejando algo grande?

                _ Apenas negócios meu caro... Apenas negócios.

                _ Sei. O Regente já teve mais prestígio em Chicago.

                _ Aposto que ele sabe que muitos figurões querem o controle da cidade.

                _ E quem iria ser tolo de ir contra ele.

                _ Talvez não seja um tolo e sim alguém com poder o suficiente...

                _ Não vejo essa situação se resolvendo como uma briga de rua.

                _ Alguns podem discordar...

                _ Esses seriam os verdadeiros tolos. O poder deve ser tomado pela política e não em um ataque suicida contra um dos mais poderosos membros da cidade.

                _ Quem diria você adepto da política e do diálogo.

                _ Antes de querer entrar em uma luta é bom pesquisar sobre o seu oponente... É o básico.

                “Preciso agir logo...”

                Faith olhou ao redor procurando um jeito de agir. Eram cinco inimigos, três vampiros e mais dois homens armados com armas de grosso calibre. Por mais que balas não a ferissem muito, elas ainda sim a feriam e poderiam até matá-la se ela não tivesse cuidado suficiente.

                “Uma distração...”

                Faith começou a improvisar um plano em sua mente. Um plano simples, mas, que poderia sim funcionar. Ela precisava criar uma distração para dispersa-los e então pega-los um a um de forma rápida e precisa.

                Ainda utilizando de sua furtividade sobrenatural, agora com muito mais cuidado, pois entre os vampiros nunca se sabe quando alguém poderia ter algum tipo de percepção sobrenatural ao ponto de sobrepujar o seu poder. Faith esgueirou-se por entre os grandes caixotes de madeira e containers até a entrada do galpão, onde ficava o interruptor que gerenciava as luzes do interior e então desligou a chave geral do lugar deixando o interior do galpão em uma profunda escuridão.

                _ Mas que porra é essa? – Gritou um dos homens.

                _ Não vejo nada! – Falou o outro.

                _ Está querendo me roubar é? – Gritou o homem de branco.

                _ Homens! – O homem de terno preto deu uma ordem e Faith pode ouvir as armas sendo preparadas.

                 _ Pode ter sido uma queda de energia! – Falou a mulher.

                _ Ou a chave caiu... – Disse um dos capangas.

                _ Ou alguém a desligou! – Disse o homem de terno preto. – Vá lá ver.

                Estava muito escuro até mesmo para Faith. Seus olhos vampíricos até poderiam se acostumar mais fácil à escuridão, mas, isso não quer dizer que ela poderia enxergar no escuro. Mas, seu plano estava indo como planejado. Faith se escondeu entre uma grande fileira de caixotes de madeira e ouvindo atentamente os passos do capanga ela ficou aguardando para a tocaia.

                “Uma luz!”

                Faith pode perceber que o homem que estava indo verificar o que aconteceu para o inesperado black-out tinha uma espécie de lanterna, ou usava seu smartphone como uma lanterna para iluminar o caminho.

                “Não posso fazer barulho...” – E com esse pensamento, Faith ativou seu poder de suprimir a propagação de sons.

                Quando o homem se aproximou ele sentiu que algo estava diferente, ele não conseguia ouvir os próprios passos, não ouvia o som dos carros que passavam velozmente na movimentada avenida que estava há alguns metros dali, na verdade ele não ouvia nada a não ser um zumbido que ocorria no mais profundo silêncio. Mas, antes que ele pudesse fazer alguma coisa, a faca de Faith passou pelo seu pescoço cortando sua garganta profundamente. Não havia o que fazer, ele ainda tentou gritar, mas, sua voz não saiu e antes que pudesse se virar para ver o que tinha acontecido, ou tentar avisar seus companheiros, Faith o puxou para o meio dos caixotes e jogou-o no chão mantendo-o oculto.

                O cheiro do sangue fluindo vigorosamente pelo pescoço do homem que agonizava em seus últimos suspiros de vida aflorou em Faith a sua fome. Ela lambeu a lâmina de sua faca saboreando o gosto do sangue. E antes que o homem finalmente morresse, Faith aproveitou e debruçando sobre seu corpo quase sem vida pôs a beber do sangue que ainda escorria o que não durou muito, pois, em poucos segundos o homem desmaiou e morreu devido à perda de sangue.

                “Um já foi.” – Disse Faith levantando-se e lambendo o sangue que escorria pelo canto de sua boca.

                Logo alguém iria vir ver o que aconteceu com aquele homem então Faith tratou de se preparar para o próximo. Mas, antes ela pisou com força com sua prótese sobre o aparelho celular que o homem usava como lanterna. Ainda sob o efeito de seu poder de silêncio a tela espatifou-se com o impacto sem emitir um único ruído e todas suas luzes se apagaram.

                _ Ei! O que aconteceu? – Gritou o outro capanga.

                Obviamente não houve resposta.

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