Mas, antes que pudesse encontra-la, Faith ouviu passos velozes vindo em sua direção, era o último deles. Mas, assim que se virou Faith deu de cara com ele que estava há centímetros de distância.

            _ Ora se não é a aleijada! – Disse o vampiro olhando Faith nos olhos. – O que faz aqui?

            ...

            _ Além de não ter uma perna não tem a língua também? – Continuou o vampiro. Ele sorria, mas, Faith podia ver a fúria em seus olhos.

            “Estou ficando fraca... Preciso acabar com isso logo.” – Pensou Faith olhando ao seu redor tentando desenvolver um plano para vencer o inimigo.

            Sem prévio aviso, Faith disparou um soco contra a face do vampiro, mas, ele esquivou-se com facilidade e antes que Faith se recuperasse do soco desferido, o Vampiro abaixou-se e socou Faith na barriga duas vezes! O golpe não fora tão forte, mas, o suficiente para Faith gemer de dor.

            _ Lenta demais! – Disse ele sorrindo de forma provocativa. – Normal para uma aleijada.

            _ Filho da puta! – Xingou Faith se abaixando com a mão na barriga.

            _ Então você fala? Pode começar dizendo quem te mandou aqui!

                Faith não respondeu, ela estava mais interessada em pegar o pedaço de madeira que usou para matar o outro Vampiro.

                _ Fala logo sua puta! – Gritou o vampiro enfurecido chutando Faith que ainda estava abaixada. Porém, ela conseguiu evitar o golpe se jogando no chão, o que não resolveu muita coisa, pois, o vampiro era muito rápido e a chutou novamente, agora sem chance de defesa. O golpe a atingiu com força no rosto, fazendo-a gemer.

                Faith levou a mão ao seu nariz e constatou que estava sangrando.

                _ Quem te mandou vadia? – O vampiro gritou e a chutou novamente. Faith caída no chão, apenas tentou se proteger se encolhendo no canto.

                O vampiro continuava a chutar Faith exigindo que ela falasse quem a tinha mandado ali, sem como reagir Faith apenas se encolheu em um canto tentando se proteger como dava. Ela sabia que ele não ia ficar naqueles chutes a noite toda.

                _ Se falar quem está por trás disso eu te matarei de uma forma rápida. – Disse o Vampiro se abaixando próximo a Faith.

                _ Vá se foder!

                A resposta de Faith enfureceu o vampiro que a segurou e a socou no rosto diversas vezes enquanto a xingava de diversos insultos.

                _ Vou perguntar mais uma vez vadia! – O vampiro segurava Faith pelos cabelos, essa que por sua vez estava com o rosto todo machucado e sangrando após tantos golpes. – Quem te mandou aqui?

                A resposta de Faith foi cuspir na cara do Vampiro. Um cuspe de sangue.

                _ Acho que se eu arrancar outra perna sua talvez você comece a perceber que estou falando sério não é? – Disse o vampiro socando o rosto de Faith mais uma vez.

                Faith estava muito ferida. Se não conseguia acompanhar a velocidade de seu inimigo em bom estado, imagina naquela situação. Foi quando aconteceu algo inusitado e inesperado por ela. O vampiro passou a mão em sua coxa e com um sorriso malicioso ele arrancou a prótese de Faith que se desequilibrou e foi ao chão.

                _ Acho que vou levar isso de recordação... – Disse ele erguendo a prótese para que Faith pudesse ver.

                “Minha perna... E agora? O que eu vou fazer?” – Aquilo era um pesadelo para Faith. Sem a prótese ela não conseguia sequer ficar de pé sem algum apoio.

            _ Vai começar a falar sua puta aleijada? – O vampiro jogou a prótese de Faith para longe de seu alcance. – Ou vou ter de arrancar sua última perna?

            _ Se tiver um arranhão nela... – Disse Faith olhando nos olhos do vampiro.

            _ Estou morrendo de medo da aleijadinha... – Respondeu o vampiro rindo.

            Faith ainda olhando para ele ativou mais um de seus poderes vampíricos. Atingir o vampiro com aquele cuspe de sangue era mais do que parecia ser, ela conseguiu envenenar seu inimigo com aquele cuspe.

            O vampiro começou a achar estranho o modo como Faith o olhava, mas, antes que pudesse dizer alguma coisa ele sentiu uma forte dor aguda no peito, como se seu coração fosse explodir. Ele gemeu de dor, levando a mão ao peito.

            _ O que fez comigo sua vadia? – Disse ele caindo de joelhos com a mão no peito, sangue começou a escorrer de seu nariz e ouvidos. Ele se engasgou e cuspiu uma porção de sangue.

            _ Sua sorte é que ninguém vai saber que você foi morto por uma aleijada. – Respondeu Faith sorrindo vitoriosa.

            O vampiro tentou dizer alguma coisa, mas, a dor piorava e ele se contorcia no chão.

            _ Eu envenenei seu sangue, diminui sua resistência e agora estou esmagando seu coração. – Faith se apoiando em um container começou a se levantar. – Pode ser que demore até que você esteja morto, mas, eu posso manter isso por muito tempo.

            O vampiro olhava para Faith gemendo de dor, seus olhos estavam vermelhos, mas, não de fúria e sim devido aos vásulos sanguíneos de seus olhos estourando.

            _ Que lição aprendeu hoje? – Disse Faith já de pé se equilibrando em sua perna esquerda – Não subestime a aleijada!

            O vampiro se contorcendo de dor tentava se afastar de Faith, mas, mal conseguia rastejar e o pouco que ele conseguia deixava um rastro de sangue pelo chão. Seus olhos, nariz, boca, ouvidos... Tudo sangrava.

            _ Não é engraçado? Você está com tanto medo que está cagando sangue. – Provocou Faith.

            Com muita dificuldade, tendo de se apoiar para não cair, Faith foi pulando em uma perna só até chegar à sua prótese.

            _ Sua sorte é que ela não está arranhada. – Disse Faith se abaixando para colocar sua prótese.

            _ Quem é você? – Perguntava o vampiro agonizando em dor.

            _ A puta aleijada. – Respondeu Faith andando em direção ao vampiro. De proposito, Faith pisava forte para que ele pudesse ouvir o som de seus passos se aproximando. Ela gostava de ver como ele inutilmente tentava se afastar enquanto se arrastava em seu próprio sangue.

            Com o pedaço de madeira em mãos, Faith cortou superficialmente sua pele acima do joelho, fazendo um pouco de seu sangue escorrer por sua perna e prótese. Ela ficou de pé diante do vampiro que ainda agonizava agora quase sem sangue.

            _ Sua... Sua puta... Eu vou... Eu vou te matar... – Dizia o vampiro que sentia que seu coração estava sendo esmagado por alguma força invisível e tinha seu sangue sendo extirpado de seu corpo através de cada orifício.

            Sem prolongar muito a situação, Faith deu um forte pisão com a prótese na barriga do vampiro. A força foi tanta que a prótese rasgou a carne do vampiro e penetrou profundamente no corpo dele.

            O vampiro ainda deu um último grito antes de desmaiar pelos ferimentos.

            _ Você logo estará morto... Será que restou algum sangue em seu corpo? – Disse Faith se abaixando próximo ao corpo inerte do vampiro e mordendo-o no pescoço.

            Não havia muito para beber. Faith drenou o resto de sangue que estava no corpo do vampiro, era tão pouco que ela ainda se sentia com sede. Mas, ela bebeu até a última gota, até não restar nada a não ser as cinzas do vampiro em suas mãos.