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Noite após Noite

A Longa Noite (parte 2)

A Longa Noite (parte 2)

Oct 31, 2022

                _ Caralho! – Exclamou Nicholas ao ver a quantia de dinheiro. – Onde conseguiu essa grana?

                _ Não fala para ninguém... Ganhei do Sr. Simons. – Faith falou em voz baixa. – Paga o concerto do telefone e pode ficar com o resto para você.

                _ Tá doida Faith! Com essa grana toda dá para comprar um telefone muito melhor!

                _ Não quero um telefone novo Nick... Quero o meu...

                _ Entendi... Mas, o que eu faço com o esse dinheiro? Você não vai precisar?

                _ Esquenta comigo não... Só vou comprar umas roupas depois... Mas, tenho umas economias...

                _ Dá para comprar umas roupas chiques com esse dinheiro.

                _ Não precisa... Além do mais, a sua amiga costureira tem uns bons preços. Eu vou falar com ela depois.

                _ Você está bem mesmo Faith?

                _ De novo essa pergunta?

                _ Sei lá... Você está estranha...

                _ Só estou cansada Nick... – Faith fechou os olhos. – Só quero deitar e dormir...

                Nicholas olhava para Faith e pensava em dizer alguma coisa, mas, nada disse. Recostou no banco e ligou o rádio em uma estação que naquele horário tocava músicas antigas de pop.

                _ Quer por alguma música no bluetooth? – Perguntou Nicholas depois de um tempo.

                _ Pode deixar... Não vamos demorar mesmo.

                _ Você que sabe...

                Os dois voltaram a ficar em silêncio. Por vários minutos ficaram calados dentro do carro. Faith parecia dormir no banco do carona, mas, Nick sabia que ela não estava dormindo, apenas estava de olhos fechados e possivelmente pensando em alguma coisa. E de fato ela estava... Faith estava pensando em tudo o que tinha acontecido naquela noite, em como quase morreu na luta contra os vampiros, em como Simons reagiu, em sua conversa com Nicholas e principalmente, no que ainda iria acontecer.

                _ Faith... – Nicholas balançou Faith suavemente. – Acho que chegaram. Faith abriu os olhos e virou-se para ver dois carros pretos que se lentamente se aproximavam com as luzes do farol alto acesas.

                _ Fique no carro. – Disse Faith saindo do taxi às pressas.

                Os carros estacionaram próximos à entrada do porto. Certamente eram eles, Faith se apressou para não deixá-los esperando.

                Dos carros, saíram vários homens vampiros, entre eles, um dos vampiros que sempre acompanhava o Regente e Faith o reconheceu do dia em que foi se apresentar.

                Morbius aparenta ser jovem, apesar de seus 1,90 de altura e seu grande porte físico. Cabelos pretos, longos e ondulados e a pele parda. Tem uma cicatriz no lado esquerdo do rosto, mas, ainda sim, ele é muito bem aparentado. A cicatriz tem o seu charme, pensava Faith.

                Mas, certamente ele não era uma pessoa de brincadeiras e se ele estava ali, certamente Faith tinha se envolvido com um problema dos grandes.

                _ Boa noite senhor Morbius. – Disse Faith com a voz tímida ao se aproximar.

                _ Aonde aconteceu tudo? – Respondeu Morbius, nitidamente querendo terminar logo as apresentações e partir direto ao que interessa.

                _ Foi em um galpão lá dentro... – Faith apontou em direção ao Porto.

                _ Vamos. Nos leve até lá.

                _ Sim senhor... Mas e os guardas?

                _ Não se preocupe com eles.

                Faith sabia que o Regente tinha influencia em diversas partes da cidade. Não era à toa que a cidade o pertencia. Parecia que ele controlava cada pessoa, desde os serviços de emergência a serviços mais básicos como tv a cabo. Então, sem perguntas começou a guiar os homens do Regente Porto a dentro. E como ela esperava, não encontraram nenhum vigia pelo caminho.

                _ Eu peguei isso. – Faith entregou o envelope.

                Enquanto andava, Morbius olhou o conteúdo do envelope e folheou rapidamente os documentos sem nada dizer. Então fechou o envelope, dobrou-o e o guardou dentro de seu casaco.

                 _ Foi só isso que pegou? – Ele perguntou quando estavam bem próximos ao destino.

                _ Sim senhor. – Respondeu Faith sem olha-lo nos olhos.

                _ É aqui? – Perguntou Morbius quando Faith parou diante da porta do galpão onde ela havia enfrentado os vampiros.

                _ Sim... Foi lá dentro.

                Morbius fez um gesto para os outros homens e eles começaram a verificar o lado de fora do galpão, ficando somente Faith e Morbius.

                _ Vá na frente. – Ordenou Morbius e Faith prontamente começou a caminhar em direção ao galpão.

                _ Conte como tudo aconteceu. – Disse Morbius andando por entre os containers do galpão e atento a todas as nuances e detalhes do local.

                _ Bom... Eu os segui até aqui, mas, a porta estava fechada então entrei por aquela janela. – Faith apontou para a janela quebrada há alguns metros de altura.

                _ Quebrou a janela? – Ele questionou.

                _ Sim... Mas, usei meu poder vampírico e eles nada perceberam.

                _ Interessante... – Morbius continuava a caminhar pelo galpão, vez ou outra ele se abaixava e pegava algo no chão e analisava mais de perto. – Continue.

                _ Então eu me escondi ali. – Faith apontou para trás de um dos containers. – E os ouvi negociar sobre estes documentos que te entreguei. Parece que um tinha roubado do Regente e entregaria ao outro. – Faith evitou falar do dinheiro, afinal, ela não estava com a maleta mais.

                Morbius não parecia estar dando atenção ao que Faith falava, estava mais preocupado em analisar buracos de balas e os corpos humanos, mas, assim que ele percebeu que Faith parou de falar, ele logo fez um gesto para que ela continuasse.

                _ Nessa hora um deles me percebeu e eu me escondi. – Faith começava a mentir e agora estava arrependida de não ter ensaiado sua mentira. – Eles começaram a me procurar, então usando de meus poderes eu fui separando-os e matando-os um a um.

                _ Matou todos eles sozinha?

                _ Não foi fácil... Em nenhum momento eu enfrentei mais de um... Os peguei de surpresa.

                _ De surpresa?

                _ Usando meus poderes eu posso ser bem furtiva.

                _ Mas, me parece que você se envolveu em uma briga e até mesmo em um tiroteio. – Disse Morbius se aproximando de Faith. – Suas roupas e até mesmo a sua aparência denunciam isso.

                Morbius parou de frente para Faith, encurralando-a contra um container. Perto de Faith, que era uma garota mais baixa e magra, Morbius, que já era alto e grande, se tornava um brutamontes intimidador. Ele a olhava com desconfiança e Faith olhava-o de baixo para cima acuada.

                _ Eu... Não sou tão forte a ponto de matar alguém em um único golpe... – Faith evitava olhar Morbius nos olhos, ela se sentia intimidada por ele. – Então acabei entrando em combate com algum deles...

                _ Está dizendo que sem uma perna, você matou três vampiros e dois homens armados com fuzis?

                _ Posso ser uma aleijada... Mas, sei me defender... – Faith ficou com raiva do modo que ele disse, mas, ainda assim, não seria louca de comprar uma briga. – As pessoas me subestimam por não ter uma perna.

                _ Devo dizer que estou impressionado. – Morbius de afastou e voltou a olhar o galpão.

                Mesmo que Faith não respirasse, ela suspirou aliviada quando ele se afastou.

                _ Queria saber em detalhes como os matou.

                Faith então começou a contar como tudo aconteceu, os tiros, a vampira com as pistolas, o vampiro que se movia entre as sombras e o vampiro que se movia rápido. Ela não precisava mentir e sentia que se contasse a verdade seria melhor. Morbius parecia analisar cada detalhe à medida que Faith contava a história.

                _ Então quando terminei... Eu me regenerei um pouco e liguei para o Regente. – Disse ela ao terminar de contar como matou os inimigos.

                _ Entendi. – Morbius então caminhou em direção à saída.

                _ E agora senhor?

                _ E agora o que?

                _ O que acontece comigo? – Faith tinha medo de alguma punição, ela tinha medo da resposta.

                _ Vou passar as informações ao Regente. Até lá... Descanse. Você não parece bem.

                Morbius se encontrou com os outros vampiros do lado de fora do galpão. Eles falavam que estava tudo limpo e avisaram das marcas de pneus de carro na entrada e as janelas quebradas. Morbius por sua vez avisou sobre os corpos no interior e disse para que eles dessem um jeito na “bagunça”.

                  _ Faith! – Chamou Morbius.

                _ Sim senhor!

                _ O taxista? Sabe de algo?

                _ Ele está comigo senhor...

                _ Ele sabe o que você é?

                _ Sim senhor.

                _ Certifique que ele não vá abrir o bico. Ou já sabe...

                _ Sim senhor. Ninguém vai saber de nada. Eu juro.

                _ Ótimo. Agora saia daqui.

                _ Sim senhor. – Faith rapidamente começou a caminhar em direção à saída. Ela sabia que eles iam fazer algo que era melhor ela não saber do que se tratava. E pelo o humor de Morbius seria bom ela se afastar antes que sobrasse para ela própria.

                Faith saiu do porto a passos rápidos, em sua cabeça ela pensava em ligar para Simons para contar a ele o que aconteceu, mas, decidiu por esperar chegar em casa. Tudo o que Faith mais queria era um bom banho e deitar em sua cama.

                _ E aí o que pegou agora? – Perguntou Nicholas quando Faith abriu a porta do taxi e sentou-se no banco do carona.

                _ Vamos para casa. – Respondeu Faith.

                _ Certo... – Nicholas entendeu que Faith não queria conversa e tratou de dar partida no taxi.

                Nicholas começou a dirigir e esperava que Faith começasse a falar, mas, Faith novamente recostou sua cabeça no banco e fechou os olhos.

                _ Porque paramos? – Perguntou Faith abruptamente quando sentiu o taxi parando e não estavam em um semáforo.

                _ Vou pegar a comida. Coisa rápida. – Disse Nicholas descendo sem ao menos desligar o motor do carro.

                Estavam parados diante de um trailer iluminado que vendia comida oriental. Havia algumas mesas e cadeiras com umas poucas pessoas, o ar cheirava a comida e parecia ser bem saborosa. Nicholas correu até o vendedor que entregou uma sacola com caixinhas de comida, palitinhos e guardanapos. Eles trocaram umas poucas palavras e logo Nicholas estava de volta. Faith reparava nas pessoas sentadas nas cadeiras, havia um casal sorridente que riam alto talvez pelo efeito da bebida, um senhor solitário de idade avançada de roupas pesadas e surradas e em outra mesa uma mulher com um grande casaco de látex e capuz, ela tinha sua atenção voltada para a tela do notebook que estava sobre a mesa ao lado do prato de sushi e a lata de energético.

                _ Vamos! – Disse Nicholas entrando no carro e colocando a sacola atrás do banco, tendo o cuidado para que ela não virasse durante o percurso.

                Faith ainda observava o trailer, o cozinheiro, um senhor que não tinha quaisquer traços asiáticos sorriu quando a percebeu. Faith apenas sorriu timidamente em resposta e antes de qualquer outra coisa, o taxi já estava em movimento novamente.

                _ Eu já tinha pedido para deixar pronto, aí não tinha o risco de esfriar enquanto eu te esperava. – Disse Nicholas entretido com o trânsito.

                Faith não respondeu, novamente tinha seus olhos fechados.

                Nicholas percebeu que Faith não estava para conversas aquela noite, algo sério devia ter acontecido, mas, ele sabia também que o mais indicado era deixa-la quieta e assim o fez. Ligou o rádio em uma de suas estações favoritas e dirigiu em direção ao apartamento que moravam.

                A viagem foi rápida e silênciosa. Em menos de 20 minutos Faith já estava em seu apartamento.

                _ Vou tomar um banho... – Disse Faith assim que entrou em casa e se dirigindo para o banheiro.

                _ Vou comer e dormir. – Disse Nicholas ligando a televisão que passava um filme da década de 80 e sentou-se no sofá enquanto desembrulhava a caixinha de comida chinesa.

                No banheiro Faith fechou a porta e abriu a torneira para começar a encher a banheira com água quente. Sentada na beirada da banheira, ela tomou o telefone e ligou para Simons.

                _ Faith? – Disse Simons ao atender o telefone.

                _ Senhor.

                _ Aconteceu alguma coisa?

                _ Entreguei os documentos como o senhor ordenou.

                _ Muito bom Faith. Deu tudo certo?

                _ Acho que sim senhor.

                _ Acha?

                _ Quero dizer... Ele não fez muitas perguntas. Foi o tal Morbius que foi buscar.

                _ Entendo. De toda forma o plano está dando certo.

                _ Que bom senhor. Fico feliz em poder ajuda-lo.

                _ Você vai ter uns dias para descansar.

                _ Descansar? Eu já estou bem senhor.

                _ Precisa ficar fora de evidencia para não chamar a atenção.

                _ Acha que eu estou chamando a atenção senhor?

                _ Não devemos nos precipitar neste momento. Às vezes é importante saber esperar o momento oportuno para atacar.

                _ Sim senhor. Eu entendo.

                _ Eu te ligo quando precisar de você.

                _ Sim senhor.

                _ Boa noite. – E dizendo isso Simons finalizou a ligação.

                _ Boa noite senhor... – Disse Faith ao telefone mudo.

                Com a banheira cheia o suficiente, Faith tirou suas roupas, jogando-as na pia, tirou sua prótese e entrou na água quente. Ela precisava daquilo... Sentiu-se um pouco melhor mergulhada na água quente e sentindo o cheiro dos sais de banho que ela costumava comprar.

                “O que está acontecendo comigo?” 

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