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Toxicidade

4.0 - Quebrando cabeças para fazer um omelete.

4.0 - Quebrando cabeças para fazer um omelete.

Dec 11, 2022

This content is intended for mature audiences for the following reasons.

  • •  Abuse - Physical and/or Emotional
  • •  Blood/Gore
  • •  Physical violence
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O pouco que o grupo da Lis havia colhido antes de serem atacados por incontáveis ratos foi o suficiente para preparar uma refeição, além de quartos particulares, uma sala central que dava acesso ao painel de controle do bunker/ tanque de guerra, também havia uma cozinha, com decoração rústica e acinzentada, uma mesa de jantar de aço puro, com bancos do mesmo componente, no canto um fogão, pia, o cenário era facilmente confundido como um interior de um submarino.


Sobre a mesa, pratos vazios com talheres, no centro, uma bandeja com cogumelos defumados e na lateral da mesa, Roger com uma expressão desconfortável.


  • Tem certeza que isso é comestível?


  • É verdade, esqueci de lhe apresentar. - Lis foi até a bancada próxima ao fogão e tirou o pano em cima de um microondas. - Eu te apresento uma das invenções do Doutor Geto, o desintoxicador.


Roger demonstrou ceticismo no olhar.


  • Um microondas você quis dizer.


  • Aí que está a jogada. - Lis pegou uma bandeja de cogumelos crus que não parecia tão apetitoso, pegou um celular e com a lente, mapeou o alimento, e após alguns segundos de carregamento, aparece o valor estampado na tela. - Veja que a toxicidade do alimento chega em 98.5%.

Ela assim coloca a bandeja dentro do microondas e liga, o aparato se comporta como um microondas comum, com o prato girando enquanto uma luz turva revela o conteúdo em uma tela tracejada, depois ele finalmente desliga com apito, que é o momento de remover o alimento. Ela então pega novamente o celular, mapeia e o resultado mostra 2.5%


  • Com isso, o alimento está hábil para o consumo, só fritá-lo e pronto!

  • Isso realmente é incrível, nunca vi algo assim.


  • Não é mesmo? - Disse Lis com um tom orgulhoso


  • Doutor Geto nos diz que nossa adaptação é a criação de aparatos moldados a nossa realidade, a máscara de gás com gases portátil foi construída por ele para mineradores conseguirem adentrar em ambientes tóxicos e realizar o seu trabalho. - Explicou Lara.


  • Será que o seboso pode comer cogumelo? - Perguntou Soraya enquanto dava um pouco para o cachorro desfigurado.


  • No fim das contas você aceitou que ela tivesse um cachorro. - Comentou Nicholas.


  • Eu até tentei me livrar dele, mas ela fez tanto escândalo que eu desisti, sem contar que não seria justo com uma criatura que nos tirou daquela enrascada. Concluiu Roger.


  • Ele pode até ser perigoso em primeira instância, mas a Soraya de alguma forma o acalma, tanto que ele nem abriu o focinho para nos atacar, sem contar que é um baita cão de guarda. - Disse Lis.


  • Seja como for, enquanto não nos fizer mal, não acho que temos problemas para mantê-lo.


  • Garantindo que ele seja descontaminado em uma das cabines, não terá problema ele nos acompanhar. - Explicou Lara que tentava acariciar o cachorro.


  • Bem, vamos comer, antes que esfrie? - Interrompeu Lis.

  • O que é este cogumelo esquisito?


Roger pegou da bandeja o cogumelo, o chapéu era uma espiral que tinha formato de cone.

  • Ah, isso é um cogumelo paladar.


  • Cogumelo paladar? Que diabo é isso?


  • É um cogumelo que difere de gosto dependendo de quem o consumir.


  • Para mim parecia gosto de churros! - Comentou Lara.


  • E para mim, uma torta de pêssego. - comentou Soraya


  • Eu não quero me arriscar a comer isso, já tenho a doença do fungo, pedir qualquer vontade. - Explicou Nicholas.


  • Não seja por isso, no armazém tem outros alimentos que não são cogumelos, já vou pegar. - Explicou Lis.


Roger ficou receoso em experimentá-lo, se o gosto poderia ser aleatório para cada um ter uma experiência, para ele poderia ser um sabor indescritivelmente ruim, ele então mordiscou a ponta, fechando os olhos com força, com medo de que pudesse ser gosto de algo ruim como vômito ou fezes. De repente aquele sabor esquisito corroeu toda a garganta, o que fez ter uma crise de tosses.


  • Put# Merda, que gosto forte, parece queijo velho! - Disse em lágrimas.


  • Tem grandes chances de ter um péssimo gosto! - Comentou Lis retornando com um saco de frutas até a mesa.


E aquele fim de noite terminou todos rindo e se conhecendo, aos poucos Lis foi perdendo a desconfiança daqueles três, afinal ela nunca tinha visto Lara tão feliz.


Em meio a uma conversa calorosa,Lara bocejou, já era hora dos mais jovens dormirem.

  • Pode ir pra cama Lara, deixa que eu cuido do painel de controle.


  • Ta. - Lara se levantou cambaleante até o quarto.


Soraya carregou seboso no colo até o outro e Nicholas permaneceu na mesa de jantar lendo um livro, Roger parou na frente dele.


  • Você também, Nicholas.


  • De boa, eu dormi quando vocês estavam procurando recursos.


  • Não importa, você tem que descansar bem, senão não vai se recuperar.

  • Está bem! Já tô indo!


  • E não esquece de escovar os dentes.


  • Tá cara, que chatice.


  • Essas crianças de hoje!


Roger foi até a sala de controle, onde Lis pilotava o bunker móvel pela estrada, em sua mão uma lata de cerveja.


  • Depois de hoje, ganhamos um mínimo de confiança?


  • Realmente, agora dificilmente acharei que vocês são parte dos chacais, mas continuo mantendo minha desconfiança.


  • Meu nome real é Adriano, fui soldado de fronte há quinze anos atrás, cinco anos antes do mundo ser tomado pelo caos, tive uma esposa, Bianca, e um filho,Bruno, no retorno para casa eu descobri que elas foram mortas por conta de um ataque terrorista, eu achei que iria ser o próximo quando aquela névoa esverdeada tomou conta do nosso bairro, mas era como se elas me empurraram para que eu sobrevivesse de alguma forma, e foi assim que encontrei o bunker no qual permaneci durante dez anos, fazendo papel paterno para Soraya e Nicholas, duas crianças órfãs e assim acabei me encontrando com você.


  • Porque você está me falando isso?


  • Pensei que se eu revelasse meu passado, talvez ajudasse a diminuir sua desconfiança, Roger era alcunha de soldado de guerra mesmo, mas acabou pegando porque até mesmo minha plaqueta de identificação militar estava escrito isso!


  • Bem idiota colocar um nome que não é seu na plaqueta, e se você morrer? Como vai identificá-lo.


  • Na hora da piada não pensei nisso.

  • Bem, aparentemente o que está dizendo é verdade, afinal a pulseira também é um detector de mentiras.


  • peraí? Tá me dizendo que você está nos monitorando desde sempre?


  • Eu não botaria esses braceletes em vocês se não tivesse essas ferramentas!


  • Bem, que seja, eu não precisaria ter isso para dizer a verdade.


Os dois ficaram em silêncio, admirando a estrada vazia logo a sua frente, monstros noturnos eram ignorados e alguns ousavam atacar o tanque de guerra, mas que acabavam passando por cima deles, Lis deu o último gole da cerveja, respirou fundo, apertou os olhos e começou a falar.


  • Certo dia, no bunker onde eu estava alojado, encontramos um homem quase morto na entrada da porta de ferro, nós o resgatamos, limpamos, alimentamos e quando ele estava em perfeito estado, ele desativou todos os protocolos de seguranças e permitiu um grupo de entrar no nosso recinto, eles mataram, e devoraram nossos amigos e familiares, como bestas que seguiam o próprio instinto, minha madre me escondeu e tentou chamar a atenção deles. - Ela engoliu em seco, os olhos começavam a lacrimejar - Você não sabe o horror que eu passei, vendo aqueles monstros devorarem a madre na minha frente, e eu nao podendo chorar, gritar, ou desviar o olhar, sempre com medo de que eu pudesse fazer algum barulho e eles me encontrassem, deste então eu penso muitas vezes antes de resgatar e confiar em alguém.


O olhar de Roger era o puro pavor, Lis secava os olhos com as costas das mãos, os dois continuavam olhando o horizonte, e por algum motivo estranho, isso os acalmava, duas pessoas quebradas no mesmo bunker.


  • Eu sinto muito! - Roger quebrou o silêncio, se levantou e foi até o seu quarto, Lis permanecia na sala de controle, relembrando os traumas e chorando em silêncio, como se tivesse sido transportado em suas memórias até aquele fatídico dia.


O dia seguinte foi marcado pelo tanque de guerra quebrado, o carburador havia pifado e não tinha condição alguma de prosseguir viagem.


  • Se encontramos um carro abandonado, podemos remover o carburador dele e inseri-lo no tanque.


  • Estamos no meio do nada, falta aproximadamente cento e cinquenta quilômetros até chegarmos ao nosso bunker- Comentou Lis.


  • Se acharmos peça de reposição, você instala pra gente? - Perguntou Lara.


  • Olha, eu só sei a teoria, mas posso tentar.


  • Deixa isso comigo, eu já fui um soldado de guerra, trocar carburador de tanque de guerra é minha especialidade. - Disse Roger orgulhoso.

  • É uma mentira deslavada, você disse uma vez que nunca trabalhou dentro de um tanque de guerra. - Retrucou Nicholas


Eles ativaram o sistema de camuflagem do tanque, que assumiu a mesma coloração do concreto dos escombros, e percorreram um longo caminho até depararem que a névoa verde não estavam o cobrindo mais, Lis pegou o celular e ativou o mapeamento do local, alguns raios percorreram todo ambiente para finalmente apresentar uma taxa aceitável de ar puro.


  • Parece que esta região está livre da névoa tóxica, talvez podemos ficar sem máscara.

  • Que estranho, porque será? - Perguntou Roger.

  • Talvez por estarmos em um plano alto, a névoa é mais densa que o ar, então ele se condensa sempre abaixo. - Explicou Nicholas.

  • Mas continua muito estranho, era para que alguma frente fria empurrasse a névoa para cá, não?

Enquanto eles discutiam o motivo daquele ambiente estar limpo, Soraya junto ao seu cão seboso que carregava no colo, encarava perplexo a cidade logo a sua frente.


  • Pessoal, eu vi uma movimentação suspeita logo ali! - Ela apontou para a cidade no horizonte.


Lis se aproximou de Soraya, tirou da mochila um binóculo e observou a cidade, o que a fez ficar surpresa, uma comunidade vivendo ao ar livre, sem máscara de gás, trajados com roupas de pano antiquada, como se tivessem voltado no tempo, mas com casas dos tempos atuais.


  • Uma comunidade vivendo sob o céu, isso é fascinante!


  • Sério? Deixa eu ver! - Disse Roger pegando o binóculo dela, e observando.


  • E aí? Vamos dar um olá para eles? - Perguntou Lara.


  • Talvez lá tenha carros, podemos pedir pra eles nos ajudarem.


  • Será que eles vão nos estranhar se irmos de máscara de gás até lá?


  • Seja como for, vamos de forma cautelosa. - Disse Roger. - Estou com um mal pressentimento.

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narrador no tapas

Creator

meu tempo tá tão curto que esqueci de publicar esse sábado

mas fica nesse domingo mesmo

#survival_horror

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