Eu já tive que ouvir cada barbaridade sobre o assunto do meu autismo tanto na vida pessoal quanto no meu trabalho, alguns inclusive que foram bem graves e precisei registrar boletim de ocorrência mais de uma vez. O mais comum é não acharem que sou uma pessoa "normal", que não tenho capacidade para o meu trabalho ou que Deus tem algo a ver com isso. Foi aí que eu aprendi de novo, assim como as pessoas LGBTQ+ precisam se explicar e sair do armário diversas vezes durante a vida, que eu teria que fazer o mesmo com o meu autismo. Sair do armário da neurodivergência e pontuar essas falar ignorantes a respeito de mim e de nós. É cansativo? É, pra cara***.
Além disso, assim como tem gente que me fala "você nem parece viado", tem a galera do "nem parece autista". Como se o autismo tivesse uma cara, tivesse uma característica única facilmente identificável, porém não é assim. Cada pessoa dentro do espectro autista é muito diferente uma da outra, com habilidades e necesidades especiais próprias. Além de que, convenhamos, nem toda deficiência pode ser reparada a primeira vista, às vezes só se repara quando se tem o convívio.
Após me descobrir autista na vida adulta, decidi criar uma série de tiras para falar sobre minha vivencia como professor, autista, gay, urso, poliamoroso, furry, e quadrinista. Senta, pois lá vem historia.
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