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Chemtrails: Quark Children

O Fim Já Está Aqui

O Fim Já Está Aqui

Mar 22, 2023

Leivos já estava de chegada ao casarão. Mas antes de entrar, ergueu seu olhar sobre todas aquelas casas, a talvez mais de um quilômetro de distância, conseguia ver o vermelho do garoto por entre as folhas das árvores que abraçavam o rio.

Seu olhar apertava levemente, acompanhado de um suspirar pesado quando fez sua entrada no casarão. Seguiu ao longo do corredor até a última porta, que levava a uma sala, a qual, sem ter janelas, estava um breu, senão apenas frestas de luz ao longo das paredes de madeira, a exata sala onde Lídia havia batido a porta ao abrir no dia anterior.

Entrou, se aproximando da mesa, e também de um interruptor de luz, ativando-o, para uma simples lâmpada incandescente ligar e iluminar a suposta salinha de reuniões, toda a escuridão do ambiente se desfez, porém, havia um pedaço das sombras o qual se recusou a ser apagado.

Um pedaço que tinha solidez e volume, em um corpo formado de polígonos. Uma figura quase humanoide, mas nada humana, de um ser cuja face era apenas uma placa espessa e flutuante, que apresentava um quadrado brilhante em seu meio.

Era bem mais alto que o conselheiro, quase tocando o teto do cômodo. O ponto luminoso em seu rosto fixado em Leivos conforme ele lentamente se virava, já ciente da presença de algo a mais ali dentro.

Assim que se deu conta, a criatura estende um de seus membros, possuía três apêndices pontudos como fragmentos de vidro, os quais acompanhavam o tema cristalino das formas que compunham o corpo daquela entidade.

Era apenas seu dedo, tocando a testa do rapaz, não o deu tempo para reação alguma, seu grito sendo afogado quando seu corpo perdeu completamente a cor, e a garganta se preencheu de poeira, poeira de seu organismo que desmanchou no mesmo instante, dissolvendo em pleno ar, como a interferência de um televisor antes de desligar.

O mesmo ruído visual ressurge no corpo da criatura, deixando apenas a silhueta desta aparecer, se liquefez, remoldando, e quando toda sua forma se alterou, a estática desapareceu aos poucos.

A entidade agora tinha assumido a aparência do conselheiro Leivos, até mesmo em sua vestimenta, tomou seu assento na pequena mesa de reuniões para esperar.

 

 

 

A porta do casarão se abria, e Caju entrava, levando o cesto com as frutas. Mas assim que seus primeiros passos fizeram o assoalho da sala de entrada estalar, ela percebeu o quão quieto e escuro o lugar estava.

Ao olhar ao redor, notou que havia uma pequena mesa perto da porta, e sobre esta, havia apenas um vaso com duas flores, uma de tomilho, e a outra de açucena, em cima de uma toalha decorativa.

Sem desviar o olhar do corredor, que parecia interminável pela escuridão, colocou o cesto de frutas sobre a mesa, ao lado das flores, e lentamente retrocedeu, saindo da casa e fechando a porta.

 

 

 

Uma figura escura surge atrás de Caju, inquirindo em um tom bem baixinho e grave.

— Medo do escuro?

— Que susto!

Ergueu as mãos e saltou para o lado, se virando e erguendo o pé, percebendo que a figura em questão era Amora.

— Ou! Cê tá bem, menino?! — A guardiã deu um passo atrás.

— Sim, estou sim. — Tomou mais um momento para respirar. — É só que é a terceira vez que alguém aparece falando algo atrás de mim, e também a segunda vez que sou assustada por causa disso.

— Ah! Hahah! Perdoe-me. O pessoal aqui tenta ser bem quieto quando coloca o pé fora de casa, é assim mesmo. Mas logo cê se acostuma.

Amora se desculpou esfarrapadamente, coçando a própria nuca. Mas ao fim, apontou para a porta, com o braço livre contornando Caju, a encurralando.

— Vamos, entre! Entre, temos que conversar.

A líder abre a porta e a conduz a entrar.

— Poxa, que escuridão é essa?

Comentou, conforme ia até uma caixinha que ficava atrás da porta, mexericando em um interruptor, que quando se ativou, fez com que a iluminação interna da casa ativasse novamente.

Amora a acompanhou até a sala de estar, onde haviam dois sofás e uma poltrona ao redor de um tapete antigo, e encima do tapete, havia uma pequena mesa, com um cesto cheio de frutas. Caju escolheu o assento do meio do sofá de três lugares.

— Seguinte, melzinho.

A guardiã iniciou, sentando-se na poltrona, frente a frente com a menina.

— Aqui é uma aldeia chamada carinhosamente de Linha Castanha, criada depois de um pequeno incidente que ocorreu na cidade de Jequitibá, a mais próxima daqui.

Ela estendia o braço em direção a uma das janelas da casa, que ficava atrás de Caju, e a menor se virou por um momento, olhando através da janela e mostrando um sorriso pequeno, como se tivesse descoberto o que é uma cidade, voltando a olhar para Amora para ela resumir.

— Servimos de abrigo para quarenta e duas pessoas, a maioria delas, sem família. E é exatamente por isso que você está aqui, querida.

A menor respondeu com um simples levantar de uma das sobrancelhas.

— Como medida de segurança, você será mantida neste lugar até encontrarmos alguém que seja seu responsável, ou que possa se responsabilizar por você.

Ao terminar, Amora mostra um sorriso largo, quase fechando os olhos.

 

— . . . Entendi. — Caju mentiu.

— Contudo, há uma coisa que eu preciso que você faça.

Ela aponta o indicador para cima, segurando a atenção da menor, antes de se levantar e ir até um armário que havia no canto da sala.

Se estendendo o máximo que podia, ela alcança a mão em um papel que havia no topo daquela despensa, o trazendo para voltar a sentar, colocando o papel sob a mesinha, colocando a bacia de frutas para o lado para ter mais espaço, retirando uma caneta de dentre as frutas.

— Assinar aqui!

Apontou com a caneta em uma linha perto da base do papel, oferecendo-a para Caju.

De início, a menor arregalou os olhos, e suas pupilas começavam a vagar, focando nas letras, na caneta, na mão, nos olhos de amora, no quadro estranho na parede ao fundo, na porta, no armário, e de volta no papel.

— Uhm...

— Oh! Você não sabe escrever?

— É. Eu acho. Que não...?

— Tudo bem! Eu posso assinar pra você, basta me dizer seu nome!

O papel em questão era um contrato informal criado por Amora sobre um tal projeto Alvorada, o qual permitia que ela se tornasse responsável pela pessoa que o assinasse. Declarando que este agora faz parte do abrigo de Linha Castanha.

 

Após assinado, a guardiã mostrou novamente um sorriso amplo, guardando o papel em uma pequena caixa metálica, possuindo um mecanismo que impedia a abertura caso o usuário não tivesse um pedaço de metal com um formato muito específico.

Caju foi liberada apenas ao cair da noite, depois de Amora se empolgar em contar uma longa história sobre como a terra onde o vilarejo ficava foi duramente disputada por sua família contra uma outra família de empresários que queriam a região para extrair diversos recursos, especialmente Cromo, um elemento abundante na bacia do rio. Até mesmo para uma criatura que parecia irradiar energia, ouvir tudo aquilo foi exaustivo a ponto de ela ir direto pra cama.

 

 

 

— CHSSSSSSSSSS-T-SSSSSSSSSSS-SSSSSSSSS-K-RRRRRRRRRRRRR-RSRSRSR-RRRRRRRR-do-do Governo Federal, em representação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil... — após alguns cliques em alguns mecanismos eletrônicos, as ferramentas congelam, e lentamente se afastam do circuito, conduzidas pelas mãos dos vários garotos com os brincos de capacitor. Os quais mostravam diversos sorrisos, alegres de terem conseguido consertar o dispositivo.

O mais novo deles inspira, abrindo a boca pronto a dizer algo, mas o segundo mais velho o interrompe com um rápido e preciso "Shh!", aumentando o volume para que prestassem atenção a mensagem que estava sendo recebida.

— Este é um aviso referente a uma recente anomalia que vem ocorrendo em diversos locais ao redor do mundo. Aparições de entidades de cerca de três metros de altura, as quais vêm causando danos às regiões onde se encontram.

O mais velho dá um tapa leve na nuca do segundo irmão mais novo, e aponta para a porta. Com o menor prontamente saindo a correr.

— As criaturas foram chamadas de anuladores, e apresentam diversas capacidades sobrenaturais, a principal delas sendo poder destrutivo absoluto, capaz de literalmente apagar objetos, pessoas, e até mesmo lugares.

A porta se abre com o garoto que havia saído tendo retornado, acompanhado por Lídia, ambos imediatamente entrando para ouvir o comunicado.

— Se você mora em regiões de grande densidade demográfica, como capitais, metrópoles e cidades, junte seus recursos e evacue para a zona rural o mais rápido possível. Evite deixar rastros ou chamar a atenção, e caso você aviste um anulador, — a transmissão é interrompida, sendo tomada por um ruído baixinho.

O irmão do meio aumenta ainda mais o volume, ao máximo que aquele rádio conseguia.

Aos poucos, um padrão era percebido, o som de estática não era ruído, e sim uma sequência de bipes e bopes específicos que se repetia.

Os olhos dos garotos começam a vasculhar os arredores da casa conforme se afastavam da mesa onde ficava o rádio. Não estavam buscando algo físico, e sim, processando o que ouviam, mas um por um, suspiravam fundo, suas expressões trincando em variados níveis de aborrecimento.

 

— Obviamente no é morse. — O mais velho apontou.

— Ah! Numediga, Carlo! — todos os outros quatro retrucaram como se estivessem o apedrejando.

A sequência de sons tinha o comprimento de exatos onze segundos, e permanecia se repetindo. O irmão mais novo mexe no sintonizador, mudando a frequência de recepção do rádio.

Ao sair daquela frequência em específico, o barulho de chuvisco normal retorna, e ao continuar alterando a frequência, eventualmente encontraram uma em que a mesma sequência de sons era transmitida, e ao continuar escaneando, o mesmo foi encontrado em outras frequências específicas.

— São tudo estação ativa. De resto é ruído normal. — Comentou o segundo mais velho.

— Anuladores... São parecidos com os estreis? — questionou Lídia.

— Nem deu pra saber. — O irmão do meio respondeu.

O rosto de Lídia se fechava, pondo uma a mão fechada à frente da boca, permaneceu assim enquanto os irmãos conversavam entre si.

 

O segundo irmão mais novo volta para perto do rádio, ajustando seu sintonizador em uma das frequências que transmitia a sequência de sons.

Pegando uma pequena ferramenta pontuda, investigou o circuito do rádio, na região do capacitor de volume, uma pontada aqui, e uma ali, e o rádio produz o som de um estalo, e o som produzido pelos alto-falantes fica repentinamente ainda mais alto, não a um nível muito desconfortável, mas que agora podia ser ouvido com clareza a partir de quase qualquer ponto daquela casa.

Com o som mais nítido, agora era possível até determinar o tom de cada bipe na sequência.

Os outros irmãos chegavam mais perto, seu interesse recuperado. o segundo mais velho vai até seu quarto, e logo retorna, trazendo um caderno e caneta, os pondo sobre a mesa, ao lado do rádio.

 

 

 

O teto da casa é arrebentado como se uma rocha tivesse caído na casa, desmoronando em cima da mesa onde ficava o rádio. Lídia e os irmãos conseguiram se proteger e recuar, não sofrendo nada mais grave do que alguns arranhões, a caçadora e o irmão mais velho dando foco em proteger o irmão mais novo.

Porém o receptor não teve tanta sorte, lâminas luminosas, no formato de fitas de papel brilhantes, o atravessam uma meia dúzia de vezes, o dividindo em diversos pedaços quais foram destruídos por uma espécie de maçarico.

 

Quando a poeira abaixou, a figura em questão é revelada, mais uma entidade escura, de corpo quadrado, e um painel flutuante no lugar da cabeça, mostrando o símbolo brilhante de um círculo com um acento de uma seta sem cauda em cima em sua face. O símbolo se move ao longo do painel, era de fato um olho, e estava analisando os arredores.

Diferente da outra figura, seu design era de um tronco em formato de uma pirâmide triangular, cuja ponta era direcionada para frente, e a base da pirâmide era côncava, com uma parte brilhante, emanando faíscas brancas, uma turbina.

Tinha braços mais detalhados que a primeira figura, com mãos que seguravam dois bastões, dos quais surgiam as lâminas brilhantes. Uma segunda pirâmide cortada fazia o papel da parte inferior do corpo, como um vestido, terminado apenas por sapatos cúbicos, os quais tinham propulsores em sua base.

Após fazer uma salada tostada a partir do rádio, a criatura se vira para aquele grupo de crianças, fixando seu olhar em cada um deles por alguns segundos.

 

Os três irmãos mais velhos estavam apenas com seus olhos arregalados, devolvendo o olhar a criatura, seus corpos tremiam em espasmos momentâneos. O segundo mais novo se manteve quieto, mas apenas por um momento.

— Você... Por que fez isso?! — Ele se levantava, fechando os punhos e os apertando. — Por que quebrou nosso rádio! O rádio que Eu encontrei! — Gritava para a criatura.

A figura monolítica apenas direciona seu olhar para ele, assim que começou a falar, mas nada além disso.

— Fernan. — O irmão do meio agarra o braço do segundo mais novo, e recepciona sua atenção com um olhar arregalado, mas sólido, que chegava a apertar mais que a mão que segurava. — Fica quieto.

— Não! Me solta, Ellen!

Berrou o segundo mais novo, e em uma puxada ligeira, consegue livrar seu braço, o alcançando até o próprio bolso, de onde tirou um canivete, o abrindo e apontando para a criatura.

— Bicho de mer— um leve clarão passa ao redor do ambiente, e a lâmina do canivete simplesmente desgruda do cabo, junto de uma areia cinza granulada.

 

— Haah!

Sequer conseguiu elaborar um grito de dor, apenas fechou seu palmo, apertando e o acolhendo pelo outro, os músculos de sua mão e braço flexionando ao limite, como se estivesse sendo obrigado a realizar o movimento por um choque elétrico.

O segundo mais velho o puxa e o acolhe. E ambos percebem que na região da mão por onde o corte passou, a cor de sua pele perdeu toda a saturação, surgindo rachaduras em um padrão quadriculado.

 

A criatura corrige sua pose, com uma das espadas prontas na direção do garoto, como se aguardasse mais algum desafio, mas sua atenção é desviada devido a um chiado, vindo do rádio arrebentado, o qual estava coberto em fumaça cinza emanada de seus circuitos.

 

 

 

Wam!

O rádio incendeia, queimando a si, o assoalho e os pedaços da mesa em uma pequena fogueira de chão.

Os irmãos aproveitam da distração da entidade para saírem da casa, dando prioridade aos irmãos mais novos, até sobrar apenas Lídia e o irmão mais velho quando a criatura olhou de volta.

— Então, isso é um anulador? — Lídia cochichou, com a boca torcida na direção do rapaz.

— Provavelmente. — Ele respondeu no mesmo volume.

Ambos pareciam manter a pose de um goleiro, prontos a se defender de qualquer ação que o anulador pudesse realizar. Lídia mordia os próprios lábios ao lembrar de que estava desarmada naquela situação.

O vento passa pelos espaços entre as tábuas de madeira do assoalho da casa, dando ainda mais vigor as chamas, que consumiam a estrutura da casa em uma velocidade alarmante.

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Em um mundo tomado por múltiplos apocalipses simultâneos. Lídia, uma arqueira sobrevivente acidentalmente revive Caju, uma divindade esquecida, tendo agora de guiá-la a seu propósito enquanto navega o fim dos tempos.

Escrito e Ilustrado por: Emile "Ridochi" Baudran
Gênero: Fantasia Científica
Período de Publicação: 22 de Março de 2023 — presente
Episódios: 90 (estimativa)
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