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Chemtrails: Quark Children

Brigadeiro

Brigadeiro

Mar 23, 2023

Caju acordou ao sentir um odor estranho, se encontrando ainda adentro do casarão, deitada na cama de Lídia.

Ela se assenta na cama e leva uma das mãos ao rosto, a cheirando.

— *hiff**hiff* Não parece vir da minha mão dessa vez.

Ao olhar pela janela, via o céu ao pôr-do-sol rasgado por uma densa faixa de fumaça escura.

E ignorando qualquer noção de rota comum, Caju pegou seu par de chinelos que descansava embaixo da cama, e os largou janela abaixo, os acompanhando logo depois em queda, pousando a os calçar sobre a grama.

 

Nem completando dois passos, teve de parar, pra trocar os chinelos, pois estavam virados.

 

Seguindo a nuvem escura, encontrou sua origem como sendo a casa dos irmãos, parcialmente coberta pelo fogo.

— Fumaça! É o cheiro de fumaça! — Ela exclamou ao ver as chamas.

Parando próxima a casa, a garota inspira, sem se importar que o ar naquela área não era tão fresco quanto o comum.

Aquele mesmo arrepio ressurge, percorrendo seu corpo da planta dos pés até os palmos das mãos.

 

Os irmãos que conseguiram escapar se afastam de Caju e também da moradia, buscando se proteger em alguma variação do terreno que haveria por perto.

Percorrendo ao redor da casa, chegava a parede posterior desta, a mais afetada pelo fogo a ponto de a madeira já estar caindo, deixando aberturas nas quais a garota conseguiu ver adentro.

Avistou o anulador nitidamente, de costas para ela, dando foco a Lídia e o irmão mais velho, que ainda estavam dentro do abrigo.

Ergueu as mãos ao nível dos ombros, e manteve seu olhar nas chamas que cercavam a entidade.

Guiando os palmos para um lado, as labaredas inclinaram levemente na mesma direção.

O mesmo ocorrendo ao repetir o movimento no outro sentido.

A certeza afiava seu olhar e lhe trazia um sorriso ainda com a boca fechada, fechando um dos punhos, o abaixou, para o erguer com todo seu ímpeto em um gancho.

 

WRAM!

 

As chamas sobem, abocanhando a figura do anulador e o arremessando a mais de vinte metros do chão para fora da casa, pelo mesmo buraco no teto por onde entrou.

Ambos os que restaram, saíram da casa no instante seguinte.

Lídia correu para o casarão, e o irmão mais velho se reuniu com os outros.

O estrondo havia chamado a atenção de mais moradores, que saíam de suas casas para assistir, incluindo Leivos, e até mesmo de Amora, que estava numa das florestas próximas do vilarejo.

 

Acima da casa, a entidade flutuava através de seus vários propulsores, e depois de refletir ao olhar para o céu já escurecido. O anulador volta seu olhar ao chão, travando sua mira em Caju, e as espadas de luz ressurgem em suas mãos.

 

Ela se aproxima do fogo, estendendo o palmo na direção deste, e aos poucos, as chamas vão em sua direção, desfazendo-se em calor e cessando o incêndio na casa.

A energia que Caju absorveu se manifesta na forma de uma aura flamejante na silhueta da garota, que agora erguia seu olhar e punhos ao anulador.

O Brigão percebe a pose da vermelha, e o símbolo em seu rosto muda para duas setas sólidas apontando a direita. Com sua imagem desaparecendo no mesmo instante.

Restando apenas um rastro de luz percorrendo centenas de metros ao redor dos ares do vilarejo, que terminavam a frente da garota vermelha, pois era onde o anulador estava agora.

Com uma de suas lâminas caindo pra cima de Caju, no trajeto mais que perfeito para partir ela ao meio.

 

PAH!

 

Caju travou a espada com ambos os palmos e o fogo, soltando faíscas alaranjadas enquanto a lâmina tremia e distorcia em instabilidade.

E ao torcer a lâmina, esta quebra em múltiplos pedaços luminosos, que logo somem.

O olhar determinado do anulador também quebrou, e ele recua, desfazendo o cabo da espada desativada adentro de sua mão, a deixando livre para segurar a arma que sobrou com ambas.

A lâmina restante cintila com uma intensidade maior por alguns segundos, nos quais, ganhou maior comprimento.

Ao avistar a mudança, Caju já tomou um passo atrás, mas já muito tarde, o anulador novamente tinha sua lâmina encomendada para dividir a existência da garota em duas metades pela diagonal.

Saltava para a direita do anulador, seu corpo brilhava com a energia utilizada, via o feixe cortante passar a um fio de seus cabelos.

 

Sua aterrissagem fora pouco difícil ao falhar em conseguir ancorar seus pés no chão após o salto, tropeçando, caindo e rolando por não mais que dois metros.

Era, de certa forma, impressionante que o terreno conseguia lhe causar mais danos do que a criatura.

Ao ver Caju recuperar os pés ao chão e se erguer, o anulador retornou a um certo estado de ociosidade, com a espada abaixada, apenas olhava para a flamejante.

 

Enquanto isso, Lídia alcançou sua morada, contornou a casa para ir direto a janela de seu quarto, onde, em um só pulo, alcançou o balcão.

Subiu adentro para despencar sobre a cama e cair em pé para correr até o armário, de onde tirou seu arco, e algumas flechas.

 

 

 

Caju respira, e levanta os punhos novamente.

O brigão ergue o sabre luminoso e avança com o propulsor de suas costas o acelerando.

Assim que trouxe a lâmina na direção dela, seu corte é interrompido a um tapa que ela entrega na superfície mais larga, a desviando, tendo como subproduto, um ruído de algo seco subitamente queimando.

Reaproveitando o ímpeto, a entidade tenta cortar por outro ângulo, e Caju defende de uma maneira similar.

Repetindo os cortes e tapas mais algumas vezes, ela era pressionada a recuar a cada ataque, visto que estava se defendendo apenas através do reflexo.

 

Pulando da cama para atravessar a janela e cair no gramado de fora da casa, Lídia pega uma flecha, e joga a aljava num dos pés do casarão, a armando em seu arco e o puxando junto de sua respiração para manter a mira firme.

 

Caju, ficando sem espaço, conforme era encurralada na direção de um morro que não conseguiria subir apenas caminhando, teve de responder aos ataques do anulador.

Defendendo um de seus cortes com um tapa da mão esquerda mais forte que os anteriores, conseguiu afastar a lâmina por mais tempo, e deu sequência com um soco, mirando o centro de massa da entidade.

A aura flamejante de seu braço ganha uma intensidade ainda maior, levando energia suficiente para despedaçar a criatura ao menor contato.

O anulador salta em recuo, ativando os propulsores de seus pés para deslizar ao longo do gramado.

Porém, ele bate o inferior de seu corpo contra o terreno, perdendo o controle para cambalear pelos ares por um momento, só se recuperando ao lentamente pousar, agora estando na estrada próxima ao casarão.

Quando olhou para Caju, a viu o perseguindo freneticamente através dos arbustos, até que ambos estivessem no mesmo caminho.

 

Parando ali, apenas se olham, pela duração de um minuto de micro-ondas.

O anulador desfaz a espada longa, seu feixe luminoso dissolvendo no ar, e o cabo se tornando poeira que volta a sua mão. E refaz ambas as lâminas que tinha inicialmente, as ativando ao mesmo instante.

Enquanto isso, Caju estralava as mãos e arrumava a postura. A aura flamejante que a contornava, agora não mais tão intensa.

 

Não haviam sinos a badalar, mas grilos nos arbustos.

Grilos a chirriar a cada segundo ou dois.

Várias silhuetas distantes, assistindo Caju e o Anulador a se encarar.

 

 

 

A flecha atravessa o painel que o anulador tinha em lugar de uma cabeça, o decorando com uma coleção de trincos e rachaduras que distorciam a imagem que buscava apresentar, faíscas de luz escapando conforme faixas de estática piscavam na tela de seu rosto.

Tendo seu rosto virado para o lado devido ao ímpeto da seta, a entidade avista o conselheiro, a poucos metros de si, e estende o braço para ele, soltando a lâmina.

O painel quebra de vez, se despedaçando no ar conforme toda a matéria de seu corpo adquire a textura de ruído analógico.

Como um televisor que perde o sinal, aquele monólito de chuvisco perde a consistência e explode em uma fumaça de pontinhos piscantes em tons de cinza que somem em pleno ar, restando apenas a flecha que o encerrou.

O conselheiro se moveu apenas quando a seta caiu no chão, a alcançando em poucos passos, e virando seu olhar para a direção de sua origem. Avistando a figura de Lídia, segurando o arco, que balançava nas mãos dela, ofegante e trêmula, conforme abaixava a arma, saindo em um disparate para alcançar Caju.

 

O olhar de Leivos a segue, mas assim que ela chega perto dele para alcançar sua amiga, o conselheiro se afasta, desviando seu olhar para outras figuras na região.

— Muito bem... O show acabou. Voltem para suas casas!

Exclamou Amora, havendo recém-chegado, vestia seu uniforme reforçado e trazia o machado pronto em mãos.

Olhou apenas para os que não estavam envolvidos, direcionando sua ordem a estes, que aos poucos obedeceram, um por um voltando a seus lares e fechando suas portas, uma breve cadência de barulhos mecânicos podia ser ouvida, conforme as trancas eram chaveadas.

 

Avaliou brevemente a situação das garotas, e decidiu as deixar ali, travando seu olhar nos irmãos, caminhou até eles, Leivos a acompanhando.

— E vocês, estão bem?

De início, os garotos recuaram em variadas medidas de distância, uma sutil tensão formando em seus rostos, como se quisessem partir pra cima do conselheiro e o morder até arrancar pedaços como lobos famintos. Mas eventualmente, começando pelo segundo mais velho, assentiram.

Amora deixa um pequeno suspiro escapar, sua mão voltando para o machado.

— Venham, durmam no casarão. Amanhã resolvemos a situação da casa de vocês.

 

Retornando a casa destruída, pegaram os colchões, cobertas, e travesseiros que haviam sobrado, para irem até a grande cabana.

O cansaço tirou o melhor de todos para os fazer despencar no sono mais rápido, e a noite finalmente podia seguir em sua silente melodia, com o distante chiado do rio e estrilar dos grilos.

 

 

 

Com a exceção do conselheiro, que permaneceu acordado, e fora do casarão.

Caminhando em meio a escuridão na direção de uma das florestas próximas, seus passos perdendo o som conforme ele começava a flutuar.

Assim que figura sumiu completamente dentre a vegetação, as sombras lentamente escondem o desformar de seu corpo em chuviscos, até restaurar sua forma anterior, a de um anulador, diferente daquele recém derrotado.

Assim que uma abertura nas copas das árvores é encontrada, saltou, a atravessando para flutuar acima da floresta, aos poucos ganhando ímpeto em pequenas correntes de ar para viajar ao longo daquela região, obtendo cada vez mais altitude.

 

 

 

Alcançando as nuvens, encontrava uma em específico, uma densa e escura como se estivesse carregada até o limite, mas que sequer apresentava energia suficiente para liberar uma só descarga elétrica.

Em meio a aquela densa massa de vapor, aos poucos surgia, possivelmente, mais um anulador, um maior, muito maior, como um zepelim, cujo corpo tinha o formato de uma água-viva, precisamente, o de uma espécie conhecida como caravela-portuguesa.

Ao se aproximar, uma abertura surge naquela criatura enorme, e através dela, o anulador menor passa.

 

Em seu interior, se fazia um grande salão, onde outras dezenas de anuladores pairavam, a maioria deles ociosos, alguns próximos das laterais da nave, observando o exterior.

Através das paredes do salão, haviam altas janelas, as quais emolduravam a paisagem de um vasto deserto sem cor, cheio de ruínas e estruturas, a única forma de iluminação possivelmente vindo das próprias estruturas, que de alguma forma eram visíveis apesar da distância e escala de cinza.

A maioria deles tinham a mesma aparência do recém-chegado, seguidos de uma outra porção que tinham a mesma do brigão derrotado. Ao fundo da nave, haviam até mesmo alguns Strays, todos eles dormindo, e algumas panelinhas formadas, flutuando em meio aos desligados.

 

Um conjunto de bipes e bopes, sons similares aos que o rádio havia recebido, ecoavam por toda a estrutura.

Passeando ao longo daquele ambiente, o anulador que estávamos acompanhando vai para outro cômodo do zepelim.

Um segundo salão, menor, e mais desocupado, com estranhos pilares grossos seguindo ao longo das laterais, com apenas um pequeno grupo de três anuladores os quais trocavam melodias de celular de brinquedo entre si.

 

Dentre eles, um era igual ao recém-chegado, mas que possuía uma espécie de coroa, no formato de um ortoedro que estava na suposta testa da criatura, se estendendo alguns centímetros além para cima.

As três figuras reconhecem o anulador recém-chegado, e apenas se viram para ele, silenciosos em antecipação.

A figura leva seu tronco para frente, realizando uma reverência comum, com os braços estendidos para os lados, e levar a mão ao próprio busto, retirando deste, uma película quadrada brilhante e fina como papel, e entregando-a ao coroado ao terminar seu cumprimento.

Recebendo a película a flutuar acima do palmo, a observou, e em seu rosto, várias correntes de símbolos surgiam, percorrendo seu painel em várias voltas e linhas as quais diluem até formar a imagem de um modelo tridimensional da figura de Lídia.

A analisando de diversos ângulos por alguns segundos. A imagem se desfaz, e o símbolo de um ponto retorna ao rosto da entidade, focado na primeira criatura.

Os dois outros que os cercavam se afastam, e o coroado vai até um dos pilares, aproximando a película brilhante e a inserindo na pilastra, que também começa a brilhar, conforme vários detritos surgem no interior daquele container, se aglomerando aos poucos.

Uma mensagem brilhante aparece no pilar, acompanhada de um símbolo de um círculo, cujo interior lentamente se preenchia, mas que, na velocidade que o fazia, poderia levar dias.

Se virou para o recém-chegado, e fez questão de realizar outra reverência e se retirar, retornando ao salão, e posteriormente, saindo do zepelim pela mesma abertura por onde entrou, despencando em uma queda lenta a partir da mesma nuvem até voltar na floresta de onde saltou.

 

Ao chegar de volta em Linha Castanha, já havia recuperado a aparência do conselheiro. No meio do caminho, pegou alguns baldes que repousavam próximos a janela da cozinha do casarão, descendo em direção ao rio, conforme um novo amanhecer, se erguia.

 

 

 

— E a faquinha que eu te dei?

 

— Esqueci de usar.

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Em um mundo tomado por múltiplos apocalipses simultâneos. Lídia, uma arqueira sobrevivente acidentalmente revive Caju, uma divindade esquecida, tendo agora de guiá-la a seu propósito enquanto navega o fim dos tempos.

Escrito e Ilustrado por: Emile "Ridochi" Baudran
Gênero: Fantasia Científica
Período de Publicação: 22 de Março de 2023 — presente
Episódios: 90 (estimativa)
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