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Chemtrails: Quark Children

Os Caça-coletores

Os Caça-coletores

Mar 23, 2023

Estava tudo em tons de cinza, o céu, cheio de nuvens, nuvens grandes, vastas, que cobrem amplas porções da atmosfera, amálgamas de água que pesam quase milhares de toneladas, e ainda assim voam melhor do que qualquer criação do homem.

Mas ainda, inofensivas, boas de se olhar e imaginar os formatos que fazem. Não apenas essa vista, como a do chão também, o chão líquido, de uma lagoa, vasta, mas cuja água tão calma que criava o espelho pelo qual estava olhando.

Uma entidade surge em meio ao lago, cuja imagem era predominada por tons de vermelho, eu.

Junto dela estão outras figuras, mas embora estivessem mais perto do que as nuvens, não era possível ver quem são, eram apenas melecas coloridas flutuantes, com olhos brilhantes.

Uma era azul, acompanhada de duas outras menores, uma laranja e uma lima. E a outra, verde, acompanhada por vários tons dessaturados da mesma cor.

Atrás de mim, havia uma figura amarela, mas que de vez em quando ficava azul, esta, eu sabia quem era, e assim que pensei isso, tal se reforma na imagem de Lídia.

Um estrondo puxa minha atenção, vinha do horizonte, além do lago, onde um pilar brilhante surgia, e junto dele, uma montanha, emergindo rapidamente, e distorcendo o terreno e as nuvens em sua subida.

Algo que de início me parecia normal, logo fez um frio escorrer minha garganta conforme o lago perdia toda a cor, e as entidades desapareciam, e uma enorme onda levantava, para me devorar.

 

 

 

Caju ainda estava bastante sonolenta, como de costume, cambaleando conforme acompanhava Lídia, sem ter ideia de onde estava indo.

O sol parecia estar ficando cada vez mais longe, mas talvez retornaria. Por isso estava um dia mais frio do que o de costume, ainda mais pela ventania.

A garota ergue a mão e aponta para um menino o qual tinha uma mochila nas costas e uma espécie de zarabatana na mão.

— Figo.

Assim que falou, o menor se atenta a presença dela, e responde com um simples aceno, logo andejando para acompanhar.

E com o simples movimento, as outras figuras se agitavam, se olhando e cochichando, e de sussurro em sussurro se fez um grito.

— Aranji!

Um rapaz chamou, e de dentro de uma das casas, — PRAM! — Saiu uma garota às pressas, e por um instante os vizinhos se espantaram, não pelo fato de que ela carregava uma espingarda, mas sim pela maneira completa falta de cautela que ela tinha com a arma.

Só se acalmaram quando ela alcançou Lídia, coletivamente soltando suspiros de alívio.

 

 

 

— Não seja medroso, Pomelo! Aquela aranha nem deve estar lá mais!

A menina cutucava e puxava a camisa do piá, o tirando do lugar.

— Me deixa, Nádila, eu não quero ir! E se ainda estiver lá e quiser me morder?!

O menino se defende, afastando a mão dela e protegendo os próprios braços para acalmar os arrepios.

— Tô te dizendo, cara! Eu até lhe deixo usar uma das minhas bombinhas.

— Pera, sério?

— Hah! Te peguei no pulo do gato!

— Ãhn?

— Claro que não vou te deixar usar minhas queridas bombinhas, tá doido, é?

— Qual o problema? — Apenas Lídia chegava aos dois, trazendo consigo um facão de mato.

— Pomelo não quer ir com a gente porque ele é um completo canela-molhada.

— Não é por isso!

— É por causa da aranha, não é? — A arqueira apostou.

— Na mosca. — Nádila confirmou. — Ele ainda lembra.

A arqueira curvou a boca, tomando o tempo desta sentença para pensar.

Ela cutuca a menina, e aponta para o resto do grupo. E Nádila prontamente se levanta e corre até sua casa para buscar uma mochila, e depois alcançar os outros.

Enquanto isso, Lídia se sentava ao lado de Pomelo, ambos só permanecendo naquele gramado, observando o resto do grupinho descendo em direção ao rio, a sentir o vento correndo e levando folhas a cair, conforme o sol os aquecia.

 

 

 

— . . . Para de fingir que nada aconteceu. — O menino comentou, enquanto se encolhia.

— Você sabe que foi só um acidente, não precisa ficar se remoendo por conta disso.

Ela ergue parte da manga da própria camisa para rever uma longa cicatriz de um corte que tinha em seu ombro.

— O importante é que você me salvou, apesar do custo. — Lídia complementou, arrumando o tecido onde estava.

— Mas e se eu fizer de novo?

— Tudo bem, ué. Como eu disse, foi só um acidente.

Por mais um tempo, apenas o som das copas das árvores sacudindo ao redor sobrou.

 

 

 

— Tá, vamos logo. Se a aranha ainda estiver lá, eu dou um jeito.

Lídia se levantou, e tentou puxar Pomelo junto, mas quando ele não quis se erguer, ela procedeu a o atacar com sua maior fraqueza, cócegas.

— Ei! Isso é jogo sujo! — O piá denunciou, contendo o riso. — Não vale! Não vale!

Se forçou a levantar para que ela parasse, e por fim, suspirou, aceitando o dever, com Lídia lhe entregando a machete.

 

 

 

— Água? Só isso? Um grupo de seis pessoas pra buscar água? E não tem água logo ali?

Caju inquiriu, enquanto ficava constantemente arrumando o agarro pelo qual carregava três galões, dois na mão esquerda, sem contar um maior que levava nas costas, segurado por um desconfortável suporte feito de cordas.

— Água imprópria, sim. — Figo respondeu, abanando um cantil que carregava consigo.

— E a Lídia me deixou nadar nela ontem?!

— Bom, banhar-se nela não faz mal, mas sim consumir. Pois é só água salgada.

Pomelo comentou, apontando com seu facão para um caminho de rochas que havia no rio, sendo este o trajeto que iriam tomar.

Em uma fila única, com passos em pedras firmes e secas, o grupo atravessava o rio que ficava em Linha Castanha, acessando agora, uma trilha a qual cortava a floresta que abraçava a corrente de água, e seguia para dentro dos vales que cercam o vilarejo.

— E quanto a todo esse grupo, é pra garantir que nada dê errado. — Nádila declarou, enquanto brincava de jogar e pegar com uma bolinha cinza.

— Mas não seria um pouquinho mais inteligente ser um grupo de adultos, do que um bando de pirralhos?

O irmão mais velho do brinco de capacitor comentou, conforme chegava ao fim da fila em que caminhavam, trazendo em si, apenas um rolo de corda e dois grandes galões. O olhar com qual foi recebido o informou devidamente que, naquela conversa, ele não estava convidado.

— Nós somos os caçadores da vila! E eles, só um bando de medrosos. — Pomelo declarou orgulhosamente, erguendo e balançando sua machete. E Nádila imediatamente o olhou, e bastou só isso para ele perceber o que havia falado.

— Mas, o que está fazendo aqui, Carlo? — Aranji o olhou, erguendo uma das sobrancelhas.

— Ah, bom. Talvez você tenha esquecido que a minha casa foi literalmente queimada, ontem!

O rapaz escandalou, erguendo os braços.

— . . . Tá, mas o que isso tem a ver com o "passeio"?

— Preciso de... Material? Pra consertar? — Carlo se explicou, de maneira que parecia uma desculpa esfarrapada.

— Faz sentido. Então vamos interpretar isso como, uma carona, o que acha?

— E o que isso significa?

— Deixa a gente fazer nosso trabalhinho primeiro, e faz silêncio, faz?

— Heh.

Silêncio toma o grupo, conforme seus passos pisavam cada vez mais em grama e mato seco, com o sutil som de folhas crocantes, que se despediram das vozes e ruídos do trabalho da vila.

O  verde das plantas era substituído por um amarelo quase sem vida que tomava todo o ambiente, e um arrepio escala os braços de Caju.

 

 

 

— E você, por que está vindo com a gente? — Figo apontou para a vermelhinha.

— Ah! Hãhan! — Lídia se intrometeu, — Caju é a mais nova integrante do nosso grupinho de caça!

— Mas ela sabe caçar, tia? — O menor prosseguiu.

— Sim! É claro que ela sabe! Melhor até do que você, Figo.

A arqueira declarou enquanto sorria de quase fechar os olhos, sua mão esquerda segurando e apertando no tecido da própria roupa.

— Pois também! Você nem me deixa atacar, só me dá coisas pra ficar carregando por aí.

— Querido. — Nádila apertou a boca, exalando. — Você só tem dezesseis anos, precisa aprender a teoria e as ideia do negócio primeiro.

— Você e a Caju deviam agradecer por poderem sair de Castanha, — Pomelo adicionou. — Não é todo mundo que recebe esse bom grado da Amora.

— Hm. — Lídia grunhiu.

— O que foi isso? — Caju olhou para a arqueira.

— Embora ela deixe a gente sair do vilarejo para fazer tarefas. — Ela ergue o olhar para as nuvens, desfocando do ambiente ao redor. — Ninguém pode ir embora de Linha Castanha.

A vermelhinha ergue uma sobrancelha, incerta do que aquilo significava, e ela não foi a única, Carlo também esboçou um leve pressionar dos olhos enquanto fitava a arqueira.

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Emile Baudran

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Em um mundo tomado por múltiplos apocalipses simultâneos. Lídia, uma arqueira sobrevivente acidentalmente revive Caju, uma divindade esquecida, tendo agora de guiá-la a seu propósito enquanto navega o fim dos tempos.

Escrito e Ilustrado por: Emile "Ridochi" Baudran
Gênero: Fantasia Científica
Período de Publicação: 22 de Março de 2023 — presente
Episódios: 90 (estimativa)
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