Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Chemtrails: Quark Children

Chumbo em nossos Corações

Chumbo em nossos Corações

Mar 23, 2023

O estrondo do disparo ecoa ao longo do vale, pássaros que estavam ao redor de uma estátua no topo de um morro, alçam voo ao susto. E logo ao lado da estátua, Pomelo surge, olhando abaixo ao assentamento dos prateados.





Estrondo este que o Stray reconheceu.




E se ancorou.



As faíscas reduziam, seus braços equilibravam.


Seu corpo recompunha a postura.

E as mãos que antes fugiam, agora se encontravam na barra que o atravessava.

A puxando, ruídos de cerâmica estalavam dentro de si, fumaça piscante surgindo da ferida.

Caju também se erguia, e puxava as chamas da última casa incendiada, as diversas rachaduras dos braços fechando em instantes, sua pele ardendo em flamas novamente.

Pomelo a alcançava, mas permanecia fora de vista, escondendo-se atrás de outra moradia, seus olhos vasculhavam, até fixar em uma figura específica: Caleb.


Apesar dos ruídos, apesar da sensação de que estava tentando virar seu corpo do avesso pelos dentes, o Stray arranca o pilar de si. Batendo-o no chão ao lado, e se apoiando neste, virou-se diretamente para Aranji, encarando-a direto ao fundo dos olhos.

Rugiu, como se sua voz fosse um conjunto de alarmes com defeito, ao redor de uma pessoa gritando de baforar a própria garganta pra fora.

— ...! W-W-WRE-AAAa-A-a-A-a-A-a-AaHh!

Usando ambas a placa e a peça maciça de apoio, o Stray dispara em direção a Aranji, atravessando o terreno como um trator de esteira.

Lenor atira mais uma vez, atingindo as costas da criatura, que o ignora.


— Dá no pé! Dá no pé! Vai vai vai!

Lídia apressou, pedalando a acompanhar a entidade.

Aranji levanta e não questiona a ordem, correndo afora do assentamento a longo do morro.

— ! — Ela avista algo dentre as árvores.

Ajustando o curso, adentrou a vegetação, o Stray logo surgindo na subida para desmoronar em sua direção, seguido logo por Lídia, que o alfineta mais uma flecha em seu ombro.

Caju surge ao topo do morro também, segurando um foco luminoso de chamas na mão, mas assim que começa a deslizar este, tropeça, cambaleando até o final, não se machucou.

— Carambolas. — Comentou sobre suas frequentes quedas.


Ao se repor, encontrou o Stray, Lídia e Aranji no meio de uma terra de vegetação rasa, todos caminhando a um passo mais lento que o normal.

Lídia exibe um sorriso presunçoso, e olha para ela que estava a chegar.

— Ei, Caju! — Gritou, fisgando a atenção. — Estamos em solo molhado. Pode usar todo seu fogo agora!

Caju dava com os pés na água rasa, cujo nível meramente chegava ao tornozelo, e mostra um sorriso.

E ao ouvir o grito de Lídia, ela estrala os dedos, um intenso ruído grave vibrava, o qual chamou a atenção do Stray, parando-o de caçar Aranji, para investigar o barulho.

A primeira coisa que viu, foi, novamente, uma enorme parede flamejante vindo em sua direção, a qual o engoliu, as chamas de Caju eram a única coisa iluminando o ambiente.


Com três braços, cobriu o próprio rosto, e com o último, arremessou sua placa na direção da vermelha.

O poste surgindo das chamas acerta Caju em surpresa, a derrubando, as chamas cessam.

Lídia imediatamente reage puxando e soltando mais uma flecha a um dos rostos da criatura.

— Tling! — Ela bloqueia com o pilar.

Marchando até Caju enquanto se levantava usando a placa de apoio. A entidade ergue o pilar, e o desce sobre a vermelha.

— PRÃHN!

Caju não perdeu tempo em bloquear o ataque com a placa, mas perdeu terreno ao ser repulsada pela força da criatura.

Ambas travam os postes, competindo espaço e força por alguns segundos, o Stray obviamente tendo a vantagem.

— ...! Hm? — Caju grunhiu, observando um dos rostos da criatura.

— Ta-Click! — Fazia o rifle de Aranji, com uma nova munição na câmara. Imediatamente o foco da entidade é direcionado a este evento, e a atiradora suou frio.

— Como que ouviu o estalo?! — Reclamou, tentando firmar a mira na criatura.

Alcançou a mão na placa que a vermelha segurava, e facilmente a roubou da menina, para novamente arremessar o poste, desta vez na direção de Aranji. Uma ação que tomou com tanta gratuidade, que não esperava que Caju fosse responder o entregando um golpe direto ao rosto.


— Alto!

Lídia se joga contra Aranji, a derrubando consigo, que por pouco conseguiu segurar o gatilho, e ergueu o rifle. A placa passa de raspão.

Caju bateu bem mais forte do que parecia ser capaz, a ponto de atordoar a criatura, o que só lhe deu mais tempo para acertar mais um punhado de chamas, seguido de outro, e mais outro, até cansar.

A criatura recuava, até não querer mais, se sustentando com o pilar, seus vários rostos fumegando e cobertos de faíscas laranjas, sua pele petrificando e erodindo aos poucos.


— Haah, haah...

— Chr-RRR, Chr-RRR...


Ambos param por um instante, ofegantes, o silêncio se derrama em cobertura da noite, a luz e presença da lua já surgindo dentre as nuvens de fumaça a dissolver nos céus.


Lídia levanta de Aranji, e caminha até a placa arremessada, a pegando para si.


— Bang!


— . . . O-URH-GRVA-A-AHh!

Mais uma vez, Aranji havia disparado, Lídia pasmando em um pulo, e virando para a menina.

— Eu disse apenas quando eu mandar!

Quase a acertou com o poste, porém mais o rugido do Stray a fez reconsiderar.


Caju firma os punhos e aquece novamente.

A criatura firma o pilar em mãos, o segurando com seus dois braços direitos, cortou os ares contra a menina, que desvia o trajeto do pilar ao acertá-lo por baixo.

O Stray insiste, cortando novamente no retorno. Também é impedido ao barrar da garota, que tomou todo o impacto na forma de repulsa, deslizando ao longo da grama úmida na direção das outras meninas.

Já irritada, a entidade começa a martelar aquela sucata contra o chão, tentando esmagar a vermelha no processo.


— Ta-click! — Avisou o rifle, novamente.

— Segura esse dedinho.

Lídia falou a Aranji, indo na direção de Caju e o Stray, levando o poste.

Fincava este no solo macio, e puxava sua última flecha da aljava, firmando a mira contra a criatura.

— Ah, que ótimo, sem mais flechas. — Comentou, sacudindo a aljava.


— Ei! — Lídia chamou, Caju a olhando e vendo a placa.

Assim que próxima o suficiente, a caçadora solta sua flecha, acertando o peitoral da criatura, próximo de seu terceiro e mais escondido rosto.

— ! — O Stray espasma, por alguma razão.

Cessando as pancadas, alcançou a mão na flecha, e cuidadosamente arrancou de si, jogando-a no chão.

Convenientemente dando tempo suficiente para Caju pegar a placa, e a ter pronta para enfrentar a entidade mais uma vez.


O Stray ergue seu pilar para esmagar Caju, que põe o poste no caminho, tendo força suficiente para interromper a pancada e ser repelida, a ponto de que os únicos feridos desta interação foram ambos os objetos de metal, o pilar levemente entortando, e a placa, partindo ao meio.

Caju perde mão do pedaço inferior da placa, e Lídia, sem perder o ritmo, o captura e avança ao contorno da criatura, ganhando velocidade para então fincar a ponta amassada contra a lateral da entidade.

— Ur-Ghn!

Arrastando o pilar de fazer grama e água saltarem do solo úmido, o Stray tinha uma abertura perfeita para fazer purê da caçadora. Porém um zunido em seu ouvido chamou a atenção, a vinda de um objeto em alta velocidade: a outra metade do poste.

     THUMP!

Caju salta e acerta a orelha da cabeça mais alta da criatura, a ponto de que a lateral do rosto do Stray fosse gravado sobre a placa.

Trazendo uma das mãos ao rosto, o Stray se ergue tanto que cai em suas costas, com um estalo seco sobre a água, ouch.

Largando do objeto amassado e tomando o pilar das mãos da entidade, Caju caminhou por cima da criatura, erguendo a barra, a qual estranhamente resfria a ponto de condensar gelo em sua superfície, pronto a largá-la sobre o bicho.

— ! — Pasmou, ao olhar mais de perto para os rostos do Stray. — Eu... Sei quem são.

Jogou a barra para o lado, a deixando sobre a água. E em vez disso, pegou a adaga que tinha consigo, aquecendo-a até brilhar.

Com esta, ela abriu a ferida anterior causada pelo mesmo pilar, e fincou seu próprio braço na abertura. Chamas e faíscas encobrem exatamente o que está fazendo, conseguindo apenas sentir o que está tocando.


A fumaça consome, além de sua visão, os pensamentos.


Caleb adentrava a última casa a ser apagada, acompanhado por Pomelo, e ambos rapidamente vasculham todo o interior, mas sem nada encontrar.

— Tem mais alguém aqui? — Pomelo inquiriu.

Olhando ao redor, a fumaça restante era densa demais pra enxergar mais do que alguns metros.

— Não! Não tem! Podemos ir!

Em a todo aquele calor seco que subjugava Caleb, seu fim veio não pela gula das chamas, mas pela frieza do metal, conforme este era atravessado nas costas pelo facão empunhado por Pomelo.

— Hu-ughn!

Sequer foi capaz de reagir, sua via respiratória se inundando de fluído em questão de instantes, perdendo a força e caindo de joelhos, para por fim, deitar e morder o carvão ainda morno.

Estendia a mão na direção da janela, tentando alcançar dentre a fumaça, uma fração da luz da lua que adentrava a moradia em brasas. — Be- lie-e-el... — Seus olhos perdiam o brilho.

Restando em pé, apenas Pomelo, com os olhos tapados pela própria mão.

— Perdoe-me, mas, é uma regra, de nossa mãe.

Só tirou o palmo do rosto ao se virar, balançando o facão e guardando-o na bainha, finalmente percebendo sua destra manchada pelo vermelho ainda fresco.

Engasgou com pleno ar, fechando o punho e o apertando conforme caminhava na direção da abertura por onde entraram, acelerando o passo quando sua visão borrou, respingando.

Estalos anunciavam que a madeira já não mais suportava, e finalmente cede, com um crescendo de tábuas a bater, a poeira e as chamas se erguiam e festejavam com a formação de uma grande fogueira onde costumava se ter uma casa.

Pomelo consegue escapar em corrida, saltando a ponto de cair em bruços sobre o gramado.

Rastejando pela grama, se escondeu atrás de um arbusto, tomando um tempo para organizar a respiração e os pensamentos, e tomando o caminho através das sombras, saindo do assentamento da mesma forma que entrou.




Caju se encontra mergulhada em águas turvas por sépia.

O ruído contínuo de um só som arrastado reverbera com a textura de ouvidos trancados por água. A boca azeda em saliva viscosa de dentes gananciosos e insaciáveis a toda água, amorteciam a garganta, gritar era inútil.

Encontrava ao seu redor, estátuas de diversas figuras similares, todas paradas em uma corrida para alcançar uma mesma direção. Cartuchos flutuavam por todo local, afundando lentamente na água.

Sua carne pesava, saturada por metal, dificultava o movimento, mas não o impossibilitava. Caminhou e nadou na mesma direção das esculturas.

Percebia os degraus, ganhando profundidade a cada passo. E também uma luz, ao queimar sua pele com o brilho e ser repulsava pelo fervor.

Apenas conseguiu se aproximar mais ao tomar cobertura nas estátuas, não pareciam sofrer do mesmo.

Eventualmente alcançando a estátua mais próxima do brilho, a água ardente impossível de atravessar sozinha.

Ao se apoiar na escultura, sentiu esta deslizar facilmente, se assustou ao pensar que a estátua em si havia movido, mas logo pegando a ideia.

Arrastando a estátua, a aproximou da luz, até que uma de suas mãos estendidas encobrissem parte do brilho.

O que só facilitou de chegar a outra estátua, e repetir a ação, e outra, e mais outra, até que toda a luz estivesse coberta, e a água parasse de ferver.

Revelando logo abaixo da luz, uma última estátua, de joelhos no chão, e cabeça abaixada, tendo a flutuar em mãos, uma pequena massa estranha, incompreensível por uma cobertura de ruído visual.

Agarrando o objeto, todas as estátuas despedaçam, e a luz brilha novamente, criando um turbilhão o qual empurra Caju para longe em segundos.

A certo ponto, ela sente o objeto que agarrou a puxar de volta, e tenta o levar junto consigo, como se estivesse tentando o arrancar do fundo do mar.


Eventualmente, o retirou, e ao arrancá-lo, o corpo do Stray incha subitamente, inflamando em chamas cada vez mais vermelhas, e se desfaz em uma explosão de poeira estática.

Caju surge em meio a fumaça, ilesa, e ao abrir sua mão para olhar, viu que o objeto em questão se tratava de uma massa deformada de chumbo, e fechando-a de volta, ergueu o braço, e Lídia a avistou, chamando Aranji, e ambas correram a alcançá-la.

A fumaça encobre suas feridas, e as cicatriza ao formar uma crosta cinzenta, e de seu calor, Caju podia se sentir revigorada, como se sequer tivesse se cansado.

Aranji não resiste a erguer o beiço e as sobrancelhas.

— Que inveja.

— Hm? — Caju vira o rosto para ela.

— Também queria poder simplesmente comer fogo e me sentir bem de novo.

— Ah, hihihih. — Ela sorri. — Quando eu conseguir entender como isso funciona, farei questão de te ensinar.




Lentamente subiam o morro mais uma vez, encontrando Mamões em fria quietude. As casas agora tomadas apenas pelo azul da lua cheia, a fuligem terminando de dissipar, substituída por nuvens de vapor condensado.

Os prateados sentavam ao redor do local onde era feito o fogo de chão, mas, já cansados com o fogo, não acenderam a fogueira.

Elina tinha seu gato no colo, o bichano já no terceiro sono, e a menina, prestes a começar o primeiro.

Lenor limpava o revólver com um pano velho e surrado.

Junto deles, estavam o prateado do bastão, o da faca, e uma senhora.

Agulhadas de frio cutucavam a pele dos caçadores, estava começando a garoar.

Assim que percebem a fina chuva, os moradores levantam para ir até uma das últimas casas restantes, de retorno aos caçadores, apenas um aceno, ao fechar da porta.


— Mas que desgraça.

Lídia suspirou, guardando o arco no peitoral e arrumando o cinto da aljava, iniciando a caminhada em retorno.

— Diga-me algo novo.

Aranji falou enquanto verificava se seu rifle estava carregado, retirando a munição da câmara e a guardando, também descansando a arma nas costas.

Caju guarda sua faquinha, e contempla apenas o pedaço de chumbo que havia retirado do Stray.

— ...

Seguindo o topo do terreno, caminhavam em direção a floresta de onde vieram, passando pela estátua.

Caju teve a leve sensação de estar sendo observada pela escultura, agora que estava próxima o suficiente para ver que, de seu rosto abaixado, a estátua tinha os olhos abertos, embora um deles fosse coberto pelo cabelo.

Aranji percebe a estranheza de Caju.

— É um efeito bem interessante isso, não acha?

— Oh?

— Eu não sei como funciona, mas uma maneira como olhos são esculpidos, baseada em profundidade, faz parecer que sempre estão olhando para a gente.

— Oh. — Caju ainda estava confusa. — Obrigada, isso me acalma um tantinho.

Conseguiu retornar seu foco ao pedaço de chumbo, o guardando dentro da camisa, junto da adaga, com a mão livre, criava um foco de chamas luminoso em seu palmo, para seguir descendo o vale, adentrando o matagal escuro.




A estátua lentamente se vira, para continuar acompanhando Caju e os caçadores com seu olhar descansado.

custom banner
ridochi
Emile Baudran

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • Invisible Boy

    Recommendation

    Invisible Boy

    LGBTQ+ 11.2k likes

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 73.6k likes

  • Arna (GL)

    Recommendation

    Arna (GL)

    Fantasy 5.4k likes

  • Blood Moon

    Recommendation

    Blood Moon

    BL 46.9k likes

  • Silence | book 1

    Recommendation

    Silence | book 1

    LGBTQ+ 26.5k likes

  • Primalcraft: Scourge of the Wolf

    Recommendation

    Primalcraft: Scourge of the Wolf

    BL 6.9k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Chemtrails: Quark Children
Chemtrails: Quark Children

2.3k views8 subscribers

Em um mundo tomado por múltiplos apocalipses simultâneos. Lídia, uma arqueira sobrevivente acidentalmente revive Caju, uma divindade esquecida, tendo agora de guiá-la a seu propósito enquanto navega o fim dos tempos.

Escrito e Ilustrado por: Emile "Ridochi" Baudran
Gênero: Fantasia Científica
Período de Publicação: 22 de Março de 2023 — presente
Episódios: 90 (estimativa)
Subscribe

43 episodes

Chumbo em nossos Corações

Chumbo em nossos Corações

55 views 1 like 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
1
0
Prev
Next