Nos recantos ancestrais do oriente, onde as brisas sussurravam segredos milenares e o sol dourado pintava a terra com suas cores mágicas, erguia-se a figura de Su Mei, uma monja de excepcional destreza no venerável templo da Fênix. Além de herdeira de um linhagem de nobres monges, incluindo seu reverenciado pai, o Grão Mestre do estilo marcial Garra da Fênix Renascente, o Lótus Branco, Su Mei também abraçava um domínio vasto e misterioso das artes marciais, cuja maestria era única e inspiradora.
Por trás da fachada solene de sua posição, Su Mei guardava um coração de nobreza e simplicidade. Ela se conectava sem reservas ao seu povo, dedicando-se a instruir as crianças da aldeia nas vias da disciplina e da técnica. Suas aulas, embaladas por risos e alegria, se tornaram lendárias, forjando uma ligação indestrutível entre ela e a comunidade que a admirava.
Mas um dia, a paz de Su Mei foi estraçalhada pelo horrível espetáculo que se desenrolou perante seus olhos ao despertar. As chamas dançavam sinistras, engolindo sua aldeia, enquanto os monges do templo se precipitavam em direção à ameaça. Ignorando a prudência de seu pai, Su Mei irrompeu na direção da destruição, mas logo se viu contida por ele que, usando boa parte de sua magia, ocultou a presença da jovem e a manteve paralisada para não se arriscasse. Su Mei se via forçada a testemunhar impotente o terror que se desenrolava.
O algoz, envolto em trevas, se movia com destreza descomunal, dilacerando vidas e sonhos com uma crueldade que beirava o sobrenatural. O próprio Lótus Branco, um mestre venerado, sucumbiu diante do poder implacável do intruso, reduzido a um mero espectro em uma dança mortífera.
O sinistro estranho ria em uma cacofonia enlouquecida, clamando vitória diante do abismo. "O desafio foi aceito, o desafio foi vencido! O que mais devo fazer para vós, Zhyonn, Soberano dos sete nefraii* e futuro senhor deste mundo?", sua voz ecoava em um delírio insano.
Uma resposta, etérea e sombria, reverberou através dos corredores do templo, congelando o ar e perfurando a mente de Su Mei: "Apenas aguarde, Drakmmar."
Horas depois, liberta da paralisia mágica que a aprisionara, Su Mei se viu impelida por uma determinação inabalável. Ela partiu em uma jornada solitária, movida pela necessidade visceral de desvendar o enigma de "Drakmmar" e o abismo de sombras no qual estava mergulhada.
Seus passos a guiaram até as ruas agitadas de Edsória, onde a sombra do culto a Zhyonn se enroscava como uma serpente oculta. E assim, o destino entrelaçou os fios de Su Mei com os de três aventureiros improváveis: Jay, Layla e Agatha. O grupo peculiar estava em uma missão para desvendar os segredos por trás de estranhos sacrifícios de animais, um caminho que coincidia com o objetivo secreto de Su Mei.
No entanto, sua entrada nesse grupo estava longe de ser um ajuste perfeito. Su Mei, além de sua maestria em diversas formas de kung fu, possuía uma personalidade que a destacava, uma aura de diversão e energia que a diferenciava dos demais. Seu estilo preferido de luta, o punho bêbado, a transformava em uma força da natureza quando liberava sua alegria contagiante após alguns goles de seu vinho preferido.
Enquanto suas habilidades eram forjadas no calor das batalhas, sua alma era alimentada pela alegria e descontração que ela compartilhava com seus novos companheiros de jornada. Su Mei, com suas risadas efervescentes e movimentos graciosos, trouxe uma nova dimensão ao grupo, enriquecendo a atmosfera com sua essência vibrante.
Assim, nasceu uma aliança inusitada, unida pelo propósito e fortalecida pela diversidade de seus membros. O destino, traçado pelas mãos invisíveis do universo, entrelaçava seus destinos em um tapete de mistério, traição e perigo iminente. Juntos, eles se tornariam a luz que rasgaria as trevas, desvendando os segredos mais profundos de Therium e desafiando as ameaças que emergiam das sombras.
*Nefraii são a contraparte dos aspectos negativos das deidades de Therium, são 7, cada um representando um aspecto repugnante da existência.
Comments (0)
See all