Parallel Universe - O universo paralelo de Kelsey Blackstar
The Chain
The Chain
Sep 19, 2023
Jogado no chão daquele quarto, com uma "corda" elétrica ao redor do meu corpo, aquilo parecia estar contendo a minha Remini, a sensação de impotência era forte. Meus olhos vagavam pelo local enquanto eu tentava conter minha angústia, desviando meus pensamentos para elaborar um plano de fuga mirabolante e improvável que pudesse me libertar daquel prisão, mesmo sendo algo impossível na prática. De repente, a melodia suave de "Don't Cry" começou a ecoar pelo ambiente, vindo de uma pequena caixa de som na parte superior da parede que, com certeza, a música fora escolhida por Lohan. Era irônico como, apesar de ele ser uma pessoa terrível, seu bom gosto musical permanecia uma qualidade admirável. Aquela canção, que ecoava no quarto silencioso, era um lembrete de que mesmo nas situações mais sombrias, a música poderia ser uma fonte de conforto e escape para mim, talvez ele tenha
Os acordes sonoros se misturaram com minhas emoções conflitantes. Enquanto as notas me envolviam, senti os meus olhos se fecharem involuntariamente e acabei-me permitindo que as lembranças fluíssem como água de uma fonte há muito tempo represada. Eram lembranças de tempos mais simples e de uma pessoa que havia partido há muito tempo. A saudade apertou meu peito, mas também trouxe consigo um sentimento de conforto, como se um pedaço dela ainda estivesse comigo. Fechei os olhos e me entreguei à melodia, enquanto uma onda de saudade e tristeza me envolvia. No silêncio daquele quarto, sussurrei o nome dela, como se fosse um segredo compartilhado apenas entre nós dois.
– Eu consegui, Jocelyn... Realizei o seu sonho, Jolly... Mas, a que custo?
Minha voz era abafada pelas lágrimas que caíam silenciosamente. O pingente do colar que eu usava repousava perto de minha bochecha. Em pose fetal, consegui acariciar o pingente com a ponta dos dedos. A tristeza e a saudade se entrelaçavam em meu coração, formando um nó apertado de emoções.
– Eu só queria que tudo fosse como você imaginava... Você partiu com a imagem dos caras bonzinhos, né? Sorte a sua...
As lágrimas escorriam livremente, um lamento silencioso pela perda que me acompanhava por tantos anos. O quarto era, no momento, um refúgio íntimo de memórias onde eu podia ser mentalmente vulnerável e me conectar com o passado que parecia distante demais. Ficar ali, relembrando os momentos da inocente infância e os sonhos interrompidos, trouxe à tona uma mistura de sentimentos. Eu desejava que ela estivesse aqui para ver o que eu havia conquistado, mas ao mesmo tempo, a ausência dela me fazia questionar se valia a pena. Aquilo não era nada como a gente imaginava, nem mesmo eu creio que o Gzhry já tivesse parado para pensar em um plot twist do qual a Von Voyage funciona de uma maneira cruel e hostil.
Os leds do quarto lentamente se esvaíram, deixando apenas a escuridão. A melodia continuou ali, preenchendo o espaço, como um conforto em meio à dor. As lágrimas secaram, e eu me perdi em pensamentos e dúvidas profundas, permitindo que o conforto do cansaço e exaustão me envolvessem por completo.
Acordei abruptamente, a primeira coisa que percebo era que um confortável cobertor que cobria o meu corpo, como se alguém tivesse cuidadosamente adentrado ao quarto e se importado comigo enquanto eu estava inconsciente. À medida que meus sentidos se acalmavam, comecei a captar vozes e movimentos do lado de fora da porta. Curioso, me aproximei da porta, espiando por um pequeno vão. Fiquei surpreso ao ver ligeiramente Lohan e Wires conversando no corredor. A interação entre os dois parecia ter um peso e uma complexidade que eu não conhecia. Observando-os, percebi que havia uma ligação especial entre eles, algo que transcendia as aparências e os anos de distância.
– Eu senti seu falta, Otávio... mais do que você poder imaginar. – O ruivo o chama pelo o seu verdadeiro nome, um nome já esquecido pelo o público.
– Não sei se posso dizer o mesmo, Lohan. – Wires responde com uma voz friamente cansada. – e você nunca perde esse sotaque, não é mesmo?
As palavras trocadas entre eles eram carregadas de significados intimos e eu me senti como um intruso ao estar ouvindo aquilo. Quase me arrastei para o local que eu estava sossegado no chão para voltar a dormir, mas algo me fez hesitar... Eu queria ouvir mais das seguintes palavras e saber a onde aquilo ia acabar.
– A hora está chegando. Eu mesma vou retirar o dispositivo de sua cabeça hoje à noite, Otávio. Você vai ser livre novamente.
Ok, de fato, essa revelação me intrigou, realmente. Eu sabia que Lohan queria libertar o Wires a qualquer custo, até botando a vida de um desconhecido em risco, mas parecia que o ruivo queria agilizar logo a liberdade de seu amigo da opressão da Von Voyage, e estava exatamente orquestrando tudo em segredo para aquela noite. Minha nossa. É isso. Não vou ter escapatória. Pensei comigo mesmo.
Retornei ao meu canto e fiquei lá, imerso no escuro e na quietude do quarto. Minha mente corria desenfreada, relembrando as revelações e verdades que havia descoberto. O pensamento sobre por que Lohan me trouxe para essa realidade cruel se infiltrou em minha mente, me fazendo sentir um misto de raiva e tristeza.
Me peguei chorando silenciosamente numa segunda rodada daquela noite, e eu me sentia perdido em emoções. Minha mente estava em guerra, me debatendo com a consciência das realidades obscuras que existiam além da imagem de heróis de fachada da Von Voyage. Refleti sobre cada palavra, cada olhar e cada movimento que havia presenciado, tudo lançado de uma vez deste mesmo dia. Eram muitas informações para processar. O medo, a confusão e a incerteza me envolviam como uma névoa densa, e eu me vi questionando a própria essência da minha existência nesse mundo. Eles já haviam se retirado daquele corredor e o silêncio reinava e a escuridão do quarto me envolvia, continuei acordado, perdido em auto-reflexões. O peso da verdade me mantinha alerta, minha mente navegando pelas marés daquela noite repleta de revelações.
Com o tempo, o cansaço começou a ceder lugar à exaustão. Minha mente, ainda turbulenta, começou a desacelerar gradualmente. Os pensamentos foram ficando mais distantes, como vozes sussurradas ao longe, e, finalmente, meu corpo cedeu ao sono, permitindo-me escapar temporariamente das garras da realidade sombria que começava a se desenrolar diante dos meus olhos.
Pela manhã, fui acordado abruptamente pelos sons de alarmes ensurdecedores e da agitação que parecia tomar conta da base. Sem perder tempo, forcei a porta do meu quarto aberta e me deparei com a cena caótica que se desenrolava diante de mim. Seguranças corriam de um lado para o outro, e um grupo deles rapidamente se aproximou de mim. Antes que eu pudesse reagir, me pegaram e me arrastando junto com eles, incapaz de me soltar do dispositivo Remini que ainda estava preso a mim.
Em um futuro distante, onde a exploração espacial e a tecnologia de saltos no tempo se tornaram realidade, conhecemos Kelsey Blackstar, um garoto atípico que vive em Jord City, a única cidade na Terra habitada por alienígenas conhecidos como Zkhayans. Kelsey tem o poder sobrenatural da Reminiscência, do qual é cercado por uma sombra misteriosa que o protege em momentos de perigo.
Um encontro inesperado com um membro da Von Voyage, uma companhia de Robôs Gigantes que viajam pelo espaço e enfrentam ameaças interdimensionais, revela a Kelsey lutas emocionantes, traições surpreendentes.Kelsey precisa enfrentar sua própria jornada de autodescoberta e desvendar o mistério do ser sombrio que o acerca. Com a ajuda de novos amigos e aliados improváveis, ele se torna um herói improvável.
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