Sol foi até Alice e subiu no colo dela, então começou a se esfregar na garota e ronronar alto, parecendo um motorzinho de brinquedo. Alice esfregou ele da cabeça até o rabo e depois ficou fazendo carinho entre as orelhas.
— Está vendo, ele é um fofo.
— Mas ele me arranhou e eu não fiz qualquer coisa.
— É, ele arranha a Tayná também, eu não entendo. Mas a Tayná ele ainda deixa ela mexer com ele e é comportado, mas você, eu não sei porque, ele não deixou nem aquele dia no parque.
— É porque ele é um maldito que prefere pessoa que nem você.
— O que você quer dizer?
— Lenta, fraca, sem jeito, medrosa, mole… - Kleber foi interrompido por Alice.
— Tá, tá, tá. Já entendi, eu não presto e ele gosta de coisa que não presta.
— Você presta sim, Alice. Mas é tudo que eu disse também.
Nesse momento Sol está encarando Kleber com um olhar mortal, que o garoto só percebeu quando olhou para baixo, mas aí já era tarde, o gato avançou na cara dele arranhando o máximo que conseguiu antes de Alice pegar ele falando em desespero “Sol, não!”, a cara de Kleber ficou cheio de arranhões.
Alice vendo a cara do amigo, riu com vontade e depois tirou foto dele e mandou para Tayná dizendo “Alguém foi atacado pelo Sol.”.
— Você não mandou foto minha para tua namorada, né?
— Eu? Claro que não.
— Você mandou, sua maldita. - Kleber disse em tom de indignação.
— Hehe! E ela não é minha namorada.
— Ainda.
— Não acho que vai chegar a ser, porque ela ainda não sabe sobre aquilo, estou com medo de quando ela descobrir, me deixar de lado e pegar o Sol para ela.
— Entendo… Você tem que contar logo para ela se você quiser ter um relacionamento saudável e sem medo. Eu sei que você não deveria ter que contar algo assim, mas infelizmente não tem como saber como as pessoas são.
— Entendo, ainda mais que ela é lésbica, se fosse bi ou pan, eu teria menos medo. Mas já vi muita lésbica sendo má com pessoa que nem eu.
— Mais um motivo aí.
Alice olhou as horas e o pai dela está para chegar, além que eles não jantaram.
Ela precisa fazer a comida para receber o pai, faz isso todos os dias em que está lá para que ele tenha menos trabalho possível porque já se cansa o dia inteiro trabalhando, estando em reuniões.
— Quer ficar para jantar? Meu pai está chegando e eu faço a comida rapidinho.
— Por mais que me doa recusar comida sua, eu nem avisei meus pais que viria aqui, então eles já vão me matar por chegar tarde em casa.
— Eu te levo até a porta, depois eu te envio o link dos slides e do texto para você poder ler e revisar se quiser.
— Tudo bem.
Alice levou Kleber até o portão e abriu para ele ir, depois voltou e fez a comida para si e o pai, guardou a do pai no microondas e começou a comer sozinha. Estava se sentindo sozinha quando Sol chegou e se esfregou na perna dela, ela esqueceu a porta do quarto aberta e o gato desceu as escadas. Ela deu um desconto dessa vez e ficou com ele no colo, mas não pode ficar deixando ele descer porque a parte debaixo da casa, que é do pai, não tem tela, só a parte de cima que é dela desde o banheiro, até o estúdio, o quarto e o depósito também. A parte debaixo da casa é composta pelas mesmas áreas só tem a cozinha e a sala a mais. Em cima, no lugar da cozinha é o depósito, os quartos são maiores e a área da sala é uma área em que Alice encheu de plantas e tem um sofá, além de uma janela grande que dá para ver fora da casa, em que gosta de sentar para ler.
“Bem feito para o Kleber, ele parece ter te deixado incomodada hoje cedo.”
“Maldade sua.”
“Ele não me deixou incomodada, ele só disse a verdade.”
“Então, o que você tem para me contar?”
“Ainda não é hora, algum momento eu te conto.”
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