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Hirugard - A Busca Pelos Tesouros Sagrados

Página 7 - Caminhada

Página 7 - Caminhada

Jan 04, 2024

O sol estava se pondo, e nuvens continuavam a se acumular acima deles. O trio continuava seguindo lentamente em direção Norte, já podiam ver a silhueta da ponte na distância, e enquanto andavam, conversavam. Sentoki contava sua história pra anã.

- Então você veio realmente de outro planeta, isso é muito doido... - Kurozu estava chocada. 

- Pode-se dizer que é outro planeta. Na verdade, não faço ideia de como tudo isso aconteceu, pensei que tinha morrido. Ainda acho surreal um mundo mágico como esse sequer existir. - Sentoki estava meio pensativo. - De onde eu vim essas coisas não passam de contos de fantasia. 

- Pensando por esse lado, seu planeta parece ser meio chato. - Kurozu fez uma careta. - Nunca tinha parado pra pensar, mas acho que a magia faz do nosso mundo um lugar bem especial.

- Na verdade, eu acho que deve ser um lugar calmo e bom de se viver. - Ashi finalmente falou algo. - Um mundo onde ninguém tem poderes tão destrutivos como magia... 

- Não é bem assim, tem muita desgraça e guerras acontecendo ao redor do mundo de onde eu vim. - Sentoki falou, envergonhado. - Não dá pra dizer que é realmente um lugar pacífico... 

- Conflitos sempre existirão, é parte da nossa natureza como seres vivos. - A ninfa falou, estava séria. - Mas um mundo sem o caos da magia espalhado por aí me parece interessante. 

- Bom não faz diferença. - Kurozu estava mais animada. - Nós vamos resgatar sua irmã, Sentoki. 

- Nós? - Sentoki deu uma risada leve. - Você não ia acompanhar a gente só até Hirugard? 

- Bom, era a ideia, mas o meu plano sempre foi entrar em uma guilda e ajudar as pessoas. Mas agora posso ajudar meus amigos, então não vou abandonar vocês até conseguirmos! - A anã estava determinada e alegre, saltitando enquanto andavam. 

- Acho que seria útil se criássemos uma pequena guilda depois, poderíamos ter ajuda extra. - Ashi parecia empolgada com a ideia. 

- É uma boa. - Sentoki não tinha pensado em pedir ajuda, mas refletiu em como só pode prosseguir graças as suas companheiras. Ele abriu um leve sorriso. 

- Aliás - Falou a anã repentinamente. - Você já pensou no que fazer, depois que resgatarmos sua irmã? 

- Não. - Sentoki ficou sério. - Não sei se vou ficar por aqui, ou se sequer tem como voltar pra meu mundo... - Seu semblante ficou triste. 

- Não importa. - Disse Ashi, tentando mudar de assunto. - Ainda temos um longo caminho pela frente, então não tem motivo pra pensar nisso agora. Vejam, já estamos quase na ponte. 

E então todos olharam pra frente e viram a velha ponte que atravessava o rio Linder. Passaram por ela o mais rápido que podiam e seguiram em frente. Continuaram quietos por alguns minutos enquanto caminhavam. Todos tinham muitos pensamentos afligindo a mente. Ashi ainda sentia um leve desconforto devido ao seu machucado. Kurozu ainda estava de luto, apesar de demonstrar alegria frequentemente, ainda sentia uma mágoa. E Sentoki estava perdido em seus pensamentos, agora focados na sua irmã.

- Acho que devíamos procurar um abrigo e descansar. - Kurozu falou repentinamente. - Você precisa descansar pra cicatrizar essa ferida por completo Ashi.

- Eu estou bem. - A ninfa já estava visivelmente cansada. - O que realmente me preocupa é a tempestade que vai cair. 

- Olhem. - Sentoki apontava pro Leste. - Dá pra ver algum tipo de casinha velha lá longe. Deve dar uns oito minutinhos de caminhada. 

- Não me lembro de um lugar desses por aqui, mas já faz muito tempo que fui por esse caminho até Hirugard, e segui sem paradas depois de Burevault. - Ashi estava buscando fundo em sua memória alguma lembrança daquele lugar, mas não achou. 

- Também não lembro de ter prestado atenção pra lá quando vinha. - Kurozu pensou um pouco sobre a paisagem. - Mas não temos muita escolha, é melhor irmos logo e nos protegermos da chuva até amanhecer. 

Os três seguiram caminhando então, rumo a Leste, pra cabana localizada pelo garoto. Apressaram o passo e tentaram caminhar mais depressa. Seguiram o caminho jogando conversa fora. 

- Vamos lá, Sentoki. - Kurozu estava mais animada, principalmente pela descoberta do novo abrigo. - Você deve estar cheio de dúvidas sobre o nosso mundo, pergunte alguma coisa.  

- Hm? Bom... - O garoto estava mesmo curioso, não tinha encontrado uma boa hora pra tirar as dúvidas. - Queria saber mais sobre magia, é o que mais me intriga. 

- De novo isso? - Ashi parecia indiferente, mas não gostava muito de magia, apesar de conhecer algumas. 

- Bom. - A anã começou a falar em tom sério. - A magia da verdade foi imbuída na minha armadura por um mago andarilho, foi meu falecido amigo que comprou os serviços do mago. Aparentemente posso usar essa magia cinco vezes e então a minha armadura vai se destruir. Antes de hoje eu já tinha usado essa magia duas vezes, então só me sobram duas. - Ela fez uma pausa, pensativa. - Não acreditava que demônios existiam de verdade, por isso por muito tempo essa magia era completamente inútil aos meus olhos. 

- Na verdade, temos sorte de termos encontrado você. - Sentoki sorriu. - Salvou nossas vidas, heheh. 

- Eu fiz o que precisava fazer, vocês têm que agradecer ao meu amigo, Trevor, que me presenteou com essa armadura mágica. - A anã continuava pensativa. - Voltando ao assunto, existem dois tipos de itens mágicos, os “ativos” e os “reativos”. Itens ativos como minha armadura precisam que eu tenha certo entendimento magico, pra que eu possa focar e ativar seu efeito. Isso é útil pra itens que contém magias mais “diretas”, já que evita, por exemplo, que eu use acidentalmente. 

- Entendo. - Sentoki estava focado. - Então é como se você ligasse o poder do item por um tempo, e daí quem encostar nele ativa o efeito magico. 

- É isso aí. - Disse a anã. - Mas nem toda magia precisa que alguém toque no item mágico, às vezes só de ativar o item o efeito é disparado. Agora magias “reativas” são simples, são ativadas automaticamente quando algum critério autoimposto é alcançado. Por exemplo, a elite de soldados de Hirugard usa escudos com a magia “espelho”, que é ativada assim que alguém acerta um ataque físico contra o escudo, e então a magia reflete o dano de volta. 

- Lembra do orc que enfrentamos? - Ashi se meteu na conversa. - Aquele martelo dele tinha uma magia reativa de ataque. 

- Me lembro muito bem. - Sentoki tocou a região das costelas onde foi acertado pelo orc. - Mas acho que entendi tudo até agora. 

- Com uma professora como eu, não tem como não aprender, hehehe. - Kurozu estava alegre e dando risada novamente. 

- Ah na verdade, tenho outra pergunta sobre isso. - Sentoki se lembrou repentinamente. - Vocês sabem quantas magias existem ao todo? 

- Não. - Ashi e Kurozu disseram em conjunto. 

- Pelos princípios caóticos da magia, as possibilidades são muitas. - Disse Ashi. - Mas nem todas as descobertas foram compartilhadas com o resto do mundo... 

- Ué, como assim? - Sentoki estava curioso. 

- As terras malditas, no fim do Oeste, por exemplo, são terras do lorde das trevas, e lá dizem que muitas magias negras e malignas são criadas. - Kurozu falou. 

- No alto Norte, terra dos anões, também tem muitas magias que são escondidas do mundo. - Ashi falou, e Sentoki podia sentir um certo tom de deboche no ar. 

- Os elfos também escondem muita sabedoria antiga, incluindo magias. - Kurozu respondeu, olhando pra ninfa, já estava se irritando. 

- Eu já disse que eu não sou elfa... - Ashi respondeu, estressada.  

- Ei gente, calma... - Sentoki disse, tentando interromper a discussão. - Não quis causar essa comoção com uma pergunta tão simples... 

- Certo, desculpe. - As duas garotas disseram em conjunto, Sentoki imaginava as duas num dueto musical. 

- Olhem só, já estamos bem perto da casinha. - Sentoki apertou os olhos, tentando ver melhor. - E parece mais um tipo de templo abandonado... 

Era um templo velho e decrépito, porém, com teto intacto, era um abrigo a chuva, que já começava a pingar no rosto deles. O lugar não era muito grande, um salão simples e amplo com cadeiras velhas de madeira dispostas como uma igreja antiga, sem janelas e no final do salão um altar. O grupo se acomodou e comeu um pouco, e então começaram a ouvir os trovões. A chuva caiu e com ela veio a noite, a tempestade batia com força. 

- Tivemos sorte de achar esse lugar. - Sentoki estava deitado em um dos bancos de madeira. 

- Bom foi graças a você. - Ashi estava sentada no chão, comendo algumas das frutas que trouxeram. 

- Bom trabalho cara. - Kurozu era a única em pé, caminhava de lá pra cá, olhando de cima a baixo. 

- O que você tá fazendo? - Sentoki perguntou. 

- Checando. Vai que tem alguma armadilha e pula um monstro feio. - A anã foi até o altar. - Pela arquitetura não parece ser o templo de nenhuma divindade específica. 

- Vai ver as pessoas só queriam construir um monumento diferente. - Disse a ninfa, ainda mastigando. - Deve ter sido atacado por orcs ou algum demônio, a quantidade deles aumentou muito nesses últimos anos. 

- Não sei, esse lugar parece bem antigo. Se ele foi atacado, então isso foi há muito tempo atrás, eu chutaria mais de um século. - A anã continuava fuçando o altar. 

- Hm, bom, vai que ela tem razão, Ashi. - Sentoki se levantou. - Apesar de não parecer um lugar perigoso, pode ser que tenha alguma armadilha, vamos procurar Korazon. - E então começou a tocar as paredes, em busca de algum botão secreto. 

- Boa sorte, eu vou tentar cochilar um pouco. Caso aconteça qualquer coisa, me acordem. - Ashi falou, enquanto se deitava pra descansar. 

Sentoki apalpou as paredes por mais alguns minutos, não tinha certeza do que procurava, mas se sentia feliz de não encontrar nada. “As coisas vão melhorar, tenho certeza” ele pensou enquanto procurava. Já estava desistindo até que a anã o chamou. 

- Ei Sentoki, olha só isso aqui. - Ela parecia ansiosa. - Olha só, essas escrituras embaixo do altar. São algum tipo de escrita antiga dos humanos. 

- Você sabe ler isso aí? - A curiosidade transbordava dele.

- Mais ou menos, acho que diz algo como “Quarto do medo de fogo”. Não acho que seja a tradução correta, mas mal consigo compreender o texto. - Ela colocou o dedo na testa e começou a focar. 

- Ei Ashi. Acorda aí. - Sentoki chamou a ninfa, que se levantou e foi até eles. 

- Encontraram algo interessante? - Ela estava um pouco sonolenta, mas ainda curiosa. 

- Algumas letras de língua antiga dos humanos. - Kurozu estava focada. - Mas não sei bem como se traduz. “Quarto do medo de fogo” foi o melhor que consegui traduzir. 

- Deixa eu ver... - Ela se abaixou e começou a olhar os símbolos. - Na verdade, é quase, isso é escrita Hunoriana, de humanos muito antigos, esses símbolos que estão maiores significam nome próprio e título. Acho que a tradução é algo como “Templo de Phobos, mestre do fogo”. 

- Nunca ouvi falar de nenhuma divindade com esse nome... - Disse Kurozu. 

- É porque não existe. - Ashi estava pensativa. - Mas que confusão, que tipo de lugar é esse? Um templo pra um deus que não existe, escrita numa língua arcaica de mil anos atrás. E a gente não tem lembrança nenhuma de ter visto esse lugar quando passamos pela região. Já estou ficando muito preocupada. 

- A palavra “Phobos”, você disse que é um nome. Essa palavra tem algum significado pra vocês? - Sentoki perguntou de repente. 

- Bom, é escrito com os caracteres da palavra “medo” em escrita muito antiga, deve ter alguma ligação. - Disse Kurozu. 

- Acho que medo é o que estamos sentindo agora, ou pelo menos apreensão. - Sentoki disse, tentando animar os ânimos. 

- Não é hora pra brincadeira. - Ashi estava muito séria. - É melhor continuarmos olhando ao redor. Já me convenci que esse lugar é mais perigoso do que parece, mas até a chuva passar não temos escolha se não ficar aqui dentro...

- Acho que encontrei algo, opa. - Kurozu apertou em algum tipo de botão escondido na parte inferior do altar, e então todos ouviram um clique e um tremor leve. 

- O que você apertou? - Sentoki ficou pálido. 

- Olhem só... - Ashi apontou pra onde estavam os bancos de madeira, e agora havia uma pequena abertura lá. 

- É uma passagem secreta ou coisa assim? - A anã estava curiosa. 

Todos foram checar, era um buraco que caberia um homem adulto, uma escada de madeira descia até a escuridão. Todos se entreolharam, apreensivos.

- Eu não sei se quero descer nesse buraco... - Sentoki estava inseguro. 

- Agora que sabemos que esse lugar tem uma descida secreta, não podemos deixar isso pra lá, não é? - Ashi tentava racionalizar, apesar de ela mesma não ter vontade de descer. 

- Então vamos logo. Eu vou na frente, caso apareça alguma coisa sou a mais resistente pra receber um ataque surpresa. - A anã estava confiante. 

- Não gosto disso, só queria não nos envolver em problemas um pouco... - O garoto estava cabisbaixo. 

- Bom, é melhor irmos o quanto antes, talvez seja só um quarto velho. - Ashi tentava se convencer. 

- Ninguém esconde um quarto velho tão bem... - Disse Sentoki. - Mas vamos logo...

E desceram os três pela escada. Kurozu desceu primeiro e sumiu na escuridão. E então veio Sentoki e Ashi. Os três sumiram na escuridão da passagem. E a tempestade ainda podia ser ouvida lá fora, caindo com força.
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Finalmente o grupo conseguiu sair de Burevault, agora eles seguem uma caminhada através do rio Linder. O que será que espera eles do outro lado?

#adventure #isekai #battle #Fantasy #Action #PTBr

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