The Rejected Family
Capítulo 12
Rejeite o perigo
"Você achou um cara bem maneiro, hein?" Saul se empolga diante do sujeito perigoso.
Após uma tentativa falha de tirar a vida de Honda, Pac não consegue mover o seu braço, que se encontra preso ao corpo da vítima.
Honda critica o seu marido, "seu brutamontes desprezível… olhe tudo o que você me fez passar. Ande logo e me tire daqui!"
"Claro! Mas você está facilitando as coisas, eu não gosto disso."
"Você não precisa gostar de nada."
Pac interrompe a discussão do casal, "meu braço…"
Ainda sobre a pilha de cadáveres, o sujeito tenta retirar o seu membro de dentro do corpo de Honda, mas não consegue. A mulher continua limitando a sua movimentação.
Ele comenta, "não, isso não é bom. O senhor Xilo vai ficar uma fera se eu perder mais tempo aqui."
"Só acaba logo com isso, Saul!! Eu estou dando a minha vida pela sua luta!"
"Ah, deixa disso. Você está ótima! Eu nego a sua ajuda."
"Você o que?"
Saul avança na direção de Pac, se posicionando ao lado de Honda. Com uma força esmagadora, Saul puxa o corpo de sua esposa, tirando-o à força do braço do inimigo.
No processo, uma parte do corpo de Honda é arrancada fora. Ela cai no chão, gravemente ferida, com um buraco enorme em seu peito.
"AAAARGH!!!"
Após conseguir mover livremente o seu membro, Pac agradece, "obrigado. Isso vai me poupar bastante tempo."
A mulher começa a regenerar os seus ferimentos, lentamente. Enquanto Saul ataca o inimigo, que responde da mesma forma.
Seus socos colidem. O impacto faz Pac afundar em meio a pilha de corpos, que se desfaz completamente.
"Você é bem durão!" O tio de Muro enaltece seu adversário.
"Como um repulsor, eu esperava mais."
Saul direciona as palavras para a sua esposa.
"Ei, Honda. Eu pensei em um jeito de te compensar por todo o seu sofrimento."
"Hein?" Ela não compreende a situação.
"Pode descansar ali no canto. Hehehe."
Em outra área da caverna, Lev caminha solitariamente pelo local. Andando por túneis que parecem corredores sem fim, o garoto está mentalmente exausto, vivenciando o mesmo cenário repetidas vezes.
Parando em frente a uma parede, ele dá de cara com um caminho sem saída. Não há nenhum sinal de vida ao seu redor.
"Ah… mais uma parede," o garoto murmura para si mesmo.
Lev continua sua jornada em passos largos e pesados, voltando pelo trajeto percorrido para seguir por outra direção.
Essa provação… é uma das coisas mais chatas que eu já presenciei em toda a minha vida. Parecia tão legal… seu interesse pelo evento é comprometido pelo cansaço.
Diante de uma bifurcação, ele escolhe outro destino.
Sua mente não reconhece mais por onde passa, se eu continuar andando assim, acho que vou perder a capacidade de pensar.
Novamente, sem saída. Outra parede impede a jornada de Lev.
Estou pagando por algum pecado? Eu nem sequer sei se estou mesmo na provação. Não encontrei ninguém ainda, então não é certeza. Se eu continuar nesse ritmo, sem saber de nada… ele se perde em pensamentos, ao mesmo tempo em que coça o rosto, inquieto.
O garoto cai de joelhos. Após horas de solidão, ele perde as esperanças.
Eu preciso encontrar alguém o mais rápido possível, ou vou enlouquecer!!!
Em disparada, Lev desaparece do local onde estava. Atingindo uma velocidade sobre-humana, ele corre por incontáveis túneis da caverna em menos de um segundo.
Em uma busca incessante por qualquer sinal de vida, parece que a sanidade do garoto se esvai a cada corredor vazio visitado. De repente, Lev é impulsionado para trás.
Como alguém que mal prestava atenção por onde corria, ele demora para compreender o último acontecimento. Após o impacto que lhe empurra fortemente para trás, um outro humano é avistado em sua frente.
"Ah, eu achei," ele percebe a sua descoberta.
"Ah!!! Que droga é essa!? Quer me matar de susto, criança!?!?" Uma voz grossa, porém assustada, Seki se surpreende.
O sujeito está de rosto pálido, com um acompanhante logo atrás.
"Esse moleque…" um rosto familiar, Xilo é o segundo homem que se opõe à Lev.
Lev se perde em suas emoções, "são humanos de verdade…"
"O que diabos você fez!? Eu nem sequer consegui ver! Senhor Xilo, você entendeu algo!?" Seki questiona o seu superior.
"Ei, eu já te vi antes," Lev interrompe a dupla, reconhecendo a face de do líder inimigo.
"Seki, eu já havia percebido isso, mas minha rejeição não funciona nesse cara."
"Hein? Então ele deve ser daquela família de esquisitões."
"Bom, isso me dá mais um motivo para não perder tempo aqui."
"Afinal, nosso verdadeiro alvo é aquela maldita."
"Seki, posso deixar ele com você? Ainda tem alguém que eu preciso encontrar antes que as coisas tomem forma."
"Esse garoto não passa daqui."
"Ótimo, nós vamos indo."
Lev questiona os demais, "nós?"
Xilo segue na direção oposta dos outros dois, indo para um corredor vazio. Como uma parede que impede qualquer tipo de movimentação, Seki se posiciona no caminho de Lev.
O garoto questiona o oponente, "foi a sua equipe que roubou comida mais cedo, não foi?"
"O senhor Xilo estava com fome. Então, ele viu aqueles fracotes cheios de comida e pensou: que desperdício."
O desprezo no rosto de um jovem. Os olhos de Lev se fixam no inimigo, mesmo que seu desejo seja desviar a atenção imediatamente.
Se forçando a encarar Seki, as pupilas do garoto dilatam, enquanto ele escuta mais palavras que intensificam a sua raiva.
"Mas, não se preocupe, aquele velho era realmente dispensável. Nunca ouviu as histórias sobre ele? Qualquer um que já foi à alguma provação já deve ter visto algo assim. Aquele fracassado está aqui ano após ano e ninguém o matou. Deve ser por pena."
Um olhar que ameaça diretamente a alma de seu inimigo, a raiva do jovem é mascarada pelo seu deboche, "ah, então você já participou de outras provações? Até que tem bastante sorte… porque essa é a minha primeira."
Avançado com toda a sua velocidade, o garoto parte para cima de Seki. Em milésimos de segundo, o atacante é impulsionado quase que instantaneamente para trás, de volta para onde veio.
O sujeito ameaçado permanece parado, porém é surpreendido, "ah! para de me assustar assim, cara! Você sempre faz isso, do nada."
O raciocínio de Lev busca por respostas, de novo, eu não consigo me aproximar. Além disso, parece ser algo inconsciente.
Mais uma investida do rapaz, que é novamente empurrado para longe antes de chegar no alvo, de maneira sobrenatural.
Seu oponente se assusta novamente, pálido com a surpresa, "ah! Certo, já chega! Fique longe de mim!"
"Tsc, então é assim que as coisas vão ter que ser."
Um ciclo sem fim. Lev acelera cada vez mais, avançando contra Seki de maneira incessante. Impulso após impulso, ele continua sendo impedido de se aproximar. A batalha é prolongada.
Outra luta ocorre simultaneamente. Ainda mais à fundo na caverna, Muro e Kuna se enfrentam em um combate intenso.
Enfrentando um corpo que não respeita os limites do ser humano, o rapaz desvia dos braços de sua adversária, que se esticam com um físico que remete à uma gosma.
Os ataques ininterruptos de Kuna fazem os seus membros se assemelharem à cordas, balançando repetidas vezes pelo local, sem deixar brechas para as investidas do rapaz.
One observa tudo de longe, "isso é loucura, Muro. Essa coisa não segue nenhuma lógica."
Em meio aos incontáveis golpes que não conectaram, um único soco de Kuna acerta em cheio o rapaz, dando início a uma sequência inesperada.
O corpo de Muro é atingido por dezenas de socos e chutes consecutivos, à medida que Kuna continua comprimindo e esticando seus membros para aumentar a sua velocidade de combate.
"Isso é ruim, eu tenho que fugir e chamar ajuda. Você nunca vai conseguir chegar perto dela," o espectador se decide.
Nas proximidades da confusão, o berro de uma garotinha é ouvido. Toki corre pela sua vida, fugindo de uma presença intimidadora.
"AHHHHHH!! Ei, isso não é justo! Não tem animais aqui para me proteger! Ataque sem seus poderes!!!"
"Meus ouvidos estão chegando ao limite. Seus gritos são formidáveis, pirralha," a voz seca de uma mulher. Phoena persegue a criança.
Uma rajada de fogo flui na direção da garota, que se joga no no chão, rolando rapidamente para desviar do ataque.
Toki se desespera, "trapaceira!! Isso é trapaça!"
A mulher cria as chamas com as suas mãos, realizando mais uma ofensiva. Uma cortina de fogo almeja a criança.
A garota pula para trás de uma rocha, utilizando-a como escudo para se defender dos poderes.
"Ah!!!"
A vítima permanece sem danos após o ataque, não sendo atingida.
Quando o fogo abaixa, um berro banhado em lágrimas acompanha o seu momento de apavoro, "buaaaah! Eu vou morrer!!"
Ela sai de trás da rocha e continua seguindo em frente, quando encontra um corredor já frequentado por outros competidores.
Os caminhos dos irmãos se cruzam. One — que se distanciava de Muro — avista Toki e Phoena.
"Eu tô morrendo!! Desculpa, Nico!! Eu não escovei as suas penas antes de morrer, buaaaah!!!"
"Toki?"
"One? Eu já estou alucinando!!"
As chamas geradas pela perseguidora da garota assustam One, que retorna pelo caminho de onde veio.
"Ei, para onde está indo!? Me salva, One!! A minha alucinação está me traindo!"
"Você trouxe um inimigo ainda pior do que o de antes!! Eu só tenho irmãos idiotas!"
A fugitiva segue o garoto. Os dois grupos se encontram: Muro, One, Toki, Kuna e Phoena reúnem-se no mesmo local.
Toki percebe seu irmão mais velho, caído no chão, "Muro! Você morreu?"
"Toki? Chegou em boa hora. O seu irmão está prestes a vencer uma luta."
"Você ia perder, por muito," One traz o rapaz para a realidade.
Os olhos de Phoena se cruzam com os de Kuna, "você…."
Uma mudança completa de foco. Uma explosão que utiliza ambas as mãos, o fogo de Phoena almeja a sua nova oponente.
Kuna estica ambos os seus braços em direção ao teto, agarrando-se nas estalactites da caverna. Em seguida, ela puxa o resto do seu corpo para cima, esquivando do ataque de calor.
"Parece que alguém resolveu se intrometer."
A mulher em chamas declara seu alvo, "sua equipe é perigosa, isso te torna a minha prioridade."
As duas competidoras entram em combate.
One alerta os seus irmãos, "pessoal, vamos aproveitar a briga delas para fugir."
O garoto nota que seu chamado não foi respondido como o esperado. Ele olha para Muro, tentando compreender a situação.
O rapaz convocado está suando, indicando a sua empolgação ao mesmo tempo que ressalta o seu medo. Ele não consegue desviar os olhos da luta iminente.
One dá um passo para trás, se distanciando das competidoras.
Muro dá um passo para frente.
Toki questiona os irmãos, "qual de vocês enlouqueceu?"
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