- Hã ? - Alec olha para trás e cobre seus olhos com a mão, tentando não ser ofuscado pela luz forte dos faróis.
- Alec, por que saiu de repente ? - ele o questiona ao descer do veículo e se aproxima.
- Você não deveria estar com o seu amigo agora ? - Alec tenta manter uma atitude fria, mas suas mãos tremem e seu corpo estremece ao vê-lo se aproximar.
- Não muda de assunto, Alec! - Daniel agarra o seu braço, o puxando para mais perto e o encara fixamente, como se estivesse tentando descobrir o que ele estava pensando.
- Só não estava mais no clima para festa, okay ? - Alec tenta puxar o seu braço, mas ele o segura com mais força e agarra o outro braço também.
- Por que eu não acredito em você ? - Daniel murmura perto da sua boca e roça seus lábios contra os de Alec, que não reluta ao sentir seu toque e o forte cheiro de cerveja.
- N-não importa se não acredita! - ele esbraveja, mas não parece realmente irritado.
- Tudo bem, se você diz... - Daniel o solta e ergue suas mãos, mostrando suas palmas, logo depois começa a se afastar, voltando para o veículo.
- Quando se tornou tão idiota ? - Alec sussurra para si mesmo e revira os olhos.
- Ei, você não vem ? - ele fala ao pôr a cabeça para fora da janela e buzina.
- Okay, estou indo! - ele fala um pouco alto e caminha irritado até a caminhonete.
- Quando se tornou tão extrovertido ? Você costumava ser bem frio e indiferente. - Alec o questiona em um tom provocativo e estreita os olhos.
- Gosta quando sou frio ? - ele apoia seus braços sobre o volante e logo apoia sua cabeça sobre eles, olhando diretamente para Alec com um sorrisinho em seu rosto.
- Não importa, aja como quiser! - Alec cruza os braços e olha para o lado.
- Adoro esse seu jeito bravinho, sabia ? - Daniel ergue sua mão e acaricia a nuca de Alec, que fica corado no mesmo instante.
- Eu não sou bom com conversas, não gosto de sair, tenho uma família para ajudar e por isso não me sobra muito tempo. Todos acham que sou frio, distante e que não presto atenção em ninguém, o que talvez seja verdade, mas não quero que pense isso de mim...
- Pa-pare de falar bobagens! - Alec esbraveja e sai de dentro do veículo de repente.
- Que ótimo humor... - Daniel ri e olha pela janela, observando enquanto ele caminha irritado para dentro de casa.
- Você não vem, idiota ? - ele grita e bate o pé.
- Já estou indo, garoto da cidade! - Daniel ri e desce da caminhonete. Também não queria deixa-lo.
- Quer beber alguma coisa ? - Alec, que estava sentado no sofá, o questiona enquanto o observa de forma quase inocente, com seu lindo par de olhos azuis.
- Não, só estou com um pouco de fome. Podemos comer algo ?
- Sim, seria bom.
- Ótimo, então eu faço o jantar. - Daniel sorri e estende sua mão. Alec a segura sem hesitar e é puxado para perto do seu corpo.
- Onde estão suas roupas, Alec ? - ele murmura próximo ao seu ouvido e desliza sua outra mão pela lateral da sua coxa, fazendo sua pele se arrepiar.
- Não gosta do que vê ? - Alec sussurra e fica na ponta dos pés, aproximando seu rosto do ouvido de Daniel.
- Gosto, mas vista-se. Está frio! - ele dá um tapinha em sua bunda e se afasta.
- O quê ?! - Alec questiona surpreso, esperava mais.
- Não, nada disso. Para o sofá, agora! - Alec o repreende.
- Ah, qual é ?! Você não se importou da última vez. - ele lhe mostra um sorrisinho debochado.
- Sai logo! - Alec grita e joga um dos travesseiros da cama sobre ele.
- Okay, okay, tô saindo! - Daniel ri e se levanta.
- Mas não me peça para voltar no meio da noite, entendeu ? - ele sorri e sai do quarto.
- Isso nunca vai acontecer! - Alec esbraveja e joga outro travesseiro em direção a porta, que acaba saindo para fora.
- Como esse cara me irrita, que ódio! - ele resmunga e bufa. Realmente odiava a forma como ele sempre o provocava e como sempre conseguia deixa-lo irritado.
Ele encara o teto por alguns minutos, mas logo se levanta e segue em direção a sala, ao chegar, Alec não pensa duas vezes e entra em baixo do lençol.
- Hum ? O que... ? - Daniel murmura sonolento ao sentir algo se mover embaixo do lençol e ao levanta-lo, ele vê Alec deitado sobre o seu corpo, se espremendo para caber no sofá.
- Que teimoso, era só ter me pedido pra ficar! - ele ri e acaricia os seus cabelos. Apesar do seu tamanho, da aparência e da sua personalidade, era como um garotinho procurando por um pouco de carinho e atenção.
- Você é lindo, Alec... - Daniel o abraça, o aconchegando próximo ao seu peitoral e beija o topo de sua cabeça, alguns poucos minutos depois ele acaba adormecendo novamente.
- Alec, acorda. Eu preciso ir. - ele sussurra.
- O quê... ? - Alec murmura sonolento.
- Preciso sair, pode levantar ?
- Ah, sim... - ele se levanta e se senta no outro sofá, enquanto tenta se manter acordado.
- Para aonde está indo tão cedo ?
- Tenho que ajudar minha mãe com as plantações. Estamos com pouca gente para trabalhar. - Daniel fala enquanto veste sua camisa.
- Quer ajuda ? - Alec fala de forma séria, apesar de ainda parecer sonolento.
- Está falando sério ? Trabalhar no campo não é fácil. - Daniel ergue uma de suas sobrancelhas e ri. Ele não fazia a mínima ideia do que estava falando.
- Não deve ser tão ruim assim, mas você vai ter que me ensinar algumas coisas...
- Certo, garoto da cidade, se quer tanto ir... - Daniel dá de ombros e suspira, sabia que não o faria mudar de ideia.
- Sério mesmo ? - Alec se levanta de repente e se aproxima, o encarando com os olhos brilhando e um largo sorriso em seu rosto.
- Sim, agora vá tomar banho. Não quero chegar ainda mais atrasado! - ele acaricia o seu rosto e sorri. Era bom poder estar perto dele novamente.
- Certo, eu não vou demorar! - Alec fala animado e sai apressado em direção ao seu quarto.
- O que eu tô fazendo... ? - Daniel murmura para si mesmo e deixa um longo suspiro sair. De alguma forma, se sentia perdido.
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