José descobre que um terror invadiu sua casa e ele começa a conversar com ele a respeito de Julio e sobre os terrores, então eles conversam por bastante tempo até ele dormir. Ele acorda cedo e come tudo o que tem pela cozinha, fazendo uma bagunça que estressa Cecília, e ela o coloca de castigo.

Ele fica sentado no canto da sala virado para parede por mais tempo do que ela pediu para ele ficar, e quando ela vai chamar atenção dele para avisá-lo, ela vê que ele estava devorando um pedaço do chão de madeira.

José olha para ela com um olhar vazio e diz:

— Oi, Cecília, já posso almoçar?

Ela observa que os olhos dele estão ficando esbranquiçados, seu rosto afinou e ficou com sinais de cansaço extremo e seus dentes ficaram pontiagudos. Então após observar isso, ela pergunta:

— O que você quer, meu monstrinho? — ela dá um sorriso para disfarçar o desconforto.

— Quero carne.

— Vamos ali rapidinho, tenho uma surpresa para você… — diz ela segurando sua mão e querendo ir em direção à porta.

Ela tenta puxar ele, mas ele resiste e pergunta:

— Sei onde quer me levar. Acha que estou possuído, né?

— Quem disse isso? — pergunta ela assustada.

— Aquilo ali — diz José apontando para algo atrás dela.

Ela vê e fica horrorizada, e então essa coisa chega até José e ele diz:

— Deixo você me levar se você deixar todos deste lugar em paz

— Me dê um motivo para fazer isso — diz a coisa.

— Este — José está pressionando uma faca contra seu pulso, e a coisa invade seu corpo, o causando muita dor.

— Certo. Mas farei isso porque te achei corajoso. Seu amigo está com uma péssima influência, e nós devemos exterminar esta influência que está com ele.

Cecília começa a chorar e o corpo de dele muda. Ele agora aparenta ter o dobro de sua idade, e ele diz:

— Até um outro dia. Você foi uma incrível mãe para mim.

Ele sai pela janela e começa a caçar o que comer, mas ele não se controlou e pulou em um rio. E a coisa que agora coexiste com José diz:

— Comigo te ajudando, agora sua alimentação é composta em 85% de água. E eu livrei todos os terrores que estavam habitando naquele ninho que tu vivias.

— Muito obrigado, mas o que tu quer que eu faça? — pergunta José.

— Quero que você elimine grande parte dos terrores que fazem terror.

— Não faz sentido. Você é um deles, e o que te diferencia deles? — ele se senta confuso.

— Eu sou um deles, mas sei que nem todos os terrores são assim. Infelizmente os que mais se dão bem são os que fazem o mal, de fato. Mas poucos exploram o bem. Isso é algo que cabe a ti. Agora faço parte de você, e sua escolha decidirá o que você fará no futuro.

— Hm… eu tenho que salvar o Julio e eliminar esses demônios então.

— Certo! Vamos lá! Há terrores aqui por perto, não abaixe a guarda. Eles são ágeis, mas estão abaixo do nosso nível. Por mais que eu tenha me forçado a enfraquecer para envelhecer seu corpo.

Um homem aparece e se atira para cima de José, e este homem diz:

— Sempre soubemos que tu era um traidor, seu cafajeste!

José sente uma dor intensa e sua mão vira uma espécie de punhal, e ela atravessa esse homem. O corpo do homem começa a secar e coisas semelhantes a vermes começam a entrar no braço de José, lhe dando uma dor satisfatória. Ele então diz:

— O que foi isso? Quem era esse cabra que pulou em cima de mim?

— Este era Rodolfo, um homem com más intenções. Conseguimos os vermes de terror dele, e isso é importante para ficarmos mais poderosos e enfrentar mais deles.

— Certo! Onde eu encontro mais? Aliás, por que meu corpo dói com essas mudanças? — a mão dele começa a voltar ao normal e ele sente uma dor intensa.

— Como estou amassando sua carne e ossos, isso é algo horrivelmente doloroso. Mas eu reduzi o máximo que pude esta dor. Bom, a área está limpa. Podemos descansar agora. O que tu achou da experiência?

— Não sei o que dizer… eu estou trabalhando ao lado de algo que eu não queria. Vocês são demô-

— Não somos demônios! — grita a voz interrompendo José — Somos apenas outros humanos cujo comportamento e hábitos são modificados devido a uma benção dada por um ser misterioso.

— Então são servos do demônio.

— Talvez, mas não somos demônios. E não realizamos sacrifícios, além de podermos adorar a Deus. Mas infelizmente há loucos que preferem louvar a coisas erradas. Planejo eliminar todos esses, já que eles têm um poder do qual não são dignos.

— Hm… se você diz…

Eles param em um bar e perguntam onde podem dormir, e então a entidade pega dinheiro de alguma pessoa aleatória sem essa pessoa perceber e José já tem onde dormir nesta noite.

José dorme pouco e acorda pensativo, olhando para o teto. Então ele pergunta ao treco:

— Qual seu nome, coisa? E o que você fez? Sua conversa ainda não me serviu direito para entender você.

— Meu nome é Tuguy Rape, eu matei um terror quando era mais jovem e se não quiser acreditar em mim, o problema é teu.

— Tuguru do rapé, quantos anos você tem?

— Mais de uma centena. O tempo para mim não importa.

José se levanta e diz:

— Sinto algo por perto.

— Ia falar isso para você agora.

Ele sai correndo e cai, então Tuguy diz:

— Toma cuidado. Você não é acostumado com o corpo de um adulto.

— Aí dentro! Eu sei me virar.

— Vai lá então.

Ele começa a correr e encontra um homem estranho que estava passando por ali. Então ele pega uma pedra, seus músculos do braço incham e ele arremessa a pedra com tanta força que quase quebra o braço do homem.

Ele se vira e puxa dois revólveres, então dá dois disparos e todos saem correndo. José cai duro aceitando a morte e dizendo:

— Pelo menos salvei o pessoal de casa né?

— Não, eu não sou mal. Eu que salvei sua casa e sua vida. Você estava se cortando para tentar me espantar ou fazer um trato comigo, e eu impedi você de se cortar.

— Cacete, é verdade. Mas agora é tarde, né? Estou morrendo…

— Não mais.

José começa a verificar e vê que suas feridas cicatrizaram. Ele então espera o homem chegar perto dele por sentir que ele era um terror também e ele se levanta rapidamente e derruba o homem, o impedindo de sacar um de seus revólveres.

Mas ele saca o outro e tenta atirar nele de novo, mas algo bizarro acontece. José abre a boca e uma coisa escura começa a sair dela. E conforme saía, ia tendo uma forma humana. Este era Tuguy, o terror que caçava terrores.

Ele pega o terror que utilizava os revólveres e começa a torcê-lo como se fosse um pano e depois começa e comer o terror, se tornando uma visão medonha e bizarra. Assim que Tuguy termina de devorar o outro terror, uma fumaça com a forma de um rosto sobe e desaparece.

Então Tuguy volta para o corpo de José e diz:

— Há outro por aqui. Pense duas vezes antes de fazer algo, Zé.

— Eu que o diga! Esse show de horrores que tu fez chamou atenção daqueles cabras ali.

— Vixe mainha!

José corre e salta por cima das casas para despistar os vigilantes. Assim que ele chaga num lugar onde eles não sabem mais onde ele está, ele descansa e pergunta:

— E agora, do rapé?

— E agora, eu tenho que alterar seu rosto.

— Ô negócio chato da miséria!

— Se eu não tivesse te ajudado, você teria morrido ali. Sou quase invencível, já você… não.

— É — Tuguy altera o rosto de José e Tuguy sai do corpo de José de novo, indo embora — Me aguarde, irei trazer roupas para você.

— Como assim, pajé?

— Observe suas roupas e verá a sua situação.

— Cacete, é mesmo! — ele some por cinco minutos e volta com roupas novas — Aí dentro! Essas roupas bregueças são muito feias! Mas tem um magote de gente ali né?

— Sim.

— Tu me deve uma, seu canelau.

— Estamos quites. Salvei sua vida, ingrato — diz Tuguy voltando para José — Quer caçar mais terrores?

— Sem dúvidas!

— Eu diria o mesmo, garoto-homem.

— Hahahaha! É mesmo, né? Eu tô com a aparência de um adulto, mas eu nem deixei de ser uma criança.

— Sim. Você quase morreu por isso também. Esse corpo é uma coisa muito complexa para esse seu cérebro de ave.

— Avá!

José sente a presença de outro terror e eles vão em direção a ele, até que esse terror vai até eles também. Um homem alto, forte e barbudo e barrigudo, com facões e pistolas, preparado para caçar algo ou alguém. Então o terror diz:

— Senti a presença de um terror forte e outro fraco. Era você? Então são dois, né? Lastimável essa situação de parasitismo! Hereshhereshhereshheresh!

José ri da risada do terror e diz:

— Que desgraça de risada é essa?! Hahahaha! Eu sou dois terrores em um, e caçamos terrores!

— José… cuidado.

— O que foi?!

— Ele… ele…

O terror fica surpreso e diz:

— Vocês caçam terrores? Eu também! Quer dizer, todos nós nos caçamos, né? Hereshhereshhereshheresh! Mas eu sou reconhecido entre muitos. Me chamo Toni, o terror dos terrores! Hereshhereshhereshheresh!

José não pensa duas vezes e atira em Toni. Mas não adianta de nada por um momento, até que ele cai reclamando de dor. Então ele grita:

— Ah! Seu maldito! Hereshhereshhereshheresh! Essas balas têm partes de terrores?! Genial! Você pode ser um futuro terror dos terrores também. Mas saiba que… Eu também tenho!

Toni saca rapidamente seu revólver e atira em José, mas ele é puxado rapidamente por uma de suas pernas e não é atingido. Então Tuguy diz:

— Irei enfrentá-lo. Corra!

— Mas Tuguy…

Toni ri e exclama:

— Tuguy?! O caçador de terrores? Hereshhereshhereshheresh. Lembra daquele dia que a gente disputou por território e parasitas?

Tuguy responde calmamente:

— Sim, lembro.

Toni ri como se tivessem contado a piada mais hilária de sua vida.