Um lindo dia nasce, e o lugar se aparenta pacífico, enquanto duas crianças brincam — irmão, venha! Tem uma coisa bem ali! — diz uma menina — onde? — pergunta o seu irmão.
A menina puxa o seu irmão pela mão e o arrasta até uma pedra e eles observam um pequeno filhote de leão passando, e então eles saem sorrateiramente para não serem pegos, mas eles escutam algum barulho pouco depois de saírem.
Era a mãe dele, os encarando fixamente, mas a menina a encara de volta e o menino começa a correr e ela corre na direção oposta, indo atrás de seu filhote.
— Irmão, volta aqui! Ela foi embora — diz ela — ah sim. O que ele foi fazer? — pergunta ele — ela pensou que a gente ia pegar os filhotes dela, por isso seguiu a gente — diz ela explicando para seu irmão. Essa é Irina, junto de seu irmão Alo.
Eles são de uma família muito bem dita, e muito queridos por pessoas próximas. Porém, pouco tempo depois do nascimento de Irina e Alo, eles tiveram uma doença grave, e eles buscaram por todos os tipos de médicos, curandeiros e até mesmo os que se intitulam feiticeiros, mas nada funcionou.
Com pouco tempo de vida sobrando, os gêmeos começam a chorar intensamente, como nunca choraram em sua vida curta. Poucas horas depois, um homem aparece — posso tirar seus filhos dessa condição, mas isso vai fazer eles entrarem em um conflito milenar — diz ele.
Os pais dos gêmeos tinham se assustado — como você entrou aqui? Não abriu os portões de madeira… está invadindo a minha casa por acaso? — pergunta Heidi, mãe dos gêmeos.
O homem põe as mãos no ombro de Heidi e de seu marido e olha para eles e para ela — não se preocupe, suas crianças serão saudáveis, mas os filhos dos filhos dos filhos dos filhos deles, e até eles mesmos verão o ódio sendo causado uns pelos outros. Sendo que são todos parentes muito distantes, e eles mesmos se odiarão — diz o homem — aceita isso? Pelo bem de seus bebês?
Andris, pai dos gêmeos e marido de Heidi, olha para seus filhos e segura o braço do homem — caso meus filhos não serem curados, eu te sigo até no mais profundo inferno — diz ele tentando intimidá-lo por fazer uma proposta tão estranha.
E esse homem ri — não se preocupe, farei como que prometi — afirma ele e vai até as crianças, olha para elas e depois vai embora. Andris puxa ele pelo ombro bruscamente e esse homem olha nos olhos dele — seu erro foi não confiar em mim. Como punição, vou te cegar, e seu filho que terá habilidades únicas neste mundo te curará. Sofra com a cegueira até lá — diz o homem.
Alguns meses depois, ele tenta tirar sua vida por se sentir inútil e não conseguir caçar por sua família, mas ele não conseguia de jeito nenhum, e sempre que ele tentava, ele dizia ouvir uma voz dizendo coisas como: “você não vai perder sua vida até descobrir qual é o seu filho com o dom especial, minha benção”.
Nove anos se passam e ele começa a escutar vozes que o perturba cada vez mais, e ele começa a se contorcer de agonia às vezes, começando a arranhar seu rosto — para! Para de me dizer isso! Eu vou descobrir quem é que vai me livrar disso! — grita ele de repente.
Ele pede para Heidi trazer seus filhos e então os dois se sentam perto dele — preciso da ajuda de vocês. Estive com vocês por toda a vida que não pude ver para saber como é. Isso é tão triste… mas eu posso, eu posso vê-los. Basta me curarem — ele se abaixa, como se estivesse louvando a eles — eu imploro.
Eles olham um para o outro e decidem tentar curar seu pai. Alo olha para os olhos de seu pai — volta ao normal, olhinho, volta — diz ele, e nada acontece, até que então ele sai para chegar a vez de Irina enquanto ela está sentada de olhos fechados e concentrada em algo.
Andris começa a chorar e abraça Alo pelas costas — esse é o meu menino, o que me traz orgulho! — ele então põe Alo no seu ombro e dá a mão a Irina — vamos caçar e avisar a todos que estão por perto que você é o nosso herói, que consegue curar condições tristes e maldições — Alo se impressiona e aceita, e Irina é deixada em casa com a mãe enquanto eles saem para caçar e avisar sobre essa benção.
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