(Mas chega de tanto conteúdo geográfico! Não quero te entediar, leitor. Se quiser, o mapa completo está disponível no meu perfi, pode ver com os olhos :)
Era Comunal
A Era Comunal, situada entre aproximadamente 30.000 e 800 anos antes da Guerra dos Sóis, marcou a ascensão das primeiras civilizações organizadas em Aurea. As espécies deixaram para trás os pequenos assentamentos isolados e começaram a formar cidades e, posteriormente, reinos. Foi um período de grande expansão cultural, econômica e política, mas também de intensos conflitos internos e externos. Apesar do avanço das sociedades, as relações entre as diferentes espécies permaneciam tensas, e a formação de nações foi amplamente marcada pela segregação racial.
No continente de Turos, floresceu o primeiro reino conhecido: Eladras, fundado pelos Elfins. Localizado nas florestas ancestrais ao norte, Eladras se tornou um modelo rudimentar de organização política, centrado em conselhos de anciãos e na adoração de árvores sagradas, consideradas as "Raízes da Vida". Suas muralhas naturais e arquitetura harmônica com o ambiente fizeram de Eladras um símbolo de equilíbrio entre cultura e natureza. No entanto, o reino teve que lutar constantemente contra tribos humanas que desejavam invadir suas terras em busca de madeira e caça. Uma lenda famosa desse período narra o “Tratado das Folhas Perdidas”, em que o rei elfin Aelthar concordou em ceder parte das florestas do leste em troca de paz com os humanos. Contudo, o tratado nunca foi respeitado, e as relações entre Elfins e Humanos no continente se deterioraram ainda mais.
Enquanto isso, no continente de Gaélia e parte de Turus, o crescimento de sociedades humanas levou à fundação de diversos reinos rivais, como Orren, no norte, e Khaal, ao sul. As duas nações emergiram como potências devido à sua proximidade com a península de Sacramar, uma faixa estreita de terras férteis entre o Deserto de Saeri'zar e os Picos Serenos. Sacramar era considerada uma terra santa devido ao obelisco monumental erguido por Sargitarius e Libra antes de sua partida, ou pelo menos é o que dizem as escrituras sagradas da fé no Panteão que condiz com a base de todas as religiões modernas. A estrutura tornou-se um símbolo de sua passagem pelo mundo e um marco para os seguidores de suas doutrinas.
A divisão religiosa logo se transformou em guerra. A queda de Meng, um império de Vilos que dominava grande parte da Gaélia central, foi um dos eventos mais marcantes dessa era. Meng havia prosperado durante séculos como um império tolerante, unindo diversas culturas humanas, elfins, chordás... Sob um único governante. No entanto, quando o imperador Darvus III tentou impor a fé em Phoenix em todo o território, o império desmoronou. Rebeliões começaram no sul, lideradas pelos seguidores de Sargitarius, que viam o decreto como uma traição aos seus valores. Com isso, os ensinamentos de Sargitarius e Libra passaram a ser instrumentalizados na disputa. Libra, cujos ensinamentos pacifistas pregavam a harmonia e o equilíbrio somadas a uma doutrina filosófica, teve sua fé distorcida para justificar submissão e conciliação forçada. Já Sargitarius, que defendia a utilidade acima de tudo, viu suas palavras, mataforicamente, se tornarem o fundamento de governos pragmáticos e expansionistas, usando a fé como justificativa para domínio.
Segundo as escrituras sagradas, existe um panteão de deuses atrás da Fumaça Cósmica que cerca nosso mundo. No imaginário coletivo, Libra, Sargitarius e Phoenix eram mensageiros divinos, guiando civilizações com diferentes visões de mundo. Libra representava a busca pelo equilíbrio e pela verdade, sendo reverenciado como a patrona da filosofia e do pensamento crítico. Seus ensinamentos foram a base de escolas e oráculos no norte, influenciando a construção de sociedades centradas no debate e na contemplação. Sargitarius, por outro lado, era o deus do confronto e da resistência, exaltado por sua crença na força e na maximização do potencial individual na magia e ciência. Seu culto se espalhou pelo sul, onde guerreiros e líderes viam em sua fé um caminho para a glória e a sobrevivência. Phoenix, adorado pelos Vilos e pelos povos do deserto, simbolizava o renascimento e a resiliência. Sua fé era profundamente ligada à natureza, ao fogo purificador e à eterna renovação, sendo um guia espiritual para aqueles que enfrentavam adversidades implacáveis. O impacto de suas crenças moldou continentes inteiros, causando guerras, criando alianças e deixando marcas profundas na história de Aurea.
A península de Sacramar, um ponto estratégico e símbolo de neutralidade, tornou-se o palco de confrontos constantes. Ambos os lados buscavam controlar a região, não apenas por sua importância espiritual, mas também por sua localização estratégica. Sacramar era a única passagem segura entre o deserto de Saeri'zar e o norte montanhoso, servindo como um ponto vital para comércio e transporte militar. Nesse contexto, os Vilos, que habitavam a península há milênios, se recusaram a se alinhar com qualquer uma das duas religiões, pois tinham sua própria fé, centrada na adoração de Phoenix, aquele que os guiou ao refúgio da tal terra sacra.
Após anos de intensas batalhas, os Vilos foram expulsos de Sacramar e forçados a migrar para o interior do deserto de Saeri'zar. Essa diáspora, conhecida como a “O Grande Exílio.”, é uma das histórias mais trágicas da Era Comunal. Os Vilos se dividiram em pequenas tribos nômades, adaptando-se ao ambiente hostil do deserto e criando lendas sobre a perda de sua terra ancestral. O extremo sul de Cirus se tornou seu santuário sagrado, um refúgio onde mantinham viva sua fé em Phoenix.
Enquanto Gaélia se fragmentava, outras regiões do mundo também testemunhavam o surgimento de reinos. Os Chordás estabeleceram a cidade-fortaleza de Zadakhar, no coração do continente de Lirnak. Escavada em uma cadeia de montanhas, Zadakhar era quase impenetrável e serviu como o centro cultural e militar dos Chordás. Os Orfinos, por sua vez, fundaram Thalassara, uma cidade submersa no oceano de Solvindar, construída com roxas gigantes e hidrovias. Apesar de sua localização isolada, Thalassara desempenhou um papel importante no comércio marítimo, conectando continentes distantes por estar no centro da Coroa de Áurea.
A Era Comunal foi rica em histórias de conquistas e tragédias. Os conflitos entre reinos da mesma espécie eram tão frequentes quanto as tensões entre espécies diferentes. Humanos guerreavam com humanos, Elfins disputavam territórios entre si, e até os Chordás, conhecidos por sua falta de atratividade às guerras, enfrentaram cismas internos. Foi também um período de florescimento cultural, com cada reino desenvolvendo sua própria arte, arquitetura e tradições, muitas das quais sobreviveram até os dias atuais.
Esse capítulo da história terminou com a divisão definitiva de Gaélia, marcada pela assinatura do “Tratado de Sacramar”, que formalizou a linha de fronteira entre os dois blocos religiosos. Sacramar tornou-se uma terra disputada, mas com o tempo se transformou em um complexo de networking e hiperconectividade do norte e sul. O fim da Era Comunal preparou o mundo para novos desafios, enquanto os reinos floresciam e a diversidade de culturas crescia, mas também aprofundava as divisões que moldariam o futuro de Aurea.
A Era da Iluminação e a Guerra dos Sóis
A Era da Iluminação (800 B.Ss. - 0 B.Ss.) foi um período de avanço sem precedentes para Áurea. As nações, antes presas às amarras do feudalismo e da superstição, experimentaram uma explosão de conhecimento e inovação. O progresso científico, cultural e filosófico remodelou o mundo de maneira irreversível, trazendo a ascensão das Potências do Passado e pavimentando o caminho para um destino trágico.
As grandes nações que emergiram como protagonistas dessa era foram a União dos Estados Livres da Gaélia do Norte e Chamom. A primeira, nascida da fragmentação dos reinos setentrionais, consolidou-se como uma federação democrática regida por princípios de livre mercado, ciência e progresso social. A segunda, por sua vez, era uma potência industrialista centralizada, cujo modelo expansionista e controle estatal sobre recursos estratégicos garantiram sua hegemonia.
O choque entre essas duas nações era inevitável. Durante séculos, a rivalidade entre a União e Chamom se manifestou em disputas econômicas, embargos e interferências políticas em territórios neutros. A busca por supremacia tecnológica e o domínio das rotas comerciais geraram um ambiente de tensão crescente. Esse conflito atingiu o ápice nos últimos anos da Era da Iluminação, quando ambos os lados recorreram ao desenvolvimento de armas de destruição em massa.
Em meio a negociações fracassadas e confrontos indiretos, o mundo assistiu ao colapso da diplomacia. O estopim veio com o incidente de Vothkar, quando um cargueiro da União foi destruído em águas controladas por Chamom. O evento foi usado como justificativa para a declaração de guerra total. O que começou como uma série de batalhas convencionais logo se transformou em um cenário apocalíptico.
A Guerra dos Sóis (5 B.Ss - 0 A.Ss .) foi o conflito final da Era da Iluminação, um evento que redefiniu a história de Áurea para sempre. O nome da guerra vem do brilho intenso que tomou os céus quando as primeiras ogivas nucleares foram detonadas, iluminando a noite como se novos sóis houvessem nascido sobre o mundo.
Nos primeiros anos do conflito, ambas as potências se confrontaram com táticas tradicionais, mas conforme o desgaste econômico e social se intensificou, a balança de poder oscilou perigosamente. No último ano da guerra, Chamom lançou um ataque devastador utilizando armas nucleares, forçando a União a retaliar com força igual. As bombas caíram sobre as maiores cidades do planeta, incinerando civilizações inteiras e transformando vastas regiões em desertos radioativos.
O resultado foi a extinção de quase toda a vida em Áurea. A guerra terminou não com um tratado, mas com o silêncio absoluto de um planeta agonizante. O que antes era um mundo vibrante de inovação e cultura foi reduzido a cinzas e desolação.
A Guerra dos Sóis tornou-se um dos maiores tabus da história do nosso mundo. Em meio ao horror e à destruição, os sobreviventes—poucos e dispersos—registraram as consequências desse apocalipse, garantindo que futuras gerações jamais esquecessem a imprudência de seus antepassados. E hoje, nós somos resultado da antiga conjuntura e de nossos salvadores misteriosos.
Armas nucleares são o tabu mais perverso de nossa sociedade contemporânea e, por isso, banida e impossível de qualquer nação possuí-la sem ser mergulhada em cinzas por uma cruzada retaliadora. Motivo também para a futura Guerras de calamidade acontecer.
Sinto que esse livro está longe de acabar, quanto tempo será que se passou? Minha opnião sobre a história é, sinto que Aurea tem um grande filtro que divide dois mundos completamentes diferentes; passado e futuro... E isso me deixa meio perplexo. Saber que esses Sencientes patéticos se mataram por causa de poder me enoja, não querendo me gabar, mas eu tenho muito mais inteligência que esses governantes idiotas. Não precisa ser muito sábio para entender que o poder levou a ruina deles numa dor agonizante debaixo de bombas e cidades desmoronadas. Criaturas estúpidas, foi melhor ao seu orgulho perder tudo e ficar em abrigos pelo resto de suas vidas sem nada além do tédio? Não fizeram isso em nome de seus países, mas apenas pelo se âmago narcisista.

Comments (0)
See all