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Heaven In Abyss(pt)

Reflexo. (3)

Reflexo. (3)

Jun 30, 2024

Sentei-me no centro do pagode, cruzando as pernas enquanto tentava acalmar o turbilhão de pensamentos na minha mente. 

A Anciã Nina aproximou-se lentamente, cada passo seu era como um eco suave no silêncio. “Para alcançar o Êxtase,” ela disse com a voz tranquila e firme, “você precisa aquietar sua mente e se concentrar em não pensar. Não imaginar. Simplesmente... fechar os olhos e não pensar.”

Respirei fundo, fechando os olhos conforme suas instruções. Mas minha mente resistia. Pensamentos vinham e iam como uma tempestade rebelde, difícil de conter. A cada nova distração, eu tentava me focar na respiração — lenta, constante, uma âncora para me manter presente. Aos poucos, a tempestade de pensamentos começou a se dissipar, substituída por um vazio silencioso.

Com algumas tentativas, minha mente, antes agitada, encontrou uma calma frágil.

"Agora sinta a Energia," Nina continuou, sua voz suave atrás de mim. "Ela se move dentro de você, em desordem. Direcione-a com gentileza, como quem guia um rio até o mar, sem forçar. Eu saberei se você tentar apressar." A leve risada que escapou dos lábios da Anciã tinha a sabedoria de alguém que já havia guiado esse processo antes.

Senti então o toque frio de seus dedos na minha nuca, uma corrente que despertou uma nova perspectiva dentro de mim. Respirei fundo, tentando seguir suas instruções. A sensação de algo pulsando ao redor e através de mim era indescritível — não partículas, nem ondas, mas uma presença. Algo que sempre esteve ali, invisível, até aquele momento.

Externamente, a Energia Primordial era como um campo vibracional. O ar ao redor parecia levemente eletrificado, como se estivesse repleto de uma carga suave, sem o choque. Quando passamos por áreas de alta concentração de energia, dá para sentir uma leve pressão, como se nadássemos contra uma corrente de ar suave. Essa força invisível acariciava minha pele, nem quente, nem fria, mas definitivamente real.

Eu conhecia esse fenômeno. Sempre senti algo semelhante quando meu 'pai' ou 'mãe' usavam magia perto de mim, como um eco vibrando através do espaço.

Internamente, concentrei-me no fluxo da Energia, imaginando-a como um rio lento que percorria meu corpo. Tentei direcioná-la para minha cabeça, mas ela se recusava a se mover, permanecendo estagnada e confusa.

"Não desista," Nina disse suavemente. "A Energia Primordial não pode ser forçada. Ela precisa ser sentida e guiada, como quem acompanha o ritmo de uma dança, sem pressa."

Tentei novamente, dessa vez com mais leveza, buscando apenas sentir a energia se mover naturalmente. Houve um pequeno deslocamento, mas assim que tentei controlá-la, ela parou de novo. Frustrado, soltei um suspiro silencioso. Requeria mais concentração do que eu havia imaginado.

"Está quase lá," encorajou Nina. “Não tente controlar, ainda não é hora. Deixe que ela flua por você, sem resistência.”

Com cada nova tentativa, aprendi algo diferente. A energia começava a se mover, às vezes de forma imperceptível, outras vezes com um pouco mais de força. A cada falha, eu me aproximava mais da sensação certa. Era como sintonizar uma frequência desconhecida dentro de mim.

Com o tempo, entendi melhor a energia dentro do meu corpo. Era uma corrente fluida e serena, como eletricidade, mas sem o choque. Quando direcionada, ela intensificava, criando um pulsar harmonioso, quase como uma melodia invisível que ecoava dentro de mim. Havia algo dual nela, como se fossem duas forças opostas, diferentes, mas uma era... peculiar e irrealmente escura e antinatural.

Depois de várias tentativas, senti uma conexão mais forte. A energia finalmente fluiu, como um rio que encontra seu caminho. Quando percebi que estava no ponto certo, permiti que ela subisse pela minha coluna, deslizando até minha cabeça, rápida e suave como a abertura de comportas.

Uma onda de calor e uma leve pressão tomou minha mente. Era uma sensação completamente nova, seguida por um leve eflúvio de tontura.

“Isso,” sussurrou Nina.

"Abra os olhos," ela instruiu.




---


Quando abri os olhos, o mundo ao meu redor havia mudado de forma drástica. O templo, Nina, Nene e minha 'família' haviam desaparecido, substituídos por algo incompreensivelmente diferente.

Não era nada do que minha todos haviam me preparado para ver. Este lugar era uma distorção perturbadora, um reflexo sombrio da minha própria mente. Pisquei várias vezes, tentando ajustar a visão à escuridão roxa que agora me envolvia como um manto de sombras vivas.

O Éxtase que esperava encontrar não era um reino de pesadelos, mas parecia estar em um estado incompleto, como se ainda estivesse sendo moldado. À minha frente, um círculo no chão pulsava em tons de roxo sombrio, e no centro dele erguia-se uma árvore decadente, frágil e imóvel — não feita de madeira, mas de escuridão densa, como se a luz da vida tivesse sido sugada de suas entranhas. 

Além da árvore, a vastidão ao redor era desolada, um oceano de terra morta coberto por um céu vazio, de onde caíam cinzas ou neve em um ciclo incessante de esquecimento. O chão estava coberto de fendas profundas, como se o próprio planeta tivesse sido ferido, e das rachaduras emanavam faíscas roxas, traçando padrões caóticos. Cada passo que eu dava ecoava por esse vazio, um som agudo que só amplificava a sensação de que eu estava completamente sozinho. A paisagem, fria e cinzenta, parecia um espelho da morte, como se estivesse presa entre a destruição e a ruína absoluta.

No horizonte, um planeta rachado ao meio vomitava um magma lilás, como sangue vazando de uma ferida fatal. Sua superfície parecia ter sido devastada por uma força incomensurável, montanhas desmoronadas e rochas despedaçadas formavam um cenário apocalíptico ao redor. O planeta morria lentamente, seu núcleo escorrendo, enquanto as sombras dançavam em volta das fissuras. Aquele mundo parecia um reflexo desse: que também tinha magma saindo dos limites do meu campo de visão.

A memória da minha conversa com a Entidade reverberou em minha mente. Aquele lugar, como a outra dimensão, era um reflexo distorcido, mas sem qualquer vestígio de luz redentora. Aqui, não havia esperança. Apenas sombras.

Mas então, em meio ao caos, um detalhe quase imperceptível chamou minha atenção. No horizonte, também, algumas estrelas brilhavam fracamente, pontuando o céu escuro com pequenas fagulhas de luz. Eram promessas tênues de algo além, mas mesmo essas estrelas pareciam inalcançáveis, distantes como se estivessem a anos luz de distância. Elas brilhavam, frágeis, como se estivessem morrendo junto com o mundo ao meu redor.

Continuei caminhando, o som de meus próprios passos ecoando na vastidão enquanto tentava entender o significado da árvore negra e da paisagem dilacerada.

 No tronco, marcas profundas pareciam cicatrizes de batalhas travadas há muito tempo, gravadas na escuridão como memórias sombrias. As folhas, negras como carvão, caiam lentamente, desfazendo-se no ar antes mesmo de tocar o chão.

Suas raízes estavam expostas, espalhando-se como tentáculos pelo solo rachado. Elas pulsavam com uma energia sombria, um eco de sofrimento que ressoava através da terra. Toquei uma das raízes, sentindo uma vibração fraca sob meus dedos, como um lamento distante que ecoava nas profundezas da árvore.

Ela parecia viva, mas corrompida, com uma força oposta à vida fluindo através dela. Aproximei-me do tronco, estendendo a mão com cautela, esperando por alguma revelação, mas o único retorno foi o frio intenso, uma sensação que drenava o pouco de calor que estava em mim.

Olhei ao redor mais uma vez, tentando encontrar algum significado naquele deserto de sombras devastado. A desolação que me cercava parecia uma extensão de minha própria mente — cada rachadura no chão, cada galho retorcido, refletia medos e inseguranças que eu sequer havia reconhecido até aquele momento. A árvore, com suas raízes pulsantes, era uma manifestação física de tudo o que estava enterrado em meu subconsciente, uma lembrança viva de que eu estava à mercê de forças muito maiores do que eu.

Subitamente, uma dor excruciante invadiu minha mente, como uma agulha perfurando meus pensamentos. Ela se espalhou rapidamente, transformando-se em uma pressão insuportável que parecia querer explodir minha cabeça. Levei as mãos às têmporas, tentando resistir à dor avassaladora, mas era como lutar contra uma onda inevitável. A escuridão dentro de mim parecia querer se manifestar, tomando cada pedaço de meu ser.

Cai de joelhos, meu corpo lutando para não ceder à exaustão. Cada respiração era um esforço agonizante, meus músculos tremendo sob o peso da dor que consumia minha mente. A fadiga me invadia como uma maré, cada segundo mais difícil de suportar.

Foi então que senti. Uma mudança leve, mas perceptível, no fluxo da energia.

 Nina.

 Seu toque invisível interrompeu o fluxo descontrolado de mana que sobrecarregava minha mente. A dor começou a recuar, como se sua intervenção estivesse restaurando o equilíbrio. Mas, mesmo com a intervenção dela, algo ainda resistia — uma força oposta, estranha e faminta, tentando reivindicar seu espaço.



---


O toque frio da velha na minha nuca desaparecera, substituído por uma leve sensação de calor. O mundo ao meu redor estava de volta ao normal, embora eu ainda sentisse um eco da dor em minha mente. Respirei fundo, tentando me recompor.

Parecia que eu havia passado dias sem dormir. 

Em um segundo, minhas paltebras pesadas cederam ao sono invencível.

"Mãe, pai... eu to com sono".



















Ponto de Vista da Madre Néfo:


O corredor estava escuro demais. Isso era comum no início de uma conexão, mas algo estava errado dessa vez. Não importava o quanto eu avançasse, a escuridão permanecia densa, quase palpável. Eu deveria estar começando a ver as luzes — fragmentos de pensamentos, lembranças, sonhos. Mas tudo continuava envolto em sombras.

"Está tudo normal," repeti mentalmente, tentando me tranquilizar. No entanto, a inquietação crescia. Cada passo que dava parecia me empurrar mais para dentro de algo desconhecido.

Foi então que ouvi de uma voz grave.

"Não."

Uma única palavra, grave e poderosa, ecoando pelo vazio. Meu corpo parou por instinto, mas minha mente hesitou. Tentei me recompor. Não era a primeira vez que me deparava com barreiras mentais. Continuei caminhando.

"Você não deveria estar aqui."

A voz era mais forte agora, mais próxima. Um aviso claro, mas eu não tinha tempo para isso. Algo estava profundamente errado, e eu precisava entender. A conexão não deveria estar assim, nem de longe. 

"Isso não faz sentido..." sussurrei para mim mesma. A mente de crianças nunca havia apresentado resistência antes. Então por que, agora, tudo estava tão... opaco? Eu tenho Séculos de idade, usando magia e resiliência da minha espécie para viver talvez milênios... Guiei poderosas Estrelas brancas, pessoas que se tornaram heróis na guerra contra cirus e sua opressão, treinando muitos nos caminhos da Energia primordial antes de me refugiar nessa pequena comunidade com meu povo. 

Só lembro de duas resistências antes... quando aqueles seres me visitaram, eles que vieram de algum lugar do céu e... O incêndio... aquele monstro dos precursores.

"Dê a volta, pequena luz."

Aquela frase me atingiu como uma brisa gelada. Havia um tom de pena na voz, como se soubesse de algo que eu não sabia. Pequena luz... Eu, uma guia, alguém que carregava o peso de séculos de sabedoria em Energia primordial, sendo chamada de "pequena". Meu dever era claro. Era minha missão guiar, mostrar o caminho às novas gerações, embora restrita com meu povo, ainda sou alguem com ideais. Não poderia me deixar intimidar.

"Há coisas que não devem ser vistas." Disse a voz grave fazendo energia primordial corrompida chocar-se contra mim, eu dissipei, usando a luminosa e pura energia primordial.

Aquilo foi o suficiente. Algo em mim se revoltou, e uma firmeza que eu julgava esquecida me dominou. "Não importa," pensei. "É meu dever. Não vou dar para trás."

Avancei. O ar ao meu redor se tornou mais pesado, quase sufocante. Então, finalmente, vi — uma energia, algo denso e sombrio. Era diferente de tudo o que já havia encontrado em todas as minhas incursões mentais. Eu me aproximei da porta, sabendo que era a última barreira. Se eu pudesse atravessá-la, talvez entendesse o que estava acontecendo.

Toquei-a e dissipei o véu.

O que me esperava do outro lado era algo indescritível.

Ao cruzar aquela porta, fui envolvida por uma vastidão que nenhuma palavra poderia descrever. Tudo à minha volta era feito de luz e sombra, como se o próprio ar estivesse entrelaçado com brilho. Eram formas que dançavam no escuro, espirais de fogo distante que rodopiavam e flutuavam, se alongando até o infinito. Nunca havia visto nada parecido — não sabia o que eram, mas, em meu coração, reconhecia sua grandiosidade.

Pareciam obras esculpidas por uma força muito maior, algo que tocava o desconhecido. As faíscas que surgiam e morriam no vazio eram como pensamentos de uma mente ancestral, respirando em silêncio. Correntes de pó luminoso se arrastavam pelo ar, traçando linhas como cicatrizes brilhantes na escuridão profunda. Tudo ali parecia forjado pela vontade de algo divino, uma força incompreensível que moldava e sustentava essa imensidão.

Era como estar no ventre de uma criação viva, onde cada centelha pulsava com uma intenção oculta, onde o vazio entre elas não era ausência, mas uma presença antiga, a marca de uma entidade que tudo via, tudo compreendia. Sentia que essa vastidão não era para ser entendida, mas contemplada. Era uma visão abençoada, um vislumbre de algo sagrado que ultrapassava as barreiras do mundo que eu conhecia.

Ali, diante de mim, estendia-se o próprio corpo de um mistério que só poderia ser obra de uma divindade. Isso seria o que os precursores chamavam de Cosmos?

 Além delas, abaixo de mim, havia um vazio. Não um vazio qualquer, mas uma ausência de tudo. Algo que transcendia a própria compreensão. Era como olhar para um abismo que não deveria existir. Mas de lá vinha a consciência de Kiel.

No meio daquele vazio, surgiu ela.

Uma criatura feita de sombras roxas, uma serpente alada, com , sua presença esmagadora, envolta em formas impossíveis, como se estivesse em constante mudança, se torcendo no tecido da realidade e se transformando em uma única esfera Negra qu brilhava em roxo. Seu olho — ou o que quer que fossem — se fixaram em mim. Fui tomada por uma sensação de frio avassalador.

E então, ela rugiu. Um grito extonteante, um monstro vindo de uma dualidade de uma dimensão contrária áquela que eu tesmenhei em plena graça.


---



O som foi além dos meus ouvidos. Ele rasgou minha mente, fez o cosmos ao redor tremer. Eu caí, a força esmagadora da criatura arrancando-me daquela visão, lançando-me de volta para a realidade.

Aidan enquanto segurava seu filho dormindo, questionou "Como foi?"

Eles não precisam saber...

Ofegante, meus olhos se abriram. Estava de volta, meu corpo ainda tremendo, a mente dispersa. Mas uma coisa estava clara: aquela mente abrigava algo que eu jamais deveria ter visto... algo além de qualquer compreensão...

Kiel, o que é... Você?  

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