“I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave, I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone
These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase”
My Immortal - Evanescence
Jo Ann entrou na sala de professores dando bom dia a todos que estavam ali percebendo que seu amigo de longa data não estava, ela estranhou se perguntando se a noite havia sido tão boa que Alan perdera a hora.
Os dias que passaram foram mais cansativos que o normal, mas como sempre guardou isso para si. Ontem falou com seu amigo, percebera pela ligação que ele estava radiante, o que a despreocupava um pouco, mesmo sa-bendo que seu marido não valia nada. Como em toda liga-ção com Alan falara demais o que a deixava com a impres-são de ter se entregado, apesar de eles serem amigos a mais de dez anos e de um conhecer o outro melhor que os mes-mos, Jo tenta a todo custo aparentar estar bem, mas para falar a verdade ela está tentando viver como antes de tudo aquilo acontecer.
Se sentou em uma cadeira no meio da mesa, " era a única vaga no momento" repousou sua bolsa no colo. Ann ao se lembrar do que Alan provavelmente esteja causando nela uma crise de risos, todos os presentes na sala a olham como se fosse louca por estar rindo como uma. Jo Ann se ajeita na cadeira para aguardar o restante do corpo do-cente chegar.
Quando faltavam uns cinco minutos para o sinal, o telefone dela começa a tocar incessantemente, deixando a louca procurando o dentro da bolsa que Alan apelidou de Lixão da Mãe Lucinda.
Depois de muito procurar, achar coisas que ela da-va como perdidas, enfim achou o celular, a ligação já ha-via caído, mesmo como uma pessoa curiosa que é decide verificar quem tinha ligado.
Antes de conseguir ver quem era, o telefone começa a tocar novamente e estranho que era Alan que estava ligando, mas logo pensa que meu sem amigo noção prefe-rido queria avisar que se atrasaria, logo trata de atender a ligação.
− Oi! Já até sei pra que está ligando − Ann faz uma pausa e pensando ter o escutado um fungar, mas decide continuar − Você irá se atrasar. pode deixar que eu aviso aqui.
− Não vou para o trabalho hoje − Assim que ele a disse teve a certeza que ele chorou ou estava chorando ainda − Não estou em condições de trabalhar.
− O que aconteceu Al? − Ela pergunta, mas ele fica em silêncio, Jo escuta que ele começou a chorar de novo para contribuir com o aumento do seu desespero − Estou indo pra aí. E não me venha com não precisa porque estou vendo que você não está bem.
Sem paciência pra esperar saber o que Alan iria di-zer encerra a ligação, joga o celular dentro da bolsa, se levanta apressada da cadeira assustando quem estava na sala, eles até tentam a perguntaram o que aconteceu, mas acaba não dando brecha para eles a perguntarem, depois enviaria uma mensagem a diretora avisando o motivo de tanta pressa.
− Hoje eu não volto mais − Foi a única coisa que veio a sua mente, a preocupação com Alan não deixava pensar direito no que estava fazendo, um dia Alan a mata-ria isso ela tinha certeza, alguém pergunta o que estava acontecendo, quando Jo Ann a ouviu já tinha saído do prédio.
Alheia a tudo a sua volta, acaba nem se dando con-ta que já havia chegado ao estacionamento, só se dá conta ao perceber que entrava no carro. Seus pensamentos estão em um turbilhão de possibilidades do que poderia ter acontecido para Alan estar naquele estado.
"Eu juro se aquele filho de uma ronca e fuça ter en-costado um dedo no meu amigo eu acabo com a sua raça” É com esse pensamento que ela liga o carro indo em dire-ção ao apartamento de seu amigo/irmão.
A primeira coisa que Jo Ann percebe é a porta do apartamento está entreaberta, o que a faz estranhar le-vando a pensar no pior, com medo de como iria encontrar seu amigo, ela respira fundo entrando, o medo dominava seu corpo fazendo-o tremer em antecipação.
Muitos cenários se passam em sua mente do que provavelmente teria acontecido para que Alan a ligara no estado em que se encontrava, seus olhos marejaram em pensar no que acontecera a Al.
− Al, onde você está? − Jo fala mais alto com medo de encontrá-lo desacordado ou algo parecido, a ansiedade toma conta dela, seu coração acelerado em ansiedade mis-turado com medo não conseguindo pensar direito, de novo todas as possibilidades vêm à mente, para aumentar mais o seu desespero
− Estou na cozinha − Assim que escuta sua voz em-bargada pelo choro, Jo Ann não anda muito menos cor-rer, o que ela fez não se enquadra em nenhuma coisa, pas-sou feito raio pela sala para enfim chegar ao seu destino, mas o estado em que encontrou seu amigo a surpreendeu. Seu amigo encolhido, em frente a pia, com a cabeça entre os joelhos derramando todas as lágrimas possíveis e impos-síveis.
Ela havia parado no batente da porta pelo susto que foi encontrar seu amigo ali frágil, quebrado, antes de entrar analisou a cena diante teus olhos, ele estava daquele jeito, a sua frente sua aliança.
Foi naquele instante que Jo Ann compreendeu o que tinha ocorrido, andou até ele se sentando ao seu lado o abraçando.
Ela colocou a cabeça de Alan em seu colo, ele conti-nuara a chorar por um longo tempo, Ann não soube dizer por quanto tempo seu amigo chorara, ao perceber que a respiração de Alan ficou compassada e que o mesmo tinha adormecido, ela enfim pode respirar um pouco aliviada.
Toda a situação a preocupava, o que ocorreu deve ter sido muito grave para seu amigo estar no estado em que se encontrava, pelo menos agora que ele dormiu enfim parou de chorar.
Alan acorda sem se lembrar que havia adormecido, pelo menos não dormira no chão, sentia algo macio embai-xo de sua cabeça. Não se lembro de ter adormecido, mas acorda em algo macio, pelo menos sua cabeça, ainda esta-va no chão, logo percebeu que estava com a cabeça no colo de alguém.
As lembranças das últimas vinte quatro horas vol-tam como avalanche em sua mente, sente vontade de desa-bar outra vez, mas precisa ser forte e aguentar, fora ele mesmo que tomou a decisão, então agora era arcar com as consequências da mesma.
− Agora que você já se acalmou pode ir contando por que te encontrei nesse estado − A pessoa falou assim podendo reconhecer que era Jo Ann que estava ali, veio à mente que ele ligara para ela.
"Merda! Aquela louca varrida tinha largado tudo pra ver se eu estava bem.” Pensou.
− O que aquele filho de uma puta fez? − Ela per-guntou parecendo que queria matá-lo.
− Pare de falar assim… − Alan disse sendo inter-rompido.
− Vai defender ele ainda? − Jo Ann perguntou in-dignada.
− Você vai me deixar terminar ou vai ficar me in-terrompendo, e em primeiro lugar eu não vou defendê-lo, porque ele fez merda – Diz se sentando ao seu lado.
− Então anda logo e desembucha. Você sabe como sua amiga está com a ansiedade e preocupação de ter te encontrado assim, eu nunca te vi derramar uma lágrima sequer − Ela disparou feito um papagaio toda dramática para o lado dele.
Alan respira fundo, se ela estava aqui então nada melhor do que aproveitar de sua bondade, conta tudo que ocorreu nas últimas vinte quatro horas, para a sua felici-dade Jo Ann fica em silêncio enquanto conta, assim que termina seu relato, ela está com os olhos esbugalhados de surpresa, parece que realmente não esperava que ele fizes-se tal coisa.
− Então você que fez e eu já querendo matar o des-graçado − Ela afirma depois de uns momentos em silêncio − Mas uma coisa você não me explicou, por que te encon-trei assim?
Engole a saliva que se acumulara, ainda estava um turbilhão de emoções dentro de dele, mas se forçou a se acalmar, tentar expressar o que sentia e o porquê de sua amiga o ter encontrado naquele estado que ainda perma-necia.
− Para te falar a verdade − Fez uma pausa tentan-do reorganizar meus pensamentos e entender seus senti-mentos − Sei que me encontrou chorando, você deve estar pensando que era arrependimento pelo que fiz… − Jo Ann o interrompeu.
− É a conclusão mais óbvia − A olhou severamente a fazendo engolir em seco − Continue. Não vou interrom-per mais.
− Mas a verdade é que é um choro de alívio, de sa-ber que nunca mais vou fazer papel de otário − Fez mais uma pausa para umedecer os seus lábios que encontra-vam-se secos − Que enfim percebi que ele colocara uma venda em meus olhos, não me deixando ver nada – Alan fez outra pausa me levantando do chão da cozinha e se-guindo para a sala, sua amiga já estava perdendo a paci-ência com todas essas pausas na história que ele contava.
− Onde você está indo Al? − Jo Ann me perguntou.
− Vou para o sofá, minha bunda doeu de ficar sen-tado no chão − Diz causando risos nela − Droga! − esbra-vejo assim que paro em frente ao sofá.
− Ai Meu Deus. O que foi agora?
− Me esqueci que o sofá está encharcado − Assim que termina de dizer os dois caem na risada.
− Então vamos para o quarto de hóspedes que é mais conhecido como meu quarto.
− Ele é o seu quarto na verdade.
Chegando no quarto Alan pula em cima da cama sem pensar duas vezes.
− Agora pode continuar − Jo Ann disse se sentando na beirada esquerda.
− Percebi que na verdade o que ele me dizia era um espelho do que ele é, acho que caí em mim, não sei por que estou nesse estado – Alan disse acabando o que queria di-zer.
− Agora nós vamos para minha casa, você está pre-cisando se espairecer − Jo Ann disse já se encaminhando para a saída do quarto, quando percebeu que seu amigo não havia se levantado ainda ela se virou.
− Se você não vir eu vou te deixar aí − Ela afirmou tentando o despertar de meus pensamentos, percebeu que não adiantou nada, voltou para o pé da cama, Alan só percebera que Jo Ann não tinha saído, quando ela o abra-çou − Agora me conta o que está aí nesta cabeça linda. Porque sei que você não falou tudo.
Ele encolhe os ombros se condenando por sua ami-ga lhe conhecer tão bem que percebe quando tenta escon-der algo.
− Merda! Por que você tem que me conhecer me-lhor do que eu?
− Oras, porque sou sua melhor amiga − Ela disse fazendo um cafuné gostoso nele − Não venha reclamar que você faz isso comigo também. Como diz o ditado chumbo trocado não dói. Agora pare de me enrolar e de-sembucha criatura de Deus. − Jo Ann disse já impaciente.
− Nada de muito sério − Diz fazendo-a franzir a testa e o encarar.
− Hmmm! Conta outra Alan.
− Mas é sério só estava pensando em como será mi-nha vida daqui pra frente.
− Sério?
− Você mais do que ninguém sabe que eu não sei mentir, mas é sério mesmo.
− Vamos levantar dessa cama, tomar um banho e vir para minha casa comigo.
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