− Eu quero te matar Jo Ann – Alan afirma pulan-do da cama tentando agarrar a filha de uma boa senhora só que não.
− Se não fizesse isso você não assistiria comigo − Ela diz argumentando seu ponto e desviando de um travessei-ro que voara em sua direção.
− Ahh, mas você me paga − Enfim ele desiste cain-do de novo na cama esperneando feito criança birrenta.
− Para de espernear que você não é mais criança − Ela diz sarcasticamente, o que faz com que ele lhe lance um olhar torto − E não faça hora que não quero me atra-sar.
− Você me paga − Esbravejo a pelos pulmões.
A contragosto ele se arruma rapidamente, calça um tênis vans preto, uma calça jeans azul escura e uma camisa que tem alguma referência de uma série que naquele mo-mento não presta atenção para o nome dela.
− Nossa vai trabalhar ou ir a um encontro? − A de-saforada e mentirosa pergunta assim que Alan passa pela porta da copa.
− Aos dois talvez − Com a resposta que deu ele a surpreendeu tanto que Jo Ann a maritaca (assim que ele a intitulava) não soube o que dizer ou mesmo retrucar per-manecendo calada o que não iria durar por muito tempo, por isso se senta tomando seu café da manhã em um silên-cio confortável.
Assim que chegaram à escola no horário de sempre, o dia de Alan fora bastante atarefado, pois não viera no dia anterior, o que como consequência fez as horas voa-rem como não via há muito tempo.
− Tchau, Jo – Ele diz já saindo da sala dos profes-sores sem esperar por uma resposta de sua amiga.
Alan começa a recordar do dia anterior, lembrar o que aquele filho de uma puta teve a coragem de fazer con-sigo, com o casamento deles, mas não se arrependia nem uma gota de ter feito o que fez, já estava mais que na hora desse martírio acabar.
− Por que você está saindo tão rápido Al? − Jo Ann pergunta passando o braço em volta do seu pescoço o fa-zendo levar um susto − Não me diga que o que você me falara mais cedo é verdade?
− O que te falei? – Ele indaga tentando se lembrar o que havia dito para essa louca varrida.
− Que você tem um encontro hoje − Jo diz sorriden-te.
− Lógico que não – Rebate vendo seu sorriso mur-char − Só tava brincando.
− Não me fale que…
− Não começa Jo Ann − A interrompeu tirando seu braço do meu pescoço − Agora tenho que ir, até amanhã.
Ele a deixa para trás emburrada, se despeço do porteiro andando para casa imerso em pensamentos.
Quando percebe o telefone tocar no bolso traseiro da calça jeans levando um susto por estar no mundo da lua.
Pega o celular atendendo sem ver quem era.
− Alô – fala assim que coloca o telefone na orelha.
− Isso são modos de atender a sua mãe Alan? − As-sim que escuta a voz da que se diz ser minha mãe, mas que na verdade só o colocou no mundo.
− Pelo que me lembre − Dá uma pausa para ume-decer seus lábios que estavam ressequidos − Eu não tenho mãe.
− Eu sou sua mãe. Me respeite. − Clara retruca o que ele não dá muita importância.
− Não é mais – Fala já cansado daquela discussão − Desde o momento em que me colocou para fora dizendo que não era mais seu filho. − Fala exaltado com a coragem dela.
− Se não era nada tchau − Conclui desligando a chamada sem esperar resposta, pois sabia que se aguar-dasse renderia muito e estava cansado de trabalhar e de tudo que ocorria naquele momento na minha vida.
Continua o caminho para minha casa tentando não pensar em mais nada, queria esvaziar a mente, o cansaço de uma noite sem dormir começava a cobrar seu preço.
Jo Ann achou que ele tinha esquecido o que aquela feladaputa fez, mas que ela o aguardasse, ele sempre foi uma pessoa que espera o momento certo para agir e com ela não seria diferente.
Todos que passavam na rua deviam estar achando que ele fosse um louco ou maníaco, pela cara diabólica que ostentava.
“Coitados devem ter se borrado todinhos.” Pensou rindo internamente de si mesmo.
Mas não aguentou e caiu na gargalhada, mas não era uma simples gargalhada, era uma bem espalhafatosa, agora as pessoas teriam o que ter medo dele.
Assim que ele chega na praça em frente ao prédio em que mora, para alguns minutos para observar todos que nela estão, vê casais com seus filhos se divertindo no fim de tarde, crianças brincando de pega-pega, pique es-conde, queimada e futebol, ele abre um sorriso bobo me lembrando de quando tinha a idade deles e era feliz, não que não seja agora, contudo não tinha tantas preocupa-ções, não tinha que enfrentar o mundo.
Continua ali observando o movimento, passeia seu olhar pela praça parando quando vê um homem sentado em um dos bancos de concreto onde geralmente os jovens ficam a dar uns amassos, não sei o porquê ele chama sua atenção, mas ele não consegue tirar seus olhos dele.
Percebe que o homem era bonito, tinha a pele clara, um pouco suja, seus olhos Alan não conseguia distinguir de que cor eram, sua roupa estava suja, para falar a ver-dade estava imundo, parecia que ele tinha dormido em fuligem, seus cabelos cacheados caiam nos olhos, sua bar-ba de dias aparentava um descuido, mas normal para quem morava nas ruas.
Vestia uma camisa social preta, não conseguia iden-tificar de qual marca era, mas pode perceber que se trata-va de uma camisa de grife, o que não se encaixava em na-da com o estado em que se encontrava me fazendo surgir mais dúvidas que gostaria.
“Como não roubaram ainda a camisa?” Pensou ao descer meu olhar vendo que usava uma calça jeans azul escura e um tênis All-Star, se forçou a não atravessar a praça e não ir até o homem que tanto lhe chamara a aten-ção.
Não conseguia parar de pensar em um trilhão de possibilidades de como aquele homem não fora depenado, a única possível que conseguiu pensar é que ele provavel-mente não é flor que se cheire. Só de pensar isso chega a se arrepiar de medo.
Ele estava tão distraído que não percebeu alguém se aproximar dele, assim levando um susto ao sentir algu-ma coisa gelada no meio das minhas costas, assim que iria gritar o ouviu a pessoa atras de si falar próximo a seu ou-vido.
− Se chamar a atenção de alguém te mato − Ao ou-vir engoliu o grito que queria sair pela por seus lábios, agora sim tremia feito vara verde.
− Aonde está me levando? − Perguntou com um fio de voz mas com o silêncio do bandido contínuo.
− Se é dinheiro que quer já vou falando que não tenho − Afirmou em um lampejo de coragem.
− Cala a boca infeliz − Ele diz apertando a arma em minhas costas.
Naquele momento Alan teve a certeza que não sai-ria vivo dali, não ousou falar mais nada, pois se falasse mais um a que fosse o desgraçado o mataria sem nem pen-sar duas vezes, seu coração não batia mais, o que fez com que ficasse pálido, as gotas de suor desciam por sua testa, o que demonstrava o quanto estava apreensivo e com me-do da situação em que se encontrava.
Percebeu que no meio daquela agonia, ele e o ban-dido que o rendia haviam chegado no meio da praça o que deixara Alan com um misto de sentimentos que não conse-gui identificar, só então se lembrou que o dito cujo do ho-mem em que tanto estava vidrado estava quase no meio da bendita praça.
Respirou aliviado, se é que podia estar assim, mes-mo que não acreditem ele sentiu tal sentimento, não o ho-mem que o sequestrava ainda estava com a arma aponta-da no meio das suas costas, caso me perguntem.
Conseguia sentir certa segurança mesmo não es-tando cem por cento, queria gritar e espernear, implorar por socorro, será que nem uma bendita alma sequer per-cebe que algo está errado com ele.
“Deus! Será que ninguém perceberá que tem a porra de um sequestro acontecendo na fuça dessa gente hipócri-ta!” Pensou desesperado.
As lágrimas que ele não queria que descessem co-meçam a descer sem controle algum, o desespero enfim se apossa de seu ser, não conseguia mais saber onde estava, o choque de haver a possibilidade de não sair vivo disso o desesperava.
Alan tinha uma mera noção de onde estavam, se as lágrimas o deixasse ver por entre elas, que já estamos qua-se no fim da praça, o que gerava nele um sentimento de desespero, realmente ninguém daquela porra de praça percebera, junto a esse sentimento surgira uma sensação de impotência por sua parte, se não tivesse tão distraído teria percebido que esse ser asqueroso se aproximava dele.
− Quem é que te mandou aqui? – Ele indaga mes-mo sabendo que não haveria uma resposta.
− Cale a porra da boca! Se falar mais alguma coisa vou te matar – O sujeito sussurra no seu ouvido fazendo com que Alan estremecesse de pavor.
Naquele momento teve a certeza de que não sairia dali vivo.
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