B havia deitado em um banco de praça de um bair-ro que não fazia ideia em que lugar de Bestemming se lo-calizava, depois de um dia cansativo, que foi à procura de ajuda na polícia que infelizmente para ele, não acredita-ram em nada do que B disse, parece que o destino quer caçoar com a cara dele, primeiro acorda em uma casa abandonada com a roupa do corpo não conseguindo de lembrar quem é, seu nome, literalmente não se lembra de nada, só que seu nome começa com a letra B.
Percebeu que um homem está o observando parado na ponta norte da praça.
“Quer um babador baby?” Pensou, gostando da atenção que o rapaz lhe dava, balança a cabeça de um lado a outro tentando clarear seus pensamentos.
“O que diabos deu em mim?” Se pergunta em pen-samento, a possibilidade de ser gay vem a sua mente o que o assusta, nunca nesses três dias que havia acordado na casa abandonada passou pela sua cabeça a possibilidade de não ser hetero, não entendia o porquê disso não ter vindo a sua mente, talvez fosse o preconceito enraizado na sociedade mundial, mas não saber nada da sua vida antes desses três dias acabava com ele.
B o encara tentando discernir o que tanto aquele homem o olhava.
“Talvez estivesse interessado em mim” Logo depois de ter pensado desconsidera tudo, era mais possível ele estar o observando por estar com medo de que B faça algo consigo.
Se distrai ao olhar a sua volta, percebendo que era uma praça muito frequentada por famílias, o que o fez concluir que o local em que fora parar era um bairro resi-dencial, ou algo parecido. As crianças brincavam nos brinquedos espalhados no local, faziam festa com o pouco que tinham, isso o fez se lembrar de sua infância, se é que podemos chamar de infância. B não se lembrava, mas eu como narrador desta história.
Seus olhos se encheram de lágrimas, teve a impres-são que aquilo era um gatilho para ele. Ao voltar sua aten-ção para o homem que o admirava, se assim podemos co-locar, ele já se encontrava no fim da praça, ficara tão ab-sorto em seus pensamentos que não vira o mesmo passar ao teu lado.
Contudo tinha algo de estranho, ele estava acom-panhado, pelo que se lembrava o homem não tinha com-panhia de ninguém, o que o fez perceber que havia algo que não estava certo.
Decidira por si só que seguiria eles, e ver o que es-tava ocorrendo.
O medo de Alan era morrer naquele beco imundo, de que não teria mais a chance de procurar a felicidade que perdera nos anos em que se relacionou com Cauã. Na situação em que se encontrava tinha a certeza de que não sairia vivo.
Alan estava encurralado, com um homem atras de si, com uma arma apontada nas suas costas, ele não sabia o que iria fazer para sair dessa situação, e se sairia, o ho-mem que o estava retendo como refém aparentava certo nervosismo.
− O que quer de mim?
− Você tem que voltar com seu marido – O homem sussurra em seu ouvido esquerdo, fazendo-o se arrepiar.
“Era só o que me faltava!” Alan pensou indignado. Não tinha sequer se passado duas semanas que havia ex-pulsado a pontapés seu ex-marido de seu apartamento e o bonito já vem o ameaçar.
“Não Deus! Eu não mereço isso!”
− Só me faltava essa.
Alan se exaltou indignado com tal situação.
− Se não... Pera já sei você me mata. – Mesmo se cagando de medo o professor propõe.
O homem não conseguia acreditar na ousadia de Alan demonstrava, com toda certeza coagi-lo seria mais difícil do que pensara.
− Vamos – Alan afirma esperando o homem atirar nele – Vejo que não tem coragem. Nem pra arrumar um matador Cauã não é capaz.
− O que está acontecendo aqui? – Ele ouve uma voz desconhecida.
“De quem é está voz?” Alan pensou percebendo o quão foi afetado pela voz desconhecida.
− Agora só me faltava essa.
O sequestrador sem entender nada do que estava acontecendo sai correndo.
− Eu ainda não acabei com você.
− Estarei a sua espera com a polícia e vê se dá pró-xima vez tem mais coragem.
Finalmente Alan olha para o homem parado na es-trada do beco, era o mesmo que ele observava na praça, realmente tinha algo nele que transbordava riqueza, mes-mo ele estando sujo, perceptivelmente em estado de rua, não podia se dizer que era um homem feio, era com certe-za confundido com uma beldade grega, mas havia uma coisa que dava em Alan uma familiaridade, como se ele já o conhecesse.
− Oi.
− Oi. Pensei que precisasse de ajuda.
− Pelo visto espantei o dito cujo.
− É eu vi. Ele saiu correndo.
Os dois riram. Alan não ria desse jeito a bastante tempo.
− Você tem que ir a polícia.
− Que nada.
− Você sofreu uma tentativa de sequestro.
− Não era nada demais.
− Como assim nada demais?
− Era só um idiota que o meu ex contratou para me dar um susto.
− Tá aí mais um motivo pra você ir a polícia.
− Você Não acha que eu devia desconfiar de você – Alan faz uma pausa continuando − você aparece aqui do nada eu não te conheço e diz que vem me ajudar, não acha isso um pouco suspeito.
− Mas não foi você que ficou me encarando na pra-ça.
− E o que isso tem a ver?
− Que eu que deveria ficar com medo.
− Olha quem fala. Não acha que deveria ser o con-trário?
Alan o olhou de cima a baixo, sabia no entanto que aquela colocação era preconceituosa, mas quando viu já havia saído de sua boca.
Os olhos de B se encheram de água, sabia que cho-raria, não entendia o porque o estavam tratando daquela forma, aquilo o machucava.
Quando o professor percebeu que o que ele disse havia ferido o homem que estava a sua frente, a culpa to-mou conta de seu ser.
− Me desculpa. Eu não sou assim. Não sei porque eu disse isso.
− você está em choque ainda pelo que te aconteceu.
− Eu sei, mas eu não devia ter dito aquilo.
− Eu não ligo − Mentiu.
− Não é verdade. Seus olhos se encheram de lágri-mas. Isso machucou você.
− Sim machucou, mas não foi pelo que você disse.
− Se não foi pelo que eu disse, então pelo que foi?
− Pra falar a verdade eu não sei. Não me lembro de nada, nem quem sou, nem quem fui muito menos meus traumas.
− Se você não se lembra da sua vida...
− Não, eu também não lembro o que aconteceu pa-ra eu ficar em situação de rua.
− Mas se lembra de alguma coisa?
− Tenho alguns flashes de memórias, mas são con-fusas quase todas as vezes.
− Como assim?
− Momentos da infância por exemplo.
− Então você sabe como foi sua infância?
− Não, como disse esses flashes de memórias são confusos, não consigo entender nada do que está aconte-cendo neles.
− Mas você não sabe nada?
Alan insiste, teve a sensação de que o homem já queria bater nele por tantas perguntas feitas.
− Eu só sei que o meu nome começa com a letra B, e que eu acordei em uma casa abandonada a três dias com um machucado na cabeça que provavelmente foi devido a uma queda ou uma pancada.
− Você procurou a polícia?
− De novo você quer dizer.
− O que eles te disseram?
− Que eu sou um morador de rua bêbado que só es-ta delirando.
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