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Misfits: Spells of the Underground (PT-BR)

Episódio 1

Episódio 1

Aug 30, 2024

Abro os olhos com uma pontada de dor pela luz que invade as janelas do metrô, tentando capturar os últimos sussurros dos meus sonhos antes que se dissolvam no esquecimento. A luz fraca do entardecer invade o vagão do metrô, revelando uma cidade desgastada pelo tempo e pela névoa de poluição. Arranha-céus decrépitos se erguem como gigantes enferrujados, enquanto anúncios holográficos piscam em cores saturadas nas fachadas deterioradas. O cheiro metálico do vagão é inescapável, uma mistura de ferrugem, cigarro e óleo velho que parece impregnar cada respiração. Pequenos tremores percorrem o chão sob meus pés, acompanhados pelo som distante e monótono da voz no holograma acima, despejando notícias em um tom apático.

A poeira, quase uma presença viva, adere aos meus dedos, formando uma camada fina e áspera que resiste ao toque. É o preço de percorrer diariamente o caminho para o trabalho em Nova Nexus. O gosto amargo dos suplementos biotech ainda persiste no fundo da minha garganta, um lembrete constante da minha existência precária.

Permaneço sentada. A realidade lá fora espera, pronta para se impor com todas as suas adversidades. Mas por agora, prefiro ficar neste limiar entre o sonho e o despertar, onde o mundo ainda tem a chance de ser algo mais do que um pesadelo grotesco. Onde os sussurros de minha mãe, entoados em canções de ninar, ecoam suavemente na minha mente, pelo menos até eu não conseguir prestar atenção em mais nada além do terrível som das notícias.

Com um suspiro, me espreguiço, esticando os músculos e mexendo as pernas. É então que noto algo incomum. Olhando para baixo, vejo que ainda estou usando minhas pantufas de coelho. Meus olhos se arregalam em surpresa e incredulidade.

“Sério isso?“ murmuro para mim mesma, envergonhada, enquanto rapidamente olho para os lados para ver se alguém está me encarando.

Aparentemente, meus colegas de viagem estão muito envolvidos em seus próprios mundos para notar a minha escolha de calçado. Tento me recompor, mas o constrangimento ainda aquece minhas bochechas enquanto espero pela próxima estação.

Deslizo meu olhar pelo meu terno bem passado, desde o blazer elegante até as calças sociais, e vejo que termina nas pantufas de coelho fofas e ridículas. A justaposição do profissionalismo com o calçado infantil me faz soltar um suspiro de frustração e resignação.

“Ótimo começo de dia de trabalho, Violet” murmuro, tentando abafar a mistura de vergonha e humor que ameaça escapar em forma de riso.


Recomposta, mas ainda um pouco envergonhada, decido manter a cabeça erguida. Afinal, não é todo dia que se vê alguém de terninho e pantufas no metrô. Com sorte, isso será apenas mais uma peculiaridade esquecida na desordem da cidade.

O som da notícia na TV holográfica flui em cacofonia, fragmentos de palavras se mesclando com os ruídos do metrô. Algo sobre um novo decreto do governo, uma operação policial, uma descoberta chocante na NeuroSync. As palavras são irrelevantes; é o tom que importa, aquela monotonia esmagadora que promete mais do mesmo. E eu, tola, ainda me pego escutando.

Uma melodia de fundo se desvanece abruptamente, substituída pela voz grave e urgente do jornalista holográfico:

"Interrompemos a programação para uma notícia de última hora: um ataque devastador na Rua Ícaro deixou várias vítimas carbonizadas."

Um aperto no peito ao ouvir as palavras do jornalista, pois é a rua próxima ao meu trabalho. Antes que eu consiga reunir meus pensamentos, meu celular vibra na bolsa. Com cuidado, retiro o celular e vejo que é Zoey, minha irmã. Atendo o telefone, minha voz ligeiramente trêmula.

— Zoey? Você está bem?

— Violet! — responde Zoey, a voz ansiosa e ofegante. — Sim, estou bem, mas... você viu as notícias?

— Acabei de ouvir, estou no metrô. O que aconteceu? Você está segura?

— Sim, estou segura. Estou a alguns quarteirões de distância, mas a explosão foi assustadora. O prédio da NeuroSync foi atingido, Violet. É um caos aqui.

— Meu Deus... Você viu alguém conhecido? Todos estão bem?

— Ainda não sei detalhes, a polícia bloqueou a área, talvez eu tente me aproximar para ver como está a situação.

—  Vou sair do metrô na próxima estação. Vá para lá para eu te encontrar, sem rodeios ok?!

— Tá bem… por favor, tenha cuidado. Eu te vejo lá, vivi.

— Até ja, Zozo. Fique segura.

Desligo o telefone, sentindo a adrenalina aumentar enquanto o metrô se aproxima da próxima estação.

Desligo o celular, sentindo a adrenalina aumentar enquanto o metrô se aproxima da próxima estação. Meus pensamentos se voltam imediatamente para meus colegas da Biotech. Será que estão bem? O ataque foi tão próximo de lá.. Eu não quero ir,  é impossível não me preocupar. Mas o merdinha do Charlie vai me demitir de vez se eu faltar hoje, e essa é a última coisa de que preciso. Lembro das advertências anteriores, do olhar severo dele por trás dos óculos, como se aquele filho da puta não fosse só um peão como todo mundo.

 O metrô começa a descer para a área subterrânea, a luz do final da tarde sendo gradualmente substituída pela escuridão artificial dos túneis. Sinto os vagões tremerem mais do que o normal, um tremor que reverbera pelos meus ossos, fazendo com que cada fibra do meu corpo se prepare para algo ruim. 

O som das rodas de metal sobre os trilhos ecoa como um trovão abafado, criando um ritmo inquietante no silêncio crescente. De repente, ouço gritos ecoando pelo corredor. O som é agudo e desesperado, cortando o ar pesado e frio como uma lâmina afiada

De repente, o som dos tiros explode no ar, ecoando pelo vagão. Meu corpo reage antes que eu possa pensar. Caio no chão, ajoelhada e quase sentada, instintivamente abraçando minhas pernas junto com a bolsa. Meu coração martela tão forte que parece que vai explodir. Tento encarar a janela do vagão de onde vêm os disparos.

 Meu coração dispara enquanto meus olhos se fixam na direção dos gritos, vindos do vagão ao lado. O que está acontecendo? Será que isso é a porra de um atentado organizado? Um assalto? Porra, justo hoje?!!

O medo me invade, uma onda de adrenalina misturada com pura frustração. Meus dedos se fecham ao redor da bolsa, segurando-a com força enquanto tento pegar o celular novamente. Preciso falar com Zoey, avisar para ela não vir para a estação, garantir que ela está bem. Meu dedo desliza pela tela, tremendo, tentando ligar. Mas, claro, o destino não me dá trégua. O celular descarrega bem na hora.

“PORRA!” o grito sai abafado pelos meus dentes cerrados, um som frustrado e desesperado que mal consigo controlar. Tento fazer silêncio, mas o pânico borbulha dentro de mim, cada segundo se arrastando enquanto olho ao redor, procurando qualquer sinal do que está acontecendo.

Merda, merda, merda. Preciso pensar, preciso agir. Mas tudo que consigo fazer é segurar a bolsa com mais força, minha mente correndo com possibilidades assustadoras.

E então, logo após isso, veio um silêncio assustador.

"Mantenha a calma, Violet. Você não está envolvida nisso. Só precisa encontrar a Zoey, levá-la para um lugar seguro e depois ir para o trabalho." Minha mente começa a repetir isso um milhão de vezes por segundo, como se fosse algum tipo de comando para um computador velho. E como se uma frase rasgasse esse pensamento, uma ideia surge na minha mente: "Eu vou morrer." EU NÃO POSSO MORRER, NÃO ANTES DE PAGAR A MERDA DO ALUGUEL PARA A ZOEY.

Fecho os olhos por um momento, buscando consolo na escuridão, mas é breve. Um som agudo e penetrante quebra o silêncio.

Meus olhos se abrem rapidamente, o coração disparando de confusão e medo. O som ainda ecoa nos meus ouvidos, me deixando ainda mais desorientada. Meus pensamentos se embaralham enquanto meu olhar é atraído para a janela. Meu fôlego se prende na garganta ao ver a cena horrível diante de mim - o vidro agora coberto por uma espessa camada vermelha e brilhante, criando uma imagem macabra. O pânico me domina, minha mente se debatendo para compreender a cena horrenda que se desenrola.

Com passos trêmulos, me aproximo cautelosamente da janela. O calor irradiando do vidro me arrepia até a alma, como se ele carregasse uma energia maligna que me faz estremecer.

Respiro fundo e espio através do vidro manchado de sangue. A visão diante de mim é aterrorizante, um cenário de pesadelo.

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