O vagão ao lado está cheio de corpos, espalhados de forma grotesca, como se tivessem sido descartados sem nenhuma consideração. Gelo quebrado e derretido cobre o chão, misturando-se com manchas de queimado que marcam as paredes e assentos. O cheiro de carne queimada invade minhas narinas, uma sensação nauseante que faz meu estômago revirar.
Com a respiração entrecortada, me aproximo mais da porta, tentando entender o que aconteceu. No meio do vagão, avisto um homem com roupas pretas queimadas. Sua pele está marcada por cicatrizes que percorrem todo o braço, entrelaçadas com uma tatuagem azul que brilha sinistramente sob a luz fraca.
Nossos olhares se encontram, os olhos azuis dele perfurando meu corpo. Um calafrio percorre minha espinha, e sem pensar, dou um passo para trás, como se minhas pernas tivessem ganhado vida própria. O medo me paralisa por um momento, meu corpo congelado em puro terror enquanto tento processar a imagem diante de mim.
Olhei para os outros ocupantes, suas expressões refletindo meu próprio medo e choque. Nos olhos deles, vi um reflexo da minha própria vulnerabilidade e incerteza diante desse horror.
Determinada a descobrir a verdade e entender o pesadelo que se desenrolava diante de mim, engoli em seco, me preparei e dei um passo hesitante em direção à janela manchada de sangue. Meu coração batia forte no peito, mas afastei o medo, impulsionada por uma curiosidade insaciável e pela necessidade de respostas.
Minha atenção foi então atraída por uma visão que me deixou atônita.
Três pessoas com a mesma jaqueta vermelha, armadas estavam em meio a um conflito acalorado, suas palavras se perdiam no caos.
"Mata ele logo!" gritou um deles, a voz cheia de raiva.
"Você disse que tudo ficaria bem!" outro gritou, a voz cheia de frustração.
"Cala a boca! Eu vou matar esse desgraçado!" gritou um terceiro.
No meio do caos, um quarto indivíduo, usando a mesma roupa, contorcia-se no chão, o corpo carbonizado e gritando de dor. Suas palavras se perdiam na cacofonia da luta que se desenrolava.
O chão do vagão começou a tremer ao redor do terceiro, e então, como se o metrô estivesse respondendo à sua vontade sombria, rachaduras ecoaram pela superfície metálica. Espinhos afiados de gelo cristalino começaram a emergir do chão, como brotos de plantas macabras, rompendo a superfície metálica com um som cortante.
Os espinhos cresceram rapidamente, suas pontas brilhando na luz fraca do fogo. Afiados como lâminas de barbear, cada um deles tinha a altura de um homem. Com um movimento sutil dos dedos, ele gesticulou em direção ao homem com tatuagens, apontando com precisão demoníaca.
Os espinhos de gelo, como uma onda, começaram a correr em direção ao alvo, assobiando pelo ar. No entanto, o homem com tatuagens invocou chamas azuis que começaram a rodeá-lo, e ele começou a se esquivar dos espinhos mortais em um movimento fluido. Os espinhos, agora sem alvo, continuaram sua trajetória implacável, atingindo inocentes que estavam no lugar errado na hora errada. Gritos de dor ecoaram pelo vagão, misturando-se aos sons de colisões e quebras.
Eu me vi enraizada no lugar, incapaz de desviar o olhar do espetáculo violento que se desenrolava diante de mim. Medo, curiosidade e descrença corriam por minhas veias, me deixando impotente, uma mera testemunha desse cenário.
Enquanto forçava meus olhos a atravessar a cena, as chamas iluminavam o horror diante de mim com uma intensidade quase surreal. O homem envolto em fogo se movia rapidamente, dançando perigosamente entre os espinhos afiados de gelo que eram lançados em sua direção e as balas que rasgavam o vagão inteiro. Cada movimento seu era uma sinfonia de destemor e poder, enquanto o ar crepitava com eletricidade, cada choque ecoando com uma intensidade ensurdecedora.
As luzes do vagão se quebravam a cada tiro, nos lançando em uma escuridão inquietante. Enquanto o metrô avançava, mergulhando-nos na escuridão, eu me sentia presa nesse pesadelo infernal. As únicas fontes de luz eram as chamas dançantes que envolviam o homem, transformando-o em uma figura sinistra, e os lampejos fugazes das armas em ação. Era uma dança macabra de sombras e fogo, uma batalha mortal diante de mim, e de trás dessa porta parecia que eu estava olhando através de um portal para um mundo cruel de fantasia.
Em uma metrópole encharcada de néon e repleta de caos, Violet é lançada em uma batalha feroz contra gangues para proteger a si mesmo. Enquanto ela navega por ruas perigosas e enfrenta inimigos implacáveis, ela descobre um mundo oculto de magia que desafia tudo o que ela pensava saber. À medida que revela segredos e se adapta a esta nova realidade, Violet deve enfrentar forças desconhecidas que ameaçam não apenas a sua missão, mas a própria estrutura do seu mundo.
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