Eles, parecendo dominados pela raiva e pelo desespero, avançaram imprudentemente contra o homem em chamas. Cada um deles parecia um animal em sua busca pela sobrevivência. Ele, por outro lado, enfrentava seus ataques com precisão letal. Não havia justiça ali, apenas uma luta desesperada pela vida contra um monstro.
Enquanto assistia ao massacre, um sentimento de impotência tomou conta de mim. Os gritos angustiantes dos inocentes se espalhavam pelo vagão, como uma trilha sonora assombrada. Seus rostos aterrorizados e contorcidos me davam uma sensação amarga que ficaria para sempre gravada em minha memória.
O homem em chamas, longe de ser um herói, parecia imparável em sua fúria. Ele se movia com uma graça etérea, mas cada movimento era um passo em direção à destruição. Algo sobre ele me aterrorizava mais do que os caras com as armas. Cada golpe que ele desferia, cada vida que ele apagava, me fazia questionar se ele era realmente humano.
Enquanto eu lutava para manter o foco, a visão turva pelas chamas e pela escuridão, minha mente estava em tumulto. Um sentimento misto entre querer desaparecer completamente dali e continuar vendo o que aconteceria naquela visão de outro mundo que estava bem atrás da janela, mas parecia não haver saída. A figura do homem em chamas tornou-se uma miragem, uma ameaça distante e inevitável.
Quando a última pessoa do tiroteio caiu, o metrô parou bruscamente na estação, como se toda a cidade estivesse prendendo a respiração. As portas se abriram, revelando uma frágil esperança de escape. Os sobreviventes, seus rostos marcados por uma mistura de alívio e descrença, começaram a correr para fora do vagão. À medida que as chamas se dissipavam, o homem em chamas emergiu, sua forma flamejante diminuindo gradualmente.
À medida que as chamas diminuíam, a luz da estação invadiu o vagão, revelando o homem de aparência marcante emergindo do fogo. Seu rosto, que antes estava obscurecido pelas chamas, agora estava visível. Ele era um homem negro com cabelo escuro grande, trançado para trás, e olhos azuis quase da cor do céu. Seu corpo não estava mais envolto em chamas azuis, mas as brasas que antes o cobriam agora se extinguiam lentamente, deixando para trás uma aura de fumaça e fuligem. Suas roupas estavam rasgadas e carbonizadas, mas era possível ver que eram roupas pesadas e pretas. Sua pele estava queimada em várias partes.
Meus olhos encontraram os dele, e um calafrio percorreu minha espinha, como se eu tivesse sido atingida por um raio de medo, um medo de ser a próxima a se transformada em carvão orgânico. Tive a sensação de que precisava sair dali imediatamente, como se minha sobrevivência dependesse disso.
Preciso sair deste lugar. Agora!
Com passos apressados, deixei o metrô pelas portas do vagão em que estava. Entrei na estação, mas meu coração ainda estava em tumulto, meus pensamentos estavam em caos. Tentei entender racionalmente o que havia acontecido, como se pudesse encontrar uma explicação lógica para aquilo.
Deve ter sido algum tipo de arma nova ou uma ilusão, um truque de luz. Não pode ser real.
Caminhei rapidamente, minha mente continuava a buscar uma explicação para a visão aterrorizante que testemunhei. Olhei para trás, esperando ver se ele também estava saindo do vagão, mas a multidão de pessoas se movendo pela estação tornava impossível localizá-lo.
Talvez ele tenha ficado para trás. Talvez ele faça parte do show.
Minha mente cética estava desesperadamente tentando encontrar uma maneira de negar a realidade do que eu havia visto. Era a única forma de lidar com o que aconteceu. Mas, por mais que eu tentasse, a imagem do homem envolto em chamas, os picos de gelo, os mortos... tudo isso estava consumindo minha mente.
Talvez fosse algum truque, uma performance bizarra. Talvez seja algum tipo de arte contemporânea.
Enquanto eu continuava a caminhar apressadamente, perdida em meus pensamentos céticos, acabei esbarrando em alguém que vinha na direção oposta.
“Desculpe“ murmurei automaticamente, minha mente ainda distante.
Não tem sentido, tem que ser uma alucinação coletiva, é isso!
Comecei a subir as escadas de maneira apressada e desorganizada, saindo da estação às pressas com o coração na mão. Então tropecei, batendo o joelho em um degrau.
“MERDA!“ O tropeço e a frustração me fizeram soltar uma exclamação involuntária.
Enquanto me levantava apressadamente após o tropeço, minha respiração estava difícil e senti que meu coração parou por um momento. Quando me endireitei e olhei para cima, fui atingida por uma visão aterrorizante. O homem em chamas agora estava na minha frente, bloqueando minha saída das escadas da estação de metrô.
Seu rosto estava parcialmente oculto pela escuridão, com as luzes da cidade às suas costas. Apenas as silhuetas de suas cicatrizes e os contornos de suas feições eram visíveis, criando uma imagem ainda mais ameaçadora e misteriosa. Seus olhos, brilhando como brasas, estavam fixos em mim com uma expressão indescritível, algo entre intensidade e curiosidade, como se ele estivesse estudando minha alma.
Ao fundo, a cidade continuava sua agitação, pessoas circulando ao nosso redor, alheias ao estranho e aterrorizante encontro que estava ocorrendo naquelas escadas. O contraste entre a normalidade da vida cotidiana e a presença perturbadora daquele homem era quase surreal.
Em uma metrópole encharcada de néon e repleta de caos, Violet é lançada em uma batalha feroz contra gangues para proteger a si mesmo. Enquanto ela navega por ruas perigosas e enfrenta inimigos implacáveis, ela descobre um mundo oculto de magia que desafia tudo o que ela pensava saber. À medida que revela segredos e se adapta a esta nova realidade, Violet deve enfrentar forças desconhecidas que ameaçam não apenas a sua missão, mas a própria estrutura do seu mundo.
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