O homem que havia queimado pessoas há menos de minutos estava parado na minha frente, bloqueando meu caminho. Ele emanava uma aura de calor escaldante, e eu podia sentir as ondas de calor irradiando dele. Seus olhos brilhavam como brasas, fixados em mim, penetrando minha alma com sua intensidade ardente.
Ele era um homem negro com cabelo escuro grande, trançado para trás, e olhos azuis brilhantes como sáfiras. Suas roupas estavam rasgadas e carbonizadas, mas era possível ver que eram roupas pesadas e pretas. Sua pele estava queimada em várias partes. Sua pele, ou o que restava dela, estava queimada e distorcida, revelando cicatrizes horrendas resultantes de inúmeras queimaduras. Suas roupas pareciam ser de um uniforme militar, gastas e enegrecidas, em meio àquele banho de cinzas.
"Violet," sua voz soou rouca, carregando um peso desconhecido, "Você precisa vir comigo."
Dei um passo para trás, meu olhar fixo nele, um misto de medo e desconfiança enchendo meus pensamentos. "Quem é você?" Eu mal conseguia articular as palavras, minha voz tremia de apreensão. "Como diabos você sabe o meu nome?!"
Ele não respondeu às minhas perguntas, em vez disso, estendeu sua mão queimada em minha direção, como se quisesse me tocar. Minha reação foi instintiva. Eu xinguei e bati com força na sua mão, afastando-a de mim.
"Vá pro inferno!" Eu gritei, minha voz trêmula de raiva e medo, sendo abafada pelo barulho da multidão. "Você acha que pode simplesmente aparecer do nada, me assustar e esperar que eu vá para algum lugar com você? Você é maluco se pensa que eu vou a qualquer lugar com você!"
Enquanto minhas palavras ecoavam pela estação, notei um cristal preso à pele das mãos dele, que brilhava em tons de laranja, mas começava a escurecer, transformando-se em algum tipo de cristal negro, com uma espécie de cicatriz metálica emergindo dele e se estendendo ao longo de seu antebraço. Fiquei hipnotizada pela transformação, minha curiosidade quase começando a superar meu medo.
"O que é isso?" Eu perguntei, meu tom agora carregado de perplexidade. "Que diabos você é?"
Seus olhos ardentes pareciam mostrar um vislumbre de compreensão. "Eu não tenho tempo para explicações agora," ele insistiu, sua voz soava urgente. "Violet, você precisa vir comigo. É a única maneira."
O medo e a desconfiança ainda me envolviam. Eu não podia simplesmente seguir esse estranho, esse ser que parecia um vilão de algum desenho animado, para sabe-se lá onde. "Eu não vou a lugar nenhum com você, cara! Você acabou de carbonizar metade do lugar lá atrás!."
Ele deu um passo à frente, o calor ao redor dele aumentando em intensidade. "Você não entende, Violet. Existem coisas neste mundo que estão além da compreensão humana. Todos estão em perigo, e você é a única chance que temos."
Minha mente estava um caos, tentando processar tudo. "Nós? Perigo? Que perigo?"
Ele suspirou, e depois de um breve olhar para as luzes da polícia refletindo nas janelas dos prédios próximos, ao se aproximar, ele olhou para mim como se minha relutância o frustrasse. "Não temos tempo para explicações agora."
O som da sirene da polícia ecoou alto por toda a sala, se aproximando da estação, misturando-se com a crescente confusão e medo que eu estava sentindo. As palavras enigmáticas do homem em chamas ecoavam na minha mente, mas antes que eu pudesse dizer algo, minha mente foi dilacerada entre a comoção no metrô e o assombro causado pelo homem misterioso, quando ouvi meu próprio nome ecoar pela estação, alguém estava chamando meu nome com urgência.
"Violet! Violet!" Era Zoey. Minha irmã estava me chamando, tentando me encontrar na multidão caótica.
Virei-me rapidamente, minha expressão de alívio prestes a se transformar em palavras de conforto para minha querida irmã. Vi Zoey lutando para se mover contra a multidão, seus olhos desesperados vagando pelas pessoas, e ela disse meu nome mais uma vez, sua voz desesperada cortando o ar.
"Zozo!" Preparei-me para alcançá-la, para acalmá-la, para dizer que tudo estava bem. Mas antes que qualquer som pudesse escapar dos meus lábios, um golpe rápido e brutal atingiu-me com força no pescoço.
Uma explosão de dor tomou conta da minha mente, e tudo ao meu redor parecia girar em uma espiral vertiginosa. Minha visão ficou turva, e minhas pernas cederam, perdendo toda a força. A última coisa que vi antes de ser mergulhada na escuridão foi o rosto angustiado de Zoey, e suas lágrimas pareciam congeladas no tempo enquanto ela continuava a me procurar na multidão, mas já era tarde demais.
Tudo ao meu redor começou a girar, e minha visão tornou-se embaçada e distorcida. Meu corpo parecia estar se desintegrando, e eu caí em direção ao chão frio da estação de metrô. Antes de perder completamente a consciência, a última coisa que ouvi foi o eco das palavras do homem misterioso:
"Eu tenho apenas uma tarefa aqui, e não vou deixar você atrasá-la. Me desculpe, Violet."
E então, o mundo desapareceu em um abismo escuro e sem fim, e eu afundei na escuridão do desmaio.
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