No final o som do meu grito foi bem mais alto do que o som, o qual ecoou pelo corredor, preenchendo o espaço com uma intensa sensação de tensão. Para minha surpresa, John parou abruptamente e deu uma pequena risada, olhando-me com um sorriso contido nos lábios.
"Desculpe, não quis assustá-la," ele disse, sua voz suavizando o clima tenso. "Acho que esqueci de mencionar que há alguns ruídos estranhos aqui, mas não se preocupe, estamos seguros. Não há fantasmas neste lugar."
Senti meu rosto arder de constrangimento diante da minha reação exagerada. "Ah, não, tudo bem," murmurei, tentando disfarçar o embaraço. "Só... não estava esperando isso."
John acenou com a cabeça compreensivamente, antes de retomar nossa caminhada pelo corredor sombrio. O silêncio retornou, mas agora estava acompanhado pelo som dos nossos passos ecoando nas paredes, enquanto eu lutava para conter a sensação de nervosismo que ainda pulsava dentro de mim.
"Poeira," eu disse, de repente, tentando desesperadamente mudar de assunto. "Acho que espirrei por causa da poeira deste lugar."
John olhou para mim com um sorriso divertido. "É, parece que este lugar não é o mais limpo. Não se preocupe, logo chegaremos ao seu quarto e você poderá descansar."
Enquanto ele continuava falando, voltei a pensar sobre ele. "Ele parece daora para alguém que tem a cara de quem bate na esposa... talvez ele não atire de primeira se eu correr." Antes que eu pudesse terminar meu pensamento, percebi que John havia parado bruscamente em frente a uma porta e se virado para mim.
John tirou um molho de chaves do bolso e começou a procurar pela chave certa, encontrando-a após alguns instantes. Com um movimento firme, ele destrancou a porta de madeira e a abriu lentamente, revelando o quarto além.
"Este será o seu quarto por esta noite," ele disse, dando um passo para o lado para me deixar passar. "Alguém virá em breve para entregar o jantar, então é melhor você se acomodar. O café da manhã será servido às oito horas."
Enquanto ele falava, aproximei-me para dar uma olhada no interior do quarto. O quarto estava envolto em uma penumbra suave, com a única fonte de luz sendo a lâmpada no teto. Ao entrar, pude ver uma cama simples, mas confortável, posicionada no centro do espaço. Ao lado dela, havia uma pequena mesa de metal com uma cadeira dobrável, e sobre a mesa repousava um vaso de flores delicadas, adicionando um toque de cor ao ambiente.
Próximo à porta, havia um guarda-roupa de madeira, oferecendo espaço para guardar roupas e pertences. Na parede oposta, uma escrivaninha simples estava encostada, acompanhada por uma cadeira de metal. Embora não houvesse janela, a iluminação era suficiente para iluminar o quarto de forma acolhedora.
"Espero que esteja confortável aqui," disse John, observando-me com atenção enquanto eu explorava o espaço.
Distraída pela maciez da cama, me permiti afundar nela por um momento, pensando ironicamente: "Até que parece um cativeiro de luxo." Porém, antes que pudesse me concentrar mais nesse pensamento, percebi que John estava muito quieto.
Quando tentei virar o olhar na direção dele, notei que a porta já estava fechada. O som abrupto da fechadura se fechando ressoou pelo quarto.
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