Shin colocou Lúcifer de um lado do sofá principal e Bern em uma poltrona separada no outro lado da sala.
_ Então seu nome é Lúcifer? Exótico, gosto disso. _ Shin está desejando a morte enquanto vê Bern bebendo o espumante como se fosse um cachorro, na cabeça dele aquilo era ser ultra sexy. _ O que te trouxe a nossa cidade?
_ Estou preso nessa cidade maldita e sem condições de voltar de onde vim por causa de um contrato. _ Respondeu Lúcifer pegando toda garrafa e virando bebendo todo o líquido de uma só vez. _ Vocês chamam isso de bebida? Eca, já fiz pessoas beberem mijos melhores…
_ Se não gostou, porque bebeu? Ainda virou a merda da garrafa! _ Shin furioso toma o recipiente vazio das mão do demônio e se segurou para não quebrar a garrafa na cabeça dele por ter derramado no seu sofá novo que ainda está pagando as 24 parcelas.
_ Mas me conta mais sobre esse contrato, é tipo uma oferta de trabalho ou talvez você esteja sendo perseguido, se for o caso Shin iria adorar ficar como responsável, certo!?
Ao ouvir Shin engasgou com o espumante tão violentamente a ponto de sair pelo nariz, correu até a cozinha tossindo violentamente, ele não podia revelar o que aconteceu já que nem ele acreditava muito nisso, mas se concordar seria uma maneira de manter Lúcifer perto dele e evitar que pareça suspeito um cara enorme morando com ele do nada.
_ Tenho um pessoal no caso, mas até lá, preciso suportar ficar aqui! _ Falou Lúcifer se deitando no sofá em uma posição que parece ser um quadro renascentista.
_ Sabe, se quiser também pode ficar na minha casa, eu...
_ Não obrigado, seria o mesmo que me condenar a morte ficar longe desse idiota. _ Shin respirou fundo forçando uma breve meditação que o impediu de lançar mesa de centro na nuca de Lúcifer.
_ Ownt que fofo acho que vou chorar, coisa linda, Shin onde eu posso encontrar um desses pra mim também?
_ No inferno!
_ Literalmente _ Complementou Lúcifer puxando Shin para si quando o mesmo passou perto, com o mesmo sobre seus braços tentou roubar um beijo, mas Shin colocou sua mão antes, Lúcifer a lambeu e fez com que um arrepio de nojo corresse pelo corpo de Shin.
_ Que lindo, sempre achei que a boate inferno era uma zona hetero, talvez devo ir lá uma hora dessas... _ Bern imaginou que a boate, talvez fosse frequentada por bissexuais e se imaginou nos braços de um homem tão lindo quanto Lúcifer. Shin olha a cara de idiota que Bern se punha e na sua cabeça so conseguiu pensar que o inferno que eles estavam falando era mais quente e você é fodido de uma forma diferente.
Lúcifer riu ao ouvir sobre a sexualidade humana. Sempre achou graça, desde o início da humanidade onde preconceitos foram aflorados. Ele recebe várias pessoas que nesse plano foram religiosas e totalmente devotas ao seu pai, mas eram pessoas realmente horríveis, entre assassinos fúteis, estelionatários, estupradores e intolerantes.
O pior de tudo, sempre colocam a culpa nele, como se ele ligasse pra dona Filomena ou pro pé rapado do marido dela o Josivaldo, dois João ninguém, expulsaram o filho gay de casa e espancaram tanto a filha que ela perdeu o bebê e quase foi junto no processo.
Todos estão distraídos quando o celular de Bern toca.
"Make, make, make love é muito melhor demorou..."
_ Alô... O QUE? COMO ISSO É POSSÍVEL? TUDO BEM VOU FALAR COM ELE E IREMOS DIRETO PARA AÍ! _ Bern desfaz seu sorriso amistoso e se vira para Shin, sua expressão está nervosa e preocupada. _ Shin, vou precisar de você comigo.
_ O que aconteceu? _ O clima antes descontraído se torna sério e tenso com Lúcifer assistindo como se estivesse acompanhando uma série policial.
_ Acharam outro corpo e pelo que Janaína me falou tem o mesmo padrão que o culto satanista. _ Shin se segurou enquanto sentia seu chão cair, ele tinha achado que finalmente tinha conseguido pegar esses malditos, mas acabou de voltar para a estaca zero.
_ Não é possível, prendemos eles em flagrante a poucas horas… A menos que… não! Preciso investigar mais, droga! _ Shin olha para Lúcifer que está indiferente assistindo. _ Bern vá para sua casa, nós encontramos lá!
Bern imediatamente sai e corre para o seu apartamento, Shin achava a ideia idiota, mas considerando os fatos não custava perguntar.
_ Lúcifer! Você sabe me informar por que estão sacrificando pessoas? _ Shin olhou para Lúcifer sério como se o interroga se.
_ Por que eu deveria saber? Vocês humanos se matam atoa e ainda são arrogantes, se acham inteligentes... _ Lúcifer ri. _ Não passam de macacos com roupas. Falo isso podendo estar ofendendo os pobres macacos.
_ Mas satanismo é uma religião dedicada a você!
_ Na verdade, a versão que você conhece de mim vem do cristianismo... Não me resumo somente a essa variação porca, vocês deste século nem sabem um terço dos textos antigos que já eram bem mentirosos e mal escritos, além do mais, assim como tem outras crenças dedicadas ao meu pai e adivinha, todas já sacrificaram pessoas achando que isso o agradaria, se quiser te mostro onde estão!
_Ainda não faz sentido, acabamos de prender toda uma seita! Talvez nem todos estivessem na reunião? Naquela hora não deixou nem um escapar não né?
_ Claro que não, eu não sou como vocês humanos patéticos.
Shin precisava ir até a cena e investigar com seus próprios olhos, as peças que antes se encaixavam na sua cabeça se espalharam em um panorama maior. Talvez o ponto de vista inicial deva mudar, até porque o palhaço no seu sofá é o rei do inferno e nem mesmo reconhece o culto em teoria devoto a ele.
Shin ficou o tempo todo enquanto se aprontava para voltar a outra cena de crime criando teorias e ligando pontos na sua cabeça, ainda que logo em seguida descartava a hipótese logo em seguida, a única coisa que lhe ocupava a mente era o caso e o fato de Lúcifer ainda o estar seguindo, entrando no carro da polícia que veio nos levar até a cena do crime e pior, Bern não liga da presença dele ali, que tipo de feitiço…? Magia infernal…? Algo do tipo imagina Shin, tendo em vista o que aconteceu até ali.
O carro que os levava passou por um longo caminho e ficou preso no engarrafamento, mesmo de sirene ligada para darem espaço e deixar o carro passar, no meio de um mar de carros um a poucos centímetros do outro passar é uma missão impossível. Por causa da multidão curiosa e repórteres loucos para obter um furo de reportagem, o carro precisou ser estacionado longe do local, porém deixou as três figuras que se apertaram e passaram entre a multidão que estava sendo contida pela polícia civil.
_ Janaína descobriu alguma coisa? _ Shin perguntou ao oficial Florence de campo e colocou as luvas dadas a ele por um dos oficiais de apoio.
_ Ainda nada Shin, precisamos levar o corpo no legista e fazer um reconhecimento, mas pela a análise prévia, este cara tem por volta de 22 anos, morreu nas últimas 24hrs pela decomposição do corpo, a água fez com que inchasse e isso pode dificultar para encontrar digitais. _ Janaína é uma mulher na casa dos 30 anos, ostenta um corpo bem cuidado e voluptuoso, apesar da idade ela ainda apresenta pele viçosa, mostrando toda sua vaidade, os longos cabelos cacheados presos em um perfeito coque no topo de sua cabeça dava espaço para contemplar seu pescoço e nuca longos.
O corpo foi cuidadosamente depositado ali, um riacho mesmo que raso faz com que o corpo infle e sua decomposição seja mais rápida, mas mesmo inchado ele podia ver marcas com símbolos idênticos as últimas vítimas do caso satanismo, Shin cuidadosamente tocou no rosto do cadáver para tentar ver se havia algo na parte de baixo, porém obteve uma visão.
Várias pessoas encapuzadas, não conseguia ver rostos, estão embaçados e seu corpo pesado, uma faca estranha vindo em sua direção e tudo escurecendo até ficar completamente escuro...
_ O que acabou de acontecer?
Comments (0)
See all