O silêncio que se seguiu à pergunta de Maya era quase ensurdecedor. Os olhos de todos na sala começaram a se mover lentamente para trás dela, confirmando o que ela já suspeitava. Ela engoliu em seco, sua expressão de repente tensa enquanto virava a cabeça lentamente para olhar por cima do ombro.

E lá estava ele, Phoenix, com os braços cruzados e uma sobrancelha levantada, claramente menos do que impressionado com a imitação. "Muito engraçado, Maya," ele disse, seu tom seco, mas com um traço de exasperação que sugeria que ele estava mais acostumado a essas brincadeiras do que gostaria de admitir.

Maya tentou um sorriso inocente. "Ah, Phoenix... Eu só estava, você sabe, mantendo o moral da equipe alto!" Ela deu uma risada nervosa, mas ninguém na sala ousou se juntar a ela.

Phoenix suspirou, balançando a cabeça. "Manter o moral da equipe alto é uma coisa, mas prefiro que você o faça sem beber uma garrafa de whisky antes de ser a motorista de fuga." Ele deu um passo à frente, ficando cara a cara com Maya, que agora tentava parecer o mais séria possível, mas seus olhos ainda brilhavam com um toque de desafio.

"Eu já te disse, Phoenix, era só uma dose para acalmar os nervos! E, tecnicamente, não era uma garrafa inteira..." Maya tentou argumentar, mas sua voz foi diminuindo à medida que ela percebeu que não estava ajudando seu caso.

"Não era uma garrafa inteira?" Phoenix repetiu, claramente não convencido, mas antes que ele pudesse continuar, Maya levantou as mãos em sinal de rendição.

"Ok, ok, sem whisky na próxima, prometo. Vou me comportar." Ela tentou suavizar a situação com um sorriso. "Afinal, quem mais vai manter a moral da equipe em alta, se não eu?"

Phoenix olhou para ela por um longo momento, antes de finalmente ceder com um pequeno suspiro. "Só… lembra que temos um trabalho sério a fazer. Deixe as brincadeiras para depois da missão."

Maya sorriu, satisfeita por ter conseguido acalmar a situação. "Entendido, chefe."

Ela então se virou para os outros, que haviam assistido a cena com expressões que variavam entre o alívio e a contenção de risos. "Viu? Tudo sob controle," disse Maya, piscando para eles.

Mas quando Phoenix finalmente se afastou, ela deu um suspiro profundo e murmurou, ainda audível para os outros: "Da próxima vez, tenho que ser mais cuidadosa com o timing dessas imitações..."

Assim que Maya terminou de tentar suavizar a situação, os outros começaram a aparecer no laboratório um a um, como se tivessem sido convocados por um sinal invisível. Lena foi a primeira, deslizando pela porta com um sorriso no rosto. "Parece que cheguei na hora certa para pegar minhas coisas," disse ela, olhando ao redor do caos organizado de Tom com uma expressão divertida.

Em seguida, Marcus entrou, segurando um maço de papéis nas mãos. "Tom, preciso ajustar aquela modificação que você fez no meu visor. Ele está com um delay irritante," comentou, ignorando totalmente o olhar desesperado que Tom lhe lançou.

Maya olhou para eles, ainda com um sorriso divertido no rosto.

Tom, que estava tentando colocar de volta no lugar as esferas que Violet havia derrubado anteriormente, olhou para a crescente multidão com um olhar exasperado. "Vocês estão de brincadeira comigo, né? Isso aqui é um laboratório, não uma loja de conveniências onde todo mundo pode entrar e pegar o que quiser!"

Jade deu um passo à frente, levantando uma sobrancelha. "Tom, acho que você vai ter que se acostumar com a ideia de que seu laboratório virou o centro de distribuição oficial da equipe."

Tom olhou para ela, o desespero crescendo. "Se todos começarem a mexer nas coisas ao mesmo tempo, vamos acabar causando mais caos do que progresso! Esse é o meu espaço, pessoal, e eu não quero ver tudo bagunçado!"

Marcus, sempre o pragmático, deu um tapinha no ombro de Tom. "Relaxa, Tom. Só vamos pegar o que precisamos e sair daqui. Prometo que ninguém vai mexer nas suas esferas brilhantes."

Tom suspirou, ainda não totalmente convencido. "Tudo bem, mas sejam rápidos e, pelo amor de tudo que é sagrado, não toquem em nada que não saibam exatamente o que faz!"

Enquanto os outros começavam a pegar suas armas e equipamentos, Maya se aproximou de uma prateleira no fundo do laboratório, onde uma variedade de armas personalizadas estava disposta. "Ei, Tom, o que você acha de me emprestar aquela beleza ali?" Ela apontou para uma arma que parecia ter sido tirada diretamente de um filme de ficção científica.

Tom olhou para a arma, depois para Maya, claramente nervoso. "Essa aí não está totalmente testada ainda. Pode ser... instável."

Maya franziu o cenho, seus ombros caindo levemente enquanto olhava para a arma que tanto havia chamado sua atenção. Ela passou a mão pelo cabelo, meio desanimada, e soltou um suspiro pesado.

"Ah, sério? Eu estava realmente empolgada com essa…" Maya disse, a voz carregada de decepção. Ela deu um passo para trás, como se estivesse desistindo da ideia. "Mas se é instável, acho que vou ter que escolher outra coisa."

Antes que Tom pudesse protestar mais, Lena estava ajustando sua própria arma. Tom balançou a cabeça, resignado ao destino de seu laboratório naquela manhã caótica.

"Da próxima vez," murmurou ele para si mesmo, "eu vou trancar essa porta..."

Phoenix foi o primeiro a se aproximar de uma das bancadas, seu olhar focado em um conjunto de lâminas afiadas e armas de fogo de precisão. "Isso aqui deve fazer o trabalho," ele murmurou, testando o peso de uma das lâminas. Ele olhou para Tom e levantou uma sobrancelha. "Isso é o melhor que você tem, Tom?"

"Se você quer algo mais letal, vá buscar em outra parte," Tom respondeu, tentando manter a calma. "Mas essas lâminas têm um núcleo de titânio revestido com uma liga de cobalto, projetadas para cortar através de praticamente qualquer coisa."

Phoenix deu de ombros, satisfeito. "Bom o suficiente."

Enquanto isso, Jade se aproximou de Violet com um pequeno sorriso. "Tenho algo especial pra você, Violet," ela disse, entregando-lhe uma pistola compacta de design elegante. "Essa é uma das minhas favoritas. Leve, mas poderosa. Perfeita para alguém com suas habilidades."

Aceitei a arma com um leve tremor nas mãos, sentindo o peso inesperado contra a palma. "Espero que eu consiga usar isso direito," murmurou, tentando esconder a ansiedade enquanto evitava olhar diretamente para Jade.

Jade então se virou para Tom, que estava começando a parecer ainda mais nervoso ao ver o número crescente de pessoas em seu espaço. "Tom, você vai nos deixar pegar essas armas ou vai ter um ataque de nervos primeiro?"

"Por favor, peguem o que precisam e saiam," Tom resmungou, tentando esconder sua irritação enquanto arrumava freneticamente os equipamentos espalhados. "Só... não baguncem mais do que já está."

Marcus e Lena apareceram logo em seguida, cada um pegando suas respectivas armas sem muitas palavras. Marcus, com seu olhar sério, pegou um rifle de longo alcance, enquanto Lena optou por um par de pistolas automáticas.

Maya, ainda sorrindo depois de sua imitação de Phoenix, se inclinou para pegar um par de adagas afiadas que Tom havia preparado para ela. "Essas vão servir, Tom," disse ela, com um tom de voz descontraído. "Só espero que você tenha mais algumas dessas no estoque."

Tom lançou um olhar exasperado para Maya, mas antes que pudesse responder, ela piscou para ele. "Relaxa, eu só tô brincando. Você sabe que eu cuido bem das suas criações."

O laboratório estava agora cheio de pessoas, cada uma pronta para a missão, mas também contribuindo para o caos no espaço organizado de Tom. Ele soltou um suspiro longo e resignado, percebendo que, independentemente de quanto ele tentasse, seu laboratório nunca ficaria exatamente como ele queria quando toda a equipe estivesse junta.

"Vocês vão acabar destruindo esse lugar," ele murmurou para si mesmo, enquanto Violet e Jade se preparavam, trocando olhares cúmplices ao ver a reação de Tom.

Depois que todos pegaram suas armas, a equipe começou a se mover em direção à saída do laboratório. O ambiente estava carregado com uma tensão silenciosa, cada um perdido em seus próprios pensamentos sobre a missão à frente. Tom, que ainda estava ocupado com seus equipamentos, levantou a cabeça por um momento.

"Vou ficar aqui mais um pouco," ele disse, voltando a ajustar alguns dos dispositivos na bancada. "Preciso arrumar algumas coisas antes de sair. Vocês podem ir na frente, eu alcanço vocês em breve."

Eu hesitei por um momento, ainda segurando a arma com certa insegurança, mas segui os outros, sentindo o olhar de Tom em suas costas por um breve segundo antes de ele voltar ao seu trabalho. O som das portas de metal se fechando atrás deles marcou o início da missão que se desenrolava diante de nós.