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Softness Remix

Capítulo 3 (Part II): I'll Be There For You

Capítulo 3 (Part II): I'll Be There For You

Oct 23, 2024

Kaito, como de costume, chegou ao seu lado, mordia um pedaço de pão de Yakisoba e trouxe um para Makoto, enquanto olhava os poucos estudantes que passavam pelo pátio.

— Yo, Makoto — Kaito quebrou o silêncio, a voz carregada de uma preguiça tão genuína que quase dava para ouvir o bocejo por vir.

Ele apoiou o queixo nas mãos e lançou um olhar de canto, um sorriso enviesado já se formando nos lábios. 

— Reparou na menina nova, não reparou?

Makoto deu de ombros, sem tirar os olhos do livro aberto em seu colo. Uma tentativa meio inútil de manter o foco, já que ele sabia que Kaito estava apenas começando a puxar papo. 

— E tem como não notar? — Ele ergueu as sobrancelhas.

Kaito sorriu um pouco mais, como se estivesse saboreando cada palavra trocada, como sempre fazia quando conseguia a atenção do amigo.

— Bem bonita, né? — disse ele, de modo que parecia ser mais um pensamento em voz alta do que uma pergunta. — Tem um olhar... diferente, aquela agressividade felina, cê reparou? 

Makoto deixou o livro de lado, marcou a pagina com uma dobra na ponta, finalmente se rendendo ao papo. Ele se inclinou para trás do banco, entrelaçando as mãos atrás da cabeça, como se estivesse preparando a réplica. O tempo estava consideravelmente bom e preguiçoso.

“Agressividade felina? Ela me lembra algo mesmo…”

— Mas também parece meio desligada, não acha? — Ele fez uma pausa, esboçando um sorriso de canto — Ela ficou brincando com a lapiseira como se fosse uma varinha mágica. Achei que fosse quebrar aquilo. 

—Estresse?

—Pode até ser.

— Talvez ela seja... sei lá, estranha? Ou melhor, entediada demais para se preocupar com as coisas simples. Um pouco dos dois, quem sabe. — Ele lançou um olhar malicioso para Makoto.— Me lembra um certo alguém que eu conheço.

— Porque eu sou conhecido por ser super atento às aulas e nada esquisito, né? 

— Relaxa, meu velho. Você sabe que é por isso que a gente se dá tão bem. Dois incompreendidos, meio perdidos na vida, fingindo que não se importam.

Makoto balançou a cabeça.

— Sim, sim, claro, eu sou o gênio misterioso e você o filósofo preguiçoso. 

Kaito fingiu um suspiro dramático, colocando uma mão sobre o peito.

— Nossa, que cruel. Só porque você tem esse ar todo de 'não ligo pra ninguém', acha que pode me julgar?

— Eu não sou assim

Makoto riu, o som descontraído e baixo, e deu de ombros de novo, desta vez de forma mais relaxada.

— Eu só digo a verdade, meu amigo. E você sabe que, no fundo, adora quando eu faço isso. Prefere alguém que fale na sua cara do que ficar ouvindo sussurros fatais pelas costas, certo?

— É, é... — Ele balançou a cabeça, sem esconder o incômodo que se misturava a um meio sorriso. — Mas às vezes, sabe... seria bom um pouco de delicadeza. Só um pouquinho.

— Hah, delicadeza nunca foi meu forte. — Kaito respondeu, soltando uma risada curta, antes de dar um leve empurrão no ombro do amigo. 

— Mas mudando de assunto, já reparou como a Watanabe é... distante?

— Distante, com certeza. — Ele admitiu, desviando o olhar para algum ponto no horizonte, como se quisesse escapar daquela conversa. — Mas você também anda meio fora de órbita, cara. Eu já perdi a conta de quantas vezes te peguei espiando.

— Espiando é exagero, vai. Só observo... de vez em quando. — Ele tentou se justificar, com um riso nervoso, enquanto coçava a nuca. — E, afinal, alguém precisa manter um olho aberto. Só... pra garantir, sabe?

— Ah, claro, claro. "Só pra garantir". — O amigo imitou, usando um tom carregado de ironia. — É, claro que sim. Aposto que é só por preocupação pura e inocente, né?

— Ok, ok, talvez não seja tão inocente assim... — Ele suspirou, o rosto ficando levemente ruborizado. — Mas e daí? Você não é exatamente o modelo de alguém com a cabeça no lugar também, certo?

— Vai que é só o primeiro estágio…

— Pra quê?

— Aquela doença que chamamos de amor! 

Makoto, tomado por uma onda de emoções constrangedoras, sentiu seu rosto aquecer em um rubor intenso, como se a própria vida pulsasse em suas bochechas. 

A intensidade do momento o envolveu, fazendo com que sua reação transbordasse em uma explosão de timidez.

—Makoto-chan está virando um menino meigo.

— Você é insuportável, sabia? Só tem alguma coisa nela que não faz sentido.

— Algo que não faz sentido? Tipo o quê? A forma como ela olha pro nada? Ou talvez o jeito que ela desaparece sem deixar rastro?

— Exatamente. Tipo, ela é bonita, certo? Mas é como se não se importasse com isso. E tem sempre aquele olhar distante, como se estivesse vendo algo que a gente não vê.

— Quem diria que você era um romântico?

—Só sabe fazer piadinha, né? Por que ainda falo com você mesmo?

— Porque somos melhores amigos. Resposta fácil. Mas se você está me negando tanto…então infelizmente não poderei te passar uma informação secretamente secreta sobre ela…Que pena…

—E qual seria a informação, James Bond?

—Cadê o faz-me rir antes?

—Te dou todos os volumes finais de Valkyrie Maid Wars!

—Falou minha língua agora. Olha, rolou um boato aí, de uma fonte extremamente confiável e segura. Duvido você acertar onde Watanabe fica no intervalo.

—Uma nômade?

—Errado, shounen. Ela fica no terraço do prédio antigo. Dizem que ela vai pra lá depois das aulas. Fica sozinha o intervalo inteiro. Meio sinistro, né?

— E de onde você tirou isso?

— Quem tem boca vai a Roma, parceiro. Só precisa saber com quem falar.

— Kobayashi disse isso?

— Não, foi a adorável Ayumi-sensei, ou, para os não tão íntimos assim, Moriguchi-sensei. Você esqueceu que ela é a coordenadora do clube de subculturas? Achei que você prestava mais atenção.

— Moriguchi-sensei? E ela foi te falar sobre a vida secreta dos alunos assim, na boa?

— Claro que não, seu idiota. Preste atenção. Puxei assunto com ela, principalmente sobre…coisas de clube.

—Também conhecido como otakisse!

—Caladinho ai, o mestre tá contando histórias. Joguei uns comentários despretensiosos... sabe como é, habilidades de uma pessoa comunicativa. E ela acabou soltando umas coisas por acidente, como, por exemplo, seu desejo de que Watanabe-san fosse membro do clube de subculturas.

— Ayumi tá sondando a Watanabe?

— Elas sempre estão conversando. Watanabe até mesmo ajudou carregando algumas caixas um dia. A Sensei vive dizendo que Watanabe tem um gosto peculiar para literatura e música. Algo que ela traz da cultura do lugar de onde veio, provavelmente. Talvez uma influência de sua terra natal... Não sei ao certo, mas parece que há algo de especial na forma como ela entende essas coisas.

— E a Watanabe aceitou entrar para o clube?

— Até agora, não. Ela ainda não deu uma resposta positiva. A Sensei mencionou que ela parece ter... como posso dizer... uma certa resistência com clubes. Algum tipo de problema com isso, que ela nunca deixa muito claro.

— Entendi. Então, qual seria o próximo passo?

— Bom, já que ela não se decidiu, vamos para o plano B. Precisamos descobrir o que exatamente a incomoda sobre os clubes. Talvez tenha algo que possamos mudar, uma abordagem diferente que torne a ideia mais atraente para ela.

—É aí que temos a segunda parte da historinha toda. Sabemos que Watanabe tem o carinho da Ayumi-sensei, certo?

—E?

—Watanabe descobriu o prédio antigo, provavelmente por ser um lugar menos movimentado. Ayumi-sensei, sempre aquela amiga que sabia quando oferecer uma ajuda discreta, entregou-lhe a chave. Era a chave que destrancava a porta para as escadas laterais, um caminho até o terraço que poucos conheciam. Além disso, ela adotou um gatinho que está aqui nesta escola. Onde está, o que come e como vive? Somente aqui, no Kaito Repórter da semana.

— Você parece se divertir muito com isso.

— A vida precisa de um pouco de emoção, shounen. Mas, olha, se quer mesmo saber o que rola na cabeça dela, por que não pergunta? Agora você tem a oportunidade perfeita para isso!

— Perguntar o quê? “Oi, tudo bem? Você parece que tá sempre num lugar diferente. O que tá acontecendo aí dentro?”.

— Bom, não desse jeito, óbvio. Mas quem sabe uma abordagem mais... direta? “Ei, qual é a desse seu lance misterioso?” Pode até funcionar. Ou, você pode fazer ainda melhor…

— Melhor como exatamente?

— A linguagem humana, ela evoluiu ao longo de milhares e milhares de anos. — Kaito gesticulava com as mãos, quase desenhando linhas no ar, como se estivesse tentando captar toda essa vastidão de tempo entre os dedos. — Pensadores, poetas, filósofos... todos contribuíram para o modo como a gente fala hoje, entende? Foram séculos de complexidade, nuances, significados escondidos nas palavras. E aí você chega...

Ele fez uma pausa dramática.

— ...Chega como uma pessoa comum, uma pessoa normal, e diz...— Ele imitou uma voz mais séria, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo. — Preste só atenção nisso... “Bom dia!”

— “Bom dia”?

— Exatamente. É só isso. Toda essa evolução, toda essa construção cultural de linguagem... e a primeira coisa que sai da sua boca é um simples “Bom dia!”. — Ele balançou a cabeça, fazendo uma expressão de falsa decepção. — Quer dizer, cadê a poesia? Cadê o impacto dramático?

—Só isso? Você faz parecer tão fácil.

— E não é? O máximo que pode acontecer é ela te ignorar, ou pior, te achar um louco. Mas quem sabe, né? Vai que ela até gosta da ideia de alguém perceber que ela existe.

— Você é mesmo um péssimo conselheiro...

— Eu tô tentando ajudar! — A voz de Kaito saiu mais firme do que o de costume, quase um tom de frustração. Ele olhou diretamente para Makoto — Já parou pra pensar que talvez ela tenha procurado interação esse tempo todo? Que talvez, apesar do jeito quieto dela, estivesse tentando se aproximar do pessoal da sala? Você ouviu tudo, certo?

Makoto desviou o olhar, desconfortável. Ele sempre evitava esse tipo de confronto, preferindo se esconder atrás de um ar de despreocupação. Coçou a nuca, sem saber muito bem o que dizer.

— Nunca notei isso... — respondeu, hesitante, com a voz quase apagada.

— Pois é, eu não esperava outra coisa de você. Você é do tipo que prefere passar batido por essas coisas, né? Indiferente até demais, sempre aí no seu mundinho, sem perceber o que acontece ao redor. 

Makoto franziu as sobrancelhas, tentando manter a compostura diante do ataque, mas sentia o rosto esquentar. Ele odiava quando Kaito acertava essas verdades na cara dele.

— Ei, não é assim também. Eu só... não sou muito bom em ler as entrelinhas. — Tentou se defender, mas a voz saiu mais fraca do que gostaria, e ele sabia que Kaito já tinha notado.

Kaito deu uma risada curta, mas sem humor, balançando a cabeça.

— Se não fosse pela Ayumi-sensei, eu também não teria notado de cara, tá legal? Mas, sabe, eu aprendi a ouvir as pessoas, a reparar no que elas não dizem em voz alta. E a Sensei tá certa sobre ela. A Watanabe, mesmo com aquele jeito meio na dela, é amigável, só precisa de um empurrãozinho pra se soltar. — Ele fez uma pausa, deixando as palavras pairarem no ar, antes de continuar. — Se você não for dar esse empurrão, pode ter certeza de que eu vou.

Makoto encarou o chão, sem responder de imediato. Sabia que Kaito estava falando sério, e no fundo, sabia que ele também tinha razão. Mas admitir isso era outra história. E por um momento, o silêncio entre eles parecia tão pesado quanto todas as coisas que ele sempre evitava pensar.

— Como se você tivesse coragem pra isso... — Makoto retrucou, cruzando os braços e tentando soar confiante, mas seus olhos traíam um tom de ceticismo.

— Ah, tá duvidando de mim agora, é? — Kaito ergueu uma sobrancelha, um sorriso provocador surgindo no canto dos lábios. — Escuta, eu não tenho medo, diferente de você. Só não tô afim de roubar o protagonismo de um romance que, sinceramente, não acontece. Alguém tem que fazer alguma coisa, e você só fica parado aí, perdido na sua indecisão.

— Como assim, “não acontece”? — Makoto estreitou os olhos, tentando entender o que Kaito queria dizer, mas sentia que o amigo estava sempre um passo à frente em suas provocações.

— Você é o plano B do clube de subculturas, Makoto. — Kaito deu de ombros, como se estivesse apenas explicando um fato óbvio. — Fica de olho nela o tempo todo, mas nunca sabe onde ela realmente está. E agora, que finalmente sabe, você fica travado, sem coragem de trocar uma palavra com ela. Mas agora, meu amigo, você tem uma desculpa perfeita pra ir até lá, ao menos pra tentar começar alguma coisa, nem que seja um "oi".

Makoto assentiu levemente, seus olhos focados em algum ponto distante, a expressão mais séria, como se pesasse as palavras de Kaito. 

Mesmo que sentisse incômodo daquelas verdades sendo jogadas na sua cara, mas, no fundo, sabia que havia algo de certo nelas.

— E por que você se importa tanto com isso? — Ele perguntou, a voz mais baixa, quase um sussurro. Não era uma pergunta desafiadora, mas uma que carregava mais insegurança do que ele gostaria de admitir.

Kaito soltou um suspiro exagerado. Makoto, fazendo-o cambalear para o lado. Seu sorriso era uma mistura de provocação e algo que poderia quase ser interpretado como encorajamento.

— Porque, idiota, não há nada que te impeça de ir falar com ela. E, além do mais... eu também fiquei interessado nela como uma…provável boa amiga.

— E isso é algum motivo? — Makoto franziu o cenho. Não sabia se aquilo era um desafio ou apenas mais uma das provocações sem fim de Kaito.

— É motivo suficiente, pra mim! — Kaito respondeu de imediato, o sorriso ainda presente, mas havia um tom de seriedade em sua voz que Makoto raramente ouvia.

— De onde tirou toda essa responsabilidade de repente? — Makoto rebateu, tentando recuperar o controle da conversa, mas a pergunta soou mais como uma dúvida sincera do que uma tentativa de afronta.

— Sempre fui assim, seu lerdo. — Kaito deu uma risada curta, mas havia um peso em seu olhar que Makoto não pôde ignorar. — A culpa é sua se nunca notou. Eu sempre tento dar um empurrão nas coisas que ficam paradas demais. E agora, eu tô tentando empurrar você.

Makoto desviou o olhar, sentindo o peso das palavras do amigo. Talvez, no fundo, ele soubesse que Kaito estava certo. Mas aceitar isso? Essa era a parte difícil.

— Por que você é assim?

— Pelo fato de ser seu melhor amigo!
Shintomoe
Okinawano

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