Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Softness Remix

Capítulo 5 (Part II): Zen Zen Zense

Capítulo 5 (Part II): Zen Zen Zense

Oct 31, 2024

Makoto tentou encontrar as palavras, mas sua mente parecia rodar em círculos. Ele abriu e fechou a boca algumas vezes, como se tentasse formular uma resposta decente, mas acabou apenas soltando um suspiro pesado. 

“É meu fim!” Foi a conclusão de Makoto. "É óbvio que iria notar...".

Larissa não olhou, apenas soube que uma pane surgiu na cabeça do garoto e se divertiu com a situação. Em poucas palavras conseguiu desarmá-lo. Ela continuou:

— Normalmente as pessoas falam o nome completo, certo?

— Hã? Eu? Sou Makoto Hinode. — Ele arqueou uma sobrancelha, tentando esconder o desconforto que sentia. A postura tensa o traía, como se ele tivesse sido pego em flagrante.— E, olha, eu... não estava te encarando.

Larissa soltou uma risadinha cínica, cruzando os braços e se inclinando levemente em sua direção.

— Ah, vai mesmo negar? Sabe, por um segundo achei que fosse algum tipo de stalker esquisito. Meio... pervertido.

— Pervertido? — Ele franziu o rosto, surpreso, e riu nervoso, enquanto seus olhos vagavam para qualquer lugar que não fosse o rosto dela. 

— Me senti tão indefesa quando sentia esse olhar…

— E você também estava me observando? 

— Acho que é difícil ignorar quando alguém fica te espreitando!—retrucou, seus lábios se curvando de forma desdenhosa.

— Olha, não é nada disso — ele murmurou, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encará-la com determinação renovada. Não tinha como voltar atrás— Eu só... pensei que você parecia, sei lá, meio solitária.

Larissa ficou um tanto incrédula, como se ele tivesse acabado de dizer algo absurdamente tolo. Entretanto, achara curiosamente adorável.

— Então você ficou todo esse tempo me comendo com os olhos como um completo lunático... só pensando nisso?

Ela balançou a cabeça, fingindo uma indignação, mas o brilho no olhar dizia outra coisa. Uma coisa boa e interessante

— Tem algo assim... tão fascinante em mim pra você não conseguir desviar o olhar?

— Fascinante? Não diria fascinante, exatamente. — A mão de Makoto voltou à nuca, um reflexo nervoso. — Só... diferente, talvez.

— Diferente, é? — perguntou, com um sorriso travesso. — Então me diga, Ma-Ko-To-Kun... diferente como?

Ele hesitou, mas respondeu, olhando-a com uma intensidade que antes tentara esconder. 

— Talvez mais como... um ponto de caos no meio de tanta ordem. Quer dizer, não que você seja uma pessoa caótica…ou…algo…assim.

— E o caos te atrai, então?

Makoto esboçou um sorriso, finalmente recuperando parte da confiança. 

— Talvez eu só tenha uma queda por coisas que não fazem sentido à primeira vista.

— Hum... Isso explica muito — murmurou Larissa, encostando ombro a ombro com Makoto. Ele não se incomodou com isso, apesar de sentir seu sangue aquecer.—Precisa melhorar suas cantadas, mas confesso que foi bonitinho.

Seu rosto estava mais vermelho do que nunca e sentia seu corpo quente e suas mãos suando. Por algum motivo Larissa tinha uma resposta perfeita a cada frase de Makoto.

Larissa permaneceu em silêncio, deixando que se acomodasse entre eles. Seus olhos fixaram-se no rosto de Makoto, captando cada detalhe, como quem observa uma pintura em busca de nuances ocultas. 

Ela estreitou os olhos, deixando escapar um sorriso discreto, quase travesso, enquanto observava a inquietação dele. 

Quase conseguia ouvir seus batimentos cardíacos.

Ele era transparente, revelando cada pensamento e sentimento com uma sinceridade que a deixava entre o encanto e a incredulidade. 

“Tão honesto,” murmurou mentalmente, deixando o pensamento escapar em uma expressão suave, “Como um filhote ingênuo, tentando não se enrolar nas próprias patinhas.”

Larissa passou a notar esses detalhes com uma frequência quase metódica, como se cada gesto dele fosse uma batida em um compasso que ela já sabia de cor. 

Havia o hábito dele de coçar a nuca, claro, principalmente quando estava desconfortável — mas ela sabia que também era algo que ele fazia em momentos de nervosismo ao seu lado. 

Era engraçado como ele tentava disfarçar, achando que os pequenos gestos passavam despercebidos. Para ela, era tudo, menos despercebido. Era quase como um ritual, uma sequência de movimentos que a encantava pela simplicidade e pela pureza com que ele se revelava.

Mas Larissa sabia. Sabia, e adorava o fato de ele ser tão… bom em ser quem era.

Os segundos se alongaram enquanto ela mantinha o olhar firme.

Makoto sentiu o peso da análise dela. E entendeu o sentimento de animais em zoológicos. Ele forçou-se a encará-la de volta por um breve momento, mas logo o desconforto o fez desviar o olhar, como se os olhos dela fossem um espelho incômodo demais, revelando coisas sobre si que ele preferia esconder. 

E, apesar da tentativa de manter a compostura, o coração acelerava em seu peito, batendo em descompasso. 

Larissa inclinou a cabeça, como se tivesse encontrado algo interessante na forma como ele reagia. Ela cruzou os braços devagar, sem pressa, continuando a estudá-lo.

Makoto respirou fundo, sentindo a necessidade de romper aquele momento. Mexeu-se mais uma vez, hesitante, antes de arriscar um comentário qualquer, algo que pudesse quebrar o silêncio. 

— Já jogou shiritori? — A pergunta saiu com um tom de casualidade ensaiada, um pouco desconcertado.

— Ah, então a gente apela pra jogos infantis quando falta assunto? — ela brincou, inclinando-se, voltando a sua posição normal— Mas sim, conheço.

— Bom, se sabe japonês, então consegue jogar. Vamos lá, sem fugir agora.

Ela descruzou as pernas e mudou de posição, quase como se estivesse se preparando para uma competição importante. 

— Tudo bem, Makoto-kun. Mas começa você, quero ver seu "nível"

Ele assentiu, fechando os olhos por um segundo antes de começar. 

— Sakura.

Ela rebateu sem hesitar 

— Ramen.

— Neko.

— Koi.

— Ichigo.

— Gomen.

— Sério? "Gomen"? Essa foi fácil demais, parece que nem tá tentando.

— Desculpa, não sou uma poetisa das palavras japonesas.

— Nashi.

— Shinigami.

— Mikan.

Larissa pausou, a resposta pronta na ponta da língua, mas algo na escolha dele a desarmou. 

— Ok, me pegou. Admito a derrota.

Makoto a olhou, surpreso, inclinando-se na direção dela.

— Desiste fácil, hein? Eu esperava uma rival à altura.

Ela segurou o olhar dele, um sorriso surgindo lentamente. 

— Hoje você ganhou, mas só porque eu deixei.

Outro silêncio. Larissa notou como o silêncio entre eles parecia familiar. Quase como se ele fosse sua cúmplice.

E o sentimento de ter alguém ao seu lado fez seu coração bater.

Não era desconfortável; ao contrário, era como se aquele pequeno espaço no terraço tivesse se tornado um refúgio momentâneo, um mundo à parte do colégio.

Ele se apoiou no parapeito, olhando para as ruas que se estendiam até onde sua visão alcançava, e, em algum ponto, ali no horizonte, ele tentava encontrar as palavras que não sabia que precisaria dizer.

“Como ela consegue ficar sentada num lugar tão alto?” Makoto imaginou razões para isso.

Larissa, que até então apenas o observava, inclinou-se levemente para frente, como se esperasse que ele finalmente rompesse o silêncio que preenchia o espaço entre eles. 

Ela não estava com pressa, mas havia uma curiosidade em seus olhos, uma espécie de urgência camuflada sob a tranquilidade de sua postura.

— Ei, você acha que... a gente poderia ser amigos? 

A voz de Makoto saiu meio hesitante, como se ele temesse a fragilidade da própria pergunta. Não era apenas uma questão lançada ao acaso; havia algo ali que ele próprio ainda estava tentando decifrar. 

Falou por impulso novamente, como havia feito mais cedo.

Sentiu-se estranho.

Larissa arqueou uma sobrancelha. Seu olhar percorreu o rosto de Makoto, buscando interpretar as intenções por trás daquelas palavras. 

— E o que seria, exatamente, o seu conceito de amizade, Pequeno Príncipe?

Makoto desviou o olhar novamente para a cidade, como se a resposta estivesse escondida entre os telhados que se amontoavam ao longe, ou talvez nas nuvens que se arrastavam lentamente pelo céu. 

Ele apertou os lábios, escolhendo cuidadosamente cada palavra antes de deixá-las sair, quase como se temesse que um deslize pudesse desfazer a atmosfera que se criava ali.

— Amigo, pra mim, é alguém que te traz um conforto desconfortável — ele disse, finalmente, depois de uma longa pausa, sua voz quase se perdendo no vento que passava por eles. — Sabe? Alguém que você pode ser sincero, sem precisar esconder as partes feias. 

Larissa o encarou por um momento. Não era uma resposta simples, tampouco algo que ela esperaria de alguém como Makoto, que sempre parecia tão reservado até o momento, como se escondesse seus pensamentos por trás de uma máscara de indiferença. 

“Garoto estranho…Ele está ali, falando sobre esse tal de "desconfortável conforto", mas olha pra ele... tão à vontade agora…”

Ela mordeu de leve o lábio inferior, inclinando a cabeça para o lado, enquanto processava o que ele dissera, como se tentasse pesar o significado daquelas palavras em sua própria balança interna.

“Talvez seja exatamente isso. Tem algo na presença dele que me faz baixar a guarda, que me faz sentir... normal. Como esse estranho tem tanto efeito sobre mim?”

O vento soprou novamente, balançando levemente os cabelos de Larissa, que ainda ponderava a resposta.

— É uma maneira bem esquisita de ver as coisas, sabia? — ela disse por fim, sua voz carregando uma leve provocação, mas também uma ponta de admiração.

Makoto deu de ombros, os cantos de sua boca esboçando um sorriso quase imperceptível. 

— Talvez. Mas é o que faz sentido pra mim. — Sua voz carregava uma firmeza sutil, como se estivesse revelando uma parte de si que raramente deixava os outros verem.

Larissa soltou um suspiro profundo, desviando o olhar para o céu. 

Seus pensamentos pareciam dançar entre as nuvens. Era um olhar distante, mas cheio de significado, como se ela tentasse organizar as próprias ideias antes de traduzi-las em palavras. 

Depois de alguns segundos, ela voltou a encará-lo, e o brilho brincalhão que antes estava em seus olhos agora havia sido substituído por algo mais sério, mais sincero.

— Acho que, pra mim, amizade é algo sobrenatural. Simplesmente acontece num dia de sorte. Só que, no fim, depende de cada um de nós pra manter isso. E a sorte, bom... ela costuma favorecer os ousados, aqueles que não têm medo de arriscar um pouco.

Talvez uma história não contada, um desejo velado de que as coisas fossem tão simples quanto ela descrevia. 

Ele assentiu devagar, absorvendo o que ela dissera, como alguém que encontra um livro antigo em uma prateleira empoeirada e sente que há algo valioso ali, mesmo que ainda não compreenda totalmente.

— Eu entendo. 

Ele não estava decepcionado pela resposta enigmática de Larissa, tampouco esperava algo definitivo. Apenas o fato de ter tido aquela conversa já parecia ser uma pequena vitória.

Ela riu suavemente, como se aquela resposta a tivesse desarmado de algum jeito. 

— Mas você ganhou cinco pontos extras. Essa é a primeira conversa agradável que tive nessa escola… — A provocação em sua voz não escondia a verdade por trás da brincadeira.

— Obrigado. Eu acho. 

— Eu que agradeço, Makoto. — Larissa disse, suas palavras flutuando no ar antes de desaparecerem na brisa. — Mas, por enquanto, ficar filosofando sobre é uma perda de tempo. Acho que é melhor a gente voltar pra sala.

Makoto se endireitou, pronto para seguir o fluxo que Larissa ditava. 

— É, tem razão.

Larissa deu alguns passos à frente, mas então se virou para ele, lançando um olhar por cima do ombro, os olhos brilhando 

— E aí, vai vir ou vai ficar aí pensando no que poderia ter sido? Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas, Makoto-kun!

— Já estou indo, calma aí. — Ele respondeu, apressando os passos para acompanhá-la enquanto desciam as escadas do terraço, cada degrau um pouco menos pesado do que antes. 

Eles caminharam lado a lado, sem precisar de mais palavras, mas com a sensação de que algo havia mudado, como se o mundo ao redor tivesse adquirido um novo tom, mais vivo e cheio de possibilidades.

Mas, por ora, a resposta de Larissa ficaria para outro dia, escondida em algum canto daquele.

E, de algum modo, aquilo já era o suficiente para ambos.
Shintomoe
Okinawano

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 75.4k likes

  • Invisible Boy

    Recommendation

    Invisible Boy

    LGBTQ+ 11.5k likes

  • Blood Moon

    Recommendation

    Blood Moon

    BL 47.6k likes

  • The Last Story

    Recommendation

    The Last Story

    GL 44 likes

  • Touch

    Recommendation

    Touch

    BL 15.5k likes

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 43.3k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Softness Remix
Softness Remix

520 views1 subscriber

Uma brasileira isolada em um país distante encontra um garoto entediado, preso na monotonia de sua própria rotina. Entre encontros desajeitados, os dois descobrem que às vezes o que parece simples pode se transformar em algo especial. Uma história leve de amor que floresce nas menores coisas.
Subscribe

10 episodes

Capítulo 5 (Part II): Zen Zen Zense

Capítulo 5 (Part II): Zen Zen Zense

35 views 0 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
0
0
Prev
Next