Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Rastros de Silêncio

II. Rastros de um anel roubado (Parte 1)

II. Rastros de um anel roubado (Parte 1)

Dec 09, 2024

Pouco tempo se passou, e logo após terminar alguns outros casos pendentes, Davi aceitou não só um novo caso bem complicado, mas também trabalhar com um garoto dez anos mais novo que ele... Miguel já notava que seu novo "superior" tinha um estilo de vida, para dizer o mínimo, irregular.

Entretanto, o detetive Davi terminou seus casos, que normalmente eram sobre algum adultério, enquanto Miguel ficava lá para auxiliá-lo, seja fazendo café, aparentemente a sua bebida favorita, ou ajudando a pesquisar informações de clientes nas redes sociais ou até mesmo usando sua habilidade de fotógrafo para ajudar nas flagrantes.

Nesse tempo que passaram juntos, Davi mostrou uma grande antipatia por Miguel, o que não havia ocorrido com outras pessoas. Ele até pensou se iria conseguir aguentar essa pessoa por mais tempo, até que atingiu um caso no escritório que eles tiveram que investigar e eventualmente fez ambos se aproximarem.

Era apenas um dia comum, uma manhã fresca, perfeita para a primavera. O sol iluminava mas o vento era suave. Foi quando se ouviu um: "Bom dia, bom dia!!" Era Miguel, empolgado, ao chegar no pequeno escritório.

"Já está aqui?" indagou, de forma impactante, como se tivesse encontrado seu professor de matemática logo pela manhã.

"Sim, ah!" Ele parou imediatamente ao perceber que o detetive estava com uma aparência cadavérica, pálido e com olheiras escuras, mostrando-se quase zumbificado. Indignado, protestou: "Não acredito que precisou madrugar de novo, poxa! Eu já falei que café demais não faz bem, cara!"

"Tá, tá," disse com a mesma energia de uma criança que não quer ouvir o que os pais dizem. Assim, ele pegou o celular para verificar o horário e ficar a par das notícias.

Assim que ele abriu a aba do jornal, Miguel se esgueirou atrás da cadeira: "Oh, está lendo esta notícia? Falaram dela no final de semana, né? Era sobre uma loja de joias, eu acho?"

"É, aqui diz: Na tarde movimentada de sábado (9/9), em um luxuoso shopping em São Paulo, foi palco de um assalto em uma loja de joias. O incidente ocorreu quando um homem mascarado, que alegava estar gripado, entrou na loja vestindo roupas elegantes, não levantando suspeitas até ser atendido. Ele lentamente se dirigiu à vitrine, observou e então pegou um anel em ouro branco 18k com diamante e fugiu às pressas, os seguranças conseguiram detê-lo com sucesso, mas não o anel roubado."

"Uau, conseguiram pegá-lo mas não o anel?" perguntou curioso.

"Eu não sei como ele pode fazer isso só por um anel." Parecia que ele estava realmente pensativo sobre o motivo, mas como pensar não resolve nada, deu de ombros e foi vendido aos outros assuntos mais falados no país.

"Será que ele é um velocista que precisava de dinheiro? Mas as câmeras não pegaram nada sobre os cúmplices dele?" Miguel realmente estava tentando moldar os fatos a uma teoria mirabolante.

"Nada, mas chega disso, vamos limpar esse lugar," repreendeu o detetive, assim começaram a limpar.

Os dois estavam terminando de organizar o escritório. Afinal, no dia anterior, o escritório havia recebido uma ligação e marcado para esta tarde uma consulta. Sim, eles estavam esperando sua nova cliente.

"Será que ela já está chegando? Já tá quase na hora, não é?" Miguel perguntou impaciente para Davi.

"É quase isso, ela ainda não chegou. Vamos esperar dar o horário, caramba!" Davi suspirou ao dizer, completamente impaciente.

Miguel notou que Davi exercia uma forte influência sobre ele no escritório, pois ele sempre tentava agradá-lo, mas o detetive era alguém que só se demonstrava gentil quando necessário.

Foi então que ouviram alguém bater levemente na porta de madeira avermelhada. Miguel se aproximou e, ao abri-la, viu uma senhora de cerca de cinquenta anos. Ela o cumprimentou ao entrar, mostrando toda a sua casualidade com seus cabelos cinzentos e vestida de forma casual com peças delicadas que mostravam seu charme e simplicidade. Era evidente, em seus olhos castanhos, a preocupação que a dominava. Miguel conduziu aquela figura abalada até uma cadeira, onde ela se sentou à frente de Davi, que havia mudado completamente sua expressão para uma face mais acolhedora, o que fez Miguel revirar os olhos e se apoiar em uma das estantes.

A senhora começou a narrar seus acontecimentos: "Boa tarde, Seu Davi. Obrigada por me receber."

"Boa tarde, Sra. Torres. Pode me contar como posso ajudá-la hoje?" Disse ele de forma educada e calma ao servir-lhe uma xícara de café que Miguel havia preparado.

Ela parecia bem triste ao relembrar, mas começou a narrar sua história: "Eu te contei que sou proprietária de uma lojinha de bijuterias, não é? Bem, poderia chamar de bazar também, mas faz uma semana que ela tem sido alvo de roubos durante a noite, depois que a loja é fechada. O estranho é que o ladrão só levou umas caixinhas de música."

"Então a senhora não tem ideia de quem possa ser o ladrão? Não tem câmeras de segurança na loja?" Perguntou o detetive.

A senhora então respondeu: "Não tenho ideia de quem possa ser. Afinal, a loja é um lugar simples, e a rua sempre foi muito tranquila, então nunca vi necessidade de câmeras."

"Sim, entendo bem. Vamos até a loja agora, agora mesmo," ele disse, levantando-se da cadeira e apanhando seu blazer verde como as árvores que balançavam ao doce vento primaveril.

Ambos os presentes na sala ficaram surpresos, mas, por outro lado, Davi parecia tão motivado que todos o seguiram pela porta até o local do mistério, que se chamava: Florescência Bijoux.

Ao chegar, observou-se uma pequena lojinha com uma simples fachada com uma variedade de objetos como roupas, sapatos, brinquedos e outras quinquilharias bem destruídas nas prateleiras e cabides. Ao chegar no local, além de Davi, Miguel e a proprietária, Sra. Lena, havia um homem presente, um funcionário de olhos verdes, cabelo castanho e corpo esguio. Ao vê-los chegando, ele os cumprimentou. A única entrada para o pequeno cômodo era o portão da frente, o qual eles haviam entrado, as janelas eram pequenas demais para uma pessoa passar, servindo somente para a circulação de ar.

Davi perguntou à proprietária do local onde o ladrão havia arrombado, e a senhora preocupada respondeu: "Ele sempre vem depois que eu fecho esse portão. Aqui, nessa prateleira, eu coloco as caixinhas assim."

Davi começou a examinar os arredores da loja, procurando algo de mais valor. Enquanto isso, Miguel começou a tirar fotos do local, para analisar mais tarde. Após terminar de averiguar o local, Davi pegou um caderninho e começou as perguntas.

"Está acontecendo há uma semana, certo? Notei que nem todas as caixinhas do local foram levadas."

"Na verdade, recebi várias, como doação e às vezes eu mesma compro. Ele vem levado dessas," disse ela, mostrando uma foto no celular. "Essa é de um conjunto de caixas de música que comprei há duas semanas, e só essas vêm sendo levadas."

"Ah, entendi e há mais algum funcionário, além desse rapaz?"

"Não. Só de vez em quando, há uns conhecidos, clientes regulares, ou meu irmão mais novo vem me ajudar na organização da loja."

"Hum? A senhora tem irmão?"

"Sim, um, ele é uns dez anos mais novo. Ele se chama Gustavo Torres. Sempre que preciso dele, ele me ajuda a organizar as coisas mais pesadas."

"É sobre os seus clientes regulares..." O dito interrogatório continuou, não havia muita informação relevante até que ele perguntou: "A foto que você mostrou pra mim não foi tirada aqui na loja, onde foi?"

"Na minha casa, pois achei muito formosa e a coloquei na cômoda ao lado da minha cama."

"Entendi. Então, obrigada, posso conversar com você...?"

"É Carlos, Carlos Santos. Tudo bem, não vejo porque não, né?"

"Portanto notou alguém estranho rondando por aqui?" perguntou o detetive com sua voz rouca soando séria ao funcionário.

"Hmm... Não, tudo tava tudo normal. As senhoras mão de vaca que sempre vêm não mudaram, os apostadores que sempre aparecem para conversar, os adolescentes curiosos ah! Mas... não deixa"

"Uh? 'Mas' o quê? Pode me falar?"

"Bom, é estranho que ele não tenha vindo mais ultimamente... Mas não quero espalhar fofoca então..." Parecia que ele estava quase se coçando para falar.

"Vai, por favor, fala aí!" Miguel, que estava quieto ao lado do detetive, finalmente se intrometeu na história, deixando uma clara pontada de irritação na testa de Davi.

O funcionário fingiu resistência e começou a falar: "Ok, ele é... um homem bem estranho normalmente. Ele tem cerca de 1,80m, com olhos castanhos, cabelo preto e por volta dos quarenta anos. Ele é musculoso, com uma tatuagem de um dragão no antebraço esquerdo por aqui." Disse ele apontando "E ele costuma usar camisas largas e chinelos. Ele sempre vinha aqui para ajudar a dona, mas ele é uma pessoa ardilosa, sabe?"

"Qual foi a última vez que ele esteve aqui?"

"Uns sete dias" disse por fim.

Assim que terminaram a investigação, voltaram para o escritório, onde Miguel perguntou curioso: "Então, já sabe por que alguém tentaria roubar algumas caixinhas de música?"

"Aaah... Eu até cheguei a pensar em uma hipótese, mas para confirmar, nós precisaremos fazer uma vigília." Ele disse, sentando-se exausto na mesa.

Pela visão de Miguel, ele normalmente é alguém que gosta de estar no centro, então pedir por auxílio o deixou surpreso, e exclamou: "Hum! Nós? Nós dois?"

"Hmm, se estiver com medo, vou sozinho, não faz mal. Só que as suas habilidades seriam úteis para mim nessa noite."

"Ugh! Jura?"

Ele estava tão acostumado com olhares frios e palavras sarcásticas que até chegou a se emocionar, assim como se um gato finalmente deixasse você fazer carinho nele. Logo após receber esse elogio e instruir em participar.

"Pft! Funcionou..." Riu o detetive, bem sucinto, quase inaudível.

Depois de algumas horas de investigação, Davi e Miguel se prepararam para sua vigília em frente à pequena loja, que já estava fechada. Os dois estavam a cerca de cinco metros de distância, aguardando em um carro estacionado, iluminados apenas pela luz da lua minguante, que surgiu por volta da meia-noite fria e nublada, típica dessa cidade consumida pela urbanização.
custom banner
brumarques
Bru Marques

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 43.2k likes

  • Silence | book 2

    Recommendation

    Silence | book 2

    LGBTQ+ 32.3k likes

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 75.3k likes

  • Silence | book 1

    Recommendation

    Silence | book 1

    LGBTQ+ 27.2k likes

  • Blood Moon

    Recommendation

    Blood Moon

    BL 47.6k likes

  • Earthwitch (The Voidgod Ascendency Book 1)

    Recommendation

    Earthwitch (The Voidgod Ascendency Book 1)

    Fantasy 2.9k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Rastros de Silêncio
Rastros de Silêncio

396 views2 subscribers

Quando o professor Raziel Fernandes desaparece sem deixar rastros, a polícia presume o pior. Mas seu filho, Miguel, se recusa a acreditar que o pai esteja morto. Determinado a descobrir a verdade, ele conta com a ajuda de Davi, um detetive particular tão meticuloso quanto provocador e juntos mergulham em uma investigação cercada de silêncios, mentiras e lembranças fragmentadas. No centro do mistério estão três antigos amigos de Raziel, cada um com motivos ocultos e segredos que resistem ao tempo. À medida que Miguel e Davi se aproximam da verdade e um do outro, memórias esquecidas vêm à tona, revelando que algumas respostas podem ser mais dolorosas do que o próprio desaparecimento.

Compartilhem e comentem!
Subscribe

12 episodes

II. Rastros de um anel roubado (Parte 1)

II. Rastros de um anel roubado (Parte 1)

34 views 0 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
0
0
Prev
Next