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Heaven In Abyss(pt)

Em que mundo eu vivo? (3)

Em que mundo eu vivo? (3)

Jun 25, 2024

 Era da Inanição (0 A.Ss. a 2500)


'Quando os céus queimaram e o mundo se tornou cinzas, acreditou-se que não havia mais esperança. A Guerra dos Sóis, como ficou conhecida, havia encerrado a grandiosa era das civilizações, reduzindo continentes a crateras radioativas e extinguindo quase 80% da vida no planeta. O que restou foram sombras de impérios, espalhadas entre ruínas e desertos envenenados.

Mas então, algo despertou.

No exato momento em que as últimas cidades sucumbiam ao frio implacável e à fome desesperadora, as estruturas precursoras, há muito tempo intocadas e incompreendidas, se abriram. Eram colossos de metal e pedra, catedrais de um tempo desconhecido, dispersas por todo o planeta. Algumas jaziam ocultas sob a terra e ergueram-se em meio às ruínas; outras, já expostas, começaram a brilhar com uma luz espectral, pulsando em um ritmo que parecia ressoar com o próprio batimento do planeta.

A princípio, o medo impediu qualquer aproximação. Mas a fome e o desespero sempre foram mais fortes do que o temor. Os primeiros ousados entraram. Poucos saíram.

O que relataram, porém, mudou para sempre o destino do que restava da humanidade. Dentro dos Bastiões, como passaram a ser chamados, havia corredores sem fim, mecanismos que testavam o corpo e a mente dos exploradores, criaturas que pareciam moldadas pela própria vontade das estruturas. Mas, para aqueles que sobreviveram, as recompensas eram incalculáveis: artefatos impossíveis, relíquias tecnológicas, armas e segredos que desafiaram a própria compreensão da realidade.

No mesmo ano, o clima começou a se restaurar. Florestas que haviam sido reduzidas a carvão negro começaram, lentamente, a ressurgir. Lagos antes intoxicados por radiação tornaram-se cristalinos. O frio eterno do inverno nuclear começou a ceder, substituído por um clima instável, mas promissor. A natureza renascia, e os Bastiões eram os responsáveis.

No entanto, esse renascimento não trouxe paz. Com os recursos do planeta esgotados, os sobreviventes formaram os Feudos Cinzentos, enclaves de poder baseados na força e no controle de tecnologia. Os poucos que possuíam conhecimento do passado governavam com punhos de ferro, mantendo suas populações à beira da fome enquanto disputavam territórios e acesso aos Bastiões.

A Era da Inanição havia começado. Um mundo onde apenas os mais fortes e astutos sobreviveriam, onde os Bastiões eram tanto esperança quanto condenação, e onde o passado ainda se erguia entre os escombros para julgar os remanescentes de uma civilização que havia, um dia, ousado brincar de deuses.

"Não foi o despertar das grandes estruturas que deu fim à Idade dos Feudos Cinzentos, mas sim o desejo insaciável daqueles que nelas se aventuraram. Da fome e da luta nasceram impérios, e do aço dos caídos ergueram-se bandeiras que ainda tremulam hoje." — Arquivista Primário de Loura, Tratado sobre a Ordem das Nações.

O Fim dos Feudos e o Despertar das Nações (Ano 0 A.Ss. – Ano 300 A.Ss.)

A Era da Inanição persiste, mas a paisagem política e social do mundo mudou de forma irreversível. Durante os primeiros séculos após o despertar dos Bastiões Adormecidos, a estabilidade climática e o fluxo renovado de tecnologia redefiniram os domínios sobreviventes. O velho sistema feudal, sustentado pela força bruta e pela miséria, começou a ruir à medida que novos centros de poder emergiram dos destroços do passado.

O continente de Lauréxia foi o primeiro a se reorganizar. Os pequenos ducados e reinos, antes ilhas de poder isoladas, começaram a consolidar suas forças, rompendo os laços do antigo feudalismo. As cidades muradas se expandiram, conectadas por estradas reconstruídas e novos entrepostos comerciais. Hítia e Irlem, que um dia foram meros territórios de senhores beligerantes, transformaram-se em reinos estruturados, seus governantes reivindicando não apenas terras, mas uma identidade comum. A própria ideia de “nação” nasceu nesse período, fundamentada menos em linhagens e mais na lealdade a um ideal coletivo.

Mas enquanto Lauréxia erguia seus reinos, outras terras trilhavam caminhos distintos, moldados pelas realidades de seus próprios legados.

Os Destinos Divergentes dos Povos

Do outro lado do mundo, Cirus, um império que cresceu da pilhagem e da unificação forçada, expandiu suas garras sobre os desertos e vales, absorvendo feudos remanescentes em uma máquina estatal brutal e pragmática. O imperador não governava apenas com exércitos comuns, mas também com a força das Armas do Passado — artefatos obtidos nas ruínas dos Bastiões, cujo funcionamento desafiava as leis naturais conhecidas. Entre eles, máquinas de guerra que se moviam sem montaria, lâminas vibrantes que cortavam aço sem esforço e relíquias que conjuravam destruição com um simples pensamento.

Turus, em contraste, abandonou a luta territorial e voltou-se para a fé. Os Bastiões eram considerados sagrados, e aqueles que deles retiravam artefatos sem permissão eram condenados como ladrões de deuses. Os governantes eram escolhidos não pela força, mas pela interpretação dos antigos textos descobertos nas incursões. Esse dogma, no entanto, não impediu Turus de se envolver na geopolítica — o conhecimento oculto dos Bastiões era uma moeda tão valiosa quanto o ferro e o sangue.

Pequenos estados costeiros renasceram através do comércio intercontinental. Mercadores de Florêm e de Loura criaram rotas que conectavam reinos distantes, vendendo não apenas grãos e metais, mas tecnologia do passado, obtida ilegalmente das incursões. Essas cidades tornaram-se zonas de intriga e inovação, onde diferentes povos e culturas se misturavam, e onde espadas e armas de fogo podiam ser vistas lado a lado, enquanto palavras de paz e conspirações se cruzavam nas mesmas tabernas.

Enquanto uns buscavam reconstruir civilizações, outros queriam apenas dominar através da supremacia tecnológica. Alguns feudos sobreviventes, munidos de armas de eras esquecidas, se tornaram verdadeiros reinos-forja, onde tudo era decidido pelo número de artefatos que um senhor possuía. Essas Guerras dos Artefatos moldaram o destino de muitas terras, pois a posse de uma única arma ultratecnológica podia determinar o domínio sobre um vasto território.

A peculiaridade dessa época estava na convivência de diferentes eras tecnológicas em um mesmo espaço. Enquanto reinos como Hítia ainda dependiam de aço e cavalaria, exércitos de Cirus já marchavam ao lado de máquinas sem piloto. Em alguns locais, a pólvora e os projéteis reinavam supremos, enquanto em outros, feitiçaria e tecnologia ultraprecursora decidiam o destino das batalhas. Povos isolados, que há séculos não viam estrangeiros, entraram em contato com nações que possuíam a luz dos Bastiões. Alguns foram absorvidos, outros resistiram até o fim. Essa coexistência caótica de eras e mentalidades tornou a diplomacia uma arte difícil. Qualquer tratado poderia ser quebrado pela descoberta de um único artefato poderoso. A aliança de hoje poderia ser a guerra de amanhã.

Ao fim de três séculos desse crescimento desenfreado, a balança do poder começou a se estabilizar. As nações mais fracas foram assimiladas, os grandes impérios consolidaram suas fronteiras, e um precário equilíbrio geopolítico se formou. Os conflitos não cessaram, mas tomaram novas formas: embates por influência, disputas comerciais e, acima de tudo, uma corrida silenciosa por conhecimento e tecnologia perdida. O mundo ainda era uma tapeçaria de tempos misturados, um campo de batalha onde senhores feudais empunhavam relíquias que poderiam rivalizar com deuses, e onde impérios se erguiam e caíam não apenas pelo aço, mas pelo entendimento das forças ocultas que moldavam a realidade. A Era da Inanição continuava, mas agora as bocas famintas ansiavam por algo mais do que apenas alimento: poder, glória e um lugar na história.'

Não me culpem por retirar esse trecho do livro incrível que é "Tratado sobre a Ordem das Nações." Infelizmente, não sabemos quem foi este grande escritor, já que os Feudos ao norte de Gaélia eram autoritários e, por isso, talvez, o autor tenha sido precavido para não sofrer perseguição. Esse incrível autor, escreveu também sobre tudo que veio antes da Guerra dos Sóis… Ele era alguém milenar, que viveu tudo isso e decidiu gravar tudo nesse incrível livro, cuja leitura recomendo. Sua última contribuição foi em 2386, quando teria migrado para Lauréxia e desaparecido.

"E assim, findam-se estas páginas, mas não finda-se minha jornada. As palavras gravadas nestes tomos são apenas ecos de uma história maior, uma que não pode ser aprisionada entre capas de couro ou restrita ao frágil papel. Já vi nascer e ruir impérios, testemunhei a ascensão e queda de reis, observei a dança dos séculos tal qual as marés que esculpem a costa. Mas agora, deixo de ser apenas aquele que observa e escreve. Parto para moldar, para deixar minha marca não apenas no pergaminho, mas na própria estrutura da realidade.

Não sei quando ou se um dia retornarei a este papel de cronista, pois há coisas a serem feitas, destinos a serem traçados, mundos a serem erguidos e outros a serem desafiados. Minha pena repousa, mas minha vontade não. Pois se a história é o testemunho dos tempos, então eu escolho ser um de seus autores.

Adeus, mas não um adeus vazio, e sim um adeus carregado de promessa. O que vem a seguir será sentido por gerações. O vento levará meu nome, o solo guardará meus passos, e a aurora há de nascer sob a sombra do meu legado. Pois se tudo que vivi foi para compreender este mundo, então agora, finalmente, chegou minha vez de moldá-lo. Apph, Arquivista das planícies douradas."
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