O Século das Conflagrações (300 - 800)

A região que viria a se tornar Lauréxia era, nesse período, um mosaico de reinos, tribos e cidades-estado em constante guerra. Irlem e Hítia, antes rivais ferrenhos, começaram a perceber um inimigo comum nas ameaças externas e, por meio do Tratado de Solmara (420), estabeleceram uma aliança militar. Durante os séculos seguintes, combateram juntos inimigos variados, como os clãs mercenários de Daktari, e subjugaram povos menores, consolidando-se como as duas potências dominantes da região.

Enquanto isso, no deserto de Saeri'zar, Cirus emergia como um poder em ascensão, unificando tribos nômades e estabelecendo rotas comerciais essenciais para sua sobrevivência. No noroeste, os Vilos, sempre beligerantes, lançavam incursões contra Sacramar e os pequenos estados da região. Em resposta, a Liga Sagrada de Gaélia foi formada em 610, resultando na derrota das hordas Vilos na Batalha do Obelisco Pantheão (645).

A ascensão de Cirus culminou em sua primeira guerra civil (770-812), quando a liderança tribal foi contestada por uma facção que queria transformar a sociedade baseada em um império centralizado. A guerra terminou com a vitória dos imperialistas, que reorganizaram Cirus sob o domínio de um rei-sacerdote, promovendo a fé unificadora em Phoenix.

A Formação das Grandes Potências (800 - 1300)
Na porção sulista, Turus consolidava seu domínio e unificava sua terra natal sob uma teocracia militarista baseada na veneração de Sargitarius. A adoção da Lei Moral Elfin (885) foi um marco, tornando Turus o primeiro estado a tipificar crimes de racismo e xenofobia multi-espécie. Ao mesmo tempo, travava batalhas contra os reinos costeiros e piratas das ilhas da Coroa de Áurea, consolidando sua presença naval.

Entre 1000 e 1250, conflitos periódicos assolavam os arquipélagos. O Ciclo das Cruzadas Piratas (1030-1110) viu a guerra incessante entre os corsários de Domim, os mercadores de Lauréxia e os sacerdotes-guerreiros de Turus, criando um cenário de batalhas navais lendárias, como a Batalha de Tarsus (1098), onde a marinha de Domim foi devastada pela Frota da Luz de Turus.

No Norte, as terras geladas permaneceram relativamente pacíficas, com os reinos de Ruzi e Loura evitando interferência externa. No entanto, Ieser, aproveitando os períodos de Nadir, invadia regularmente o sul de Turus, saqueando cidades costeiras e santuários religiosos.

O Domínio de Cirus e o Nascimento do Império (1300 - 1800)
A Revolução Cirana começou com a ascensão de Kekolen o Saerian (1345), que consolidou todas as tribos nômades sob sua bandeira e iniciou um período expansionista sem precedentes. Em menos de um século, Cirus havia derrotado os Draak's, aniquilado as colônias de artrópodes inteligentes e mortais, animais do deserto ao nordeste de Saeri'zar e marchado para conquistar Sacramar ao Noroeste.

A Guerra de Conquista de Cirus (1450 - 1600) varreu o mundo, alcançando as fronteiras peninsulares de Ieser e estabelecendo um domínio brutal sobre Florem. A brutalidade do regime de Kekolen levou à formação da Grande Cruzada da Aliança (1615), unindo Hítia, Irlem, Turus e Domim contra o Império Cirano. O conflito atingiu seu ápice na Batalha de Dourmir (1678), onde uma força combinada de blindados, magia e infantaria rompeu as defesas de Cirus. Kekolen foi executado, e o império fragmentou-se, mergulhando na Segunda Guerra Civil Cirana (1700 - 1750).

Dessa convulsão nasceu Florem, um estado forjado nos horrores da ocupação cirana, pregando um ideal de liberdade absoluta. Loura emergiu como sua aliada e fundada por Florem, protegendo o norte das forças restantes de Cirus e isolando Ruzi, consolidando seu próprio domínio sobre as terras árticas. Em Sacramar, a Federação Aliada de Gaélia foi fundada (1798, fortificando suas fronteiras contra futuras ameaças ciranas.

O Século das Rivalidades e a Segunda Cruzada (1800 - 2500)
A tensão entre Hítia e Florem escalou quando Harley, uma região disputada, declarou independência e não cedeu os territórios para Hítia, com aprovação de Florem (1870). Irlem, como compensação da vitória contra Cirus, recebeu ilhas pertencentes a Turus, consolidando-se como uma potência marítima. O século seguinte ficou marcado pela Corrida aos Bastiões (1900 - 2300), onde várias nações começaram a expandir agressivamente seus territórios ao ocupar fortalezas ancestrais precursoras espalhadas pelo mundo. Esse período viu a dissolução de antigas alianças, como a quebra do pacto entre Loura e Florem, devido a disputas sobre os Bastiões do Mar Interno. Em 2100, Florem anexou o Bastião de Auris em Harley, provocando a fúria de Hítia, que respondeu com um bloqueio naval, resultando em escaramuças marítimas que duraram décadas. A situação culminou em 2211, quando Hítia invadiu Harley, levando a um conflito direto com Florem e Loura. O resultado foi a derrota de Hítia, que perdeu suas posses na ilha e viu sua influência reduzida drasticamente.

Novos Conflitos e Intrigas (2300 - 2890)
Após a derrota de Hítia em Harley, a nação, ressentida, reorganizou suas forças e iniciou novas ofensivas contra a ilha entre 2350 e 2480. Apesar da intensa resistência de Florem e Loura, algumas regiões de Harley caíram temporariamente sob domínio hitiano, resultando em batalhas épicas como a Defesa de Auris (2412), onde as forças florentinas, usando tecnologia encontrada nos Bastiões Precursores, conseguiram repelir um cerco de dois anos. No final do século XXV, a guerra se estabilizou, e um tratado foi assinado, concedendo autonomia parcial a algumas regiões de Harley, mas garantindo a presença militar de Florem.

Enquanto isso, Turus lançou uma série de campanhas agressivas entre 2500 e 2700, invadindo os reinos de Ying e Ku. Utilizando uma combinação de operações militares e manipulações políticas, Turus estabeleceu governos fantoches nesses territórios, transformando-os em estados vassalos. A resistência foi feroz, com insurgências periódicas estourando por todo o século XXVIII. Entre os eventos marcantes, destacam-se a Revolta de Han'zir (2633) e a Batalha do Rio de Jade (2750), onde forças locais quase conseguiram expulsar as tropas turianas.

Paralelamente, a Aliança de Gaélia se viu envolvida em uma guerra prolongada contra Manjukua e os senhores da guerra das regiões fronteiriças de uma fragmentada Cirus. O conflito, iniciado em 2720, teve momentos críticos como a Batalha de Surlen (2789), onde a Aliança conseguiu um avanço significativo ao capturar a capital inimiga. No entanto, a resistência fragmentada e a constante interferência de potências externas impediram uma vitória definitiva, mantendo a guerra em um impasse sangrento.

Ao mesmo tempo, a busca pelo conhecimento dentro dos Bastiões Precursores gerou contos épicos de descobertas surpreendentes e maldições despertadas. Entre as histórias mais notáveis, está a Expedição da Estrela Negra (2601), onde exploradores florentinos provocaram os observadores acidentalmente, os quais saíram dos bastiões e massacraram o interior de Florem como criaturas negras invencíveis e letais. Outra descoberta impactante foi a Relíquia de Velk'ara (2857), que revelou novos mistérios sobre a origem da civilização precursora que contruiu os bastiões, provocando disputas científicas e religiosas pelo controle das informações.

Dessa maneira, o período entre 2300 e 2890 foi marcado por guerras persistentes, descobertas tecnológicas e conspirações políticas que moldaram o cenário global antes da formação dos blocos rivais do século XXX.

Enquanto isso, Turus aproveitou o vácuo de poder em Cirus para expandir sua influência no sul de Gaélia, tornando-se o maior poder militar do hemisfério sul. Em resposta, a Aliança do Norte (2900) foi formada, unindo Florem, Loura, Irlem e a Federação da União aliada de Gaélia contra o crescente poder do Pacto de Sargitarius, criado por Turus.

Em 2911, a Segunda Cruzada contra Cirus eclodiu após a descoberta de seus programas nucleares secretos. O mundo se uniu para evitar a ascensão de um novo império e um tabu nefasto, derrotando Cirus e levando-o a uma devastação econômica irreparável. O colapso resultante deu origem a múltiplas facções e uma terceira guerra civil dentro do território cirano (2987- presente).

O século seguinte viu a crescente polarização global, culminando na Guerra Fria Mundial (3039-presente), onde Turus e Hítia, os dois blocos dominantes, dividiram o mundo entre o Pacto de Sargitarius (Sul) e a Aliança do Norte (Norte). Cirus, fragmentado entre senhores da guerra, tornou-se um palco de disputas indiretas entre as duas potências.

A balança de poder permanece instável. O sul, com 2,4 bilhões de habitantes, desafia o norte, com 1,7 bilhão, enquanto a disputa pelas Ilhas da Coroa de Áurea pode ser a faísca para uma guerra total. O futuro é incerto, mas o mundo se prepara para um novo conflito, cujas consequências podem ser catastróficas. Embora, quem conquistar Cirus, de maneira indireta, nesse momento, controlará o mundo.